Manuais e chamados
Parte F: Métodos Didáticos


Parte F: Métodos Didáticos

Esta parte de Ensino, Não Há Maior Chamado apresenta, diversos métodos para o ensino do evangelho. Escolha-os com cuidado, tendo sempre em mente os princípios que você está ensinando e as necessidades dos alunos. Ao selecioná-los, estude as informações contidas em “Ensinar de Forma Variada” (páginas 89–90), “Escolher Métodos Adequados” (página 91) e “Escolher Métodos Eficazes” (página 92).

Folhas de atividades

Ver “Exercícios Escritos”, nas páginas 183–184.

Atividades com Mímica

As crianças pequenas gostam de poemas e músicas com gestos simples. Você pode utilizar esse tipo de atividade para ajudá-las a aprender os princípios do evangelho. Pode também usá-lo para dar-lhes as boas-vindas no início de uma aula, prepará-las para orar e para participar da aula.

Pode ser útil ter várias dessas atividades prontas para você usar sempre que sentir necessidade de alterar o andamento de uma aula ou envolver as crianças em uma atividade.

Há idéias para atividades desse tipo em Músicas para Crianças, alguns manuais de lições da Primária e na seção O Amigo de A Liahona. Associando gestos simples a poemas e músicas, você pode criar suas próprias atividades.

Exemplo de Atividade com Mímica

Você pode utilizar a atividade a seguir para ensinar as crianças a serem gratas pelas criações de Deus. Ela está no manual Primária 1, Sou um Filho de Deus, p. 24.

O mundo é redondo e grande assim

[faça um círculo grande com os braços]

E nele estão as obras de Deus; Astros brilhando na amplidão

[abra e feche os dedos]

Enchem de amor o meu coração

[ponha as mãos no coração]

O mundo é redondo e grande assim

[faça um círculo grande com os braços]

Tem tantas coisas boas pra mim.

[abrace a si mesmo]

Como Ensinar uma Atividade com Mímica

Antes de ensinar uma atividade com mímica, memorize você mesmo as palavras e movimentos. Para ensinar uma atividade dessas:

  1. Recite as palavras e mostre os gestos para as crianças. Vá devagar e exagere os movimentos. Isso ajudará as crianças a compreender as palavras e gestos.

  2. Convide as crianças a fazer a atividade com você.

  3. Se as crianças gostarem da atividade, repita-a. Se ficarem irrequietas, abrevie-a. Se a atividade for muito longa, talvez seja melhor ajudar as crianças a fazer os gestos enquanto você declama as palavras sozinho.

De vez em quando, use gravuras para ajudar a apresentar a atividade. As figuras do Pacote de Gravuras do Evangelho, dos manuais de lições da Igreja e de A Liahona podem ser úteis. Consulte o Catálogo do Centro de Distribuição para verificar se há outros recursos à disposição.

Algumas crianças talvez não queiram envolver-se na atividade, mas se divertirão vendo as outras fazer os gestos. Quando estiverem prontas, participarão.

Técnicas de aplicação

Como professor do evangelho, uma de suas metas mais importantes deve ser auxiliar as pessoas a aplicarem os princípios do evangelho no dia-a-dia. As técnicas de aplicação podem ajudar os alunos a descobrirem as bênçãos advindas da prática do evangelho.

Nas linhas abaixo, encontram-se alguns métodos que podem ajudar seus alunos a viverem os princípios que você ensinar. Esses e muitos outros métodos estão descritos nesta seção do livro.

  • Discuta situações semelhantes às que seus alunos vivenciam. Utilize simulações, painéis, trabalhos em grupo, jogos, exercícios escritos, estudos de caso ou tempestade cerebral para discutir como fazer escolhas acertadas nessas circunstâncias.

  • Prepare perguntas de aplicação específicas para discutir com a classe.

  • Conte uma experiência pessoal que ilustre como a prática de um princípio do evangelho abençoou sua vida. Convide os alunos para relatarem brevemente suas próprias experiências.

  • Incentive as pessoas a quem ensinar a estabelecerem uma ou mais metas que as ajudem a viver o princípio que foi ensinado. Em uma aula sobre a oração, por exemplo, você pode encorajá-las a estabelecer uma meta que as leve a orar de modo mais significativo. Na semana seguinte, peça-lhes que externem seus sentimentos.

  • Leia passagens das escrituras que testifiquem do princípio. Peça aos alunos que leiam suas passagens ou histórias prediletas das escrituras.

  • Peça aos alunos que pensem em uma música que os ajude a recordarem o princípio. Sugira músicas que poderão utilizar.

  • Incentive seus alunos a transmitirem a mensagem da aula aos familiares. Pode, por exemplo, mostrar-lhes atividades, músicas, exercícios escritos ou escrituras que foram utilizados nas aulas. Peça-lhes que discutam com sua família como aplicar o princípio.

  • Peça aos alunos que escrevam uma escritura, citação, poema ou parte de uma música em uma folha de papel que possam levar para casa como lembrete do tema da lição.

  • Peça às crianças que façam um desenho delas mesmas vivendo determinado princípio.

  • Ajude seus alunos a memorizar uma regra de fé relacionada ao princípio. Com as crianças, associe o princípio a um dos itens de “Meus Padrões do Evangelho”, que está no verso do livreto Meus Dias de Realização.

  • Com um mês de antecedência, designe alguns alunos para estudar uma lição específica e aplicá-la em sua vida. Quando der a aula, peça às pessoas que receberam a designação que relatem as experiências que tiveram.

Atividades motivadoras (para atrair atenção)

Podem-se utilizar atividades motivadoras para despertar o interesse dos alunos e ajudá-los a voltarem a atenção para o tema da lição. Elas devem ser curtas e conduzir diretamente à aula. São mais usadas no início das aulas, mas também podem servir para atrair a atenção dos alunos no meio delas e para fazer a transição de uma parte para outra de determinada aula. Muitas lições de manuais da Igreja contêm sugestões de atividades motivadoras.

Há sugestões para o uso e criação de atividades motivadoras em “Iniciar a Aula”, na página 93, e “Ajudar os Alunos a Prestarem Atenção”, nas páginas 71–72.

Recursos audiovisuais (fitas de áudio e vídeo)

Ocasionalmente, você pode utilizar fitas de áudio e vídeo produzidas pela Igreja para ajudar a ensinar os princípios do evangelho. Alguns desses recursos destinamse a serem usados em lições específicas de alguns cursos. Já outros podem ser utilizados em aulas nas mais variadas situações. Procure a edição mais recente do Catálogo do Centro de Distribuição para consultar a lista de recursos audiovisuais produzidos pela Igreja.

Nas aulas e atividades da Igreja, as leis de direitos autorais em geral não permitem o uso de recursos audiovisuais que não sejam de propriedade da Igreja. As diretrizes relativas aos direitos autorais estão nas páginas 324–325 do Manual de Instruções da Igreja, Volume 2: Líderes do Sacerdócio e das Auxiliares.

Como Utilizar os Recursos Audiovisuais

  1. Assista à apresentação (ou ouça-a) antes de usá-la na aula. Certifique-se de que ela corrobore ou apóie o conteúdo da lição.

  2. Prepare a fita de modo que ela comece no ponto certo quando for usá-la. Procure utilizar apenas trechos curtos; as apresentações audiovisuais não devem ocupar todo o tempo da aula.

  3. Instale o equipamento antes do início da aula. Assegurese de que esteja funcionando adequadamente. Verifique também que todos os alunos consigam ouvir e ver a apresentação do local onde estiverem sentados.

Ao usar a apresentação durante a aula, certifique-se de que seja uma ferramenta de ensino e não de entretenimento. Você pode, por exemplo, incentivar os alunos durante um filme a identificarem princípios ou situações específicas. Também pode pedir-lhes que resumam a mensagem de uma fita após ouvirem-na.

Tempestade cerebral (brainstorming)

Em uma atividade de tempestade cerebral, o professor apresenta uma pergunta ou situação e dá tempo aos alunos para que sugiram soluções ou idéias livremente.

Exemplos de Atividades de Tempestade Cerebral

Você pode utilizar a tempestade cerebral para buscar soluções para com uma necessidade de sua família, classe ou quórum. Pode, por exemplo, pedir aos alunos que organizem um projeto de serviço, sugerir maneiras de convidar membros menos ativos para uma atividade ou idéias para melhorar o trabalho dos mestres familiares.

Pode utilizar também a tempestade cerebral para estimular idéias sobre um assunto específico em uma aula. Pode, por exemplo, pedir a seus alunos que passem alguns minutos enumerando bênçãos que receberam por meio do sacerdócio ou coisas que podem fazer para serem bons exemplos como membros da Igreja.

Como Realizar uma Atividade de Tempestade Cerebral

  1. Explique como se faz a tempestade cerebral. Diga aos alunos que lhes dará algum tempo para que contribuam com suas idéias. Ajude-os a compreender que você não criticará nem ridicularizará seus comentários. Diga que eles tampouco devem censurar as opiniões alheias ou zombar delas. Devido à natureza da tempestade cerebral, você talvez precise realçar a importância da reverência durante a atividade.

  2. Apresente uma pergunta ou situação específica. Certifique-se de que os alunos saibam quanto tempo têm para dar sugestões.

  3. Deixe os alunos contribuirem com suas idéias. Caso hesitem para iniciar a tempestade cerebral, talvez você precise começar sugerindo algumas idéias suas. Procure formas de envolver as pessoas que costumam ficar indiferentes.

  4. À medida que os alunos derem sugestões, escreva-as no quadro-negro ou em uma folha ou peça a outra pessoa que o faça.

  5. Quando o tempo acabar, discuta as sugestões dos alunos. Peça-lhes que as aperfeiçoem e conversem sobre como elas se relacionam à aula. Se o propósito da atividade tiver sido decidir sobre determinada ação a ser tomada, como um projeto de serviço ou um plano para convidar membros menos ativos para uma atividade, ajude-os a optar por uma das sugestões. Em seguida, auxilie–os na elaboração de planos para segui-la. 6. Se eles sugerirem idéias sinceras, mas que constituam doutrina falsa, reserve tempo durante a aula para, com muito tato, retificá-las.

Trabalhos em Grupo

Nessas atividades, os alunos dividem-se em pequenos grupos para discussão. Os grupos falam sobre assuntos propostos e em seguida relatam suas idéias aos demais. Você pode utilizar o trabalho em grupo para proporcionar a um grupo maior de alunos a oportunidade de participar de determinada aula. As pessoas que costumam relutar em participar poderão expressar, em grupos menores, idéias que talvez não tivessem coragem de externar em frente de toda a classe. Isso as ajudará a ver que suas idéias são importantes para os demais.

Às vezes, os grupos podem relatar suas idéias fazendo cartazes, quadros ou desenhos. Você pode, por exemplo, pedir-lhes que desenhem partes diferentes da mesma história das escrituras ou coisas pelas quais são gratos.

Exemplo de Trabalho em Grupo

Em uma aula sobre a preparação para o serviço missionário de tempo integral, um instrutor do quórum de élderes pode dividir os membros do quórum em cinco grupos e pedir que cada um se prepare para fazer um relato sobre uma das perguntas a seguir:

  • O que os rapazes podem fazer para preparem-se para servir como missionários de tempo integral?

  • O que os pais podem fazer para ajudar seus filhos a prepararem-se para servir como missionários de tempo integral?

  • O que os mestres familiares podem fazer para ajudar os meninos e rapazes a prepararem-se para servir como missionários de tempo integral?

  • O que os consultores do Sacerdócio Aarônico podem fazer para ajudar os rapazes a prepararem-se para servir como missionários de tempo integral?

  • O que os adultos podem fazer para prepararem-se para servir como missionários de tempo integral?

Você pode utilizar esse mesmo padrão para abordar outros assuntos nos trabalhos em grupo.

Como Realizar Trabalhos em Grupo

Os passos a seguir mostram como realizar trabalhos em grupo. Durante a fase de planejamento, calcule quanto tempo vai demorar cada um dos passos. Certifique-se de que o processo não consuma tempo demais da aula.

  1. Divida a classe em grupos de pelo menos três pessoas. (Ou simplesmente peça a cada aluno que converse com o que estiver a seu lado. Se optar por esse último método, será necessário adaptar os passos de 2 a 6.)

  2. Escolha um líder para cada grupo ou deixe os próprios grupos fazerem-no. Também designe um redator para cada grupo e dê-lhe uma folha e um lápis ou caneta para que registre as idéias discutidas. Os líderes são responsáveis pelo andamento das discussões e posteriormente relatam à classe o que foi tratado. (Se você pedir aos grupos que façam desenhos, dê a cada um deles os materiais de que precisarem, como papel e lápis de cor.)

  3. Dê a cada grupo um assunto relacionado à lição. Você pode pedir a todos os grupos que discutam o mesmo assunto ou designar um tema diferente para cada um. Pode ser útil entregar o assunto por escrito aos participantes.

  4. Fixe um horário para o término da discussão. Certifiquese de que os alunos não se desviem da tarefa. Um ou dois minutos antes do fim do prazo, avise-os.

  5. Convide cada líder de grupo para apresentar as idéias abordadas. (Se todos os grupos tiverem discutido o mesmo assunto, peça aos grupos que se revezem na apresentação das idéias. Do contrário, os primeiros grupos falarão muito e não permitirão que os demais digam nada de novo.)

  6. Resuma as apresentações, certificando-se de que o assunto tenha sido suficientemente explorado. Ajude os alunos a compreenderem como suas discussões se relacionam aos princípios ensinados.

Estudos de caso

Os estudos de caso são situações realistas que levam os alunos a ponderar ou discutir o que poderiam fazer em situações semelhantes. Eles podem ajudar a mostrar como os princípios do evangelho se aplicam ao cotidiano. Você pode utilizar estudos de caso para incentivar a discussão, realçar a idéia principal de uma lição ou encerrar uma aula.

Os estudos de caso podem basear-se em histórias verídicas ou situações fictícias verossímeis. Se utilizar um estudo de caso baseado em um acontecimento real, talvez seja interessante contar, em algum momento da aula, o desfecho da história.

Exemplos de Estudos de Caso

A seguir, há quatro exemplos de estudos de caso com perguntas para discussão.

Tratar Bem as Pessoas

Você está brincando com alguns amigos do bairro desde o início da manhã e está divertindo-se muito. Uma menina que está visitando a família vizinha vai para a rua e parece querer brincar com vocês.

• O que vocês devem fazer?

Pagar o Dízimo Integral

Estamos no fim de dezembro e o irmão e a irmã Nunes estão examinando seu orçamento mensal. Percebem que não conseguirão pagar todas as suas contas se obedecerem à lei do dízimo.

• Se vocês estivessem no lugar desse casal, o que fariam?

Proclamar o Evangelho

Você marcou, já há vários meses, ir ao templo com os outros rapazes e moças da ala para fazer batismos pelos mortos. Um amigo não-membro convida-o para uma festa na mesma noite. Você diz que não poderá ir, e ele pergunta-lhe por quê.

• Como vocês responderiam?

Tomar Decisões Acertadas

Um amigo convidou-o para assistir a um filme que você sabe ser impróprio.

• O que vocês poderiam fazer para recusar o convite?

Como Criar um Estudo de Caso

Algumas lições de manuais da Igreja contêm histórias que podem ser utilizadas como estudos de caso. No entanto, às vezes você desejará criar os seus. Para fazê-lo, siga os passos a seguir:

  1. Tenha sempre em mente os princípios que você está se preparando para ensinar. Então, pense em situações que se relacionem a eles e se apliquem à faixa etária de seus alunos.

  2. Prepare-se para apresentar as situações de forma realista e de modo a estimular o raciocínio e a discussão. (Ver “Dirigir Discussões”, nas páginas 63–65; “Ensinar com Perguntas”, nas páginas 68–70 e “Histórias”, nas páginas 179–182.)

  3. Pense no que você pode dizer ou fazer para ressaltar os princípios após a discussão.

Quadro-negro

O quadro-negro é um dos instrumentos de ensino mais simples e mais fáceis de serem encontrados. Você pode utilizá-lo para:

  • Salientar fatos ou idéias-chave e ajudar os alunos a lembrarem-se deles.

  • Valorizar as idéias dos alunos, registrando-as.

  • Guiar as discussões escrevendo as perguntas e respostas dos alunos. Eis um exemplo:

  • Esclarecer idéias e histórias ao ilustrá-las de forma simples. Por exemplo:

  • Faça esboços ou listas para ajudar os alunos a acompanharem a discussão.

  • Faça uma relação das designações ou escrituras referentes à lição atual ou à próxima.

Diretrizes para o Uso do Quadro-negro

As diretrizes a seguir podem ajudá-lo a utilizar o quadro- negro como uma ferramenta de ensino eficaz. Aplicam-se também ao uso de retroprojetores e quadros brancos.

  • Planeje e treine o que vai escrever, decidindo como vai organizar as informações ou desenhos. Pratique com antecedência todas as ilustrações que for fazer.

  • Se você planejar usar esboços, listas ou ilustrações no quadro-negro, faça-os antes da aula e então os cubra com papel, deixando para mostrá-los no momento oportuno da aula.

Escreva com clareza e tamanho suficientes para que todos consigam enxergar. Deixe espaços adequados e escreva de forma organizada e fácil de ler. Escreva somente palavras e frases-chaves.

  • Use figuras e formas simples para ilustrar histórias ou idéias. Se elas forem simples, você evitará que se tornem o centro das atenções da aula.

  • Mantenha o interesse dos alunos conversando com eles ao escrever.

  • Não fique muito tempo no quadro-negro. Isso pode fazer com que os alunos percam o interesse.

  • Não fique desculpando-se por seus erros de ortografia, sua caligrafia ruim ou sua falta de talento artístico. Se o fizer, você só atrairá ainda mais atenção para esse aspecto específico de sua caligrafia ou desenho. Caso não se sinta muito à vontade no quadro-negro, peça ajuda a alguém.

  • Ocasionalmente, peça que alguém escreva no quadro- negro para que você consiga manter o contato visual com os alunos. Certifique-se de que a pessoa que o estiver auxiliando compreenda o que você deseja que ela escreva e onde deve fazê-lo no quadro-negro.

Jograis (ver também leitura dramática; declamações)

Em um jogral, um grupo lê em coro passagens das escrituras, poemas ou textos em prosa. Pode-se realizar essa atividade durante uma aula ou apresentá-la em público.

Você pode utilizar esse método para apresentar relatos das escrituras, histórias, poemas e outras informações. Pode usá-lo também em um programa especial de fim de ano ou outros eventos especiais.

Exemplo de Jogral

Tema: Regras de Fé Procedimento: Peça aos alunos que estudem as Regras de Fé e depois as repitam em uníssono.

Como Realizar Jograis

• Escolha materiais que apóiem o tema da aula. Podem-se encontrar materiais adequados nas escrituras, nos manuais da Igreja, em A Liahona e em Músicas para Crianças.

• Se você for fazer uma apresentação pública de jogral, peça ao grupo que pratique para conseguirem falar juntos. Certifique-se de que falem com clareza, façam pausas e alterem o volume e velocidade da voz a fim de conseguirem transmitir a mensagem. Durante a apresentação, posicione-se na frente deles para ajudá-los a recitar sua parte juntos.

Comparações e atividades com objetos

Em geral, é difícil ensinar aspectos abstratos do evangelho — princípios como a fé, o arrependimento, o amor, a Expiação de Jesus Cristo, a remissão dos pecados e a redenção. O Élder Boyd K. Packer disse:

“Ao ensinarmos o evangelho, não recriamos o mundo material à nossa volta; lidamos com o mundo intangível dentro de nós e há uma grande diferença nisso. Não dispomos de nenhuma das ferramentas comuns. Descrever um gato para um jovem é muito mais simples do que tentar descrever-lhe a fé. É difícil explicar o que é a fé.

Qual é, por exemplo, o tamanho da fé? Logo vemos que não seria de muito proveito recorrer às dimensões físicas. Para um jovem que não conhece nada sobre a fé, não adianta muito falar em termos de quantidade, como muita ou pouca fé, ainda que vagamente. Tampouco podemos dizer-lhe qual é sua cor, forma ou textura.”

Em seguida, o Élder Packer falou de uma ferramenta didática que podemos usar para ensinar princípios intangíveis: “Associe a idéia abstrata (…) a algum objeto concreto que o estudante já conheça e em volta disso edifique o conhecimento”. (Teach Ye Diligently, rev. ed. [1991], pp. 31–32)

Você pode utilizar comparações e atividades com objetos para ajudar os alunos a compreenderem princípios intangíveis. Juntamente com o uso de histórias e do testemunho pessoal, esses métodos proporcionam-lhe um excelente conjunto de instrumentos para o ensino de realidades eternas que nossos sentidos não identificam.

Ao utilizar comparações e atividades com objetos, lembre-se de que elas devem sempre reforçar o propósito da lição e não devem desviar-se dos princípios do evangelho que você está ensinando.

Comparações

O Salvador costumava fazer menção a objetos terrenos ou experiências comuns para ajudar Seus ouvintes a compreenderem princípios espirituais. Referiu-Se a Si mesmo como o “pão da vida” (João 6:35) e o “bom Pastor” (João 10:11, 14). Ele ensinou Seus seguidores a buscarem as ovelhas perdidas (ver Mateus 10:5–8) e a apascentarem Seus cordeiros (ver João 21:15–17). O Senhor comparou o reino dos céus a um tesouro, uma pérola e uma rede de pescador (ver Mateus 13:44–48). Comparou a fé a um grão de mostarda (ver Mateus 17:20). Disse que podemos conhecer as pessoas por seus frutos (ver Mateus 7:15–20). Em Suas pregações, uma porta estreita simbolizava o caminho da vida eterna (ver Mateus 7:13–14) e Seus discípulos foram chamados de pescadores de homens (ver Mateus 4:18–19). Falou sobre coligar Seu povo como a galinha ajunta seus pintos debaixo das asas (ver Mateus 23:37).

Com prática e imaginação, você conseguirá enxergar aplicações do evangelho em objetos corriqueiros. A oração, por exemplo, pode ser comparada a um rádio; a bênção patriarcal, à Liahona e a esperança, à luz do sol que rompe nuvens escuras. Você pode identificar lições nas experiências que tiver no trabalho, nas tarefas domésticas rotineiras ou em suas relações com as pessoas. (Ver “Procurar Lições em Tudo”, páginas 22–23.)

O Élder Packer sugeriu uma fórmula para fazermos comparações:

____________ é como ______________

Conforme vemos no exemplo abaixo, essa fórmula pode ser usada para ensinar a respeito do arrependimento. Esse princípio intangível torna-se mais claro se o compararmos a algo simples e conhecido. O Élder Packer ensinou:

“Vejamos um assunto como o arrependimento.

O [arrependimento] é como __________ .

Que coisa corriqueira e conhecida por todos pode ser comparada ao arrependimento? Usemos, por exemplo, o sabão.

O [arrependimento] é como [o sabão].” (Ver Teach Ye Diligently, pp. 36–37, ver também a página 34.)

Outros Exemplos de Comparações

A seguir, há uma lista de outras comparações que você pode usar para ensinar o evangelho:

O estudo das escrituras é como um banquete.

Os filhos são como um tesouro.

A fé é como um escudo.

As escrituras são como um bote salva-vidas em águas agitadas.

O pecado é como a areia movediça.

Atividades com Objetos

Assim como as comparações, as atividades com objetos associam princípios abstratos a coisas físicas conhecidas. Contudo, em uma atividade com objetos, usamos objetos reais, em vez de apenas fazermos menção a eles. Para ajudar os alunos a entenderem o efeito purificador do arrependimento, por exemplo, um professor pode mostrar uma barra de sabão e até mesmo usá-la para limpar a sujeira das mãos.

Outros Exemplos de Atividades com Objetos

Os exemplos abaixo contêm mais instruções sobre como usar atividades com objetos:

• Para mostrar que as ordenanças e convênios são inseparáveis, mostre uma moeda. Depois, pergunte que lado da moeda é o mais importante. (Nenhum deles.) Pergunte aos alunos se conseguem separar os lados da moeda. Então, explique-lhes que as ordenanças e convênios são inseparáveis, assim como os dois lados de uma moeda. Ressalte também que as ordenanças e convênios são essenciais para sermos admitidos na presença de Deus, da mesma forma que as moedas às vezes, são necessárias para sermos admitidos a certos eventos.

• A fim de salientar que cada pessoa é importante, peça que os alunos montem um quebra-cabeça do qual você tenha retirado uma peça. Quando perguntarem sobre a peça que está faltando, entregue-a a eles. Pergunte por que ela é importante. Em seguida, explique-lhes que cada peça do quebra-cabeça é como um membro da família ou colega de classe. Todos são importantes.

• Para ilustrar a importância do evangelho, mostre um mapa. Pergunte por que usamos mapas. Em seguida, compare-os ao evangelho. Explique-lhes que, assim como o mapa, o evangelho de Jesus Cristo nos guia. Ajuda-nos a permanecer no caminho que conduz à vida eterna ao lado de nosso Pai Celestial.

• Para ensinar sobre cultivar a palavra de Deus depois de ela ter sido plantada em nosso coração (ver Alma 32:28–43), desenhe duas plantas: uma viçosa, que cresce em um solo úmido e rico, e outra fraca, plantada em terreno seco e infértil.

Quando Utilizar Comparações e Atividades com Objetos

As comparações e atividades com objetos podem ser usadas de muitas formas, mas são de especial utilidade quando você precisa:

  • Chamar a atenção de seus ouvintes. Você pode utilizar comparações e atividades com objetos para despertar rapidamente o interesse dos alunos, prender-lhes a atenção e apresentar um assunto ou princípio de uma lição.

  • Esquematizar a lição. Às vezes, você pode fazer toda uma aula girar em torno de uma comparação ou atividade com objetos.

  • Concluir, resumir e incentivar. Depois de ensinar um princípio do evangelho, você pode usar uma comparação ou atividade com objetos para sintetizar o que foi discutido e motivar seus alunos a fazer mudanças significativas em sua vida.

Demonstrações

Às vezes, você poderá sentir que a melhor forma de ensinar determinado princípio ou técnica é demonstrandoos. As demonstrações podem ser utilizadas no ensino de habilidades como reger músicas e hinos, administrar primeiros socorros, fazer pão, dar nós, utilizar recursos de história da família ou realizar uma ordenança do sacerdócio. Depois de fazer a demonstração, dê aos alunos a oportunidade de pôr a técnica em prática.

Se você convidar outra pessoa para demonstrar uma técnica ou habilidade, não deixe de oferecer auxílio na preparação dela.

Como Preparar e Apresentar uma Demonstração

Para preparar uma demonstração, siga estes passos:

  1. Ensaie a demonstração com antecedência. Certifique-se de que ela cumpra seus objetivos e de que você consiga apresentá-la no tempo de que dispuser. Assegure-se também de que ela seja adequada a seus ouvintes, para que não fiquem frustrados ao praticar a nova técnica.

  2. Examine todos os materiais e equipamentos necessários. Certifique-se de que os objetos sejam grandes o bastante para serem vistos por todos ou que você consiga descrevê-los, caso sejam pequenos demais. Se você tiver pedido a uma pessoa que faça a demonstração e não esperar que ela traga os materiais e equipamentos necessários, peça-lhe que prepare uma lista do que precisará. Se você desejar que todos os alunos repitam o processo ensinado na demonstração, ponha todos os materiais e equipamentos necessários à disposição deles. Você pode fornecer uma folha com as orientações a cada aluno. Quaisquer medidas ou ingredientes devem ser mencionados na folha e durante a demonstração.

  3. Após a demonstração, pode ser útil pedir que outros conhecedores da técnica ajudem os alunos a praticá-la. Se for o caso, convide-os com antecedência.

  4. Arrume a sala e disponha as cadeiras de modo que todos consigam ver e ouvir.

  5. Se necessário, providencie a limpeza do local após a demonstração.

Para apresentar uma demonstração, siga estes passos:

  1. Explique. Ajude os alunos a compreender o propósito da demonstração e dos procedimentos. Ajude-os também a ver como a técnica, processo ou habilidade lhes será útil.

  2. Demonstre. Mostre como utilizar a técnica, processo ou habilidade. Assim, os alunos terão um exemplo ou modelo para seguir.

  3. Pratique. Permita que os alunos treinem o procedimento. Durante a fase da prática, observe, ensine e ajude quando necessário. Seja paciente, compreensivo, positivo e motive os alunos.

Na página 168, há um exemplo do uso de uma demonstração no ensino de um princípio.

Dioramas (ver também figuras de papel)

Dioramas são pequenos cenários nos quais são mostradas figuras. Dioramas e figuras simples podem tornar as histórias memoráveis e interessantes para as crianças.

Exemplos de Dioramas e Figuras

Você pode pedir a seus alunos que o ajudem a fazer dioramas e figuras durante a aula ou que tragam figuras para utilizar nos dioramas já prontos.

Receita para a Massa de Modelar

  • 1 xícara de sal

  • 4 xícaras de farinha de trigo

  • 1 colher de chá de óleo de cozinha

  • 2 xícaras de água

  • Corante (opcional)

Misture o sal com a farinha. Em outra tigela, misture o óleo, a água e, se desejar, o corante. Em seguida, adicione o óleo e a água à mistura de farinha e sal. Amasse-a até que adquira consistência. Ponha-a em um recipiente hermético para que continue macia.

Os dioramas feitos com caixas e pratos podem ser usados em mais de uma história.

Discussões

Ver “Dirigir Discussões”, páginas 63–65.

Dramatizações

Em uma dramatização, as pessoas representam uma história. Seus alunos podem adquirir uma melhor compreensão dos princípios do evangelho ao dramatizarem passagens das escrituras, da história da Igreja ou artigos de A Liahona.

Tipos de Dramatização

Há três tipos diferentes de dramatização. Você pode, por exemplo:

  • Ler uma história (ou pedir a outra pessoa que o faça) enquanto os participantes a representam em silêncio.

  • Contar uma história e em seguida solicitar aos alunos que a dramatizem com ou sem palavras. Em geral, as crianças pequenas gostam de atuar na mesma história várias vezes, fazendo o papel de personagens diferentes em cada oportunidade.

  • Preparar os roteiros com antecedência para que os participantes os leiam durante a aula.

  • Orientar alguns participantes a representarem, apenas com mímica, uma história conhecida e depois pedir aos demais que adivinhem qual era.

  • Entreviste uma pessoa como se ela fosse um personagem das escrituras ou da história da Igreja. Peça a alguém, por exemplo, que faça o papel de Sem, um dos filhos de Noé. Pergunte-lhe a respeito da pregação de Noé, do dilúvio, da arca e do dia em que Noé e sua família finalmente puderam voltar a pisar em terra firme. (Se você estiver planejando fazer uma “entrevista” dessas, converse com a pessoa designada com antecedência, informando-lhe as perguntas que fará.)

Como Preparar e Realizar Dramatizações

Independentemente da forma como forem feitas, as dramatizações devem estar diretamente relacionadas à lição. Devem ajudar os alunos a lembrarem-se dos princípios do evangelho e transmitir mensagens simples e diretas. Não devem depreciar a natureza sagrada dos eventos escriturísticos ou históricos.

Trajes simples como túnicas e chapéus podem tornar as dramatizações mais interessantes, principalmente para as crianças. Pode ser que você ache importante usar crachás para identificar os personagens.

Alguns alunos talvez não se disponham a representar personagens das escrituras ou da história da Igreja. Cabe a você descobrir maneiras de envolvê-los. Algumas crianças, por exemplo, podem sentir-se mais à vontade atuando como animais. Pode ser também que gostem de fazer efeitos sonoros como o ruído do vento ou de passos. Se alguém não quiser participar, não pressione.

Para realizar uma dramatização:

  1. Peça a participação de voluntários na dramatização e designe os papéis.

  2. Ajude os participantes a compreenderem a história que vão dramatizar e os personagens que vão representar. 3. Conforme a necessidade, ajude os participantes a desempenharem seu papel durante a dramatização. Lembre-os das falas no decorrer da dramatização. Se você der aula para crianças pequenas, pode ser útil fazer perguntas para refrescar-lhes a memória, como “O que você vai fazer agora?” ou “E agora, o que vai dizer?”

As dramatizações não devem ocupar todo o tempo da aula. Sempre deixe tempo suficiente ao fim da dramatização para perguntar aos participantes o que aprenderam. Ajudeos a relacionar a mensagem da dramatização à aula e à própria vida.

Cuidados na Representação da Deidade nas Dramatizações

“Deus o Pai e o Espírito Santo não devem ser retratados em reuniões, peças teatrais ou musicais.

Caso se vá fazer uma representação do Salvador, deve-se ter a maior reverência e dignidade. Só se deve dar o papel a pessoas de caráter íntegro. As falas da pessoa que representa o Salvador devem restringir-se às escrituras proferidas por Ele. A pessoa que faz o papel do Salvador não deve cantar nem dançar.

Ao fim da apresentação, a pessoa não deve permanecer com o traje no salão ou em nenhum outro local. Deve trocar-se imediatamente e usar roupas comuns.

O Salvador não deve ser representado por crianças em dramatizações, exceto no presépio.” (Manual de Instruções da Igreja, Volume 2: Líderes do Sacerdócio e das Auxiliares [1998], p. 279)

Você pode pedir a um narrador que leia as palavras proferidas pelo Salvador nas escrituras.

Atividades de desenho

Uma forma de ajudar os alunos a compreenderem os princípios do evangelho é pedir-lhes que façam desenhos. Isso lhes dará a oportunidade de explorar e expressar seu entendimento e sentimentos a respeito das histórias e princípios do evangelho em discussão.

Exemplos de Atividades de Desenho

  • Peça aos alunos que desenhem coisas relacionadas ao tema da lição. Você pode, por exemplo, solicitar que façam desenhos sobre sua casa, sua família, as férias, o dízimo ou a preparação para ir ao templo.

  • Peça aos alunos que preparem um mural ou quadro relacionado à aula. Peça-lhes que trabalhem juntos em uma grande folha de papel.

  • Conte uma história. Em seguida, peça aos alunos que façam desenhos que expressem os sentimentos que ela tiver despertado neles.

  • Depois de narrar uma história, peça a cada pessoa que faça um desenho sobre uma parte específica desse relato e o use para recontá-lo. Você pode juntá-los e exibi-los em forma de cineminha. (Ver “Cineminha”, nas páginas 178–179.)

  • Cante um hino ou música da Primária ou toque uma fita. Peça a seus alunos que façam desenhos mostrando o que lhes vem à mente e ao coração quando ouvem esse hino ou música.

Diretrizes para a Realização de Atividades de Desenho

Quando pedir que os alunos desenhem durante a aula, certifique-se de que a atividade se relacione aos princípios que estiver ensinando. No entanto, não permita que ela se torne o centro das atenções. Dê uma tarefa simples para que os alunos consigam concluí-la em um curto espaço de tempo. Não deixe de fornecer todos os materiais necessários.

Quando os alunos forem desenhar, incentive-os a darem asas à imaginação. Não faça as crianças acharem que são obrigadas a fazer um desenho de determinada maneira. Quando desenharem, não deixe de elogiá-las por seu esforço. Se quiser saber algo a respeito do que alguém estiver desenhando, não pergunte: “O que você está desenhando?” Diga simplesmente: “Fale-me sobre seu desenho”.

Ocasionalmente, você pode usar páginas da seção O Amigo de A Liahona. Quando as crianças forem colorir gravuras do Salvador, lembre-as de que devem fazê-lo com respeito e reverência.

Quando chegar a hora de dar continuidade à aula, peça aos alunos que falem sobre seus desenhos uns com os outros. Pergunte-lhes de que forma os desenhos se relacionam à lição. Às vezes, pode ser útil deixá-los expostos no restante da aula.

Se você estiver dando uma aula na Igreja, incentive os alunos a mostrarem seus desenhos aos familiares. Isso os ajudará a lembrarem-se do que aprenderam. Também dará aos pais a oportunidade de discutirem os princípios do evangelho com os filhos.

Exemplos

Tente imaginar a tarefa de explicar como marcar as escrituras a uma pessoa que jamais viu alguém o fazer. Se você usasse apenas palavras, ela teria dificuldade para entender. Mas é bem provável que o problema desapareceria se você lhes mostrasse exemplos de páginas marcadas em suas próprias escrituras. Imagine como seria explicar o dízimo às crianças que não compreendam o significado da expressão um décimo. Elas conseguiriam entender o dízimo com mais facilidade se você lhes fornecesse um exemplo, espalhando dez moedas em uma mesa e colocando uma delas em um envelope de contribuições.

Como professor do evangelho, muitas vezes se deparará com o desafio de ajudar as pessoas a compreenderem algo que não haviam entendido anteriormente. Uma forma de conseguir isso é utilizar exemplos. É importante expor princípios e explicar o modo de aplicá-los, mas você conseguirá ensinar de forma mais eficaz quando também fornecer exemplos.

Lance mão de muitos exemplos nas aulas para ter certeza de que os alunos compreendam o que você ensinar. Na página 73 deste livro, há a história de um professor que deveria ter utilizado um exemplo em uma lição da Primária sobre a revelação. Ele esmerou-se na apresentação da aula, usando uma série de métodos eficazes. Perto do fim da aula, fez uma pergunta para recapitular o que ensinara: “Quem tem autoridade para receber revelação para a Igreja?” Todas as crianças levantaram a mão, pois sabiam a resposta: o Presidente da Igreja. Mas então o professor descobriu, quase por acaso, que os alunos desconheciam o significado da palavra revelação. Se ele houvesse dado alguns exemplos simples no início da aula, como uma experiência pessoal em que fora guiado pelo Espírito Santo ou o relato do Senhor falando a Joseph Smith na Primeira Visão, teria feito toda a diferença.

Como Utilizar Exemplos

Há muitas formas de apresentar exemplos. O mais importante é usar exemplos que ajudem os alunos a entenderem claramente o que você estiver ensinando. A seguir, há algumas idéias.

Exemplos Conhecidos de Idéias Incomuns

Se você estiver abordando um conceito com o qual seus alunos não tiverem muita familiaridade, utilize exemplos específicos e conhecidos para ajudá-los a entendê-lo. Se estiver discorrendo sobre as ordenanças do sacerdócio, por exemplo, você pode dizer: “O batismo, o sacramento e o casamento no templo para a eternidade são exemplos de ordenanças do sacerdócio”. Se você fizer menção aos profetas, pode dizer: “Adão, Abraão e Moisés foram profetas na antigüidade. Alguns exemplos de profetas nos últimos dias são Joseph Smith, David O. McKay, Ezra Taft Benson e Gordon B. Hinckley”.

Pode ser difícil fazê-lo no caso de conceitos abstratos, como a fé, a remissão dos pecados ou a redenção. Em geral, é melhor ensiná-los recorrendo a histórias, comparações ou atividades com objetos. (Ver “Comparações e Atividades com Objetos”, nas páginas 163–164.)

Exemplos para Demonstrar Técnicas

Muitas vezes, a melhor forma de ensinar uma técnica é por meio de uma demonstração. Veja o exemplo a seguir:

  • Para ajudar alguém a aprender a preparar uma aula, mostre o esboço de uma aula que tenha preparado.

  • Em vez de simplesmente informar as pessoas da existência de auxílios de estudo nas escrituras e explicar a forma de usá-los, peça-lhes que abram suas escrituras no Guia para Estudo das Escrituras e em outros recursos. Em seguida, mostre como usá-los.

Exemplos para Demonstrar Princípios

Alguns princípios podem ser demonstrados. A história a seguir mostra como uma professora da Primária demonstrou o princípio da generosidade:

“A professora de uma turma de crianças de três anos da Primária discorreu brevemente sobre a importância de dividirmos o que temos e depois contou duas histórias a respeito de crianças que o fizeram. Em seguida, cobriu o chão de jornais e deu uma bola de argila para cada criança. Ela comentou que a bola de argila que tinha em mãos era muito menor do que a das crianças e pediu a cada uma delas que lhe desse um pouco de sua argila. A princípio, as crianças hesitaram, mas ao se lembrarem de que ela sempre era generosa com elas, começaram a sê-lo também, não só com a professora, mas também entre si. Essa lição ajudou as crianças a não apenas definir a generosidade, mas também a vivenciar os sentimentos que nos advêm quando aprendemos a praticá-la.” (Janelle Lysenko, “Tools for Teaching Tots”, Ensign, março de 1987, p. 71)

Histórias que Contêm Exemplos de Pessoas que Vivem os Princípios do Evangelho

Princípios como a fé, o amor, a lealdade e o arrependimento não podem ser demonstrados porque dizem respeito a realidades que não podemos ver. No entanto, por meio de histórias você pode dar exemplos de pessoas que vivem esses princípios. Para ensinar sobre a integridade, por exemplo, você pode usar a história de José do Egito fugindo da mulher de Potifar. Pode ensinar a respeito da lealdade contando a história de John Taylor e Willard Richards, que voluntariamente puseram em risco a própria vida para permanecerem na Cadeia de Carthage com o Profeta Joseph Smith e seu irmão Hyrum. Você pode também contar experiências pessoais suas. Histórias fictícias, incluindo parábolas, podem fornecer exemplos de como viver os princípios do evangelho. (Há diretrizes e sugestões sobre o uso de histórias em “Histórias”, nas páginas 179–182.)

Flanelógrafo

Flanelógrafos são quadros portáteis sobre os quais se colocam figuras, em geral para contar uma história. Esse recurso didático funciona muito bem com as crianças. Se você usá-lo, pode convidar os alunos para ajudarem a afixar as figuras nele. Depois de utilizá-lo para contar uma história, deixe as crianças usar as figuras para recontar a história.

Como Confeccionar um Flanelógrafo

Para confeccionar um flanelógrafo:

  1. Recorte um pedaço de papelão, madeira compensada ou material semelhante para formar a base.

  2. Recorte um pedaço de flanela, feltro, fibra sintética ou aniagem lisa e de cor escura cerca de cinco centímetros maior do que cada lado da base.

  3. Coloque a base no centro do avesso do tecido. Passe os cantos do tecido por sobre a base e prenda-os na parte de trás.

Como Fazer Figuras de Flanelógrafo

Para criar suas próprias figuras para usar no flanelógrafo:

  1. Faça um desenho ou copie e pinte uma gravura de um manual da Igreja, A Liahona ou outras publicações.

  2. Recorte uma gravura.

  3. Cole a gravura em cartolina, ou prenda-a com fita adesiva.

  4. Coloque um pedaço de flanela, lixa ou outro material áspero na parte de trás da cartolina. Isso ajudará a figura a aderir ao flanelógrafo.

Podem-se adquirir gravuras de pessoas, animais e objetos no Centro de Distribuição da Igreja. Há, por exemplo, o Pacote de Gravuras do Evangelho.

Jogos

Os jogos trazem variedade às aulas e dão aos alunos a oportunidade de interagir entre si. Você pode encontrar idéias para jogos em manuais de lições produzidos pela Igreja, A Liahona e o Livro de Recursos para a Noite Familiar.

Como Escolher Jogos

Ao escolher jogos para usar nas aulas, certifique-se de que eles:

  • Reforcem os princípios do evangelho que você estiver ensinando.

  • Sejam adequados ao ambiente em que você ensinar.

  • Levem em consideração a idade de seus alunos e ao tamanho da turma.

  • Sejam de fácil compreensão.

  • Ocupem apenas uma pequena parte da aula. Em alguns casos, um jogo pode demorar quase uma aula inteira, mas essa deve ser a exceção e não a regra.

  • Não estimulem a competição. Evite dar prêmios aos “vencedores”.

  • Dêem aos alunos a oportunidade de participar e de sentir-se bem-sucedidos. Não deixe de elogiá-los.

Exemplos de Jogos

Jogo da Memória

Neste jogo, os alunos devem encontrar pares de cartões com informações ou gravuras relacionadas. Examine o exemplo a seguir, que pode ser utilizado em uma aula da Primária:

Consiga 12 cartões do mesmo tamanho e que sejam grandes o bastante para serem vistos por todos. Em metade deles, pregue ou faça desenhos relacionados à aula. Na outra metade, dê descrições dos desenhos. No lado que não contiver gravuras ou descrições, numere os cartões de 1 a 12. Durante a aula, no momento oportuno, coloque-os no chão, com o lado numerado voltado para cima ou afixe-os em um quadro. Não é preciso que estejam em ordem crescente.

Para iniciar o jogo, peça que uma pessoa de cada vez escolha dois cartões. Vire-os para ver se a gravura corresponde à descrição. Se for o caso, guarde-os. Se não, coloque-os de volta no lugar, com o lado numerado voltado para cima, e chame outra pessoa para escolher dois cartões. Quando todos os pares forem encontrados, discuta de que forma eles se relacionam à lição.

Algumas possíveis variações desse jogo são as seguintes:

  • Escreva metade de um versículo ou frase das escrituras em um pedaço de papel e o restante em outro. Alguns possíveis pares, por exemplo, são “Restauração do” e “evangelho”; “A visão de Leí” e “da árvore da vida” e “barra” e “de ferro”.

  • Escreva o número de cada regra de fé em 13 cartões diferentes. Nos 13 cartões correspondentes, escreva palavras-chave de cada regra de fé.

Jogo de Adivinhação

Neste jogo, o professor dá uma série de indícios para ajudar os alunos a identificarem determinada pessoa, lugar, objeto, história das escrituras ou princípio. Pode-se utilizar esse jogo para iniciar uma aula ou dar destaque a parte de uma lição.

Para iniciar o jogo, forneça dicas para ajudar seus alunos a identificarem uma pessoa ou objeto relacionados à aula. Dê uma pista de cada vez, dando aos alunos, logo em seguida, a oportunidade de apontar qual é a pessoa ou objeto. Comece com dicas gerais. Torne-as cada vez mais específicas até alguém chegar à resposta. As pistas a seguir, por exemplo, podem ser usadas para ajudar os alunos a identificarem o profeta Moisés:

Sou um profeta do Velho Testamento.

Falei com Deus face a face. Fui criado por uma princesa egípcia. Meu porta-voz era um homem chamado Aarão. Livrei os filhos de Israel do cativeiro.

Esse jogo admite as variantes a seguir:

  • Divida a classe em duplas. Dê uma palavra para uma pessoa de cada dupla. Em seguida, essa pessoa dá dicas formadas por uma palavra para ajudar seu parceiro a adivinhar a palavra. Se a pessoa receber a palavra batismo, por exemplo, pode dar pistas como água, pia ou imersão. Caso lhe toque a palavra Noé, pode dar indícios como dilúvio, animais, arca, pomba ou arco-íris.

  • Dê uma palavra a alguém. Peça aos demais que adivinhem a palavra fazendo no máximo 20 perguntas. As respostas devem consistir de apenas sim ou não.

  • Peça a alguém que faça um desenho para representar determinado assunto, pessoa ou história. Peça às outras pessoas que tentem adivinhar o que o desenho representa.

Jogo de Respostas

Em diversas tiras de papel, escreva perguntas que ajudem os alunos a revisar no final da aula o que aprenderam. Coloque-as em um pote ou outro recipiente.

Para recapitular a lição, jogue um saquinho de feijão ou outro objeto macio para um aluno e peça-lhe que retire uma pergunta e responda. Em seguida, diga-lhe que jogue o saquinho de feijão para outra pessoa, que também vai retirar uma pergunta do recipiente e responder a ela.

Jogo de Tabuleiro

Em um jogo de tabuleiro, os participantes avançam peças à medida que respondem a perguntas e seguem as instruções contidas em cartões já prontos. Um jogo desses, como o do exemplo abaixo, pode ser feito em um tabuleiro ou desenhado no quadro-negro. Se você usar um tabuleiro, pode usar moedas ou outros pequenos objetos como peças. Se usar o quadro-negro, use giz para ir marcando o andamento do jogo. Os cartões utilizados devem ensinar ou recapitular princípios do evangelho. Você pode, por exemplo, preparar cartões com as indicações a seguir:

  • Seu irmãozinho traz para casa um brinquedo que pertence a seu amigo John e diz: “John tem muitos brinquedos. Nem vai sentir falta deste”. Você explica-lhe que como o brinquedo é de John, deve devolvê-lo. Você vai com seu irmão para entregar o brinquedo. Como essa é a atitude honesta a se tomar, avance seis espaços.

  • Você não estudou para determinado teste na escola. Durante a prova, você copia as respostas da pessoa que está a seu lado. Como isso não é honesto, retroceda três espaços.

Para iniciar o jogo, coloque os cartões virados para baixo. Em seguida, peça que os participantes escolham, um de cada vez, um cartão, leiam a declaração e avancem as peças de acordo com as instruções.

Convidados especiais

Você pode, ocasionalmente, convidar alguém para dirigir a palavra a seus alunos durante a aula. Um consultor do Sacerdócio Aarônico, por exemplo, pode trazer um exmissionário para falar aos rapazes sobre como podem preparar-se para o trabalho missionário.

Como Trabalhar com um Convidado Especial

Você precisa pedir autorização a seu bispo antes de convidar alguém que não pertença à ala. (Ver o Manual de Instruções da Igreja, Volume 2: Líderes do Sacerdócio e das Auxiliares [1998], p. 326.) Após receber a aprovação do bispo, siga os passos abaixo:

  1. Faça o convite com antecedência. Informe à pessoa o tema da aula, a faixa etária dos alunos, o que você sente que eles devem aprender na apresentação e o tempo disponível. Dê-lhe uma cópia da lição do manual.

  2. Se você estiver preparando perguntas para fazer ao convidado, prepare uma lista com elas e entregue-a a ele.

  3. Apresente o convidado à turma antes de ele começar a falar.

Aulas expositivas

Às vezes, é melhor simplesmente explicar determinados princípios ou acontecimentos históricos em vez de realizar uma discussão ou outra atividade. As aulas expositivas podem ser muito eficazes quando feitas em momentos oportunos, como quando você precisar ministrar bastante conteúdo em um espaço de tempo reduzido, apresentar informações inteiramente novas aos alunos ou resumir uma aula.

Como Dar Aulas Expositivas

As aulas expositivas tendem a ser mais eficazes com alunos mais velhos, pois os mais novos costumam ter dificuldade para permanecer em silêncio quando precisam ficar sentados somente ouvindo. No entanto, se não forem apresentadas de forma satisfatória, as aulas expositivas podem tornar-se cansativas até mesmo para os adultos. As diretrizes a seguir podem ajudá-lo a dar aulas bemsucedidas:

  • Familiarize-se com a lição para não precisar ler o manual palavra por palavra. Isso vai ajudá-lo a manter o contato visual com os alunos.

  • Utilize auxílios visuais como gravuras, pôsteres, cartazes, mapas, transparências e o quadro-negro. Esses materiais aumentam o interesse e atraem a atenção dos alunos.

  • Mostre a relação existente entre a aula e as situações do dia-a-dia para que os alunos consigam aplicar os princípios em sua vida.

  • Utilize uma linguagem que os alunos compreendam.

  • Varie o tom e a altura de sua voz para imprimir maior variedade e realçar os pontos importantes.

  • Sempre que possível, abra espaço para perguntas e discussões sobre o assunto que estiverem discutindo. Mesmo que as aulas expositivas lhe permitam ministrar mais conteúdo do que os outros métodos, procure, em todas as aulas, dar aos alunos a oportunidade de participar de uma forma ou de outra.

Aplicação das escrituras

Devemos “[aplicar] todas as escrituras a nós, para nosso proveito e instrução”. (1 Néfi 19:23) Aplicar as escrituras significa ver como as histórias nelas contidas são semelhantes às circunstâncias atuais e mostrar como os princípios que ensinam são relevantes em nossa vida. Em uma aula sobre defender a verdade, por exemplo, você pode aplicar a história de Abinádi na corte do rei Noé a seus alunos. (Ver Mosias 11–17.) Para ensinar sobre a cegueira espiritual e o poder que o Salvador tem para curar-nos e conceder-nos visão espiritual, você pode utilizar a história de quando Cristo curou o cego. (Ver João 9.)

Você poderá utilizar esse método com mais eficácia se der aos familiares ou alunos a oportunidade de ponderar o que lerem. Depois de ensinar, por exemplo, sobre a reação de Joseph Smith quando quase foi dominado pelo adversário no Bosque Sagrado (ver Joseph Smith — História 1:15–16), peça aos alunos que tentem recordar ou mesmo descrever uma experiência na qual foram provados e testados. Em seguida, pode convidá-los para refletir sobre a importância de, em momentos de tribulação, “[usarmos] todas as forças para clamar a Deus” (versículo 16).

Para ajudar os membros da família e alunos a perceberem a importância das escrituras, ensine relacionando as experiências dos profetas e povos do passado às vividas pelas pessoas de hoje. Ao preparar cada aula, pergunte a si mesmo como o princípio (ou história ou acontecimento) é semelhante a algo por que seus familiares ou amigos já tenham passado na própria vida. Se estiver dando uma aula em que se vá discutir os Dez Mandamentos, por exemplo, talvez indague a si mesmo como poderá ensinar sobre o mandamento que nos proíbe de fazer e adorar imagens de escultura. (Ver Êxodo 20:4–5.) A maioria dos membros da Igreja tem pouca experiência com esse tipo de idolatria. Contudo, há muitas outras coisas que as pessoas às vezes “adoram”. Ao ensinar, você pode comparar o antigo mandamento encontrado em Êxodo 20:4–5 com algo mais conhecido: a adoração do dinheiro, da aparência física, do prazer ou do sucesso que vemos na sociedade moderna.

Podemos aplicar quase todos os relatos das escrituras a nossa vida. Pense na seguinte história de uma professora que aplicou uma história das escrituras a seus alunos:

Certa ala estava tendo problemas devido ao fato de os professores da Primária estarem dando guloseimas às crianças todos os domingos durante as aulas. Isso estava afugentando o Espírito e desviando a atenção dos alunos das aulas. A presidente da Primária pediu à coordenadora de aperfeiçoamento didático da ala que preparasse um tempo de compartilhar que tratasse desse problema.

A coordenadora de aperfeiçoamento didático pensou em várias formas de apresentar as idéias para os professores e alunos. Nenhuma delas lhe parecia correta. Então, certa manhã, ao refletir mais uma vez sobre essa designação, veio-lhe à mente o episódio em que Cristo alimentou 5.000 pessoas (e que ela lera recentemente com sua família). Ela lembrou que depois que Jesus alimentou a multidão, alguns começaram a segui-Lo interessados no alimento, não por desejarem ouvir o evangelho. (Ver João 6:26–27.)

Naquele domingo, a coordenadora de aperfeiçoamento didático contou essa história. Usou-a para ensinar o verdadeiro motivo para as crianças irem à Primária: dar e receber alimento espiritual.

Outra forma de ajudar as pessoas a aplicarem as escrituras a si mesmas é pedir-lhes que se incluam no texto das escrituras. Se uma pessoa tentar, por exemplo, colocarse em Tiago 1:5–6, o ensinamento sobre a oração se aplicará a ela da mesma forma que a Joseph Smith:

“Se (me) falta (…) sabedoria, (peço-a) a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e (ser-me-á) dada. (Peço-a), porém, com fé, em nada duvidando.”

Muitas vezes, podemos aplicar as escrituras em nossa vida dizendo: “O profeta que escreveu essa passagem queria que aprendêssemos o quê com ela? Por que ele fez questão de inserir esses detalhes?” Quando fazemos essas perguntas a respeito da história de Enos, por exemplo, podemos descobrir aplicações para nossas próprias experiências com a oração. Podemos aprender que a oração às vezes exige um grande esforço e que o Pai Celestial responde a nossas súplicas. Também podemos constatar que os pais influenciam os filhos, ainda que em alguns casos sejam necessários muitos anos para que os filhos sigam os ensinamentos recebidos.

Ao aplicarmos as escrituras a nós mesmos e ajudarmos as pessoas a fazerem-no também, conseguiremos ver o poder de Deus em todos os aspectos de nossa vida.

Mapas

Podemos encontrar mapas no Guia para Estudo das Escrituras, nos manuais de lições da Igreja, em A Liahona e na biblioteca da capela.

Como Usar os Mapas

Eis algumas formas de utilizar os mapas nas aulas:

  • Peça aos alunos que localizem cidades citadas nas passagens que vocês estudarem nas escrituras e na história da Igreja.

  • Desenhe mapas simples no quadro-negro.

  • Localize áreas de interesse, como países onde haja missionários de tempo integral ou cidades que tenham templos.

Memorização

Quando memorizamos escrituras, citações, hinos e músicas da Primária, eles podem servir-nos de consolo, orientação e inspiração. Ao nos lembrarmos deles, eles podem ajudar-nos a sentir a influência do Espírito Santo onde quer que estejamos.

A memorização exige um esforço intencional e concentrado. Você pode ensinar técnicas de memorização úteis aos alunos e sugerir coisas inspiradoras para eles memorizarem.

Como Ajudar os Alunos a Memorizarem

As idéias a seguir podem ser úteis para ajudar os alunos a memorizarem. Ao estudá-las, lembre-se de que eles conseguirão lembrar-se de coisas por mais tempo se elas tiverem algum significado para eles. Certifique-se de que eles compreendam o significado das palavras que estão decorando.

Escreva no Quadro-Negro a Primeira Letra de Cada Palavra a Ser Memorizada

Você pode escrever as letras a seguir no quadro-negro para ajudar os alunos a memorizarem a segunda regra de fé:

C Q O H S P P S P P E N P T D A

Aponte a letra ao proferir cada palavra correspondente.

Divida o Texto em Frases ou Linhas Curtas

A seguir, há alguns exemplos de como utilizar essa técnica:

  • Peça que todos repitam frases curtas juntos, uma de cada vez. Para memorizar Provérbios 3:5–6, por exemplo, podem recitar as seguintes partes da passagem: (1) “Confia no Senhor de todo o teu coração”; (2) “e não te estribes no teu próprio entendimento”. (3) “Reconhece-o em todos os teus caminhos”,(4) “e ele endireitará as tuas veredas”.

  • Divida os alunos em grupos. Dê uma das frases a cada um deles. Ao apontar para cada grupo, peça-lhes que repitam sua frase. Ocasionalmente, peça aos integrantes dos grupos que repitam a frase mentalmente e não em voz alta. Ao ouvirem as frases várias vezes, conseguirão recitá–las na ordem correta.

  • Repita as passagens frase por frase, fazendo pausas para permitir que os alunos digam a frase seguinte.

  • Escreva as palavras em tiras de papel. Depois de repetir o versículo várias vezes, mostre as tiras fora de ordem e peça aos alunos que as coloquem na seqüência certa.

Escreva no Quadro-negro o Texto a Ser Memorizado

Peça aos alunos que leiam o texto várias vezes. Gradualmente, apague ou cubra mais palavras até os alunos decorarem todo o texto.

Use Música

Você pode utilizar música para ajudar os alunos a memorizarem. Pode, por exemplo, ensinar os livros do Livro de Mórmon usando Músicas para Crianças, página 63. Esse método pode ser interessante até para os jovens e adultos.

Pratique Várias Vezes o Texto Memorizado

É importante praticar o texto que memorizamos. Ao determinar como fazê-lo, pense no tamanho do texto a ser decorado. Uma passagem curta das escrituras pode ser aprendida de uma vez. Já uma nova música pode ser decorada linha por linha. Uma fala para um programa especial pode exigir vários dias de prática. Estude o texto periodicamente com seus alunos. Incentive-os a treinar sozinhos.

Música

A Primeira Presidência declarou: “A música inspiradora é parte essencial de nossas reuniões na Igreja. Os hinos convidam o Espírito do Senhor, criam um clima de reverência, unificam-nos como membros e nos proporcionam um meio de louvar ao Senhor.

Alguns dos maiores sermões são pregados por meio do cântico de hinos. Os hinos induzem-nos ao arrependimento e às boas obras, fortalecem o testemunho e a fé, confortam os deprimidos, consolam os que choram e inspiram-nos a perseverar até o fim.” (Hinos, p. ix)

Os hinos oferecem-nos grande inspiração e consolo no decorrer de nossa vida quando os memorizamos e nos lembramos deles em momentos difíceis.

O Élder Dallin H. Oaks exortou todos os membros da Igreja a usarem os hinos com mais freqüência para fortalecerem a si mesmos e às outras pessoas:

“Não sei se estamos usando esse recurso de origem divina de forma satisfatória em nossas reuniões, aulas e lar. (…)

Precisamos fazer melhor uso de nossos hinos para entrarmos em sintonia com o Espírito do Senhor, ficarmos mais unidos e ajudarmos a ensinar e aprender nossa doutrina. Precisamos tirar melhor proveito deles no trabalho missionário, nas aulas do evangelho, nas reuniões de quórum, nas noites familiares e nas visitas de mestre familiar.” (Conference Report, outubro de 1994, pp. 10, 13; Ensign, novembro de 1994, pp. 10, 12)

Enriquecer as Aulas com Música

Você pode usar a música de diversas formas para enriquecer suas aulas e convidar o Espírito. A seguir, há alguns exemplos.

Ensinar ou Recapitular um Princípio do Evangelho

A maioria dos hinos pode ajudá-lo a ensinar princípios do evangelho ou recapitular princípios já estudados.

Ao usar uma música para ensinar determinado princípio, faça perguntas aos alunos para ajudá-los a refletir sobre a mensagem da música ou incentivar uma discussão. Antes de cantar “Guarda os Mandamentos” (Hinos, 194; Músicas para Crianças, 68–69), por exemplo, você pode perguntar: “Por que vocês acham que sentimos segurança e paz quando obedecemos aos mandamentos?” Você pode utilizar “No Céu Eu Vivi” (Músicas para Crianças, 140) para ensinar a respeito do plano de salvação às crianças. Pode utilizar “Que Firme Alicerce” (Hinos, 42) para ajudar seus alunos a compreenderem que o Salvador nos ajuda a enfrentar as adversidades. Para ensinar a respeito do consolo que podemos alcançar por ocasião da morte de um ente querido, você pode utilizar “Onde Encontrar a Paz?” (Hinos, 73)

Depois de ensinar um princípio do evangelho, você pode perguntar a seus alunos: “Que hino pode ajudar-nos a lembrar-nos desse princípio?” Em seguida, cante um dos hinos que eles sugerirem. Com as crianças você pode cantar uma música e depois perguntar como ela se aplica à aula. Em seguida, peça-lhes que cantem a música com você.

Esclarecer Passagens das Escrituras

Todos os hinos do hinário da Igreja são acompanhados de referências das escrituras, que estão organizadas em um índice no final do livro. (Ver Hinos, páginas 273–276.) A maioria das músicas de Músicas para Crianças também contém referências escriturísticas. Você pode consultar essas referências para encontrar músicas que sejam proveitosas para determinada aula. Se estiver ensinando João 13:34–35, por exemplo, pode pedir que os alunos cantem “Amai-vos Uns aos Outros” (Hinos, 197; Músicas para Crianças, 74), um dos hinos que tem por base esses versículos.

Ajudar os Alunos a Fortalecer e Prestar Seu Testemunho

Quando os alunos cantam hinos e outras músicas da Igreja, o Espírito pode prestar-lhes testemunho da veracidade dos princípios que lhes estão sendo ensinados. Há algumas músicas cuja própria letra é uma expressão de testemunho; assim, ao cantá-las, as pessoas podem prestar o testemunho juntas. Entre esses hinos, estão “Eu Sei Que Vive Meu Senhor” (Hinos, 70; “Sou um Filho de Deus” (Hinos, 193; Músicas para Crianças, 2–3; “Graças Damos, Ó Deus, Por um Profeta” (Hinos, 9) e “Jesus da Morte Ressurgiu?” (Músicas para Crianças, 45).

O Presidente Gordon B. Hinckley explicou como a música fortaleceu seu testemunho do Profeta Joseph Smith:

“Muitos anos atrás, quando fui ordenado diácono aos doze anos, meu pai, que era o presidente de nossa estaca, levou-me para minha primeira reunião do sacerdócio da estaca. (…) Juntos aqueles homens elevaram a voz firme, alguns com o sotaque dos países europeus de onde haviam emigrado como conversos, entoando os versos a seguir com um inabalável espírito de convicção e testemunho:

Hoje ao profeta rendamos louvores, Foi ordenado por Cristo Jesus Para trazer a verdade aos homens Para aos povos trazer nova luz. (“Hoje, ao Profeta Louvemos”, Hinos, 14)

Eles estavam cantando a respeito do Profeta Joseph Smith e ao fazerem-no, veio-me ao coração uma maravilhosa sensação de amor pelo grandioso Profeta desta dispensação e uma forte crença nele. Em minha infância, aprendera muito a respeito dele nas reuniões e aulas da ala e em casa; mas minha experiência naquela reunião do sacerdócio foi diferente. Naquele momento, soube pelo poder do Espírito Santo que Joseph Smith de fato era um profeta de Deus.” (“Praise to the Man”, Ensign, agosto de 1983, p. 2)

Encerrar uma Aula e Incentivar os Alunos a Aplicarem um Princípio do Evangelho

Ao término de uma aula, um hino ou canção pode sintetizar o princípio ensinado e transmitir uma mensagem motivadora. Ao fim de uma aula sobre a obediência aos mandamentos, por exemplo, você pode pedir aos alunos que cantem “Faze o Bem” (Hinos, 147); “Guarda os Mandamentos” (Hinos, 194; Músicas para Crianças, 68–69); “Ouse Ser Bom” (Músicas para Crianças, 80) ou “Néfi Era Valente” (Músicas para Crianças, 64–65).

Cultivar Sentimentos de Reverência

Você e sua família podem cantar hinos e outras músicas em noites familiares, conselhos de família e outras reuniões a fim de cultivar sentimentos de reverência e melhorar o estudo do evangelho em família. Na sala de aula, você pode trazer fitas com gravações de hinos ou pedir que alguém toque piano enquanto os alunos entram. Isso ajudará a criar uma atmosfera reverente e a preparar os alunos para a aula.

Outras maneiras de cultivar a reverência incluem ter música de fundo suave enquanto você lê uma história ou as crianças fazem desenhos relacionados à lição. Pode também pedir que alguém cante uma música como “Conta-me Histórias de Cristo” (Músicas para Crianças, 36) enquanto você mostra aos alunos gravuras de histórias das escrituras.

Escolher e Preparar Músicas Adequadas

Ao escolher músicas para uma aula, consulte o índice de Hinos e de Músicas para Crianças em busca de cânticos relacionados ao assunto da lição. Podem-se adquirir gravações de músicas da Igreja por meio do Catálogo do Centro de Distribuição.

Se desejar utilizar músicas que não constem de materiais produzidos pela Igreja, certifique-se de que elas estejam em harmonia com os padrões do evangelho. (Ver a seção “Música” do Manual de Instruções da Igreja.) O encarregado de música ou regente da ala podem ajudá-lo a escolher e preparar músicas adequadas.

Se você planejar cantar ou reger um hino ou música, conheça a letra bem o suficiente para poder prestar atenção em seus alunos e não no hinário ou livro.

Sugestões para Reger Músicas

Estude as seções “Como Usar o Hinário” em Hinos (páginas 265–272) e “Como Usar Este Livro” em Músicas para Crianças (páginas 149–150). Aprenda os padrões rítmicos básicos. Também leve em consideração as sugestões a seguir:

  • Ao reger um hino ou música, você pode usar as mãos para indicar a altura e o andamento, ou ritmo. Para indicar a altura, mantenha a mão na horizontal e ao cantar, levante-a para mostrar os tons mais agudos e abaixe-a para indicar os mais graves. Movimente a mão rápido ou devagar para indicar o ritmo correto. Você também pode desenhar o ritmo de uma canção no quadro-negro. O padrão melodioso do início de “Sou um Filho de Deus” (Hinos, 193; Músicas para Crianças, 2–3) é algo como:

  • Em vez de usar o padrão rítmico para reger, você pode optar por fazer movimentos simples com as mãos que estejam relacionados com a letra da música.

Peça ajuda ao regente da ala se sentir que precisa de mais ajuda para aprender a reger.

Uso de Músicas para Ensinar as Crianças

A maioria das crianças gosta de participar de atividades musicais. Os ritmos musicais convidativos ajudam-nas a recordarem o que cantam e a mensagem das letras. A música pode aumentar a compreensão delas dos princípios do evangelho e fortalecer-lhes o testemunho. Você também pode usar músicas para saudar as crianças, prepará-las para a oração, chamar sua atenção para a aula ou acalmá-las depois de uma atividade. A música pode modificar o andamento de uma aula e dar às crianças a oportunidade de gastar seu excesso de energia.

Muitas lições contêm sugestões de músicas que reforçam os princípios estudados. Consulte o índice de Músicas para Crianças em busca de músicas adequadas.

Você não precisa ter educação musical avançada para utilizar a música no ensino. Se você estiver bem preparado e gostar de cantar, as crianças apreciarão as músicas que você utilizar e aprenderão com elas. A seguir, há sugestões para ajudá-lo a utilizar a música para ensinar as crianças. Em Músicas para Crianças, nas páginas 200–205, há mais sugestões.

O exemplo abaixo mostra como um professor pode usar a música “Eu Gosto de Ver o Templo” (Músicas para Crianças, 99) para ensinar sobre os templos:

Conheço uma música muito bonita sobre os templos. Quando a cantarmos, prestem muita atenção à letra para verem o que fazemos quando vamos ao templo.

Vocês descobriram por que vamos ao templo? (Entre as respostas: vamos ao templo para sentir a influência do Espírito Santo, ouvir, orar, fazer convênios com o Pai Celestial e ser selados a nossa família.)

Agora, vamos cantar a música novamente. Desta vez, prestem atenção para descobrir quem habita no templo.

Vocês descobriram quem habita no templo? (O Senhor.) Continue fazendo perguntas semelhantes até salientar os trechos da música que ajudarão as crianças a compreenderem a mensagem.

Músicas com narrativas (histórias cantadas)

Você pode aliar músicas a narrativas para contar uma história ou transmitir uma mensagem do evangelho contida em determinada lição. Às vezes, referimo-nos a esse método como histórias cantadas. Durante essa atividade, a maior parte da história ou mensagem é passada por meio de músicas cantadas pelos membros da família ou alunos. Breves narrativas ligam uma música à outra.

Você pode também associar músicas e narrativas para preparar programas de fim de ano ou outras apresentações especiais.

Exemplo de Músicas com Narrativas

A seguinte combinação de música e narrativa pode ser usada em uma aula sobre a gratidão:

Narrativa: Deus ama muito Seus filhos. Uma de Suas demonstrações de amor por nós foi ter criado a Terra para nós. O Salmo 136 ensina-nos como mostrar gratidão ao Senhor pela criação do mundo:

“Louvai ao Senhor dos senhores; (…)

Aquele que só faz maravilhas; (…) Aquele que por entendimento fez os céus. (…) Aquele que estendeu a Terra sobre as águas; (…) Aquele que fez os grandes luminares; (…) O sol para governar de dia: (…) A lua e as estrelas para presidirem à noite” (versículos 3–9).

Hino: “Pela Beleza do Mundo” (Hinos, 49)

Narrativa: A Terra que o Senhor criou para nós supre abundantemente todas as nossas necessidades. Devemos louvar a Deus pela copiosa “colheita” de bênçãos que nos concede.

Hino: “Vinde, Ó Povos, Graças Dar” (Hinos, 52)

Narrativa: Devemos também ter a mais profunda gratidão ao Senhor por Sua Expiação, que pode purificarnos do pecado e proporcionar-nos a vida eterna. Ao expressarmos nossa gratidão por Seu sacrifício, reconheceremos mais plenamente Seu poder. Essa experiência será grandiosa e nos trará uma forte sensação de humildade.

Hino: “Assombro Me Causa” (Hinos, 112)

Narrativa: O Senhor espera que partilhemos nossas bênçãos: que alimentemos os famintos, vistamos os desnudos, consolemos os doentes e aflitos e ensinemos as pessoas que estejam buscando a verdade. Ao agirmos assim, mostramos nossa mais sincera gratidão a Ele pelas bênçãos que nos concedeu.

Hino: “Eu Devo Partilhar” (Hinos, 135)

Diretrizes para Preparar Atividades com Músicas e Narrativas

• Consulte o índice por assunto do hinário e de Músicas para Crianças em busca de músicas com temas semelhantes que possam utilizar nessa atividade. Use músicas que seus alunos conheçam.

• Se for utilizar o piano, trabalhe em estreita cooperação com o pianista para preparar as músicas ou peça que o regente o faça. Certifique-se de que o pianista saiba o momento de começar a tocar cada música.

• Use narrativas simples entre uma música e outra. Podem ser escrituras, histórias curtas, poemas, experiências pessoais ou citações. Ao utilizar essa atividade com as crianças, faça-lhes perguntas e peçalhes que respondam a elas como parte da narrativa. Isso as ajudará a compreender a mensagem do evangelho que você estiver ensinando.

• Caso convenha, utilize gravuras para ajudar os alunos a visualizarem a história ou a mensagem do evangelho que está sendo apresentada. Durante a apresentação, você pode dar gravuras para as crianças segurarem.

Atividades com objetos

Ver “Comparações e Atividades com Objetos”, nas páginas 163–164.

Retroprojetor (ver também quadro-negro)

Os retroprojetores, que podem ser encontrados na biblioteca de algumas capelas, são máquinas que ampliam e projetam imagens em uma tela ou parede. Podem ser usados como alternativa para o quadro-negro. Isso pode ser útil principalmente se uma classe for grande demais para todos os alunos conseguirem enxergar o que está escrito no quadro-negro. Se houver um retroprojetor na biblioteca de sua capela, peça instruções ao bibliotecário antes de utilizá-lo.

Painéis de discussões

Um painel de discussões consiste de um grupo de dois ou mais alunos (ou convidados que possuam conhecimento especializado ou vasta experiência) a quem se designa um tema para discussão. O painel é dirigido por um moderador, normalmente o professor.

Você pode utilizar os painéis para apresentar informações ou discutir como viver determinado princípio do evangelho ou solucionar um problema. Eles dão aos alunos a oportunidade de expressar suas opiniões a respeito de diversos assuntos. Quando você pedir aos alunos que apresentem novas idéias ou discutam problemas de interesse para o grupo, eles se envolverão de forma mais ativa no aprendizado.

Como Se Preparar para um Painel

  1. Escolha um assunto adequado à lição e à idade dos alunos. Prepare perguntas sobre esse assunto que você possa perguntar aos participantes do painel.

  2. Com antecedência, escolha painelistas que se sintam à vontade para responder a perguntas na frente da turma. Limite o número de participantes de três a cinco. Um painel com mais de cinco integrantes pode demorar demais e os debatedores não terão tempo suficiente para aprofundar-se nos assuntos. Se você quiser convidar pessoas com experiência ou conhecimentos especializados, lembre-se de que precisará da aprovação do bispo antes de trazer pessoas de outra unidade. (Ver Manual de Instruções da Igreja, Volume 2: Líderes do Sacerdócio e das Auxiliares [1998], p. 326.)

  3. Ajude os debatedores a prepararem-se para a discussão. Pondere as sugestões a seguir:

    1. Ajude-os a compreender o que está envolvido na discussão e quais são suas responsabilidades, incluindo o estudo e a preparação que terão de realizar. Dê-lhes também informações sobre a idade e as necessidades dos alunos, o tipo de apresentação que você gostaria que se fizesse e o tempo disponível para a atividade.

    2. Ajude-os a conseguir as informações de que precisarão para a discussão.

    3. Se o painel for apresentar informações ou idéias novas, designe, com pelo menos uma semana de antecedência, um aspecto do evangelho para cada painelista para que ele possa preparar-se para a discussão. Você pode passar-lhes referências das escrituras, manuais didáticos ou outros materiais.

    4. Se os painelistas forem enfocar um problema, reúna-se com eles antes da discussão e dê-lhes uma lista de perguntas para serem discutidas. Deixe cada pessoa escolher duas ou três perguntas às quais gostaria de responder. e. Pouco antes da apresentação, dê aos painelistas alguns minutos para que troquem idéias entre si sobre os assuntos que discutirão.

Como Realizar um Painel

  1. Arrume a sala de modo que os painelistas possam ser vistos e ouvidos.

  2. Quando chegar a hora do painel, anuncie os participantes e o tema que vão debater.

  3. Ao orientar a discussão e fazer perguntas, você ou o moderador a quem designar devem certificar-se de que cada debatedor tenha tempo suficiente para expressarse. Boa parte do sucesso de um painel depende do moderador. É ele que estabelece o tom espiritual da apresentação e a guia, direcionando os comentários para o assunto ou problema, intensificando o ritmo de uma discussão arrastada e ajudando todos os painelistas a participarem.

  4. Deixe os alunos fazerem perguntas aos painelistas.

  5. Depois da discussão, resuma os principais pontos debatidos.

Figuras de papel (ver também dioramas)

Os professores podem usar figuras de papel para ajudar a contar uma história ou ilustrar um princípio em uma aula.

Como Fazer uma Figura de Papel

  1. Dobre um pedaço de cartolina ao meio.

  2. Com a parte dobrada para cima, desenhe a figura na cartolina. Lembre-se de fazer com que a extremidade superior da figura chegue até a dobra. Então, peça aos membros da família ou alunos que pintem e enfeitem a figura.

  3. Recorte a figura, tendo cuidado para não cortar o local onde a figura chegar à dobra.

Gravuras (ver também auxílios visuais)

As gravuras são ferramentas valiosas para reforçar a idéia principal de uma aula e ajudar a conquistar a atenção dos alunos. Você pode encontrar gravuras para ensinar o evangelho na biblioteca da capela, no Pacote de Gravuras do Evangelho, nos manuais de lições da Igreja e em A Liahona.

Mostrar Gravuras

Há várias formas de mostrar gravuras. Você pode, por exemplo:

  • Colocá-las no quadro-negro, em um cavalete ou em uma cadeira.

  • Pedir que pessoas as segurem.

  • Você mesmo segurá-las.

Não use fita adesiva para afixar gravuras ao quadro-negro ou em paredes pintadas.

Como Ensinar com Gravuras

As gravuras podem desempenhar um papel importante na narração de uma história. Você pode, por exemplo, ajudar as crianças a estudarem um relato pedindo-lhes que coloquem várias gravuras na seqüência correta e depois solicitando que cada uma delas conte parte do relato.

Utilize as gravuras de forma criativa. Você pode, por exemplo, mostrar uma gravura de João Batista batizando Jesus. Em seguida, pode dizer: “Quando Jesus viveu na Terra, deixou o exemplo para nós seguirmos. Ele sabia que nosso Pai Celestial dera o mandamento para todos se batizarem”. Por fim, faça as perguntas a seguir:

  • O que está acontecendo nesta gravura?

  • De acordo com os ensinamentos de Jesus, qual é a maneira correta de nos batizarmos?

  • Quem batizou Jesus?

  • Por que Jesus pediu a João que O batizasse?

  • Por que Jesus e João entraram no rio?

  • Por que é importante que sigamos o exemplo de Jesus e sejamos batizados como Ele?

Depois de discutir essas perguntas, resuma as respostas dos alunos e relacione-as à idéia principal da aula.

Lembre que, em suas criações, os artistas usam de certa liberdade. Portanto, nem todos os detalhes de uma gravura devem ser levados ao pé da letra. Baseie-se no que está nas escrituras para entender o panorama histórico-doutrinário do acontecimento.

Fantoches

Podem-se utilizar fantoches para dramatizar partes de uma aula ou história, recepcionar as crianças quando chegarem, dar instruções, cantar músicas, ajudar em representações, fazer perguntas ou ajudar as crianças a continuarem concentradas.

Exemplos de Fantoches

Perguntas

Ver “Ensinar com Perguntas”, nas páginas 68–70.

Leitura dramática (ver também jograis; declamações)

Na leitura dramática, os participantes usam um roteiro para contar uma história. Essa atividade pode ser feita na própria sala de aula ou apresentada em público.

Você pode utilizar este método para apresentar relatos das escrituras, histórias, poemas e outras informações. Também pode usá-lo como parte de um programa especial de fim de ano ou outros eventos especiais.

Exemplo de Leitura Dramática

História: Abinádi, rei Noé e Alma

Procedimento: Explique aos alunos que Deus enviou um profeta chamado Abinádi para conclamar o povo do rei Noé a arrepender-se de seus pecados. Em seguida, peça aos alunos que leiam as palavras do rei Noé, seus sacerdotes iníquos, Abinádi, Alma e os nefitas em Mosias 17:1–19 e 18:1, 7–11, 17, 30. Peça também que alguém atue como narrador, lendo as declarações que estiverem entre uma fala e outra.

Como Realizar a Leitura Dramática

• Escolha textos que corroborem o tema da aula. Eles podem ser encontrados nas escrituras, nos manuais da Igreja e em A Liahona.

• Divida o texto em várias partes. Designe partes aos participantes. Dê a cada um deles o papel de personagem ou narrador. Certifique-se de que eles tenham tempo suficiente para estudar sua parte e de que compreendam seu papel.

• Se for fazer uma apresentação pública da leitura dramática, peça aos participantes que ensaiem antes. Certifique-se de que eles falem com clareza, façam pausas e alterem o volume e velocidade da voz a fim de transmitirem adequadamente a mensagem.

Declamações (ver também jograis; leitura dramática)

Na declamação, os participantes recitam palavras, em geral memorizadas. Pode-se fazê-la em sala de aula ou apresentá-la publicamente.

Você pode usar esse método para apresentar relatos das escrituras, histórias, poemas e outras informações. Também pode usá-lo como parte de um programa especial de fim de ano ou outros eventos especiais.

Exemplo de Declamação

Tema: Os Dez Mandamentos

Procedimento: No domingo que anteceder a aula sobre a obediência aos mandamentos, dê uma folha com os dez mandamentos a cada pessoa. Designe um mandamento para que cada uma delas memorize. Durante a aula seguinte, peça que cada aluno recite sua parte.

Como Realizar uma Declamação

  • Escolha textos que apóiem o tema da aula. Podem-se encontrá-los nas escrituras, nos manuais da Igreja, em A Liahona e em Músicas para Crianças.

  • Divida o texto em várias partes e designe-as aos participantes. Dê a cada um deles o papel de personagem ou narrador. Certifique-se de que eles compreendam sua parte e de que tenham tempo suficiente para estudá-la.

  • Se for fazer uma apresentação pública da recitação, peça aos participantes que ensaiem sua parte. Certifique-se de que falem com clareza e façam pausas e alterações no volume e velocidade da voz para conseguirem transmitir adequadamente a mensagem.

Simulação de situações

Em uma simulação, os participantes representam uma situação ou problema que ocorrem no dia-a-dia. Ela ajuda as pessoas a aplicarem os princípios do evangelho a situações da vida real, procurando soluções para problemas, ponderando as conseqüências de diferentes escolhas e aprendendo a compreender as opiniões alheias. Pode ser usada para apresentar ou resumir uma aula ou estimular a discussão sobre determinado princípio abordado na lição.

Nota: Simulação não é o mesmo que estudo de caso. Em um estudo de caso, os alunos discutem uma situação ou problema. Já na simulação, os participantes dramatizam como as pessoas agiriam em determinadas circunstâncias.

Exemplos de Simulação

• Um menino prometeu aos pais que vai limpar a casa. Quando está preparando-se para começar, alguns amigos vão a sua casa e convidam-no para brincar. Querem que ele vá com eles naquele momento e que deixe a tarefa para depois. Simule o que ele deve dizer a seus pais e aos amigos.

• Um grupo de amigos está andando pela rua. Encontram uma carteira com um pouco de dinheiro, mas não sabem de quem é. Cada um dos amigos quer fazer algo diferente com ela. Simule o que devem fazer

Como Usar a Simulação

  1. Prepare seus alunos para a simulação explicando brevemente o problema ou situação. Dê-lhes informações suficientes para que consigam desempenhar bem os papéis. Ressalte que devem representar um papel e não a si mesmos.

  2. Escolha os participantes ou peça voluntários. Indique quem vai fazer cada parte. Tente envolver o maior número de pessoas possível; dessa forma, os resultados tendem a ser melhores do que quando há um único aluno. (Pode-se repetir a simulação para ajudar mais pessoas a participarem e a descobrirem outras soluções.)

  3. Dê alguns minutos aos participantes para que planejem o que vão fazer.

  4. Para envolver todos os presentes, peça aos ouvintes que prestem muita atenção.

  5. Após a simulação, discuta-a e avalie-a, fazendo perguntas como “O que vocês sentiram com relação ao problema?” ou “Isso poderia ocorrer na vida real?” ou “Como esse exercício os ajuda a saber o que fazer caso isso realmente aconteça?” Deixe os alunos indicar maneiras de resolver problemas semelhantes em sua própria vida. Discuta várias soluções.

Diretrizes Gerais para as Simulações

  • A participação deve ser voluntária. Não tente forçar ninguém a participar.

  • Simule situações realistas que estejam relacionadas à lição e que sejam importantes para seus alunos.

  • As pessoas tiram mais proveito da simulação de situações que tenham vivenciado na vida pessoal. Contudo, tenha cuidado na escolha. Embora os problemas devam ser o mais reais e significativos possível, nenhum participante deve ter de representar situações da própria vida.

  • Como professor, seja sensível aos sentimentos e atitudes dos alunos. Aceite os erros e ensine-lhes a valorizar as opiniões uns dos outros. Não permita que haja críticas entre os participantes.

  • Adereços simples como chapéus ou crachás podem aumentar o interesse da simulação, principalmente se você der aula para crianças.

Cineminha

Conforme vemos abaixo, o cineminha é formado por uma caixa adaptada para exibir gravuras que tenham sido coladas de forma seqüencial, formando um rolo. Essa ferramenta didática constitui uma maneira divertida de mostrar ilustrações para as crianças, principalmente se elas próprias as tiverem desenhado.

Essas caixas podem ser usadas para mostrar diversos aspectos de um princípio do evangelho, como diferentes formas de santificar o Dia do Senhor. Também podemos utilizá-las para apresentar um relato das escrituras ou da história da Igreja.

Como Fazer um Cineminha

  1. Recorte uma abertura no fundo de uma caixa grande. Essa abertura deve permitir que uma gravura seja mostrada de cada vez.

  2. Consiga dois bastões cerca de 15 centímetros maiores do que a largura da caixa. Podem-se usar cabos de vassoura ou tubos de papel higiênico.

  3. Faça dois orifícios para os bastões em cada lado da caixa, conforme a ilustração da página 178.

  4. Insira os bastões nos orifícios.

  5. Dê uma folha de papel e um lápis a cada criança. Peça que cada uma desenhe um aspecto diferente de um princípio do evangelho ou uma parte diferente de uma história. Quando os desenhos estiverem prontos, cole-os na devida seqüência para que formem um único rolo. Você também pode usar uma folha comprida, deixando as crianças desenharem em partes diferentes dela.

  6. Prenda as extremidades do rolo aos bastões.

As crianças podem usar caixas pequenas, lápis e folhas grandes de papel para fazerem seu próprio cineminha.

Escrituras, marcações e notas nas margens das

Ver as páginas 58–59.

Escrituras, memorização de

Ver “Memorização”, nas páginas 171–172.

Escrituras, leitura em voz alta das

Ver a página 56.

Escrituras, auxílios para o estudo das

Ver as páginas 56–58.

Escrituras, ensino a partir das

Ver “Ensinar a Partir das Escrituras”, nas páginas 54–59.

Histórias cantadas

Ver “Músicas com Narrativas (Histórias Cantadas)”, páginas 174–175.

Áreas de trabalho

Áreas de trabalho são locais em que diferentes professores conduzem atividades de aprendizagem. Os alunos são divididos em grupos iguais que vão, um a um, às diferentes áreas de trabalho. Em cada uma delas, há alguém à frente de uma atividade que permanece lá para passar as mesmas informações ou fazer a mesma demonstração a cada grupo que chegar.

Você ou o líder de cada área de trabalho devem controlar o tempo para certificar-se de que os grupos passem o mesmo período em cada atividade. Você pode tocar uma música para indicar a hora de os grupos irem para a área seguinte. Reserve tempo suficiente para resumir a experiência com toda a turma.

Exemplos de Áreas de Trabalho

  • Mostre objetos relacionados a determinado assunto e peça a alguém que os explique. Você pode, por exemplo, organizar áreas de trabalho que ensinem sobre a produção caseira de alimentos, o armazenamento de água, comida, combustível e kits de emergência.

  • Peça a professores de áreas de trabalho diferentes que discutam aspectos diversos das relações familiares, como o papel dos pais, da disciplina ou da comunicação.

  • Peça que alguém em cada área de trabalho represente um personagem diferente das escrituras. Peça que cada pessoa discuta como seu personagem é um exemplo de alguém que vive fielmente o evangelho.

  • Organize áreas de trabalho com objetos artesanais, jogos ou atividades de crianças pioneiras.

Histórias

Todos gostam de boas histórias. Elas enriquecem as aulas e prendem o interesse dos alunos como poucos outros métodos didáticos. Podem ser utilizadas para responder a perguntas, apresentar ou reforçar princípios e sintetizar as lições. São eficazes principalmente para esclarecer e ensinar princípios do evangelho quando dão exemplos de viver digno, atingindo a todos os ouvintes em seu próprio nível de compreensão.

Quando bem utilizadas, as histórias instigam as emoções e valores dos alunos. Podem ajudá-los a aplicar os princípios do evangelho dando exemplos de grandes eventos das escrituras, momentos de decisão, dificuldades e lutas e das bênçãos advindas da prática do evangelho de Jesus Cristo. Elas facilitam a compreensão e memorização dos princípios do evangelho e mostram de forma nítida e inspiradora como podem aplicar-se em nossa vida. Para ensinar sobre a fé, por exemplo, você pode usar a explicação de Alma de que se tivermos fé, teremos “esperança nas coisas que se não vêem e que são verdadeiras”. (Alma 32:21) Mas você tornaria seu ensino mais completo se contasse uma história em que alguém exercesse grande fé, como quando Davi saiu para lutar contra Golias. (Ver I Samuel 17:20–50, particularmente os versículos 26, 32–37 e 45–47.)

O Salvador é o Mestre dos mestres e o exemplo que devemos seguir em todo o nosso ensino do evangelho. Com muita freqüência, Ele usava histórias em Suas pregações. Suas parábolas são excelentes exemplos do uso de histórias no ensino. Em certa ocasião, um doutor da lei perguntou-Lhe: “Quem é o meu próximo?” Ele respondeu contando uma história sobre um homem que, quando viajava de Jerusalém para Jericó, foi espancado, roubado e abandonado à beira do caminho. Dois transeuntes passaram ao largo, mas um terceiro, samaritano, parou e cuidou dele. (Ver Lucas 10:29–35.) Ao terminar essa parábola, Jesus indagou ao doutor da lei: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” O homem respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele”. Em seguida, Jesus replicou: “Vai, e faze da mesma maneira”. (Lucas 10:36–37)

Escolher Histórias

Ao escolher uma história, faça a si mesmo as perguntas relacionadas abaixo para certificar-se de que a história seja adequada e eficaz. Essas e outras perguntas encontram-se em “Escolher Métodos Adequados” (página 91) e “Escolher Métodos Eficazes” (página 92).

  • A história convidará o Espírito?

  • A história condiz com o caráter sagrado do que estou ensinando?

  • A história edificará e fortalecerá as pessoas a quem ensino?

  • Ajudará os alunos a compreender melhor o princípio que está sendo ensinado?

  • Fará bom uso do tempo da aula?

Diferentes Tipos de Histórias

Você pode utilizar histórias de sua própria vivência. Pode também usar histórias sobre outras pessoas, como relatos das escrituras, da vida dos líderes da Igreja e de outras pessoas que você conheça ou sobre quem tenha lido. Para certos fins, você pode usar histórias fictícias, como parábolas ou contos folclóricos.

Experiências Pessoais

Contar experiências pessoais pode, de modo extraordinário, influenciar as pessoas a viverem os princípios do evangelho. Quando relata algo que vivenciou pessoalmente, você age como testemunha viva das verdades do evangelho. Se você for sincero e suas intenções forem puras, o Espírito confirmará a veracidade de sua mensagem no coração de seus alunos. As experiências pessoais deles também podem exercer uma influência decisiva para o bem.

O Élder Bruce R. McConkie ensinou: “Talvez o padrão perfeito para apresentar histórias inspiradoras seja ensinar o que está nas escrituras e depois lhe imprimir um cunho de realidade contando algo (…) semelhante que tenha acontecido em nossa dispensação e com nosso povo ou, melhor ainda, com nós mesmos”. (“The How and Why of Faith-promoting Stories”, New Era, julho de 1978, p. 5)

Ao relatar experiências pessoais, você e seus alunos devem ter em mente os cuidados a seguir:

  • Não fale de coisas sagradas a menos que inspirado pelo Espírito. O Senhor declarou: “Lembrai-vos de que aquilo que vem de cima é sagrado e deve ser mencionado com cuidado e por indução do Espírito (…)”. (D&C 63:64)

  • Evite o sensacionalismo, ou seja, contar algo com o intuito de causar espanto. Não tente tampouco produzir emoções fortes nas pessoas a quem ensinar.

  • Não adicione detalhes para incrementar suas experiências por qualquer motivo que seja.

  • Não conte experiências a fim de chamar atenção para si próprio.

  • Não fale de transgressões ou pecados passados.

Histórias sobre Outras Pessoas

As escrituras e a história da Igreja estão repletas de histórias sobre homens, mulheres e crianças que aplicaram os princípios do evangelho em sua vida. Você pode, por exemplo, ensinar a respeito da oração contando a história de Enos, que rogou ao Senhor por si mesmo, seu povo e seus inimigos. Também pode ensinar sobre a oração usando a história da súplica de Joseph Smith no Bosque Sagrado. E pode usar muitas histórias instrutivas e tocantes da vida de fiéis santos dos últimos dias. Ao contar histórias sobre outras pessoas, tenha em mente as diretrizes a seguir:

  • Assim como no caso das experiências pessoais, procure agir em conformidade com o Espírito. Evite o sensacionalismo e não adicione detalhes para incrementar as histórias que relatar.

  • Tenha o cuidado de contar as histórias exatamente como aconteceram. Não conte relatos que talvez sejam inverídicos ou que contenham detalhes que não sejam verdadeiros. Antes de narrar uma história, vá até a fonte para confirmar o que realmente ocorreu.

  • Se uma história não foi impressa ou contada em público, antes de relatá-la, peça permissão aos envolvidos.

Histórias Fictícias

Há espaço para histórias fictícias no ensino do evangelho. Você pode aprender a usá-las estudando como o Salvador usava parábolas em Suas pregações. Ele falou sobre um homem prudente que construiu sua casa sobre a rocha e um insensato que a edificou sobre a areia (ver Mateus 7:24–27), sobre uma mulher que varreu a casa em busca da dracma perdida (ver Lucas 15:8–10) e sobre um filho pródigo que desperdiçou sua herança, mas ao voltar para casa foi bem recebido pelo pai (ver Lucas 15:11–32). Se formos receptivos ao Espírito, poderemos aprender grandes verdades com essas e muitas outras parábolas que o Salvador ensinou.

Conforme lemos no Guia para Estudo das Escrituras, as parábolas são comparações. Ensinam verdades espirituais associando-as a coisas ou situações materiais. (Ver Guia para Estudo das Escrituras, “Parábola”, p. 163.) Isso se aplica a todas as histórias fictícias que ensinem adequadamente princípios do evangelho. As histórias podem facilitar o entendimento de princípios do evangelho, avivá-las na mente e torná-las memoráveis. Há sugestões sobre o uso de comparações para ensinar princípios do evangelho em “Comparações e Atividades com Objetos”, nas páginas 163–164.

Ao preparar-se para usar histórias fictícias, tenha em mente as diretrizes a seguir:

  • Certifique-se de que seus alunos compreendam que as histórias não são verídicas.

  • Assim como nos demais casos, assegure-se de que as histórias fictícias sejam pertinentes, de bom gosto e adequadas ao Espírito.

A Liahona costuma trazer histórias fictícias que podem ser usadas para complementar e enriquecer as aulas. Nos discursos de conferência geral vemos exemplos do uso eficaz de histórias no ensino do evangelho.

Diretrizes para Preparar e Contar Histórias

  • Tenha sempre um motivo para contar uma história. Não use histórias meramente para entreter os alunos. Associe-as a um princípio do evangelho que esteja entre as idéias ou objetivos principais da lição.

  • Se a história não for verídica, informe a turma.

  • Escolha relatos edificantes de sua vida, das escrituras, de revistas e manuais da Igreja, da história da Igreja e da vida das Autoridades Gerais. Ao contar histórias de sua vida, não fale de transgressões ou pecados passados.

  • Lembre-se de usar histórias adequadas à faixa etária de seus alunos.

  • Antes de contar uma história a seus alunos, leia-a várias vezes com bastante cuidado, até se familiarizar com ela. Ao fazer isso, decida se vai contá-la com suas próprias palavras ou não. As histórias que contiverem diálogos e descrições expressivas talvez exerçam maior impacto se forem lidas.

  • Avalie quanto tempo você terá para contar a história. Se precisar abreviá-la, fale somente dos personagens e eventos indispensáveis para a compreensão.

  • Se você estiver contando um relato com as próprias palavras, esboce no papel ou na mente a seqüência dos acontecimentos da história. Ensaie contá-la com as próprias palavras. Utilize palavras e expressões que despertem o interesse e dêem vida à narração.

  • Planeje como você vai ajudar seus ouvintes a visualizarem mentalmente a história. Para aumentar o interesse, use gravuras ou outros auxílios visuais, como desenhos no quadro-negro ou objetos relacionados à história. Antes de contar a história do surgimento do Livro de Mórmon, por exemplo, você pode mostrar uma gravura de Morôni escondendo as placas de ouro no Monte Cumora. Você pode fazer perguntas como “O que está acontecendo nesta gravura?” ou “Por que Morôni está fazendo isso?”

  • Comece a história de forma interessante, usando palavras que propiciem uma visão nítida dos personagens e da ambientação da história. Para apresentar a história de quando o Salvador acalmou a tempestade, por exemplo, você pode ler nas escrituras: “E eis que no mar se levantou uma tempestade, tão grande que o barco era coberto pelas ondas”. (Mateus 8:24)

  • Conte a história com prazer. Faça-o com um tom de voz natural, com interesse e convicção.

  • Depois de contar a história, discuta com os alunos como o princípio ensinado na história se aplica a sua vida.

Outras Sugestões para Contar uma História para Crianças Pequenas

  • Leve em consideração a idade das crianças, adaptando a história à capacidade de concentração e entendimento delas.

  • Planeje formas de envolver as crianças na história. Você pode, por exemplo, pedir-lhes que segurem gravuras ou repitam frases.

  • Antes de contar a história, explique palavras que as crianças talvez não entenderão. Isso o ajudará a contar a história sem interrupções.

  • Se você estiver lendo um livro que tenha gravuras, faça pausas freqüentes para mostrá-las às crianças. Antes de dar continuidade à história, exiba-as o tempo que for necessário para que todos as vejam.

  • Se as crianças fizerem comentários ou perguntas, dê respostas simples e concisas. Em seguida, continue a história.

  • As crianças pequenas gostam de ouvir a mesma história repetidas vezes. Ao recontar uma história, inicie-a e em seguida pergunte: “E depois, o que aconteceu?” Você pode jogar um saquinho de feijão ou brinquedo macio para uma criança e então lhe pedir que diga algo sobre a história. Essa criança, por sua vez, deve jogar o objeto para outra e assim por diante, até que se termine a história.

  • Reúna várias passagens de uma história das escrituras. Designe alunos diferentes para lerem as escrituras na seqüência correta.

  • Em geral, as crianças gostam de sentar-se no chão de frente para você para ouvirem-no contar uma história.

  • Muitas vezes, as crianças gostam de dramatizar uma história depois de ouvirem-na.

Auxílios visuais (ver também gravuras)

Aprendemos com a ajuda de nossos sentidos. Em situações formais de ensino, tendemos a fiar-nos muito na linguagem oral. No entanto, os professores que desejarem aumentar a capacidade de compreensão e aprendizagem dos alunos devem utilizar também auxílios visuais. A maioria das pessoas aprende melhor e lembra-se das aulas por mais tempo quando as idéias são apresentadas com o uso de gravuras, mapas, cartazes ou outros auxílios visuais, em vez da mera narração oral.

Os exemplos a seguir mostram algumas coisas que se pode conseguir com o uso de auxílios visuais.

Esclarecer relações entre idéias, pessoas e lugares

Certa professora da Sociedade de Socorro queria ajudar as irmãs a entenderem melhor como Romanos 5:3–4 mostra a relação entre as tribulações e a esperança. Ela desenhou um diagrama simples:

Em seguida, pediu às irmãs que discutissem como a tribulação contribui para que desenvolvamos paciência, solicitando exemplos específicos da própria vida delas. Ao terminarem de discutir o diagrama, elas descobriram como a tribulação, a paciência, a experiência e a esperança eram importantes em sua vida.

Uma classe da Escola Dominical estava estudando a história da estrada de Emaús. (Ver Lucas 24:1–35.) O professor usou um mapa contido nas escrituras para ajudar os alunos a terem noção da distância entre Jerusalém e Emaús. Em seguida, mostrou-lhes um mapa da própria cidade em que viviam apontando uma distância semelhante entre dois lugares amplamente conhecidos. Assim, os alunos souberam aproximadamente quanto tempo levariam para percorrer aquele trecho a pé, o que os ajudou a perceber a importância do que acontecera na conversa entre os discípulos e Jesus.

Transmitir Emoção e Inspirar Confiança Espiritual

Certo professor usou o quadro-negro para ilustrar Doutrina e Convênios 84:88 para um grupo de missionários. Queria que sentissem que a influência do Senhor podia envolvê-los. Ilustrou cada frase da escritura da seguinte forma:

Esse arranjo simples das palavras do versículo ajudou os missionários a sentirem de maneira profunda a promessa de proteção do Senhor. Em seguida, iniciou-se uma discussão interessante quando eles foram convidados a expor seus temores com relação à obra missionária e sua confiança na promessa de que o Senhor os ampararia.

Ajudar os Alunos a Entender Seqüências

Os auxílios visuais podem ajudar seus alunos a compreenderem a seqüência de determinados acontecimentos. Linhas cronológicas, por exemplo, podem ajudá-los a entender a seqüência dos fatos quando estudarem assuntos como o ministério de Jesus, as viagens missionárias de Paulo ou a história dos primórdios da Igreja.

Ajudar os Alunos a Compreender Princípios

Os alunos tendem a compreender os princípios com mais clareza quando visualizam seqüências das escrituras. A maioria dos membros da Igreja aprendeu a respeito do plano de salvação com o uso de auxílios visuais. Esboçar um diagrama da vida pré-mortal, vida terrena, vida após a morte, julgamento e os três reinos de glória é útil para ajudar-nos a entender a seqüência do plano.

Os auxílios visuais ajudam os alunos a compreender princípios abstratos. Você pode, por exemplo, representar o poder de Cristo como Mediador com a seguinte ilustração:

Ajudar os Alunos a Lembrarem-se

Uma aula sobre a assistência aos pobres e necessitados pode ser enriquecida com o uso da gravura que mostra Cristo e o jovem rico. Nela, o Salvador aponta pessoas necessitadas para um rapaz ao dizer: “Vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, toma a cruz, e segue-me”. (Marcos 10:21) Essa gravura pode ajudar os alunos a lembrarem-se de servir às pessoas que estejam passando por dificuldades.

Quadro branco

Ver “Quadro-negro”, nas páginas 162–163.

Exercícios escritos

Esses exercícios dão aos alunos a oportunidade de avaliarem por escrito o conhecimento que têm de determinado princípio, aprenderem novas informações ou recapitularem conceitos-chave. Você pode preparar um exercício escrito para apresentar, salientar ou revisar partes de uma lição. Pode também servir como um lembrete para os alunos levarem para casa e mostrarem à família.

Exemplos de Exercícios Escritos

Exercício de Avaliação

Você pode usar um exercício escrito para ajudar as pessoas a avaliarem o papel de determinado princípio do evangelho em sua vida e a descobrirem áreas em que podem melhorar. No início da aula, use uma folha como a que está abaixo. Explique-lhes que se algum aluno responder negativamente a qualquer das perguntas, a aula vai ajudá-lo a entender como viver melhor o princípio e sugerir uma ou duas maneiras para progredir.

Que Tipo de Exemplo Sou?

Sim

Não

Ouço respeitosamente as opiniões alheias?

Sempre digo coisas positivas sobre as pessoas?

Trato meus familiares com amor?

Sou honesto em meu trabalho?

Sou bom amigo?

Uso sempre linguajar limpo e puro?

Minha aparência é asseada e bem cuidada?

Guardo os mandamentos?

Leio as escrituras regularmente?

Ajudo as pessoas com alegria?

Assisto apenas a filmes e programas de televisão edificantes?

Leio apenas revistas e livros inspiradores?

Sou generoso com meu tempo e talentos?

Sou digno de confiança?

Correspondência de Colunas

Relacione uma série de profetas em uma coluna e, em outra, o que os torna conhecidos. Peça aos alunos que façam a correspondência entre os profetas e os eventos, conforme o exemplo abaixo.

Você pode utilizar esse tipo de exercício em um grande número de assuntos do evangelho. Pode, por exemplo, ligar as regras de fé com os números corretos ou fazer a correspondência dos deveres do sacerdócio com os respectivos ofícios.

Cronologia

Prepare um exercício escrito que relacione vários fatos históricos ou partes de uma história das escrituras. Peça aos alunos que os numerem na ordem correta. Veja um exemplo:

  • Cristo visitou os nefitas. (3)

  • Mórmon morreu. (4)

  • Leí saiu de Jerusalém. (2)

  • A civilização jaredita floresceu. (1)

  • Joseph Smith recebeu as placas de ouro. (5)

Preencher Lacunas

Forneça frases com algumas lacunas. Peça aos alunos que as preencham com as palavras corretas. Dê as respostas ao final, fora da ordem. Eis um exemplo:

“E, se ______ de ______ tem falta de ___________, peça-a a _______, que a _______ dá _______, e o não lança em _________, e ser-lhe-á ________.” (Tiago 1:5)

Respostas: todos, dada, liberalmente, algum, sabedoria, rosto, vós, Deus

Aplicação das Escrituras

Você pode usar exercícios escritos para estudar ou aplicar princípios de lições atuais ou passadas. Escolha várias escrituras relacionadas aos assuntos do evangelho estudados recentemente. Estude-as com seus alunos, verificando que as compreendam. Em seguida, escreva as referências escriturísticas no quadro-negro. Apresente um estudo de caso simples. (Ver “Estudos de Caso”, nas páginas 161–162.) Peça aos alunos que escolham pelo menos uma das escrituras e apliquem-na ao estudo de caso. Dê a cada pessoa uma folha de papel e um lápis ou caneta. Peça-lhes que escrevam as passagens que escolherem, o que elas ensinam e como elas se aplicam ao estudo de caso.

Letras ou Palavras Embaralhadas

Essas atividades podem ser usadas de diversas formas. Veja um exemplo:

  • Embaralhe as letras nas palavras e peça aos alunos que as recoloquem na ordem correta. O exercício a seguir contém palavras misturadas que dizem respeito a habilidades que os missionários precisam possuir:

    • TADESUR (Estudar)

    • ATOSRURC (Costurar)

    • OCAHZIRN (Cozinhar)

    • RAFZE MU ROTAÇNEMO (Fazer um orçamento)

    • ASPASR AROUP (Passar roupa)

    • RAESNIN (Ensinar)

    • AZFER CSEIRXECÍO (Fazer exercícios)

    • AOBS AMSAENIR (Boas maneiras)

    • OHTSMEUTEN (Testemunho)

    • ALPEIMZ (Limpeza)

• Misture as palavras e peça aos alunos que as recoloquem na ordem correta a fim de completar uma frase, escritura, nome de hino ou regra de fé. Por exemplo:

eternas poderão as ser famílias (“As Famílias Poderão Ser Eternas” [Hinos, 191; Músicas para Crianças, 98].)

ordens as eu Senhor irei do cumprirei e (“Eu irei e cumprirei as ordens do Senhor”.) [1 Néfi 3:7]

Diretrizes para a Criação e Uso de Exercícios Escritos

  • As informações e idéias contidas nos manuais e revistas da Igreja podem ser adaptadas e formar exercícios interessantes.

  • Os exercícios escritos devem adequar-se à idade dos alunos. Devem ser instrutivos e divertidos e ter grau de dificuldade moderado.

  • Os alunos podem trabalhar individualmente ou pode-se dividir a turma em grupos pequenos, cada um deles contribuindo para um exercício. As informações de um exercício podem ser escritas no quadro-negro e a classe pode fazê-lo juntos.

  • Providencie lápis ou canetas suficientes para todos os alunos.

  • Os exercícios escritos não devem levar muito tempo. No entanto, não deixe de dar aos alunos tempo suficiente para concluí-los.

  • Depois de dar aos alunos tempo para terminar o exercício, verifique as respostas.

  • Ajude todos a sentirem-se bem-sucedidos ao fazerem o exercício. Auxilie todos que demonstrarem estar tendo dificuldades.