Lição 1
História e Organização do Sacerdócio o Sacerdócio
O propósito desta lição é ajudar-nos a entender o que é o sacerdócio e como magnificar nossos chamados no sacerdócio.
Introdução
Peça aos membros da classe que pensem na ocasião em que o sacerdócio lhes foi conferido. O Espírito do Senhor sem dúvida alguma estava presente ao receberem o sacerdócio pela imposição das mãos daqueles que possuem autoridade. À medida que os membros da classe ponderam a respeito dessa experiência, convide-os a fazerem a si mesmos as seguintes perguntas:
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O que verdadeiramente aconteceu comigo naquele dia?
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Tornei-me uma pessoa diferente após ter recebido o sacerdócio?
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Sou hoje uma pessoa diferente por ter recebido o sacerdócio?
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Tenho conseguido servir ao meu próximo por meio do sacerdócio?
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O meu Pai Celestial está satisfeito com a maneira como utilizo o meu sacerdócio?
O Sacerdócio É o Poder de Deus
“Quando oficiamos em nome do Senhor, como portadores do sacerdócio, estamos fazendo-o em nome e em favor de nosso Pai Celestial. O sacerdócio é o poder pelo qual nosso Pai Celestial trabalha por intermédio dos homens.” (Harold B. Lee, Conference Report, abril de 1973, p. 128; ou Ensign, julho de 1973, p. 98)
O sacerdócio é o poder e autoridade eterna de Deus. Deus executa Seu trabalho por meio do sacerdócio. Ele criou todas as coisas mediante esse poder, e Ele governa a Terra e os céus por intermédio dele. Lemos na Pérola de Grande Valor que o sacerdócio, “que existia no princípio, existirá também no fim do mundo”. (Moisés 6:7)
Deus e Jesus Cristo concedem aos homens dignos, membros da Igreja, o poder do sacerdócio para que eles possam ajudar a “levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”. (Moisés 1:39) O sacerdócio é a autoridade de Deus dada ao homem para agir em todas as coisas para a salvação da humanidade.
Os que possuem o sacerdócio têm a autoridade para agir em nome de Deus. Falando a todos os portadores do sacerdócio, o Presidente Joseph Fielding Smith disse:
“Somos agentes do Senhor; nós O representamos; Ele deu-nos autoridade que nos permite fazer todas as coisas que são necessárias para salvarmos e exaltarmos a nós mesmos e também a Seus outros filhos no mundo.
Somos embaixadores do Senhor Jesus Cristo. Nossa missão é representá-Lo. Somos orientados (…) a fazer o que Ele faria se estivesse presente.” (Conference Report, abril de 1971, p. 47; ou Ensign, junho de 1971, p. 49)
O Poder do Sacerdócio Advém de um Viver Digno
“Todos os portadores do sacerdócio possuem a autoridade de agir em nome do Senhor, porém a eficácia de nossa autoridade — ou em outras palavras, o poder proveniente dessa autoridade — depende do padrão de nossa vida; depende da nossa retidão.” (H. Burke Peterson, “Autoridade e Poder do Sacerdócio”, A Liahona, agosto de 1976, p. 27)
Em Doutrina e Convênios, o Senhor esclarece-nos que devemos viver dignamente para que tenhamos não somente a autoridade, mas também o poder do sacerdócio:
“Eis que muitos são chamados, mas poucos são escolhidos. E por que não são escolhidos?
Porque seu coração está tão fixo nas coisas deste mundo e aspiram tanto às honras dos homens, que eles não aprendem esta lição:
Que os direitos do sacerdócio são inseparavelmente ligados com os poderes do céu e que os poderes do céu não podem ser controlados nem exercidos a não ser de acordo com os princípios da retidão.
Que eles nos podem ser conferidos, é verdade; mas quando nos propomos a encobrir nossos pecados ou satisfazer nosso orgulho, nossa vã ambição ou exercer controle ou domínio ou coação sobre a alma dos filhos dos homens, em qualquer grau de iniqüidade, eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa e, quando se afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridade desse homem.” (D&C 121:34–37)
• Nesses versículos, o Senhor revela por que alguns portadores do sacerdócio não o exercem com poder. Por que essas coisas nos impediriam de ter poder no sacerdócio?
A fonte de poder do sacerdócio é Deus, que age por intermédio do Espírito Santo. A fim de obtermos a orientação do Espírito Santo ao fazermos uso do sacerdócio, precisamos obedecer aos mandamentos e viver dignamente. O poder no sacerdócio é-nos concedido pelo Pai Celestial por intermédio do Espírito Santo. Com o poder do sacerdócio, podemos realizar a obra do Senhor; sem esse poder, não podemos.
• Mostre a gravura 1-a, “Os portadores do sacerdócio ministram aos doentes do mesmo modo que Cristo fazia na antigüidade”.
“Se formos dignos, poderemos ter um poder recebido de nosso Pai Celestial, que trará paz a um lar perturbado. Receberemos o poder que abençoará e confortará as criancinhas, que levará o sono a olhos chorosos durante a madrugada. Receberemos o poder que levará felicidade a uma reunião familiar, o poder para acalmar as frustrações e ansiedades de uma esposa cansada. Receberemos o poder que dará orientação a um adolescente confuso e vulnerável. Receberemos o poder de abençoar uma filha ao sair pela primeira vez com seu namorado ou antes de um casamento no templo, ou abençoar um filho antes de sua saída para uma missão ou faculdade. Poderemos, meus jovens irmãos, ter o poder de fazer cessar pensamentos malignos de um grupo de rapazes entretidos em conversas vulgares. Receberemos o poder de curar os enfermos e confortar os solitários. Esses são alguns dos importantes propósitos do sacerdócio.” (H. Burke Peterson, Conference Report, abril de 1976, pp. 50–51; ou Ensign, maio de 1976, p. 33)
• Peça ao portador do sacerdócio designado que compartilhe sua experiência falando sobre o poder do sacerdócio em sua vida.
Desenvolver Poder no Sacerdócio
Há diversas coisas que podemos fazer para desenvolver poder no sacerdócio:
Desejá-lo
Devemos primeiramente ter o desejo de desenvolver poder no sacerdócio. As escrituras ensinam que os homens recebem do Senhor de acordo com seus desejos. (Ver Alma 29:4; D&C 4:3; 6:8; 7:1–3.)
Viver Dignamente
Devemos esforçar-nos por guardar todos os mandamentos de nosso Pai Celestial. Ao vivermos dignamente, teremos o Espírito Santo como nosso companheiro constante, e Ele nos orientará para que façamos as coisas que devemos fazer. (Ver 2 Néfi 32:5.) Um viver digno inclui aprender a controlar nossos pensamentos, palavras e ações.
Ser Humilde
“Aquele que verdadeiramente se humilhar e arrepender-se de seus pecados e perseverar até o fim, esse será abençoado.” (Alma 32:15) Devemos estar prontos a aceitar e seguir os conselhos de nossos líderes, e a ouvir e seguir os sussurros do Espírito. Outras maneiras pelas quais podemos demonstrar humildade incluem: (1) levar em consideração, honestamente, os desejos justos dos familiares, ainda que não sejam exatamente os mesmos que os nossos; (2) ouvir, até mesmo o mais novo dos filhos; (3) colocar o bem-estar da família à frente de nosso próprio conforto; e (4) falar de maneira que sempre reflita o nosso amor e preocupação pelos outros.
Estudar
Devemos examinar as escrituras e ponderar a respeito delas. Somente pelo estudo pessoal das escrituras, poderemos conhecer a vontade de Deus e viver o evangelho. É necessário também que estudemos nossos manuais do sacerdócio para que conheçamos nossos deveres específicos como portadores do sacerdócio. O Presidente George Albert Smith ensinou: “É seu dever, em primeiro lugar, saber o que o Senhor deseja e, a seguir, pelo poder e força de Seu Santo Sacerdócio magnificar o seu chamado de tal maneira (…) que as pessoas fiquem felizes em segui-lo”. (Conference Report, abril de 1942, p. 14)
Orar
Devemos perguntar ao nosso Pai Celestial o que Ele quer que façamos. Devemos sempre orar pedindo orientação para que usemos o sacerdócio corretamente. Com relação ao poder da oração, o Presidente Gordon B. Hinckley ensinou: “A oração revela os poderes do céu em nosso favor. A oração é a grande dádiva que nosso Pai Eterno nos tem dado e pela qual nos aproximamos Dele e falamos com Ele em nome do Senhor Jesus Cristo. Orem sempre. Vocês não vencerão sozinhos. Vocês não atingirão seu potencial sozinhos. Precisam da ajuda do Senhor. (Teaching of Gordon B. Hinckley [1997], 470)
Amar o próximo
Jesus Cristo ensinou-nos que o poder do sacerdócio está alicerçado no amor e que devemos amar todas as pessoas. (Ver D&C 121:41–42, 45–46). O amor começa no lar. Devemos amar nossa família e nos preocupar com o seu bem-estar. Uma maneira de demonstrarmos nosso amor por nossos familiares é usando o sacerdócio para orientar e abençoar a vida deles.
Usar o Sacerdócio para Abençoar e Fortalecer Nossa Família
Quando usamos o sacerdócio, somos exemplos para outros portadores do sacerdócio, para o mundo e, ainda de mais importância, para nossa família. Nossos familiares, ao ver-nos usar o sacerdócio, saberão que somos servos do Senhor e nos procurarão quando necessitarem de ajuda. Todas as famílias devem usufruir as bênçãos que advêm quando pais e filhos usam o sacerdócio para o benefício de seus familiares.
O sacerdócio pode fazer diferença em nosso lar. O Presidente David O. McKay disse: “Um lar se transforma quando um homem possui e honra o sacerdócio”. (“Priesthood”, Instructor, outubro de 1968, p. 378)
• De que maneira você e sua família têm sido abençoados por causa do sacerdócio?
Conclusão
“Todos devemos reconhecer que não há nada no mundo mais poderoso do que o sacerdócio de Deus.” (N. Eldon Tanner, Conference Report, abril de 1976, p. 63; ou Ensign, maio de 1976, p. 41)
Na história que se segue, o Presidente N. Eldon Tanner explicou a importância de estar digno de receber o sacerdócio:
“Quando era bispo, eu tinha seis rapazes em minha ala com idade suficiente para serem ordenados élderes. Eu podia recomendar somente cinco deles, pois um não estava preparado. Havíamos conversado sobre o assunto várias vezes, mas ele dizia-me: ‘Não sou digno’. Ele sentia-se muito mal com respeito a isso, mas não esperava ser recomendado.
(…) Seu tio veio falar comigo e disse: ‘Você certamente não irá deter esse rapaz sendo que seus cinco amigos prosseguirão’. Ele implorou-me para deixar o rapaz avançar no sacerdócio. Ele disse: `Você estará conduzindo-o para fora da Igreja se não o fizer’.
‘Expliquei a esse homem: `O sacerdócio é a coisa mais importante que podemos dar a esse rapaz. Não estamos distribuindo o sacerdócio. (…) Este rapaz e eu nos entendemos e ele não está preparado para ser ordenado élder’. E ele não recebeu recomendação.
Uns poucos anos mais tarde, estava participando de uma conferência geral (…) e um jovem aproximou-se de mim e disse: `Presidente Tanner, acho que o Senhor não se lembra de mim. Eu sou o rapaz a quem o senhor não deu a recomendação para ser ordenado élder’. Ao estender a mão, disse: `Quero agradecer-lhe por isso. Atualmente sou bispo na Califórnia. Se o senhor me tivesse dado a recomendação quando eu não estava digno, possivelmente nunca teria avaliado o que é o sacerdócio, o que é esperado de uma pessoa, e certamente jamais teria sido bispo como hoje sou’.” (Conference Report, abril de 1973, p. 122; ou Ensign, julho de 1973, p. 94)
Devemos todos aprender “que os direitos do sacerdócio são inseparavelmente ligados com os poderes do céu e que os poderes do céu não podem ser controlados nem exercidos a não ser de acordo com os princípios da retidão”. (D&C 121:36) Para que recebamos o poder de Deus, precisamos ser dignos.
Devemos sempre nos lembrar de que possuímos autoridade e poder de Deus e O representamos. Quando usamos o sacerdócio, devemos perguntar a nós mesmos: “O que Jesus Cristo gostaria que eu fizesse nessa situação? Estou agindo da maneira que Ele gostaria que eu agisse?”
Desafios
Comprometa-se a estudar cuidadosamente as instruções deste manual do sacerdócio e aceite os desafios dados em cada lição. Ao cumprir esses desafios, você desenvolverá poder no sacerdócio, ficará mais próximo de nosso Pai Celestial e servirá melhor a outras pessoas.
Escritura Adicional
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Doutrina e Convênios 107:1–14 (diferenças entre o Sacerdócio de Melquisedeque e o Sacerdócio Aarônico)
Preparação do Professor
Antes de apresentar esta lição:
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Estude Princípios do Evangelho capítulos 13, “O Sacerdócio”, e 14, “A Organização do Sacerdócio”.
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Estude Doutrina e Convênios 121:34–46.
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Designe um portador do sacerdócio para compartilhar uma experiência que tenha tido que demonstre o poder do sacerdócio.
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Peça a cada membro da classe que traga as escrituras todas as semanas para a reunião do sacerdócio e que se prepare para ler e marcar as escrituras específicas em cada lição.
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Designe membros da classe para apresentar histórias, escrituras ou citações que você queira.