“Um Pequeno Passo para o Homem; Um Gigantesco Salto para a Humanidade”
“Um rapaz de fé deu ‘um pequeno passo’ e orou. Um Pai Celestial amoroso ouviu e respondeu. O resultado é corretamente descrito como ‘um gigantesco salto para a humanidade’.”
Oro para que tenha a influência do Espírito Santo ao examinar convosco um assunto muito sagrado — um assunto que, espero, tenha um significado especial para aqueles que estejam pesquisando a Igreja. No dia 20 de julho de 1969, astronautas pousaram na lua, localizada a cerca de trezentos e oitenta e quatro mil quilômetros da terra. Milhões de pessoas em todo o mundo testemunharam esse evento histórico pela televisão, e, assombrados, acompanharam o módulo lunar pousar na superfície da lua. Todos ficaram emocionados quando Neil Armstrong saiu da nave espacial e declarou: “Um pequeno passo para o homem; um gigantesco salto para a humanidade.”
A cobertura deste feito monumental pela imprensa foi ampla. Ocupou as manchetes e foi tema de reportagens especiais durante muitos dias. Afinal, a descida na lua abriu fronteiras para a viagem espacial, revelou novos conhecimentos sobre o universo, e representou um enorme investimento de recursos humanos. Alguns repórteres declararam que a ida à lua foi o maior evento na história da humanidade, desde a ressurreição de Cristo.
Fico assombrado ante as recentes descobertas da tecnologia espacial. Minha mente não compreende nem uma fração dos milagres criados por homens instruídos do mundo, que têm perscrutado o universo. Discordo, porém, daqueles que crêem que a chegada do homem à lua seja o maior evento dos últimos dois mil anos. Discordo porque sei de um evento em que o próprio Criador do universo veio à terra, em resposta à humilde oração de um obscuro rapaz, e revelou teologia pura.
A magnitude é medida pelos homens de diversos modos. Ela geralmente é equiparada a tamanho, preço, quantidade e posição. Entretanto, Deus possui um modo melhor, pois “assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os (seus) caminhos mais altos do que os (dos homens)”. (Isaías 55:9.) Aos olhos de Deus, a magnitude está relacionada a luz, verdade, bondade e serviço. (Vide D&C 93:36; Mateus 23:11.)
Nós aprendemos que a vida eterna é “o maior de todos os dons de Deus” (D&C 14:7; grifo nosso), e que a vida eterna é conhecer o “único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem (ele enviou)”. (João 17:3.) Portanto, conclui-se que quem quer que apresentasse o único Deus verdadeiro à humanidade e tornasse o dom da vida eterna possível a todos, seria partícipe da magnitude e associado a grandes eventos.
O obscuro rapaz de quem falo, que apresentou o verdadeiro Deus vivo a um mundo cercado de trevas, não foi patrocinado por nenhuma organização, nem treinado por um grupo de profissionais. Naquele tempo, ele não era profeta, nem filho de profeta. Como muitos que foram chamados em épocas passadas para realizar um trabalho sagrado, era um simples rapaz do campo. (Vide Amós 7:14–16.)
Ele era fruto de uma família temente a Deus — uma família que tinha sede de retidão e exercitava uma fé simples, mas profunda, no Senhor. Sua escola foi o lar, seus professores, pais amorosos, e sua cartilha, a Bíblia Sagrada. Mesmo assim, nos seus tenros quatorze anos, demonstrou um tipo de fé capaz de conduzi-lo à presença de Deus. (Vide Marcos 9:23.)
Não havia câmeras apontadas para ele quando entrou naquele bosque, no interior de Nova York. Não havia multidões ovacionando, nem grupo de apoio para encorajá-lo. E nem jornalistas a seu lado para descrever suas ações. Ele ajoelhou-se solitário, sob o olhar atento do Pai Celetial, e expressou os desejos sinceros de seu coração, com perfeita confiança de que sua voz seria ouvida. Joseph não percebeu o aplauso silencioso de multidões invisíveis, que haviam esperado tão pacientemente o alvorecer de um novo dia e a restauração do Evangelho de Jesus Cristo.
Seu investimento, ao tornar o milagre possível, não foi em dinheiro, maquinaria, recursos humanos, nem nos aspectos exteriores da ciência; o seu foi um investimento de fé viva e um desejo indomável.
A oração e a primeira visão de Joseph Smith, em 1820, não foram acontecimentos insignificantes, mesmo que tenham principiado como “um pequeno passo para o (jovem) homem”. Através dos anos eles provaram ser “um gigantesco salto para a humanidade”; pois esse ato de suprema fé encerrou uma longa noite de trevas espirituais, descerrou uma torrente de verdades imutáveis, e deu início à dispensação da plenitude dos tempos.
Sabemos que foram muitas as contribuições da missão lunar. Tais benefícios se refletem em todas as coisas ao nosso redor. Entretanto, as conseqüências da primeira oração verbal de Joseph Smith e sua investigação do desconhecido são infinitamente maiores e devem ser seriamente ponderadas por todos que estão interessados nas “coisas como realmente são e como realmente serão”. (Jacó 4:13; grifo nosso.)
Joseph não saiu do bosque com rochas lunares nos bolsos, ou com poeira da lua nos sapatos. Ele emergiu com um semblante modificado e com uma mina de verdades incrustada no coração e na mente:
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Joseph descobriu que não há vencedores numa luta de palavras ou choques de opinião, quando se trata de assuntos religiosos. (Vide JS 2:12.) Tal disputa beneficia Satanás, porque ele é o “pai da discórdia”. (3 Néfi 11:29.)
Além disso, Joseph verificou que assuntos polêmicos, relativos ao Espírito, não podem ser resolvidos apenas por meio de “uma consulta à Bíblia”, enquanto os mestres de religião interpretarem as mesmas passagens da escritura tão diferentemente. (JS 2:12.)
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Joseph descobriu “o poder de algum ser real do mundo invisível” que travou sua língua e o envolveu em intensa escuridão quando começou a orar. (Vide JS 2:16.) Esse poder foi exercido pelo maligno que considerou Joseph Smith uma ameaça ao seu reino de pecado e transgressão.
Poucos homens perturbaram e molestaram o adversário mais do que Joseph; poucos sentiram os poderes combinados das trevas mais do que ele; e poucos triunfaram sobre Satanás com mais nobreza. (Vide JS 2:20.)
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Joseph descobriu o que Moisés havia descoberto sobre a nulidade e trevas de Satanás, quando comparadas com a luz e liberdade associadas a Deus. (Vide Moisés 1:10–15.) Joseph relatou:
“Vi uma coluna de luz acima de minha cabeça, de um brilho superior ao do sol, que gradualmente descia sobre mim.
Logo após esse aparecimento, senti-me livre do inimigo que me havia sujeitado.” (JS 2:16, 17.)
“Luz e verdade (realmente) renunciam ao ser perverso.” (D&C 93:37.) Os poderes das trevas fogem ante os poderes da luz, assim como a noite foge do alvorecer.
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Joseph descobriu que foi criado à imagem de Deus, exatamente como as escrituras atestam. Em suas próprias palavras:
“Quando a luz repousou sobre mim, vi dois Personagens, cujo resplendor e glória desafiam qualquer descrição, em pé, acima de mim, no ar. Um deles falou-me, chamando-me pelo nome, e disse, apontando para o outro: ‘Este é o meu Filho Amado. Ouve-o.’” (JS 2:17.)
Em poucos minutos, o mito abominável de um Deus impessoal, sem sentimentos e incompreensível, foi dissipado. A verdadeira natureza do Pai Celestial, o pai de nosso espírito, foi revelada em companhia de seu Filho Amado, Jesus Cristo, que expiou os pecados dos homens. (Vide Hebreus 12:9.)
Como declarou um apóstolo: “Um minuto de instrução recebida de personagens revestidos com a glória de Deus, vindos de mundos eternos, tem mais valor do que todos os livros já escritos por homens não inspirados.” (Orson Pratt, Journal of Discourses, 12:354.)
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Joseph descobriu que nenhuma das igrejas de sua época era verdadeira e que não deveria unir-se a nenhuma delas. Ele relata:
“Meu objetivo ao dirigir-me ao Senhor foi saber qual de todas as seitas era a verdadeira, a fim de saber a qual unir-me. Portanto, tão logo voltei a mim o suficiente para poder falar, perguntei aos Personagens que estavam na luz acima de mim, qual de todas as seitas era a verdadeira e a qual deveria unir-me.
Foi-me respondido que não me unisse a nenhuma delas, porque todas estavam erradas.” (JS 2:18, 19.)
Este pronunciamento pode ter perturbado Joseph de início, porque membros de sua família se haviam filiado a uma determinada fé, e ele próprio tendia a outra. Deus havia falado, e quem era ele para duvidar?
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Joseph descobriu por que não deveria filiar-se a nenhuma igreja existente. Suas palavras são:
“O Personagem que se dirigiu a mim disse que todos os seus credos eram uma abominação à sua vista; que todos aqueles mestres eram corruptos, que: ‘Eles se chegam a mim com os seus lábios, porém, seus corações estão longe de mim; eles ensinam como doutrina os mandamentos dos homens, tendo uma religiosidade aparente, mas negam o meu poder.’ ” (JS 2:19.)
Tendo visto o que viu e ouvido o que ouviu, como poderia ele filiar-se a uma seita inaceitável ao Todo-Poderoso? Talvez alguns daqueles mestres fossem “humildes servidores de Cristo; não obstante, eles (eram) guiados de tal maneira que (erravam) amiúde, porque (eram) ensinados pelos preceitos dos homens”. (2 Néfi 28:14.)
Talvez alguns esforços sinceros estivessem sendo feitos por uns poucos, porém o que quer que estivesse sendo feito não era suficiente “para ensinar a qualquer um o caminho reto”. (2 Néfi 25:28–29.)
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Joseph descobriu que “o testemunho de Tiago era verdadeiro — que um homem que necessitasse de sabedoria podia pedi-la a Deus, e obtê-la, sem ser censurado”. (JS 2:26.)
Ele também descobriu que uma alma do início do século dezenove era tão preciosa para Deus quanto uma da época de Moisés ou do meridiano dos tempos. De outra maneira, por que o Senhor apareceria? (Vide Alma 39:17.)
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Pouco tempo depois, Joseph descobriu “que Deus tinha um trabalho a ser feito por (ele)” e que seu nome seria conhecido entre todas as nações, famílias e línguas. (JS 1:33.)
Tal profecia está sendo cumprida com a pregação da plenitude do evangelho e o estabelecimento de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias em todo o mundo.
Na verdade, tudo começou de modo muito tranqüilo, simples e maravilhoso. Um rapaz de fé deu “um pequeno passo” e orou. Um Pai Celestial amoroso ouviu e respondeu. O resultado é corretamente descrito como “um gigantesco salto para a humanidade”.
Todas as torres jamais construídas e as espaçonaves jamais lançadas perdem o brilho quando comparadas à primeira visão de Joseph Smith. Embora o homem voe cada vez mais alto em direção aos céus, não encontrará a Deus nem verá sua face, a menos que se humilhe, ore, e dê atenção às verdades reveladas por meio do Profeta da Restauração.
Alguns tolamente dizem: “Retirem Joseph Smith, sua oração no bosque e a Primeira Visão, para podermos aceitar sua mensagem.” Tais pessoas querem que enterremos o tesouro de verdades salvadoras já mencionado e muitos outros, além de desejarem que voltemos as costas ao “evento mais importante já ocorrido na história do mundo desde o ministério de Cristo até o glorioso momento em que aconteceu”. (Bruce R. McConkie, Mormon Doctrine, 2 ed., Salt Lake City: Bookcraft, 1968, p. 285.)
Joseph Smith “viveu grande” e “morreu grande aos olhos de Deus”. (D&C 135:3.) Ele, “com exceção só de Jesus, fez mais pela salvação dos homens neste mundo, do que qualquer outro homem que jamais viveu nele”. (Versículo 3.)
Sua oração foi —
um pequeno passo para um (jovem) homem, (porém)
um gigantesco salto para a humanidade.
(Sua oração provou que)
Não há nada que o homem não possa realizar
(se tiver fé, confiar no Senhor, e)
Se der um pequeno passo de cada vez.
(Art Harris, “Um Pequeno Passo”.)
Sim, “louvemos o homem que comungou com Jeová” (Novo Hinário) e que serviu de instrumento na tradução do Livro de Mórmon, restaurando o santo sacerdócio, organizando A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e revelando a plenitude do evangelho.
Eu sei que Joseph Smith foi um profeta, pois os frutos de seu trabalho são doces e duradouros, e porque o Espírito Santo testifica ao meu espírito. Sinto-me honrado em unir minha voz ao coro de milhões de pessoas que testificam de sua grandeza e chamado divino. Também sei que “o Senhor Deus trabalha por estes meios para realizar seus grandes e eternos desígnios; e por meios muito pequenos o Senhor confunde os sábios, salvando muitas almas”. (Alma 37:7.) Em nome de Jesus Cristo, amém.