História da Igreja
4. Segundo a ordem do céu: Sarah Cleveland, Elizabeth Ann Whitney, Presendia Buell, Lucy Mack Smith, Elizabeth Durfee, Eliza R. Snow e Patty Sessions


“4. Segundo a ordem do céu: Sarah Cleveland, Elizabeth Ann Whitney, Presendia Buell, Lucy Mack Smith, Elizabeth Durfee, Eliza R. Snow e Patty Sessions”, Ao púlpito: 185 anos de discursos proferidos por mulheres santos dos últimos dias, 2017, pp. 15–19

“4. Sarah Cleveland, Elizabeth Ann Whitney, Presendia Buell, Lucy Mack Smith, Elizabeth Durfee, Eliza R. Snow e Patty Sessions”, Ao púlpito, pp. 15–19

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Segundo a ordem do céu

Sociedade de Socorro de Nauvoo.

Lodge Room, Loja de Tijolos Vermelhos, Nauvoo, Illinois

19 de abril de 1842

Vinte mulheres se reuniram para a primeira reunião da Sociedade de Socorro no dia 17 de março de 1842 e, na segunda reunião, a presidente Emma Hale Smith ensinou essas mulheres a “promoverem a união dentro desta sociedade”, incentivando todas que desejassem se unir a ela.1 As conselheiras, Sarah Marietta Kingsley Howe Cleveland (1788–1856) e Elizabeth Ann Smith Whitney (1800–1882) e a secretária Eliza Roxcy Snow (1804–1887) contribuíram para o espírito inclusivo e acolhedor da sociedade. Na quinta reunião, realizada no dia 19 de abril de 1842, havia 158 membros, incluindo Lucy Mack Smith (1775–1856), Elizabeth Davis Goldsmith Brackenbury Durfee (1791–1876), Martha “Patty” Bartlett Sessions (1795–1892), Abigail Calkins Leonard (1795–1880) e outras que participaram dos debates, dos testemunhos e dos serviços.2

Algumas mulheres que viviam fora de Nauvoo, Illinois, tinham ouvido sobre a organização e desejavam fazer parte dela. Presendia Lathrop Huntington Buell (1810–1892), por exemplo, morava em Lima, Ohio, cerca de 48 quilômetros ao sul.3 Ela viajou até Nauvoo, onde sua irmã, Zina D. Huntington Jacobs [Young], morava para participar da Sociedade de Socorro e recebeu as boas-vindas das irmãs como novo membro da sociedade.4 Posteriormente, outros grupos da Sociedade de Socorro se reuniam em cidades vizinhas.5 A Sociedade de Socorro tinha um local central onde as mulheres se reuniam a despeito de onde morassem, da idade e da situação socioeconômica. Lucy Mack Smith “alegrou-se em ver o que estava acontecendo. Quando ela entrou e viu as irmãs, sentiu-se profundamente interessada. [Ela] chorou (…) [e] desejou que o Senhor abençoasse e ajudasse a sociedade a fim de que pudessem alimentar os famintos, vestir os nus (…) [e] se sentiu compelida a orar para que as bênçãos do céu repousassem sobre a sociedade”.6

Joseph Smith ensinou à Sociedade de Socorro que essa instituição seguia a mesma ordem antiga existente nos tempos do Velho e do Novo Testamento.7 Conforme comprovado nessa reunião do dia 19 de abril, as mulheres da Sociedade de Socorro exerceram os dons do Espírito, acreditando que esses dons faziam parte da restauração do evangelho de Jesus Cristo.8 Algumas falaram em línguas, enquanto outras as interpretaram. Elas deram e receberam bênçãos de saúde e conforto, o que permitiu que participassem em rituais sagrados e que estreitassem seus laços de amizade.9 Conforme mencionado nessa reunião, essas experiências contribuíram para que o “Espírito do Senhor fosse derramado sobre a sociedade”. A reunião da Sociedade de Socorro era um evento participativo, consistindo mais de debates do que de lições ou discursos formais. Muitas mulheres falaram. O testemunho público e as bênçãos pessoais dessas mulheres revelam o alívio emocional que encontraram no serviço e na comunhão.

Uma reunião especial da sociedade, que fora agendada previamente de comum acordo, foi presidida pela conselheira [Sarah] Cleveland, pois a presidente Emma Smith não estava presente.10

A reunião começou com um hino. A oração foi oferecida pela conselheira Cleveland. O coro apresentou um hino. (…)

Em seguida, a conselheira Cleveland se levantou e se dirigiu à congregação, dizendo que a reunião tinha sido especialmente convocada para o ingresso da sra. Buell, que residia longe e fora privada dos mesmos privilégios das irmãs em Nauvoo, e que ela desejava se tornar membro dessa sociedade. Não havia muitos assuntos a serem tratados, portanto poderiam passar o tempo em exercícios religiosos perante o Senhor. Ela falou sobre a felicidade que sentia na atual associação de mulheres e fez comentários muito apropriados sobre os deveres e as perspectivas da sociedade, que foi organizada segundo a ordem do céu, etc.11

A conselheira Elizabeth Whitney também fez comentários muito interessantes e incentivou todas as presentes a expressarem livremente os seus sentimentos.

A sra. Buell se levantou e disse que se alegrava com a oportunidade de falar e que considerava isso um privilégio. Ela sentiu o Espírito do Senhor na sociedade e se alegrou por se tornar um membro embora residisse longe e não pudesse comparecer às reuniões.

A loja de tijolos vermelhos de Joseph Smith

A loja de tijolos vermelhos de Joseph Smith. Por volta de 1885–1886. A reunião de fundação da Sociedade de Socorro Feminina de Nauvoo ocorreu no segundo andar dessa loja de produtos secos, em 17 de março de 1842. A loja de tijolos vermelhos era o local onde as mulheres se reuniam e compartilhavam suas necessidades, preocupações e o ministério espiritual. Fotografia por Brigham H. Roberts. (Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City)

A mãe Smith falou com sincero pesar por sua situação solitária e de seus sentimentos enquanto refletia sobre a preocupação do pai Smith com as irmãs quando na vida ele presidia as reuniões.12

A sra. Durfee prestou testemunho da grande bênção que recebeu, ao término da última reunião, por meio da presidente Emma Smith e de suas conselheiras Sarah Cleveland e Elizabeth Whitney.13 Ela disse que nunca antes fora tão beneficiada pela ministração, que estava curada e que achava que as irmãs tinham mais fé do que os irmãos.

A srta. Snow, depois de fazer alguns comentários sobre a sociedade, sobre a importância de agir com sabedoria e de andar com humildade perante Deus, etc., disse que tinha uma bênção para a sra. Buell por ela ter se tornado membro da sociedade. Assim como o caráter de uma pessoa influencia cada membro do grupo, desejava que o Espírito do Senhor, que permeia essa sociedade, derrame-Se sobre ela. Ela o sentirá e se alegrará e será abençoada onde estiver, pois o Senhor abrirá um caminho para que ela seja um instrumento para realizar muitas coisas. Por meio de seus próprios esforços e com a orientação de outros, ela será capaz de contribuir muito com o fundo da sociedade. Ela aquecerá o coração dos que estão frios e adormecidos e será um instrumento para realizar muita retidão.

A sra. Leonard, a conselheira Whitney e a conselheira Cleveland prestaram testemunho das verdades que a srta. Snow disse para a sra. Buell.

A conselheira Cleveland afirmou que sentiu muitas vezes em seu coração o que não poderia expressar em seu próprio idioma e, como o profeta lhes havia dado a liberdade de aprimorar os dons do evangelho em suas reuniões e sentir o poder sobre elas, desejava falar no dom de línguas, o que ela fez de maneira poderosa.14

A sra. Sessions se levantou e traduziu o que a conselheira Cleveland havia falado em um idioma desconhecido. Ela disse que o Senhor estava satisfeito com essa sociedade e que, se fossem humildes e fiéis, o Senhor daria liberalmente a todos os membros o dom da profecia. Que, quando a conselheira Cleveland colocou as mãos sobre a cabeça da irmã Snow, disse que não somente ela, mas todas também teriam o Espírito. Que a conselheira Cleveland se dirigiu para a mãe Smith e disse que as orações do pai Smith estavam agora sendo respondidas sobre os membros da sociedade. Que os dias da mãe Smith seriam prolongados e ela se reuniria muitas vezes na sociedade, que desfrutaria da associação com as irmãs e depois seria coroada como a mãe dos que se provarem fiéis, etc.15

A reunião foi muito interessante, quase todas as que estavam presentes se levantaram e falaram e o Espírito do Senhor, como uma fonte de água purificadora, revigorou-lhes o coração.

A sra. Mary Smith indicou Elizabeth Eaton para coordenar o trabalho de costura da sociedade por causa de sua habilidade com bordados.

A reunião terminou com uma oração oferecida pela mãe Smith e um hino pelo coro. Em seguida, a sra. Leonard recebeu uma bênção das conselheiras Cleveland e Whitney para que sua saúde fosse restabelecida.

  1. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 17 de março de 1842, p. 6; 24 de março de 1842, p. 15, em Jill Mulvay Derr, Carol Cornwall Madsen, Kate Holbrook e Matthew J. Grow, editores, The First Fifty Years of Relief Society: Key Documents in Latter-day Saint Women’s History [Os Primeiros 50 Anos da Sociedade de Socorro: Documentos importantes da história das mulheres santos dos últimos dias], Salt Lake City: Church Historian’s Press, 2016, pp. 30, 37.

  2. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 17 de março–19 de abril de 1842, pp. 6–26, em Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], pp. 30–47.

  3. Presendia Lathrop Huntington Kimball, “A Brief Sketch of the Life of Presendia Lathrop Huntington Kimball” [Um Breve Esboço da Vida de Presendia Lathrop Huntington Kimball], 16 de abril de 1881, p. 2, Biblioteca de História da Igreja.

  4. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 19 de abril de 1842, pp. 31–32, em Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], pp. 50–51.

  5. Outros grupos da Sociedade de Socorro podem ter funcionado em Macedônia, La Harpe e Lima, Illinois (Jill Mulvay Derr, Janath Russell Cannon e Maureen Ursenbach Beecher, Women of Covenant: The Story of Relief Society [Mulheres do Convênio: A história da Sociedade de Socorro], Salt Lake City: Deseret Book, 1992, p. 35).

  6. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 24 de março de 1842, p. 17, em Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], p. 38.

  7. Nauvoo Relief Society Minute Book [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 31 de março de 1842, p. 22, em Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], p. 43; ver também Êxodo 19:6 e Apocalipse 1:6.

  8. Para mais informações sobre os dons espirituais e a Sociedade de Socorro, ver Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], xxi–xxv.

  9. Jonathan A. Stapley e Kristine Wright, “Female Ritual Healing in Mormonism” [Rituais de Cura das Mulheres no Mormonismo], Journal of Mormon History, p. 37, n. 1, inverno de 2011, pp. 1–85

  10. Essa reunião ocorreu no andar superior da loja de tijolos vermelhos de Joseph Smith, também conhecida como Lodge Room, porque ali também foram realizadas algumas reuniões do Ramo Maçônico de Nauvoo. Não se sabe por que Emma Smith não estava presente nessa reunião em particular. Na ausência de Emma Smith, de acordo com o procedimento parlamentar, as conselheiras presidiam e dirigiam a reunião (Andrew H. Hedges, Alex D. Smith e Richard Lloyd Anderson, editores, Journals [Diários], volume 2: dezembro de 1841–abril de 1843, vol. 2 da série de diários do The Joseph Smith Papers [Diários de Joseph Smith], editores Dean C. Jessee, Ronald K. Esplin e Richard Lyman Bushman, Salt Lake City: Church Historian’s Press, 2011, 17 de março de 1842, p. 45).

  11. Sarah M. Kimball relatou posteriormente que a sociedade foi organizada “segundo o modelo, ou a ordem, do sacerdócio” (Sarah M. Kimball, “First Organisation” [Primeira organização], por volta de junho de 1880, em “Relief Society Record, 1880–1892” [Registros da Sociedade de Socorro], p. 5, Biblioteca de História da Igreja).

  12. Joseph Smith Sr. foi ordenado como patriarca em dezembro de 1834, em Kirtland, Ohio, e presidia com frequência as reuniões de bênçãos, nas quais as pessoas se reuniam para receber a bênção patriarcal. Joseph Smith Sr. morreu em 14 de setembro de 1840, em Nauvoo (ver Dean C. Jessee, Mark Ashurst-McGee e Richard L. Jensen, editores, Journals [Diários], volume 1: 1832–1839, vol. 1 da série de diários de The Joseph Smith Papers [Diários de Joseph Smith], editor Dean C. Jessee, Ronald K. Esplin e Richard Lyman Bushman, Salt Lake City: Church Historian’s Press, 2008, pp. 139, 440).

  13. Para informações adicionais sobre as práticas de cura realizadas pelas mulheres no século 19, veja Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], xxi–xxv; e “Ensinamentos de Joseph Smith sobre o sacerdócio, o templo e as mulheres”, Tópicos do Evangelho, acesso em 2 de maio de 2016, no site LDS.org.

  14. Em março de 1831, Joseph ditou uma revelação explicando a diversidade de dons do Espírito, na qual se falava sobre os dons de falar e interpretar línguas. Joseph Smith participou da reunião da Sociedade de Socorro subsequente, em 28 de abril de 1842, e deu instruções adicionais sobre o uso do dom de línguas (Revelação, Kirtland, Ohio, por volta de 8 de março de 1831, em Michael Hubbard MacKay, Gerrit J. Dirkmaat, Grant Underwood, Robert J. Woodford e William G. Hartley, editores, Documentos, volume 1: julho de 1828–junho de 1831, vol. 1 da série de documentos dos The Joseph Smith Papers [Diários de Joseph Smith], editores Dean C. Jessee, Ronald K. Esplin e Richard Lyman Bushman, Salt Lake City: Church Historian’s Press, 2013, pp. 280–283; Doutrina e Convênios 46; Nauvoo Relief Society Minute Book, [Livro de atas da Sociedade de Socorro de Nauvoo], 28 de abril de 1842, pp. 40–41, em Derr e outros, First Fifty Years [Os Primeiros 50 Anos], p. 59).

  15. Antes de morrer, Joseph Smith Sr. abençoou a esposa com uma vida longa: “Você deve permanecer para confortar nossos filhos depois que eu partir, então não chore e tente se sentir confortada. Seus últimos dias serão os melhores dias”; ela faleceu 14 anos depois, em 14 de maio de 1856 (Lucy Mack Smith, History [História], 1844–1845, 18 livros, lv. 18, p. 9, Biblioteca de História da Igreja).