Lição 28
Arrependimento
O propósito desta lição é ajudar-nos a entender como o arrependimento pode preparar-nos para retornar ao nosso Pai Celestial.
Introdução
O Profeta Joseph Smith deixou-nos este desafio: “Comecemos de novo neste dia, e digamos hoje, de todo coração, que abandonaremos nossos pecados e seremos justos”. (Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, comp. Joseph Fielding Smith [1976], pp. 355–356)
Devido ao fato de todos estarmos na Terra para aprender e crescer, todos cometemos erros. Existem diversos tipos de erros. Algumas vezes, fazemos coisas que sabemos que não devemos, tais como não ser gentil ou pegar alguma coisa que não nos pertença. Há ocasiões em que falhamos em fazer as coisas que sabemos que deveríamos fazer, tal como pagar o dízimo ou sermos bons mestres familiares.
A Necessidade de Arrependimento
Quando sabemos que o que fizemos está errado, não podemos ser felizes. Sentimos vergonha de nossos erros e descobrimos que não podemos servir ao Senhor da maneira correta. Algumas vezes, nossa infelicidade faz com que tratemos os outros de maneira rude. Nosso Pai Celestial não deseja que sejamos infelizes. Ele deseja que todos nós recebamos as bênçãos que Ele tem preparado para nós, mas Ele não nos dará as bênçãos se não merecermos. Isso não significa que Ele nos tenha abandonado ou que não nos ame mais. Simplesmente significa que devemos sobrepujar nossas fraquezas. O arrependimento ajuda-nos a vencer nossas fraquezas e assim tornarmo-nos dignos de viver com nosso Pai Celestial.
Por essa razão, precisamos examinar nossa vida e descobrir onde necessitamos melhorar. O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “Temos por dever ser melhores hoje do que fomos ontem, e amanhã melhores do que hoje. Por quê? Porque, estamos no caminho; se estamos guardando os mandamentos do Senhor, estamos nesse caminho para a perfeição, e esta só pode vir pela obediência e pelo desejo em nosso coração de sobrepujar [nossos pecados]”. (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. [1954–1956], 2:19)
• Leia Alma 11:37. Por que o arrependimento é necessário? Leia I João 1:8–10, Alma 34:33–34 e 3 Néfi 30. Por que devemos arrepender-nos o mais breve possível?
Como uma Pessoa Se Arrepende?
O pecado é como uma sujeira em nosso corpo. Ele torna-nos espiritualmente impuros. O arrependimento é como se lavássemos essa sujeira. Após o arrependimento, sentimo-nos revigorados e limpos. O Élder A. Theodore Tuttle explicou-nos o assunto desta maneira:
“O arrependimento é como um sabão. É o sabão da vida. Como o sabão, ele limpa os pecados da vida. É para ser usado com a freqüência que for necessária. Devemos manter em mente, no entanto, que o uso inadequado — falta de limpeza total e esforços não sinceros — resulta em uma cor acinzentada, encardida. No entanto, quando usado devidamente, o sabão da vida, limpa por completo e permanentemente. (…)
Um dia (…) seremos levados diante do tribunal do Senhor. Lá permaneceremos com manchas, sujos e impuros, ou por aceitação e aplicação da grande e maravilhosa dádiva de limpeza — pelo sabão da vida — estaremos limpos, perdoados e puros diante do Senhor. Na próxima vez em que usar sabão, você poderá também pensar em limpar seu espírito aplicando-lhe o sabão da vida, a lei universal do arrependimento.” (“Repentance”, Improvement Era, novembro de 1968, pp. 64, 67)
A fim de nos arrependermos, devemos seguir certos passos:
• Discuta os sete passos do arrependimento como explicados no manual Princípios do Evangelho, capítulo 19. Se possível, deixe que diversos irmãos fiquem com uma parte cada um, preparem-se para discuti-la e depois apresentem-na à classe. Mostre uma gravura com a lista das sete partes do arrependimento enquanto estiverem sendo discutidas, ou refira-se a elas no quadro-negro. (As sete partes são: reconhecer os pecados, sentir tristeza por eles, abandoná-los, confessá-los, fazer restituições, perdoar aos outros e guardar os mandamentos de Deus.)
• Mostre a gravura 28-a, “O verdadeiro arrependimento exige tempo e esforço”.
O verdadeiro arrependimento não é fácil. Exige tempo e esforço. Por essa razão, não podemos procrastinar o dia do nosso arrependimento. (Ver Alma 13:27.)
A Alegria do Arrependimento
• Mostre a gravura 28-b, “O arrependimento é possível porque Jesus Cristo pagou por nossos pecados”.
Arrependemo-nos para obter o perdão de nossos pecados. Contudo, se Jesus Cristo não tivesse pago por eles e morrido por nós, nunca poderíamos ser perdoados. É somente por meio de Seu sacrifício expiatório que a misericórdia pode satisfazer a justiça e podemos ser limpos de nossos pecados. (Ver Alma 34:10–16.) Isso é uma grande bênção, e devemos ser sempre gratos por ela.
Jesus pagou por nossos pecados, mas eles não são removidos de nós a não ser que nos arrependamos. Quando Alma descreveu como ele reconheceu e se arrependeu de seus pecados, ele disse:
“Lembrei-me de todos os meus pecados e iniqüidades, pelos quais me vi atormentado com as penas do inferno. (…)
(…) me lembrei também de ter ouvido meu pai profetizar ao povo sobre a vinda de um Jesus Cristo, um Filho de Deus, para expiar os pecados do mundo.
Ora, tendo fixado a mente nesse pensamento, clamei em meu coração: Ó Jesus, tu que és Filho de Deus, tem misericórdia de mim (…)
E então, eis que quando pensei isto, já não me lembrei de minhas dores. (…)
E oh! que alegria e que luz maravilhosa contemplei! Sim, minha alma encheu-se de tanta alegria quanta havia sido minha dor”. (Alma 36:13, 17–20).
• Faça uma breve revisão da parábola do filho pródigo. (Ver Lucas 15:11–32.) Como o filho pródigo se sentiu ao iniciar o processo de arrependimento? Como seu pai se sentiu?
A história do filho pródigo é com freqüência repetida na vida moderna, como na história que se segue:
• Conte a seguinte história de um filho pródigo moderno. Peça aos membros da classe que, em silêncio, identifiquem os passos do arrependimento como mencionados na história.
“Até os 17 anos fui ativo na Igreja, participando de todas as reuniões e cumprindo minhas responsabilidades no sacerdócio. Nem me passava pela cabeça agir de outro modo. Eu amava a Igreja e seus programas.
Aos 17 anos, contudo, comecei a ‘exercer a liberdade de ser um adolescente’, rebelando-me contra a orientação familiar e exigindo meu ‘livre-arbítrio’. Um dos meus melhores amigos era de outra fé, e eu caí na armadilha de experimentar algumas das coisas que ele me ofereceu — álcool e fumo. Namorei meninas que não eram membros da Igreja e logo me apaixonei por uma moça maravilhosa. Seus pais convidavam-me sempre nos fins de semana para sua casa de verão, e isso, naturalmente, mantinha-me longe da Igreja.
Então estourou a Segunda Guerra Mundial, e quando meu bispo me perguntou se eu queria servir em uma missão, disse que preferiria me unir ao serviço militar e servir meu país. Ainda creio que servir ao país é importante, mas hoje sei que teria sido mais sábio servir ao meu Pai Celestial em primeiro lugar.
Além disso, por volta dessa mesma época, comecei a perceber que alguns membros da Igreja que admirava muito não seguiam todos os padrões da Igreja. Tornei-me o juiz deles e para mim eram todos hipócritas. Prometi a mim mesmo que se falhasse em cumprir os padrões, em vez de tornar-me um hipócrita ensinando uma coisa e fazendo outra, eu me afastaria da Igreja. Esse foi um outro grave erro, pois foi exatamente o que fiz e o que desejava o adversário.
Quatro anos como piloto da Marinha e 15 anos viajando como vendedor ajudaram-me a permanecer inativo, no entanto, durante todos esses anos, acreditava nas verdades que estavam profundamente arraigadas em minha alma. Quando tinha 38 anos, meu irmão mais novo, Tom, veio morar conosco por seis semanas. Todos os domingos de manhã, ele ia sozinho para o sacerdócio e outras reuniões, e então, minha consciência começou a lembrar-me de que o que eu sabia era verdadeiro. Eu não era feliz, sabia que algo estava errado, e esse sentimento ocorria cada vez com maior freqüência. No passado, conseguia deixar de fumar quando quisesse, mas, na ocasião, descobri que não conseguia. Eu procurava Tom no escritório e criticava a Igreja; depois, embora nunca lhe dissesse, sentia-me culpado.
Cada vez mais se aproximava o momento da crise, e aconteceu numa noite após um coquetel e baile no clube campestre. Fui para a cama tarde da noite, mas não conseguia dormir, algo quase ‘impossível’ para mim. Finalmente, levantei-me para não incomodar minha esposa, e pela primeira vez na vida, fiquei andando de lá para cá, compreendendo finalmente que precisava mudar.
Jamais fui capaz de demonstrar emoção com lágrimas e humildade, mas a próxima coisa de que me recordo é de estar de joelhos, implorando ajuda ao meu Pai Celestial pela primeira vez em 19 anos. Enquanto orava, sentimentos de amor, compaixão e felicidade invadiram meu ser e o Espírito Santo envolveu-me com tal força que fiquei em prantos por um considerável período de tempo. Ao levantar-me, senti-me bem. Sentimentos de gratidão encheram-me o coração. Nunca em minha vida, eu conhecera sentimento tão cálido, e senti um ardor tão grande no peito que parecia consumir-me.
Fui para o quarto e acordei minha esposa. Eu ainda estava chorando, e ela perguntou-me o que havia de errado. Falei-lhe do meu desejo de mudar de vida e abraçar o evangelho de Jesus Cristo, e ela disse-me imediatamente que iria apoiar-me. Daquele momento em diante, nunca mais tive o desejo de fumar, beber qualquer tipo de bebida alcoólica ou tomar café.
O Senhor começou a abençoar-me, e desde esse dia nunca mais deixou de fazê-lo. Dentro do período de um ano, tive o privilégio de batizar meus filhos, e logo depois, minha esposa. Um ano depois, fomos ao Templo de Logan para nos casarmos para a eternidade e selarmos nossos filhos a nós.
Testifico que o Senhor Se agrada quando Sua ovelha perdida volta para casa. Ele demonstra Seu amor e bondade para todos nós quando nos arrependemos de nossos pecados e guardamos Seus mandamentos.” (Lewis W. Cottle, “The Return of the Prodigal”, Ensign, março de 1974, pp. 43–44)
• Quais foram os sentimentos desse moderno filho pródigo ao se arrepender? Leia Lucas 15:10. De que maneira nosso Pai Celestial vê nosso arrependimento? (Ver D&C 58:42 e Isaías 1:18.)
Conclusão
Todos necessitamos arrepender-nos, se desejarmos ser como nosso Pai Celestial e vivermos com Ele novamente. Por essa razão, Jesus Cristo expiou pelos nossos pecados e tornou possível que nos arrependamos. Quando nos arrependemos de nossos pecados, alegramos nós mesmos e nosso Pai Celestial.
O Presidente Harold B. Lee ensinou: “O mais importante de todos os mandamentos de Deus é aquele que você está tendo mais dificuldade em guardá-lo hoje. Se estiver relacionado à desonestidade, à castidade, à falsidade, a não dizer a verdade, hoje é o dia para esforçar-se até que seja capaz de vencer essa fraqueza. E depois então, comece pelo próximo que for mais difícil de cumprir”. (“Californians Hear President Lee”, Church News, 5 de maio de 1973, p. 3)
Desafios
Rogue ao Senhor em suas orações pessoais para ajudá-lo a sobrepujar os problemas que você está esforçando-se para vencer. Relate a Ele todos os dias o seu progresso, e ao esforçar-se por melhorar, continue a orar pedindo perdão pelos erros passados.
Escrituras Adicionais
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Salmos 51:10 (Davi ora pedindo perdão)
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Isaías 1:16–18 (recebemos o mandamento de arrepender-nos)
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Lucas 15:7 (os céus alegram-se por aqueles que se arrependem)
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II Coríntios 7:10 (a tristeza, segundo Deus, traz arrependimento)
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Mosias 4:1–3 (os pecados são perdoados devido à Expiação de Cristo)
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Alma 7:15 (o batismo como sinal de arrependimento)
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Alma 12:14–15 (a fé e o arrependimento trazem salvação)
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Alma 34:8–9 (Cristo expiou pelos pecados do mundo)
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Doutrina e Convênios 19:16–17 (Cristo sofreu por aqueles que se arrependem)
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Doutrina e Convênios 76:40–42 (Jesus morreu para expiar pelos pecados do mundo)
Preparação do Professor
Antes de apresentar esta lição:
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Leia Princípios do Evangelho, capítulo 19, “Arrependimento”.
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Prepare o cartaz sugerido na lição, ou escreva a informação no quadro-negro.
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Prepare a lição de modo que evite discussões de problemas pessoais dos membros do quórum.
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Se desejar, designe diversos membros da classe para discutirem os sete passos do arrependimento identificados no capítulo 19 do manual Princípios do Evangelho.
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Designe membros da classe para apresentar histórias, escrituras, ou citações que você queira.