Nosso Destino
O centro do plano é o Senhor Jesus Cristo. Se O rejeitarmos ou ignorarmos, o grande plano de felicidade não funcionará em nosso benefício.
Há alguns meses, após uma sessão de conferência de estaca, uma simpática jovem de uns vinte anos veio a ⌦mim expressando sua preocupação ⌦a respeito de alguns aspectos ⌦do documento A Família — Proclamação ao Mundo. Sua atitude não era de rejeição, mas de um sincero desejo de compreendê-la. Dediquei um bom tempo meditando sobre essa preocupação.
O Deus da criação falou a Moisés no intuito de ajudá-lo a entender o destino deste mundo. “E mundos incontáveis criei; e também os criei para meu próprio intento; e criei-os por meio do Filho, o qual é meu Unigênito.” (Moisés 1:33)
Observemos as palavras do Senhor: “Eu os criei para meu próprio intento”. O Senhor tinha um intento quando criou mundos e Ele explicou em poucos versículos qual era esse intento: “Pois eis que esta é minha obra e minha glória: levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem”. (Moisés 1:39)
Está claro que o Senhor estabeleceu um plano para a realização de Seus propósitos. Lemos nas escrituras diversos nomes desse plano: “O grande plano de felicidade”, “o plano de redenção”, “o plano misericordioso do grande Criador”, “o plano de salvação”, “o plano de misericórdia” e “o grande plano do Deus Eterno”.
Cada nome ressalta um aspecto ou outro do plano. Mas na realidade só existe um plano, chamado por diversos nomes, por meio do qual Deus tenciona levar a efeito a imortalidade e vida eterna do homem.
Vamos imaginar um avião que deixa o aeroporto com a rota detalhadamente planejada: Os pilotos e a tripulação sabem exatamente para onde estão indo, e nunca se desviarão do curso ou deixarão de encontrar seu destino, exceto em caso de interferência causada por mau tempo ou problemas mecânicos. Imaginemos agora outro avião, com um comandante e sua tripulação, mas sem um plano de vôo. Os motores começam a funcionar e o avião posiciona-se na pista. Ao começar a subir, a tripulação não faz idéia se deve virar o aparelho para o leste ou para o oeste. Se estivéssemos nesse avião, as chances de chegarmos a nosso destino seriam mínimas. Está claro para cada um de nós que a tripulação de um avião necessita de um plano de vôo.
Acontece o mesmo em nossa vida. Não se consegue tomar decisões sábias a longo prazo a não ser que se entenda a existência de um propósito para esta vida, e que se reconheça a necessidade de compreender pelo menos alguns aspectos do plano misericordioso do grande Criador.
O Senhor deu-nos instruções e mandamentos para nos ajudar a chegar ao destino que Ele deseja para nós. Os mandamentos são mais bem compreendidos quando se sabe algo a respeito do plano. Alma ensinou esse princípio quando disse: “Portanto, depois de ter-lhes revelado o plano de redenção, Deus lhes deu mandamentos para que não praticassem o mal, sob pena de uma segunda morte, que era uma morte eterna com referência às coisas ligadas à retidão; pois sobre esses o plano de redenção não teria poder porque, de acordo com a suprema bondade de Deus, as obras de justiça não poderiam ser destruídas”. (Alma 12:32, grifo do autor)
Uma parte muito importante do plano é o direito à escolha pessoal. O Senhor chamou a isso livre-arbítrio. Podemos escolher de acordo com nossa vontade, mas não poderemos evitar as conseqüências de nossas escolhas. Pensem nisso. É-nos permitido fazer escolhas nesta vida, mas não poderemos, depois, dizer que o plano é injusto, porque teremos de aceitar o resultado das escolhas que fizermos.
O centro do plano é o Senhor Jesus Cristo. Se O rejeitarmos ou ignorarmos, o grande plano de felicidade não funcionará em nosso benefício. O Salvador dedicou a vida em Sua existência pré-mortal, na mortalidade e continua a dedicá-la pela eternidade para estabelecer o plano do Pai, com bênçãos e benefícios para todos nós. O preço pago pelo Mestre foi monumental. Pensem na dor sentida no Getsêmani e no Seu sofrimento no Calvário. Isso deve dar-nos uma idéia da enorme importância do plano de redenção.
O orgulho, a busca das coisas vãs do mundo, a ausência de castidade, a confusão entre o papel do homem e da mulher, a cobiça e o menosprezo pelo aspecto sagrado da vida humana são alguns dos obstáculos encontrados na existência mortal. Estas coisas podem nos atrapalhar ou mesmo impedir-nos de chegar ao nosso destino. O plano concede-nos o arrependimento, mas não nos permite aceitar um comportamento autodestrutivo.
“Pois eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância;
Entretanto, aquele que se arrepender e cumprir os mandamentos do Senhor será perdoado.” (D&C 1:31–32)
A compreensão do plano dá-nos grande consolo diante das duras provas que assolam a humanidade. Além disso, a compreensão fortalecerá nossa fé. Uma das provas mais difíceis é a separação de entes queridos por ocasião da morte. O plano dá-nos conforto ao compreendermos a seguinte citação das escrituras:
“Pois assim como a morte tem efeito sobre todos os homens, para que seja cumprido o plano misericordioso do grande Criador, deve existir um poder de ressurreição e a ressurreição deve vir ao homem em razão da queda; e a queda veio em razão da transgressão; e porque os homens se tornaram decaídos, foram afastados da presença do Senhor.” (2 Néfi 9:6)
Somos literalmente filhos e filhas de Deus. Esse fato deve permear cada fibra de nosso ser. O conhecimento dessa verdade exercerá grande influência sobre as decisões que tomamos na vida e que podem nos proporcionar tanto extrema alegria quanto amargo remorso.
Muitos dos criadores de filosofias do mundo sabem pouco ou nada sobre os desígnios e propósitos de Deus. As suas concepções seculares são em geral lamentavelmente inadequadas para os propósitos eternos. Se, por exemplo, alguém acreditar que a existência do homem sobre a Terra seja um mero acidente da natureza, seu julgamento será falho. Esses filósofos modernos nada sabem a respeito da vida pré-mortal da humanidade ou têm qualquer idéia acerca do destino eterno do homem. Como lhes seria possível criar conceitos que sobrevivessem às provas dos séculos?
O Presidente Gordon B. Hinckley anunciou a proclamação ao mundo a respeito da família dizendo: “Havendo tantas falsidades ensinadas como verdades, tantos enganos quanto aos padrões e valores, tanto incentivo e sedução para que lentamente aceitemos a corrupção do mundo, sentimos a necessidade de adverti-las e admoestá-las. Com esse intuito nós, da Primeira Presidência e do Conselho dos Doze Apóstolos, faremos agora uma proclamação a toda a Igreja e ao mundo como declaração e reafirmação ⌦dos padrões, doutrinas e práticas ⌦referentes à família, que os profetas, videntes e reveladores desta Igreja repetidamente declararam ao longo de sua história. (Gordon B. Hinckley, “Enfrentar com Firmeza as Artimanhas do Mundo”, A Liahona, janeiro de 1996, p. 114)
Algumas pessoas reclamam que quando os profetas falam com clareza e firmeza, estão privando-nos de nosso arbítrio. Nós ainda somos livres para escolher. Mas precisamos aceitar as conseqüências dessas escolhas. Os profetas não nos privam de nossa liberdade de escolha. Eles simplesmente nos avisam de quais serão as conseqüências de nossas escolhas. Quão tolo será culpar o profeta por seu aviso!
Devemos desenvolver fé nos profetas e em suas admoestações. Busquemos, pelo Espírito, a confirmação de que são inspirados. E então, quando esses homens falarem e nós seguirmos seus conselhos, encontraremos consolo, paz e até alegria.
Alma, um antigo profeta, tinha um grande sentimento de preocupação por seus irmãos, quando disse: “Sim, declararia a todas as almas, com voz como a do trovão, o arrependimento e o plano de redenção, para que se arrependessem e viessem ao nosso Deus, a fim de não haver mais tristeza em toda a face da Terra”. (Alma 29:2)
Quando compreendermos o grande plano do eterno Deus, a proclamação ao mundo a respeito da família trar-nos-á paz e certeza. O grande plano do eterno Deus, ou a obra de salvação, presta testemunho dele mesmo, pois o Espírito de Deus está nele.
A mensagem da proclamação confortará os pais que, talvez, estejam questionando-se sobre o seu papel no lar. Trará segurança aos filhos que são criados por pais que os amam e compreendem seu destino divino. E trará alegria duradoura àquela jovem que me falou, quando compreender e cumprir o papel a ela designado por seu onisciente e amoroso Pai que está nos céus.
Em nome de Jesus Cristo. Amém. 9