“37. União de sentimentos: Louise W. Madsen”, Ao Púlpito: 185 anos de discursos proferidos por mulheres santos dos últimos dias, 2017, pp. 166–170
“37. Louise W. Madsen”, Ao Púlpito, pp. 166–170
37
União de sentimentos
Conferência geral da Sociedade de Socorro
Tabernáculo, Praça do Templo, Salt Lake City, Utah
3 de outubro de 1962
Um registro original deste discurso está disponível em churchhistorianspress.org (cortesia da Biblioteca de História da Igreja).
Meus queridos irmãos e irmãs, pouco antes de entrar no jardim do Getsêmani na noite de Sua traição, o Senhor “levantou seus olhos ao céu”14 e orou ao Pai. O presidente McKay disse que essa oração foi “a maior e mais impressionante oração jamais proferida neste mundo”.15 Sua oração foi por aqueles que haviam acreditado Nele e por “aqueles que (…) hão de crer” Nele. Uma mensagem sublime dessa oração está neste versículo: “Para que todos sejam um como tu, ó Pai, és em mim, e eu, em ti; que também eles sejam um em nós”.16
Essa é a mais bonita expressão sobre o princípio da união. É esse princípio de união, esse sentimento de ser “um”, uns com os outros e com nosso Deus, que tem contribuído para que a Igreja possa progredir e realizar os propósitos para os quais foi estabelecida.
Uma das declarações do profeta Joseph Smith para a Sociedade de Socorro que tem significado imenso e contínuo é que “pela união de sentimentos obtemos poder com Deus”.17 Essa é uma expressão do princípio de união que mostra como ele funciona para cumprir propósitos. Ele exortou as irmãs a obterem o poder do alto, sendo “uma” em espírito e determinação para fazer o trabalho que Ele deseja que façam. O fato de terem feito isso é demonstrado pelo crescimento e pelas realizações da Sociedade de Socorro em todo o mundo. A separação por grandes extensões de terra e oceanos não muda nem diminui o sentimento ou a necessidade da “unidade”. Mais de 250 mil mulheres unidas em sentimento e propósito, buscando o poder do Pai Celestial em retidão, podem exercer um enorme poder para o bem, onde quer que estejam.
Que poder é esse que podemos obter? Visto que deriva de nossa união com Deus nosso Pai e Seu Filho, Jesus Cristo, o poder não está porventura nas palavras de Miqueias de “[fazer] o que é bom; o que o Senhor pede de [nós], [praticar] a justiça, e [amar] a benevolência, e [andar] humildemente com [nosso] Deus”?18 Não é o privilégio de servir que buscamos, sentir a força motivadora da compaixão? Não é o poder da força dada por Deus e o conhecimento com o qual Ele nos abençoou que valorizamos? Não é o poder de pensamento e ação altruísta, de generosidade, a capacidade de sobrepujar a crítica e a mente mesquinha que desejamos? O poder de ser um instrumento para a salvação de almas foi concedido à Sociedade de Socorro. Nosso maior objetivo é edificar um firme testemunho da divindade do Salvador e do evangelho. A caridade, o puro amor de Cristo, é nosso princípio orientador.19
Devemos novamente recordar que esses aspectos de poder são obtidos por meio da “união de sentimentos”, a “união de sentimentos” entre nós mesmos e o Pai Celestial. Esse tipo de união não pode ser mantido com sucesso com menos do que o maior esforço de todos nós. A insatisfação com a simples normalidade aumenta a capacidade da organização de usar esse poder dos céus na sua totalidade. Nossa visão e nossos objetivos devem ser exaltados e a integridade do propósito e da confiabilidade de cada membro devem ser aumentadas.
Aqueles que recebem o poder devem assumir as responsabilidades que o acompanham. Uma delas é a liderança sábia. Orientar, persuadir e direcionar corretamente,20 fortalecer em retidão, instruir e dar impulso a atitudes corajosas são aspectos de liderança para as quais as mulheres da Sociedade de Socorro são treinadas.21 A força de uma organização dedicando-se para o bem, adaptando-se ao que precisa ser feito e acreditando plenamente que seu trabalho está basicamente e espiritualmente correto, é a força que o Senhor exigiu de nós. Toda Sociedade de Socorro, não importa o tamanho, por mais isolada que seja, deve participar desta “união de sentimentos”.
Paulo, em sua epístola aos romanos, fala da “fé mútua, tanto vossa como minha”,22 e suplica a seus irmãos “combatais comigo”23, em tudo o que precisa ser feito. Ele os adverte a evitar as “dissensões e escândalos contra a doutrina”.24 Ele recomendou especificamente várias irmãs:
Recomendo-vos, pois, Febe, nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencreia,
Para que a recebais no Senhor, como convém aos santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo.
Saudai Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus,
Que pela minha vida arriscaram o seu próprio pescoço; aos quais não só eu agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios. (…)
Saudai Maria, que trabalhou muito por nós. (…)
Saudai Trifena e Trifosa, as quais trabalham no Senhor. Saudai a amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor.25
Esse tipo de recomendação também pode ser dado individualmente a muitas mulheres nesta dispensação. Muitas irmãs que ocupam cargos na Sociedade de Socorro poderiam ser descritas nas palavras de Paulo como tendo “muito [trabalhado] no Senhor”.26 Mas é a Sociedade de Socorro como um todo, como uma organização auxiliar da Igreja, recebendo o poder de Deus pela “união de sentimentos”, que melhor serve para fazer o trabalho que Ele deseja que uma organização de Suas filhas faça.
Os laços de irmandade são lindos! Os vínculos de amizade são edificantes. O trabalho de milhares de irmãs unidas em propósito justo é glorioso. O reconhecimento de que devemos fazer a obra do Senhor é um ato de humildade.
Que Ele nos abençoe com o desejo de nos dirigir a Ele em “união de sentimentos” e ser unos como Cristo orou que seus seguidores o fossem, é minha oração em nome de Jesus Cristo. Amém.