“16. Dissertação sobre fé: Mary B. Ferguson”, Ao Púlpito: 185 anos de discursos proferidos por mulheres santos dos últimos dias, 2017, pp. 65–68
“16. Mary B. Ferguson”, Ao Púlpito, pp. 65–68
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Dissertação sobre fé
Associação das Moças de Spanish Fork
Spanish Fork, Território de Utah
22 de setembro de 2014
Sendo a fé o primeiro princípio do evangelho, é necessário indagar: o que é fé? As escrituras nos dizem que “fé é a esperança nas coisas que não se veem”;13 por exemplo, se eu lhes disser que, se forem a um determinado lugar, vocês encontrarão uma pepita de ouro ou uma pérola de grande beleza e se, em seguida, vocês vão e a encontram, sua fé foi manifestada por suas obras.14 Isso é o que acontece quando obedecemos ao evangelho, certas bênçãos nos são dadas, mas, se dissermos que acreditamos e não obedecemos, então nossa fé é vã. É como o corpo sem o espírito; está morto. Foi essa fé viva, minhas jovens irmãs, que fez com que seus pais e suas mães obedecessem ao evangelho em suas terras e lares distantes. Por terem fé, deixaram sua casa, seus familiares e tudo o que lhes era precioso e, entre o desprezo e a perseguição, embarcaram sobre o imenso oceano, sendo lançados sobre ondas furiosas, por semanas e meses, longe da vista da terra, doentes e cansados, mas ainda confiando no braço de Jeová para levá-los com segurança a um refúgio de descanso. Muitos deles nunca tinham conhecido as provações e as dificuldades da vida, deixando para trás amigos chorosos e saudosos, que não tinham fé e não entendiam os propósitos de Deus.15 Por meio da fé, eles cruzaram as planícies com a lenta e cansativa viagem de bois, mas ainda mais cansativa com carrinhos de mão. Pensem nisso, minhas jovens irmãs, seus pais e suas mães viajaram por mais de 1.600 quilômetros, puxando um carrinho de mão, carregando alimentos e roupas de cama, utensílios de cozinha, roupas, etc., muitos deles com crianças pequenas; atravessaram rios, com água até a cintura e caminharam por quilômetros em terreno difícil; ainda assim, à noite em volta da fogueira, suas canções de louvor subiam a Deus, pois os princípios da fé tinham sido plantados em seu coração.16 Eles tinham a certeza das coisas que não se veem. Pela fé, chegaram a esses vales, que não eram os ricos vales férteis que vemos agora. Pela fé, subjugaram o solo estéril e árido e, por meio das bênçãos de Deus, conseguiram fazer o deserto florescer como a rosa17 Nas gerações futuras, ainda poderão falar de nós o que foi dito de Moisés: cultivaram o solo e produziram abundantemente. Mas foram muitos anos de trabalho árduo, o que é uma indicação da determinação daqueles que o fizeram.
Não tenho muito tempo para lhes contar como nossa fé foi provada por causa de grilos, gafanhotos, secas, inundações e também pela perseguição de nossos inimigos. Mas, no geral, somos pessoas extremamente abençoadas e felizes e, por meio da fé, pretendemos crescer e aumentar e nos espalhar para outras terras até que, como Abraão de antigamente, nosso crescimento não tenha fim.18
Agora, minhas queridas jovens amigas, não pensem que porque fizemos tanto não há nada para vocês fazerem. Vocês precisam se espalhar para outros países. Não devem pensar que o território de Utah vai conter os filhos de Sião. Vocês terão que estabelecer novas colônias.
Será exigido de nossos jovens, à medida que forem chamados, deixar pai e mãe, pois as estacas de Sião devem ser fortalecidas e suas “fronteiras alargadas”.19 “Dê-nos um lugar onde possamos habitar, clamam os filhos de Sião.”20 As escrituras estão se cumprindo diante de nossos olhos. Os iníquos estão com medo de que lhes tiremos o nome e a nação, mas as profecias precisam ser cumpridas embora a terra e o inferno se atrevam a se opor.
Portanto, lutem com firmeza pela fé transmitida a seus pais nestes últimos dias para que, pela fé, vocês sejam capacitadas a promover os propósitos de Jeová, e que a influência aceleradora do Espírito de Deus repouse sobre os filhos de Sião, para que seja como um fogo vivo dentro deles, produzindo muitos frutos para a retidão. Então, que vocês possam dizer como disse o poeta:
Os perigos, as provações e as aflições,
Partilhamos com os nobres do passado,
Junto deles no banquete da verdade,
Tendo a batalha contra o erro terminado.21