Enchendo a Terra Toda
“Declaramos com toda solenidade que o Senhor está atualmente preparando as nações da terra para receberem a verdade que ele deseja que tenham.”
Tivemos o privilégio de apoiar, com a mão erguida e profunda afeição, Ezra Taft Benson como o profeta vivo de Deus, seus inspirados conselheiros e membros do Quorum dos Doze Apóstolos como profetas, videntes e reveladores, e as demais Autoridades Gerais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. E, naturalmente, reconhecemos as modificações feitas nas organizações auxiliares. Ouvimos o relatório estatístico indicando o contínuo crescimento mundial da Igreja, com sua influência estabilizadora que é produto da inspirada doutrina e das normas da Igreja.
Num artigo recente, um erudito não-SUD fez uma surpreendente e sumamente interessante descrição desta Igreja e seu incrível crescimento desde a restauração há cento e sessenta anos. Ele chama seu crescimento de “milagre” e “evento incrivelmente raro”. (Rodney Stark, “The Rise of a New World Faith”, Review of Religious Research, vol. 26, n.° 1, setembro de 1984, p. 18.)
Em 1842, em resposta ao editor de um jornal de Chicago o Profeta Joseph Smith declarou que “a verdade de Deus seguirá avante corajosamente… até haver penetrado todo continente, visitado cada clima, varrido cada país e soado em todos os ouvidos, até que os propósitos de Deus se tenham cumprido e õ Grande Jeová diga que a obra está feita”. (History of the Church, 4:540.)
Num breve período de semanas, testemunhamos mudanças surpreendentes no mundo, particularmente em países do bloco oriental, mudanças que homens tementes a Deus atribuem à mão do Onipotente na realização de seus gloriosos propósitos de encher a terra com o conhecimento do Senhor. Muros ruíram, portões se abriram e milhões de vozes entoam o canto de liberdade! Regozijamo-nos com o alvorecer de um dia mais auspicioso.
Os meios de comunicação fazem os acontecimentos na Europa Oriental parecerem uma revolução meramente política ainda que muitos dos oprimidos os considerem como “renascimento religioso” e reconheçam a influência da intervenção divina. (USA Today, 16 de março de 1990, p. 13A.)
Uma conhecida revista nacional cita em editorial as razões dessa mudança súbita e dramática. Foi “uma idéia — … democracia — e sua aplicação fenomenalmente bem sucedida na América (e certas outras partes do mundo)”.
O artigo conclui: “A contribuição da América ao mundo continuará sendo na esfera de idéias e ideais.” (“An American Vision for the 1990s”, Fortune, 26 de março de 1990, p. 14.)
Os povos da Europa Oriental foram lenta mas efetivamente expostos aos ideais de verdade e direitos fundamentais por meio de mensagens transmitidas por satélite, rádio, matéria impressa, até mesmo programas e gravações do Coro do Tabernáculo, palavras proferidas e contatos sinceros; e a luz de Cristo encorajando sementes de verdade a se insinuarem na consciência deles — um preceito aqui e um preceito ali — e chegando a oportunidade, eles aproveitaram-na confiantemente.
A transformação de poderosos impérios criados pelo homem, com tamanha velocidade e determinação, fez jorrar novas nascentes de fé e esperança no coração de centenas de milhões de almas oprimidas. Onde havia desespero, brilha agora a clara luz da liberdade. Isto só poderia ter acontecido de maneira tão miraculosa pela mão interventora do Onipotente! “Haveria cousa alguma difícil ao Senhor?” (Gênesis 18:14.)
Assim que os israelitas cruzaram o Rio Jordão de Moabe para Canaã, Josué instruiu doze homens, um de cada tribo, a apanhar cada qual uma pedra do rio seco a fim de erguer um memorial eterno aos filhos de Israel. Parafraseando Josué, disse ele:
Quando vossos filhos vos perguntarem o que significam estas pedras, contar-lhes-eis da ocasião em que Israel cruzou o Jordão a pé em seco. Contai-lhes que o Senhor vosso Deus secou as águas do Jordão até haverdes passado, exatamente como secou o Mar Vermelho para nós. Por causa disso, todos na terra saberão quão grande é o poder do Senhor, e honrareis o Senhor vosso Deus para sempre. (Vide Josué 4:21–24.)
A Bíblia está repleta de admoestações para nos lembrarmos dos poderosos feitos de Deus ao intervir na história de seu povo. Nós somos testemunhas de sua poderosa mão interventora no mundo, até mesmo hoje.
Deus é o nosso Pai. Ele se preocupa com o bem-estar de seus filhos em toda a parte. Mas até um Pai Celestial amoroso e paciente deve cansar-se de tolerar a impiedade como ficou evidenciado quando “o Senhor fez chover enxofre e fogo… desde os céus sobre Sodoma e Gomorra”. (Gênesis 19:24.)
Julia Ward Howe sentiu-se induzida a compartilhar seu profundo sentimento pessoal quanto à necessidade de orientação divina na luta entre os estados da América. Durante a noite, vieram-lhe à mente estas eloqüentes palavras e ela rapidamente as anotou:
Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor;
Ele calca com os pés a vinha da ira.
Soltou o raio mortal de sua terrível espada;
Sua verdade está em marcha
Ele soou a trombeta que nunca chamará à retirada;
Está joeirando os corações dos homens no seu tribunal:
Oh, responda logo minh’alma; corram jubilosos meus pés!
Deus está marchando. (“Battle Hymn of the Republic”, Hymns, 1985, n.° 60; versão livre e aproximada. N. do T.)
Disse o Presidente Joseph F. Smith:
“O Todo-Poderoso, pelo poder de sua mão onipotente, levantou esta grande nação para que, nestes últimos dias, fosse possível o estabelecimento do reino de Deus na terra.”
E continua o Presidente:
“A sua mão tem estado sobre esta nação, e é o seu propósito e desígnio fazê-la progredir, fazê-la gloriosa… a fim de que aqueles que se encontram sob o jugo da escravidão possam ser trazidos ao pleno gozo da liberdade e autonomia de consciência — um direito que todo homem inteligente tem o privilégio de exercer.” (Doutrina do Evangelho, pp. 373-374.)
A liberdade religiosa instituída na América possibilitou a proclamação das verdades simples e preciosas da Livro de Mórmon “para convencer o judeu e o gentio de que Jesus é o Cristo, o Deus Eterno, manifestando-se a todas as nações”. (Prefácio do Livro de Mórmon.) Esses escritos devem ser levados ao conhecimento dos gentios para que possam conhecer “os decretos de Deus” e arrepender-se. (Éter 2:11.)
Cabe aos membros da Igreja que receberam o dom da liberdade religiosa, compartilhar esse conhecimento e testemunho com os povos do mundo. Não subestimeis a profunda influência — política e social — dos princípios do evangelho restaurado sobre toda a humanidade.
“Nossa missão (é) salvar o homem”, escreveu Joseph F. Smith. “Temos lutado todos estes… anos… para trazer os homens ao conhecimento do Evangelho de Jesus Cristo, para trazê-los ao arrependimento e à obediência aos requisitos da lei de Deus… para salvar os homens do erro, para persuadi-los a se afastarem do mal e aprenderem a fazer o bem.” (Doutrina do Evangelho, p. 64.)
A oportunidade de prestar serviço significativo aos outros está-se expandindo rapidamente. Para alguns de nós, encontra-se ali no outro lado da rua; para outros, além do oceano. O destino de muitas nações está sendo decidido agora. Cada geração é essencial. Podemos não ser responsáveis pelas gerações passadas, mas não podemos furtar-nos à responsabilidade pela presente. Está além de nossa compreensão imaginar que bilhões de almas dependem de nós para levar-lhes — de alguma forma — esta gloriosa mensagem do evangelho. Obviamente, nem todos corresponderão, mas é preciso dar a todas as pessoas a oportunidade de ouvir e optar, depois de serem ensinadas pelo Espírito de Cristo.
Anos atrás, entrando numa loja de material elétrico, o Élder James E. Talmage viu uma impressiva coleção de lâmpadas, sinetas e outras utilidades elétricas. E, “tendo escolhido uma lâmpada, (ele) ligou o interruptor para testar se funcionava; mas não houve luz. O vendedor explicou-lhe que as lâmpadas serviam apenas como mostruário e não estavam ligadas”.
Conta ele: “Peguei as sinetas, mas quando apertei o botão esperei em vão o tilintar característico. E o mesmo deu-se com todos os objetos da loja — bonitos de se ver, algumas peças artísticas, todas sugerindo utilidade mas, conforme expostas, eram apenas ornamentos e nada mais, pois não estavam ligados.”
Ao sair da loja, o Élder Talmage pensou: “Uma vela acesa… vale mais em termos de utilidade do que os mais complicados utensílios elétricos sem a corrente.” Então lhe ocorreu uma analogia da “descrição escriturística de mentes e almas obscurecidas e enganadas pelas aparências externas, mas desprovidas de espiritualidade: ‘Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.’ (II Timóteo 3:5) (Handbook of the Restoration, Independence, Mo.: Zion’s Printing and Publishing Co., 1944, pp. 389-390.)
Há poucos anos, tive uma interessante visão da mais alta torre de Reikjavique, Islândia, ao aterrissarmos no aeroporto. Fomos informados de que se tratava de uma igreja e, depois de saudar nossos santos e inspecionar o prédio da igreja que eu deveria dedicar, tive curiosidade de visitar a outra igreja com sua alta e imponente torre que havia visto do ar. Era bastante impressionante vista à distância. Entretanto, quando nos aproximamos, vimos que a porta da frente era de madeira compensada e estava trancada a cadeado. Uma indicação nos encaminhou à porta dos fundos. A grande igreja com sua alta torre e impressiva fachada, descobrimos, não passava de “concha” de prédio. Embora em construção há quarenta anos, continuavam de pé as paredes curtidas pelo tempo — um lembrete de planos ambiciosos em grande escala, mas carentes de fé e previsão de término.
Continuando, diz o Élder Talmage: “Os homens podem erguer igrejas — desde humildes capelas a imponentes catedrais — mas (são apenas) exteriores elaborados se não estiverem conectados à fonte da divina sabedoria e autoridade pela (corrente) do santo sacerdócio… (e do) vitalizante poder do Espírito Santo.” (Handbook of the Restoration, p. 390.)
Mais tarde, reunidos em nosso prédio menor mas adequado de Reikjavique, foi confortante saber que não era simples concha, mas que continha o vitalizante poder e Espírito de Deus.
Declaramos com toda solenidade que o Senhor está atualmente preparando as nações da terra para receberem a verdade que ele deseja que tenham. Mas para aceitar a verdade, a pessoa precisa preparar-se exercendo fé no Senhor e Salvador, Jesus Cristo. Essa fé aceita a existência de Deus nosso Pai, os ensinamentos de Jesus concernente aos procedimentos do homem com seus semelhantes, e aos ensinamentos concernentes ao relacionamento de Cristo com Deus como seu Filho. Uma vez preparada para receber e aceitar a verdade, a pessoa é selada ao seu coração pelo poder do Espírito Santo, que é o Testificador da Verdade. Cabe-lhe então conformar sua vida aos padrões da verdade. Isto pode exigir mudanças fundamentais em sua maneira de viver, e a busca de arrependimento de pecados cometidos.
O poder do Senhor está à mão e é evidente. O verdadeiro crente terá oportunidades incomuns de prestar serviço. Estou certo de que aqueles que trabalham abnegadamente em favor do próximo, sem intuito de remuneração, sentir-se-ão física e espiritualmente renovados e reanimados. Precisamos provar a nós próprios, ter o desejo e ser considerados dignos de auxiliar o Senhor na consecução de seus propósitos na terra.
Testifico que o nome de Jesus Cristo é o único nome debaixo dos céus pelo qual os homens poderão ser salvos, e que todos os homens de toda a parte, precisam tomar conhecimento dessa verdade a fim de receberem a grande, eterna exaltação provida por um Pai gentil e amoroso.
Em outubro de 1831, o Senhor instruiu o profeta, Joseph:
“As chaves do reino de Deus são entregues aos homens na terra, e como a pedra que, sendo cortada da montanha, sem mãos, rolará adiante até que encha toda a terra, assim também até aos confins da terra rolará de agora em diante o evangelho.” (D&C 65:2.)
Testifico que estamos testemunhando o cumprimento desta promessa, e que esta obra dada pelo Onipotente Deus a seu Filho para proclamar, ensinar e finalmente julgar, será realizada com eterno amor, em nome de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo, amém.