História da Igreja
36. A um destes pequeninos: Margaret C. Pickering


“36. A um destes pequeninos”, Ao Púlpito: 185 anos de discursos proferidos por mulheres santos dos últimos dias, 2017, pp. 161–165

“36. Margaret C. Pickering”, Ao Púlpito, pp. 161–165

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A um destes meus pequeninos

Conferência geral da Sociedade de Socorro

Tabernáculo, Praça do Templo, Salt Lake City, Utah

28 de setembro de 1950

Um registro original deste discurso está disponível em churchhistorianspress.org (cortesia da Biblioteca de História da Igreja).

Margaret Aird Cummock Pickering (1891–1976) passou a maior parte de sua vida organizando e coordenando o trabalho essencial para instituições, servindo como secretária ou secretária-tesoureira para várias organizações. Ela nasceu e cresceu em Salt Lake City. Frequentou a Universidade Latter-day Saints, a Faculdade de Agricultura de Utah e a Universidade de Utah.1 Ela contribuiu para os programas da Igreja muito antes de servir na junta geral da Sociedade de Socorro. Primeiro, ela trabalhou na Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes, cuja sede ficava no edifício Bishop, no final do corredor dos escritórios da Sociedade de Socorro. Depois, ela trabalhou por vários anos no departamento editorial da revista Improvement Era, uma revista oficial da Igreja, que ficava no mesmo edifício.2 Em 1917, casou-se com Harold W. Pickering.3 Antes de entrar para a junta geral da Sociedade de Socorro em outubro de 1945, ela também serviu como secretária-tesoureira da Sociedade de Socorro da Ala Salt Lake City Sul 18 e da Sociedade de Socorro da Estaca Ensign.4

Sendo uma participante ávida do serviço humanitário, Margaret trabalhou como voluntária em várias agências locais e estaduais em Salt Lake City tanto antes como depois de entrar para a junta geral. Ela foi a primeira secretária executiva do Centro Cívico da Mulher, a primeira secretária da sociedade do estado de Utah para Higiene Mental, membro do comitê executivo do Fundo de Assistência Social e, por dez anos, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial, foi diretora da divisão da Cruz Vermelha americana do condado de Salt Lake City.5 Durante seu mandato como secretária-tesoureira geral da Sociedade de Socorro de 1945 a 1956, Margareth Pickering conduziu um grande volume de trabalho de envio de correspondência e viajou por toda a Igreja para participar das convenções de estaca da Sociedade de Socorro.6

O serviço humanitário da irmã Margaret na Sociedade de Socorro veio durante os primeiros anos da Guerra Fria, uma época marcada por temor e insegurança. Três meses antes de Margaret proferir este discurso, os Estados Unidos entraram na guerra da Coreia. De uma perspectiva militar, o país não estava preparado para lutar em uma guerra na Coreia. Muitos veteranos haviam se afastado do serviço militar no final da Segunda Guerra Mundial, deixando as forças armadas com falta de pessoal. Tentando economizar dinheiro, o Pentágono demorou a contratar substitutos, e o novo pessoal não tinha experiência.7 O governo reagiu a essa crise com o anúncio impopular de que planejava recrutar compulsoriamente 80 mil homens por mês nos três primeiros meses de 1951.8 A guerra da Coreia também aumentou o medo dos americanos em relação ao comunismo e aos simpatizantes do comunismo.9 Essa atmosfera ameaçadora serviu de pano de fundo quando Margaret deu o seguinte discurso sobre o serviço de solidariedade no Tabernáculo de Salt Lake, durante uma conferência geral da Sociedade de Socorro.

Meus queridos irmãos e irmãs, o título do discurso que vou proferir nesta tarde foi tirado de Mateus, capítulo 25, e se refere ao último julgamento, quando o Filho do Homem vier em toda a Sua glória e todas as nações serão reunidas diante Dele, e Ele apartará uns dos outros como o pastor aparta dos bodes as ovelhas, e Ele dirá “aos que estiverem à sua direita:

Vinde, benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;

Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me.

Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?

E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?

E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?

E respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.10

Durante os 108 anos de existência da Sociedade de Socorro, o serviço de solidariedade — auxílios ternos e inspirados no amor que as mulheres, por sua própria natureza, são peculiarmente aptas a realizar — tem sido uma parte essencial de seu programa.11 Na verdade, a Sociedade de Socorro foi estabelecida em preocupação pelo bem-estar do grupo mais próximo em que os membros da Igreja viviam e, desde aquela época até o presente, a Sociedade de Socorro tem dado ao mundo uma prova de fé que ele realmente precisa, uma grande e prática demonstração de amor fraternal por meio de milhões de visitas amigáveis com mensagens animadoras e que promovem a fé por meio de seus cuidados aos idosos, necessitados, doentes e confinados e por meio do serviço compassivo em um momento de morte. Deu-se ênfase em vários aspectos desse serviço ao longo dos anos de acordo com as necessidades do momento. Nos primeiros anos de existência da Sociedade de Socorro, em Nauvoo e depois no Oeste, cuidar das necessidades físicas e temporais dos membros da Igreja foi de suma importância — fazer itens de vestuário e roupas de cama, cuidar dos doentes e compartilhar suprimentos escassos — porque as plantações reduzidas e as condições climáticas severas na fronteira fizeram com que isso fosse necessário. Mas, ao longo desses anos, as necessidades espirituais não foram esquecidas, e como a terra foi cultivada e as necessidades materiais eram menos graves, a Sociedade de Socorro continuou a atender às necessidades espirituais das irmãs. Até o momento em que o plano de bem-estar foi inaugurado, por meio do qual as necessidades materiais dos membros da Igreja foram atendidas, a Sociedade de Socorro continuou a suprir diretamente algumas das necessidades materiais dos santos, sob a orientação dos bispos.12 Durante a última década, no entanto, a Sociedade de Socorro deixou de se dedicar a atender diretamente tais necessidades para auxiliar na elaboração de atribuições de bem-estar e para auxiliar mais amplamente nas necessidades espirituais das mulheres.

Para mim, tudo isso é um testemunho da origem divina dessa organização e que ela está configurada para servir como, quando e onde for mais necessária. Nunca na história da civilização mais pessoas de todas as idades e de todos os lugares se sentiram mais inquietas, inseguras, confusas e com medo. Nunca o mundo teve maior necessidade de uma prova de fé por meio de demonstrações práticas de amor fraternal. A Sociedade de Socorro tem uma grande oportunidade agora. Não é muito bom falar sobre essas coisas tão grandiosas como “humanidade”, “democracia” e “irmandade dos homens” a menos que possamos usá-las e aplicá-las ao nosso próximo, que é onde começa a amizade internacional e a irmandade dos homens. O profeta Joseph Smith disse em uma das primeiras reuniões da Sociedade de Socorro: “Que seu trabalho seja limitado principalmente às pessoas a sua volta em seu círculo”.13

A Sociedade de Socorro, por meio de instrução e exemplo por mais de cem anos, procurou nos ajudar a desenvolver força em nosso próprio caráter, por meio da qual podemos enriquecer a vida de outras pessoas e, ao fazê-lo, enriquecer nossa própria vida. E à medida em que nós, como pessoas, nos comprometemos ativamente em ministrar “a um destes (…) pequeninos”, nessa medida a organização por meio da pessoa foi fortalecida. Embora a Sociedade de Socorro registre oficialmente somente as visitas e os serviços autorizados pela presidente, ela está ciente do fato de que somente o próprio Mestre pode ter conhecimento dos muitos serviços calorosos e espiritualmente satisfatórios prestados por nossas irmãs, e é sobre esses serviços independentemente do dever da função que falo especificamente.14

Enquanto as professoras visitantes por meio de suas visitas mensais têm oportunidades incomuns de descobrir pessoas que necessitam de atenção especial e de distinguir maneiras de oferecer ajuda, há em toda vizinhança muitas pessoas idosas, doentes, solitárias ou desorientadas cujas necessidades materiais estão sendo atendidas — alguns membros da Igreja, outros não, mas eles precisam de interesse amigável, segurança e paz de espírito. Ninguém está melhor preparada para atender às necessidades dessas pessoas do que vizinhas amigáveis e fiéis membros da Igreja — as irmãs da Sociedade de Socorro apoiadas pela tradição de um século de serviço solidário e compreensão para inspirá-los e guiá-los. A presidente Spafford se referiu ao serviço de solidariedade como o “coração da Sociedade de Socorro — a palavra gentil, o raio de esperança, o caloroso aperto de mão”.15 É o constante estímulo desse coração pela sinceridade e frequência de uso que aumenta a circulação da esperança, alegria, amor fraternal e fé em Deus no mundo hoje e produz um brilho caloroso e calmo na alma dos homens na proporção exata à quantidade de estímulo aplicado.

O que dizer das mulheres idosas em sua vizinhança — algumas que não enxergam muito bem, que adorariam uma visita agradável, uma hora de leitura ou ter uma carta escrita ou ser levadas à igreja ou para uma diversão? O que dizer daquelas que não podem sair de casa, para as quais vocês podem realizar uma tarefa ou fazer compras? O que dizer da mãe em seu bairro cujo filho foi chamado para a guerra e que está deprimida ou a jovem esposa cujo marido entrou para o serviço militar e está confusa e preocupada com o futuro, ou o recém-chegado que se sente solitário e estranho, talvez um dos nossos conversos de outro país, tendo dificuldades com nosso idioma e nossos costumes, e precisa ser interpretado?

O que dizer de alguém com uma doença crônica a quem um rosto sorridente e uma nova opinião iriam dar nova esperança, uma criança confinada em uma cama por um longo período, como no caso de febre reumática, a quem um biscoito ou uma sobremesa simples traria felicidade, e o que dizer sobre ficar ocasionalmente algumas tardes ou noites com os filhos de uma vizinha que raramente sai, porque não pode pagar uma babá? Existem inúmeras oportunidades à nossa volta para demonstrar amor como irmãs se apenas abrimos os olhos para elas.

Li, recentemente, um pequeno parágrafo sobre a magia de doar em um artigo sobre vencer a solidão. Dizia:

Para combater a solidão, você deve dar de si mesmo. Você se aproxima das pessoas de maneira amigável e prestativa? Você faz sacrifícios pessoais? Você visita os doentes, faz algum serviço social ou de outra forma auxilia e consola os menos afortunados? É fácil fazer uma contribuição em dinheiro ou assinar um cheque, mas o que isso dá de seu coração? Se você vai além dos gestos rotineiros de ajuda, estabelecendo assim um vínculo de solidariedade e afeto com as pessoas, você possivelmente não será solitário.16

Sim, o serviço de solidariedade beneficia e abençoa tanto aquele que o realiza quanto aquele que o recebe. Nestes tempos, quando lares estão sendo destruídos e planos sendo interrompidos novamente pelo chamado de nossos jovens para o serviço militar e o fantasma da guerra pairando sobre nós, há uma grande necessidade de acelerar o processo de nossos serviços de solidariedade, não apenas como meio de incentivar e ajudar nosso próximo, mas para aumentar nossa própria fé e superar nossos próprios temores, de modo que, seguindo o exemplo de nosso Salvador, seremos fortalecidas e poderemos dizer como Davi da antiguidade: “Em qualquer tempo que eu temer, confiarei em ti”.17

Que façamos isso, é minha oração e peço essas coisas com humildade em nome de Jesus Cristo. Amém.

  1. A Universidade Latter-day Saints foi precursora do LDS Business College. A Faculdade de Agricultura de Utah antecedeu a Universidade Estadual de Utah (Ernest L. Wilkinson, ed., Brigham Young University: The First One Hundred Years [Universidade Brigham Young: Os Primeiros Cem Anos], 4 vols., Provo, UT: Brigham Young University Press, 1975, vol. 2, pp. 592–595; Alice H. Songe, American Universities and Colleges: A Dictionary of Name Changes [Universidades e Faculdades Americanas: Um Dicionário de Mudanças de Nomes], Metuchen, NJ: Scarecrow Press, 1978, p. 230).

  2. Amy Brown Lyman, “Margaret Cummock Pickering”, Relief Society Magazine 33, nº 1, janeiro de 1946, p. 5. O conteúdo da revista Improvement Era para 1913–1914 incluía artigos e discursos dos membros do Quórum dos Doze Apóstolos e da Primeira Presidência, relatórios de missão, ficção, poesia e colunas sobre os quóruns do sacerdócio, da Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes e escotismo (ver as edições individuais de Improvement Era, vols. 16–17, 1913–1914).

  3. “Margaret Aird Cummock Pickering”, Deseret News, 11 de outubro de 1976.

  4. Lyman, “Margaret Cummock Pickering”, p. 4; Leone O. Jacobs, “Margaret C. Pickering Resigns as General Secretary-Treasurer” [Margaret C. Pickering é desobrigada como secretária-tesoureira geral], Relief Society Magazine 44, nº 3, março de 1957, p. 159.

  5. Lyman, “Margaret Cummock Pickering”, p. 4; Jacobs, “Margaret C. Pickering Resigns” [Margaret C. Pickering é desobrigada], p. 159. O Centro Cívico da Mulher de Salt Lake City ofereceu cursos de formação de adultos para as mulheres em matérias acadêmicas e domésticas de 1919 a 1961. A Sociedade de Socorro fez parceria com a Sociedade de Higiene Mental de Utah desde sua fundação, em 1925. A sociedade contribuiu significativamente para o estabelecimento de uma escola para pessoas mentalmente incapacitadas em 1929, para a nomeação de um psiquiatra formado no hospital estadual em 1933 e para o estabelecimento do Departamento de Estado de Bem-Estar Público em 1935. O movimento do fundo de assistência social levantou fundos para apoiar uma federação de agências de serviço social, poupando assim as agências individuais de duplicar os esforços para angariar fundos e minimizar os inconvenientes para os doadores. Os fundos de assistência se tornaram um meio muito popular de apoio ao trabalho social, principalmente durante a década de 1920. Em 1945, o Fundo de Assistência Social do Condado de Salt Lake representava 24 agências diferentes. Uma divisão da Cruz Vermelha americana de Utah foi criada para apoiar as tropas durante a Guerra Hispano-Americana, em 1898. As divisões da Cruz Vermelha aumentaram em Utah durante a Primeira Guerra Mundial, quando a presidente geral da Sociedade de Socorro Emmeline B. Wells incentivou a cooperação da Sociedade de Socorro com a Cruz Vermelha. Margaret Pickering recebeu um broche da Cruz Vermelha marcando 25 anos de serviço, em 1962 (Registros do Centro Cívico da Mulher de Salt Lake City, resumo da coleção, UU; Beth Frandsen Hartmann, “Mental Health Association: An Historical Overview of the Utah Association for Mental Health” [Associação de Saúde Mental: Panorama Histórico da Associação de Utah para Saúde Mental], tese de mestrado, Universidade de Utah, 1968, pp. vi–vii, 1, 8; Stanley Wenocur and Michael Reisch, From Charity to Enterprise: The Development of American Social Work in a Market Economy [De Caridade à Empresa: O Desenvolvimento do Serviço Social Americano em uma Economia de Mercado], Urbana: University of Illinois Press, 1989, pp. 108–110; “Officials of Chest Drive Urge Support of Citizens” [Representantes da divisão solicitam o apoio dos cidadãos], Deseret News, 4 de outubro de 1945; “Editorial Notes” [Notas editoriais], Woman’s Exponent 27, nº 1 e nº 2, 1º e 15 de junho de 1898, pp. 292, 293; “Margaret Aird Cummock Pickering”; ver também Carol Cornwall Madsen, Woman Triumphant: An Intimate History of Emmeline B. Wells [Mulher Triunfante: Uma História Íntima de Emmeline B. Wells], Salt Lake City: University of Utah Press, 2016; e Kerry William Bate, “Kanarraville Fights World War I” [Kanarraville Luta na Primeira Guerra Mundial], Utah Historical Quarterly 63, nº 1, inverno de 1995, pp. 39–42).

  6. Jacobs, “Margaret C. Pickering Resigns”, p. 159. As líderes da Sociedade de Socorro da estaca local realizaram convenções da estaca em que a Sociedade de Socorro e os líderes do sacerdócio da estaca instruíram os líderes, e os membros da junta geral falaram e lideraram grupos de debates. Muitas vezes as convenções incluíam mais de uma estaca (Annual Relief Society Conventions [Convenções Anuais da Sociedade de Socorro], 1950, folheto, Biblioteca de História da Igreja; Handbook of Instructions of the Relief Society of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints [Manual de Instruções da Sociedade de Socorro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias], Salt Lake City: Junta geral da Sociedade de Socorro, 1949, pp. 67–68).

  7. Andrew J. Dunar, America in the Fifties [América nos Anos 1950], Syracuse, NY: Syracuse University Press, 2006, p. 54.

  8. Steven Casey, Selling the Korean War: Propaganda, Politics, and Public Opinion in the United States, 1950–1953 [Vendendo a Guerra da Coreia: Propaganda, Política e a Opinião Pública dos Estados Unidos, 1950–1953], New York: Oxford University Press, 2008, p. 186.

  9. Dunar, America in the Fifties, p. 51. Em fevereiro de 1950, o senador do Wisconsin Joseph McCarthy declarou o anticomunismo como sua plataforma política principal e deu início a um período muito divulgado de perseguição contra muitas pessoas com inclinações políticas de esquerda (Richard M. Fried, Nightmare in Red: The McCarthy Era in Perspective [Pesadelo de Vermelho: A Era McCarthy em Perspectiva], New York: Oxford University Press, 1990).

  10. Ver Mateus 25:36–40.

  11. O serviço tem sido uma parte importante do trabalho da Sociedade de Socorro desde sua fundação e tem sido chamado por diferentes nomes. Na reunião de organização, a presidente Emma Hale Smith falou sobre o objetivo da sociedade de “procurar e aliviar os aflitos”. O serviço humanitário da Sociedade de Socorro não foi sempre chamado de serviço de solidariedade, como é hoje, até a década de 1940. O uso da expressão por David O. McKay em uma conferência geral da Sociedade de Socorro de 1939 pode ter inspirado sua adoção oficial. Em 1942, o serviço de solidariedade foi o termo oficial usado para fazer referência ao serviço de caridade da Sociedade de Socorro (Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 17 de março de 1842, p. 13, em Jill Mulvay Derr, Carol Cornwall Madsen, Kate Holbrook e Matthew J. Grow, eds., The First Fifty Years of Relief Society: Key Documents in Latter-day Saint Women’s History [Os Primeiros Cinquenta Anos da Sociedade de Socorro: Documentos Importantes da História das Mulheres da Igreja], Salt Lake City: Church Historian’s Press, 2016, p. 36; David O. McKay, “The Highest and Best in Woman’s Realm” [O maior e melhor do universo da mulher], Relief Society Magazine 27, nº 1, janeiro de 1940, p. 18; Vera White Pohlman, “Annual Report—1942” [Relatório anual — 1942], Relief Society Magazine 30, nº 6 e nº 7, junho e julho de 1943, p. 420).

  12. O programa de bem-estar oficial da Igreja começou em 1936. Para histórias sobre o desenvolvimento do programa, ver Jill Mulvay Derr, “Changing Relief Society Charity to Make Way for Welfare” [Mudança de caridade para bem-estar da Sociedade de Socorro], 1930–1944, em New Views of Mormon History: A Collection of Essays in Honor of Leonard J. Arrington [Novos Pontos de Vista da História Mórmon: Uma Coleção de Ensaios em Homenagem a Leonard J. Arrington], ed. por Davis Bitton and Maureen Ursenbach Beecher, Salt Lake City: University of Utah Press, 1987; e Garth L. Mangum e Bruce D. Blumell, The Mormons’ War on Poverty: A History of LDS Welfare, 1830–1990 [A Guerra dos Mórmons contra a Pobreza: Uma História do Serviço de Bem-Estar SUD, 1830–1990], Salt Lake City: University of Utah Press, 1993.

  13. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 28 de abril de 1842, p. 40, em Derr e outros, First Fifty Years [Os primeiros 50 anos], p. 59.

  14. Desde os primeiros dias da Sociedade de Socorro, os líderes monitoraram as estatísticas do serviço de caridade em seus livros de atas da organização. Aqui, a irmã Margaret faz referência ao serviço registrado pela junta geral. As atividades de serviço foram registradas em diferentes categorias ao longo do tempo. Para o ano de 1914, por exemplo, as estatísticas de serviço foram organizadas de acordo com as seguintes categorias: dinheiro distribuído aos pobres, visitas aos enfermos, famílias que foram auxiliadas, corpos preparados para sepultamento e dias de trabalho no templo. Gradualmente a junta geral parou de registrar o trabalho no templo e, após o estabelecimento do programa de bem-estar da Igreja, em 1936, a Sociedade de Socorro não distribuiu mais dinheiro diretamente aos pobres. Assim, o relatório de 1949 sobre serviço de solidariedade registrou essas categorias: visitas aos enfermos e confinados, dias de cuidados aos doentes, número de funerais em que a Sociedade de Socorro ajudou e vestiu o corpo para o sepultamento (Amy Brown Lyman, “General Conference of the Relief Society” [Conferência geral da Sociedade de Socorro], Relief Society Magazine 2, nº 12, dezembro de 1915, pp. 527–528; “Compassionate Service Annual Report—1949” [Relatório anual de serviço de solidariedade — 1949], Relief Society Magazine 37, nº 9, setembro de 1950, p. 610).

  15. Belle S. Spafford, “Report of Activities and Official Instructions” [Relatório de atividades e instruções oficiais], Relief Society General Conference [Conferência geral da Sociedade de Socorro], Salt Lake City, UT, 3 e 4 de outubro de 1945, p. A-10, BHI.

  16. Versões dessa citação apareceram em vários jornais, inclusive em Louis E. Bisch, “The Magic of Giving” [A magia de doar], Dixon (IL) Evening Telegraph, 17 de julho de 1950. A citação veio originalmente de uma revista intitulada Your Life: The Popular Guide to Desirable Living [Sua Vida: O Guia Popular para uma Vida Desejável].

  17. Salmos 56:3.