Manuais e chamados
O espírito é o verdadeiro professor


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O espírito é o verdadeiro professor

A impressão do Espírito Santo em uma alma que ouve a palavra de Deus é o “o poder de Deus para convencer os homens”. (D&C 11:21) O Presidente Joseph Fielding Smith ensinou:

“Quando o Espírito de Deus fala ao espírito do homem, tem o poder de comunicar a verdade com muito mais eficácia e clareza do que até mesmo o contato pessoal com seres celestiais. Por meio do Espírito Santo, a verdade enraíza-se nas próprias fibras e nervos do corpo, de maneira a não ser esquecida.” (Doctrines of Salvation, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. [1954–1956], 1:47–48)

”Quando um homem fala pelo poder do Espírito Santo, o poder do Espírito Santo leva as suas palavras ao coração dos filhos dos homens.” (2 Néfi 33:1) Nenhum professor mortal, por mais hábil ou experiente que seja, pode levar as bênçãos do testemunho e da conversão a outra pessoa. Esse papel é do Espírito Santo. É por meio Dele que as pessoas podem adquirir um testemunho da veracidade do evangelho. (Ver Morôni 10:5; D&C 50:13- 14.)

O Papel do Espírito no Ensino do Evangelho

Ao ensinarmos o evangelho, devemos ter a humildade de reconhecer que o Espírito Santo é o verdadeiro professor. Nosso privilégio é simplesmente servir de instrumentos por meio dos quais o Espírito Santo possa ensinar, testificar, consolar e inspirar. Devemos, portanto, ser dignos de receber o Espírito. (Ver “Buscar o Espírito”, na página 13.) Devemos orar pedindo a orientação do Espírito ao preparar e dar nossas aulas. (Ver “Reconhecer e Seguir o Espírito ao Ensinar”, pp. 47–48.) Devemos fazer tudo a nosso alcance para criar uma atmosfera na qual nossos alunos consigam sentir a influência do Espírito. (Ver “Convidar o Espírito ao Ensinar”, páginas 45–46.)

O Élder Gene R. Cook, dos Setenta, aconselhou: “Quem ensina? O Consolador. Lembre-se sempre de que você não é o ‘verdadeiro professor’. Isso é um sério engano. (…) Tenha cuidado para não interferir. O principal papel do professor é criar condições para que as pessoas tenham uma experiência espiritual com o Senhor. Você é um mero instrumento, não o professor. Só o Senhor conhece as necessidades dos alunos. Só Ele pode inspirar o coração das pessoas e fazer com que elas mudem”. (Discurso feito para educadores religiosos, 1º de setembro de 1989.)

Servir Humildemente de Instrumento nas Mãos do Senhor

Às vezes, somos tentados a pensar que as pessoas vão aproximar-se do Pai Celestial somente por causa de nossos esforços. Chegamos até a supor que é nosso poder de persuasão que as convence da verdade. Imaginamos também que nossa eloqüência e nosso conhecimento de determinado princípio do evangelho os inspirarão e edificarão. Se começarmos a crer em tais coisas, seremos um “empecilho” para o poder de convencimento do Espírito Santo. Devemos sempre nos lembrar do mandamento que o Senhor nos deu de “[proclamar] boas novas (…) com toda humildade, confiando [Nele]”. (D&C 19:29–30)

Caso se prepare espiritualmente e reconheça a influência do Senhor em seu ensino, você se tornará um instrumento nas mãos Dele. O Espírito Santo concederá poder a suas palavras.

O Élder Richard G. Scott do Quórum dos Doze ensinou sobre a diferença entre uma pessoa humilde que permite que o Espírito Santo ensine e uma orgulhosa que confia em sua própria força:

“Há alguns anos, recebi uma designação no México e América Central semelhante à de um Presidente de Área. (…)

Certo domingo, (…) fui à reunião do sacerdócio em um ramo mexicano onde um humilde e inculto líder do sacerdócio estava fazendo um enorme esforço para ensinar as verdades do evangelho. Era evidente como elas haviam influenciado sua vida. Percebi seu intenso desejo de transmitir aqueles princípios. Ele reconhecia que eram de grande valor para os irmãos a quem amava. Seus olhos não saíam do manual, mas sua atitude refletia o puro amor que sentia pelo Salvador e pelas pessoas a quem ensinava. Esse amor, sinceridade e pureza de intenção faziam com que a influência do Espírito Santo envolvesse a sala. (…)

Posteriormente, estive na classe da Escola Dominical da ala que minha família freqüenta. Um experiente professor universitário deu a aula. Essa experiência constituiu um espantoso contraste se comparada à que tivera na reunião do sacerdócio do ramo mexicano. Tive a impressão de que o instrutor escolhera propositadamente referências pouco conhecidas e exemplos incomuns para desenvolver o assunto do dia: a vida de Joseph Smith. Parecia-me que ele estava usando a oportunidade para impressionar a classe com seu grande conhecimento. (…) Ele mostrou-se menos dedicado a ensinar os princípios que o humilde professor do sacerdócio. (…)

(…) A humildade do líder mexicano do sacerdócio foi essencial para que ele fosse usado como instrumento para a transmissão espiritual da verdade.” (Helping Others to Be Spiritually Led [address to religious educators, 11 de agosto de 1998], pp. 10–12)

Outras Informações

Na lição 3 do curso Ensinar o Evangelho (pp. 198–202) há mais informações sobre como ensinar pelo Espírito.