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Participar da Conferência Geral: um Bálsamo de Gileade para a Minha Alma Destroçada
O autor vive no Colorado, EUA.
Depois de perder a minha mãe, a bondade, a música e a sabedoria partilhada que desfrutei ao assistir à conferência geral foram uma bênção para mim.
Uma semana e meia antes da sessão da conferência geral de outubro de 2019, eu, a minha família e os meus amigos, tivemos de enterrar a minha adorável mãe, Eudie (Iu-di) Charnes. O meu coração estava despedaçado, de luto e indescritivelmente vazio. A beleza da Eudie, a beleza de outrora da Eudie, simplesmente e infelizmente, já não existia. Ela já não estava presente para a poder segurar, abraçar, cuidar ou abençoar; nem a tinha mais para me acompanhar a cantar, chorar ou orar. A vida e a luz que me tinha dado vida tinha morrido; a sua presença divina já não existia mais. E assim, também uma parte de mim tinha morrido com ela, uma parte lá no fundo da minha alma tinha desaparecido para sempre. Ela morreu graciosamente, rodeada pela fé, aninhada nos braços amorosos da sua amada família: nos braços da minha esposa, Sarah; da nossa filha, Yael; e dos meus, o seu filho que acabara de ficar órfão.
Estávamos todos juntos, mas completamente sós — cada um de nós encontrava-se sozinho na sua própria perda, mas juntos na nossa perda partilhada. E aquela frágil ligação que partilhávamos uns com os outros foi reforçada, e por vezes até consolidada, pela bondade e presença de dois tesouros vivos da comunidade de Santos dos Últimos Dias: o Irmão Mike Law e a sua eterna companheira celestial, a Irmã Debbie Law, do Colorado, EUA. Os seus humildes corações transbordam de um amor que só pode ser descrito como algo inspirado do alto, e estamos eternamente gratos pela luz da sua companhia durante a nossa caminhada pela escuridão e desespero da morte.
Foi nessa altura, dois dias depois de ter enterrado a minha mãe, que o meu desesperado apelo pelo bem-aventurado foi atendido — atendido na forma de um simples telefonema e de um convite do meu prezado amigo, o Irmão Mike Law. Ele estava novamente a contactar-me, como era habitual, para saber como eu estava a lidar com a minha perda ao longo desta grande e solitária jornada de sofrimento.
Enquanto conversávamos, apercebi-me de uma leve incerteza na voz do Mike quando ele me perguntou: “Joe, sei que a resposta provavelmente vai ser não, mas gostarias de ir à conferência geral, se eu conseguir arranjar bilhetes?” A minha resposta foi simples, imediata, direta e premente: “Mike, na verdade não há nenhum outro sítio onde eu preferisse estar”.
Essas foram as minhas palavras, amigos; essas foram as minhas palavras — entoadas em solene canto e solene tristeza. Eu simplesmente sabia que a conferência geral seria um momento consagrado de graciosa edificação para o meu coração. Eu sabia que os braços generosos dos corações inspirados de todos os Santos dos Últimos Dias estariam incondicionalmente estendidos com amor, e que os braços dos seus corações amorosos simplesmente não falhariam.
Na conferência geral, as pessoas simplesmente sorriem do fundo do coração. Elas saúdam-nos de todo o coração e resplandecem com o coração. Há uma comunicação implícita na presença do coração. A presença deles diz “olá”. Só o facto de ali estarem diz “olá”. Só o facto de estarmos ali faz-nos sentir acarinhados.
Esse era o bálsamo do qual a minha alma angustiada precisava — o bálsamo da bondade da conferência geral que envolve o coração. Era por isso que a conferência geral seria verdadeiramente um bálsamo de cura de Gileade para a minha alma carente.
E esta é uma verdade universal da vossa grande fé. A benevolência sábia, amorosa e carinhosa é o cântico de serviço da comunidade dos Santos dos Últimos Dias; é a principal caraterística e o legado da vossa fé. Se o velho ditado for verdadeiro e “a forma mais elevada de sabedoria é a bondade”, então a conferência geral é realmente um local de reunião de alguns dos seres humanos mais sábios do planeta.
São “uma luz para as nações” e uma luz para o meu coração. Abençoado sejas, Mike, por seguires as impressões do teu coração. A tua devoção em ajudar-me a restaurar a minha paz interior faz com que o coro celestial entoe: “Bem está, bom e fiel servo” (Mateus 25:23).
A glória da conferência geral prolongou-se com a sabedoria da apresentação musical. E eu enfatizo a sabedoria presente na música e não apenas a sua beleza. Todos os hinos sagrados são obras de majestade poética e melódica que inspiram a nossa alma a elevar-se através da sua música. Porém, os hinos também são meditações extremamente profundas, que devem ser sempre ponderadas e rogadas com o coração. As suas letras destinam-se a apascentar a nossa vida e a exemplificar a sabedoria, santa e Divina. Da glória da sabedoria musical, passamos para a glória da própria sabedoria, uma vez que os Santos e os sábios vêm agora diante de todos para iluminar a nossa vida com um verdadeiro apelo à alma. No que só pode ser descrito como uma série de grandes dádivas de sabedoria, homens e mulheres com um coração sábio e santo proporcionam à humanidade uma viagem pitoresca pelo sagrado, que oferece e revela um universo cheio de luz verdadeira.
Num artigo mais extenso, “General Reflections: A Rabbi’s Meditation on General Conference” [Reflexões Gerais: A Meditação de um Rabino sobre a Conferência Geral], partilhei algumas das mensagens que mais me chamaram a atenção, seguidas de observações pessoais sobre alguns desses pontos altos sagrados.
Deixo-vos agora, amigos, com uma última dádiva de glória. Diz respeito a uma irmã santa e estudante da Universidade Brigham Young (BYU) que me abençoou com palavras de gratidão vindas da profundeza da alma. Repito-as e reflito sobre elas frequentemente.
Na gloriosa segunda-feira após a conferência geral, tive o privilégio de assistir a uma aula do Professor David Seely sobre a antiga Israel na BYU–Provo. Com uma oração de abertura para ajudar a abrir o nosso coração ao divino — tanto para o que vem do Céu como para o que vem de dentro de nós — começámos por partilhar os nossos pensamentos sobre a conferência geral e a dádiva enriquecedora que esta tinha sido. Depois de partilhar algumas das minhas ponderações pessoais sobre a experiência com momentos divinos, a nossa irmã santa dos Últimos Dias respondeu: “Obrigada por me recordar da beleza da minha fé”. Ainda hoje, as suas palavras ecoam dentro de mim.
A si, querida irmã, cujo nome me é desconhecido, e a toda a comunidade de Santos dos Últimos Dias, permitam-me também dizer-vos obrigado. Obrigado pela beleza da vossa fé. Obrigado por recordarem da beleza da fé. Obrigado por me recordarem e inspirarem a viver e a expressar a minha própria fé de forma mais bela. Obrigado por me lembrarem do belo potencial que a fé pode produzir e fazer florescer. A vossa fé é verdadeiramente uma “luz para as nações” e uma estrela brilhante no meu coração.
O vosso caminho é um caminho de melodia, e um caminho de graça melodiosa. É uma melodia que inspira os seus fiéis seguidores a viverem vidas de serviço, tendo amor ao serviço e servindo todos com amor. Essa é a vossa dádiva, essa é a vossa bênção e essa é a vossa glória como Santos dos Últimos Dias.
A conferência geral é a Glória Geral. Abençoo-vos em tudo o que fizerem, enquanto “Prosseguem Adiante com Fé]”. Que “Deus Vos Guarde”.
Shalom.