Redentor de Israel
Ele empreende a longa jornada para encontrar e trazer os pródigos para casa. Ali Ele nos encontra cansados, famintos e opromidos. Ele alimenta-nos e dá-nos de beber.
A parábola do filho pródigo é uma parábola de todos nós. Faz com que nos lembremos de que, em certa medida, somos filhos e filhas pródigos de nosso Pai Celestial. Pois, como disse o Apóstolo Paulo: “( … ) todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3:23)
Como o filho errante da parábola do Salvador, viemos para “uma terra longínqua” (Lucas 15:13) separados de nosso lar pré-mortal. Como o pródigo, partilhamos de uma herança divina, mas, por causa de nossos pecados, desperdiçamos uma parte dela e experimentamos uma “grande fome” (Vers. 14) de espírito. Como ele, aprendemos por meio de dolorosa experiência que os prazeres e atividades mundanos não têm maior valor do que as bolotas que os porcos comiam. Ansiamos por nos reconciliar com nosso Pai e voltar a Sua casa. “Vagando errantes no mal a andar, pedimos-te amparo fiel!” (“Cantando Louvamos”, Hinos 1990, 50.)
Na parábola do filho pródigo, somente o filho mais velho permanece fiel ao pai; em suas próprias palavras, “sem nunca transgredir o teu mandamento”. (Lucas 15:29) Da mesma forma, no plano de salvação, o Primogênito do Pai não tem pecado ou mancha. Existe, todavia, uma diferença fundamental. Na parábola, o filho mais velho sente ciúmes da atenção que é dada ao pródigo que volta. Porém, no plano de salvação, o filho mais velho torna possível a volta dos pródigos.
O Pai O envia para redimir da escravidão Seus filhos e filhas. O filho mais velho mostra-se cheio de compaixão “[Eu] os livrarei de todas as suas habitações, em que pecaram, e os purificarei.” (Ezequiel 37:23). Ele empreende a longa jornada para encontrar e trazer os pródigos para casa. Ali Ele nos encontra cansados, famintos e oprimidos. Ele alimenta-nos e dá-nos de beber. Vive entre nós e compartilha nosso fardo. E então, em um ato final de supremo amor, o filho mais velho toma de Sua própria fortuna e, um a um, resgata-nos. Para pagar nossa dívida inteiramente é obrigado a sacrificar Sua própria riqueza, sim, tudo que tem, cada centavo.
Há os que se recusam a receber o resgate ofertado. Acorrentados pelo orgulho, preferem a escravidão ao arrependimento. Mas, aqueles que aceitam Sua oferta e abandonam Seus caminhos errantes recebem de Suas mãos a cura, e a liberdade como dádiva. A estes, Ele leva de volta ao Pai com cânticos de regozijo eterno.
Testifico que o Filho mais velho de nosso Pai Celestial nos redimiu da escravidão do pecado. Somos um povo adquirido. Nas palavras de Paulo, “fostes comprados por bom preço”. (I Coríntios 7:23) No Jardim do Getsêmani, o Primogênito do Pai “desceu embaixo de todas as coisas” (D&C 88:6); “Tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si.” (Isaías 53:4) No Gólgota, nas mãos de homens cujos pecados havia expiado Ele “derramou a sua alma na morte” (Isaías 53:12), entregando livremente Sua vida quando venceu o mundo.
No reino pré-mortal, Ele fora o Deus de Abrão, Isaque e Jacó, o Criador da Terra, o grande EU SOU. Dessas alturas exaltadas, desceu à Terra nas circunstâncias mais humildes, para poder estar familiarizado com os nossos sofrimentos. Em lugar de uma alta posição na Terra, escolheu nascer em um estábulo humilde e viver a existência simples de um carpinteiro. Cresceu em um vilarejo em uma parte menosprezada da Palestina. Não era formoso, foi “raiz duma terra seca” não tendo “nenhuma beleza ( … ) para que o desejássemos” (Isaías 53:2).
Poderia ter tido poder e posição política, mas, em vez disso, escolheu ser alguém que curava e ensinava. Poderia ter obtido as boas graças de Seu povo, libertando-o da opressão dos romanos; em vez disso, salvou-os de seus pecados e foi rejeitado por Seu próprio povo. Sacrificou a glória da Galiléia, para sofrer a humilhação e o julgamento de Jerusalém. Então, da maneira mais literal, o Senhor Jesus Cristo pagou o último ceitil de nosso resgate, ao suportar “a dor de todos os homens.” (D&C 18:11) “E o mundo, devido à iniqüidade, julgá-lo-á como uma coisa sem valor; portanto o açoitam e ele suporta-o; e ferem-no e ele suporta-o, Sim, cospem nele e ele suporta-o por causa de sua amorosa bondade e longanimidade para com os filhos dos homens.” (1 Néfi 19:9)
Há alguns anos, visitei Jerusalém pouco antes do Natal. As ruas estavam frias e ermas; a tensão política pairava no ar. No entanto, a paz enchia meu coração por saber que esta era a cidade que Ele amava tanto, o exato lugar de Seu sacrifício eterno; por saber que aqui havia vivido aquele que era o Salvador da humanidade.
Voltei aos Estados Unidos na noite de sábado. Quando o domingo alvoreceu, meu despertador acordou-me com trechos da canção “Oh Noite Santa”:
“Rei dos Reis, jaz em humilde manjedoura,
Nascido em meio a nossas tribulações, para ser nosso amigo”
Comecei a chorar quando meditei sobre a vida perfeita e o glorioso sacrifício do Redentor de Israel—Aquele que nasceu como amigo dos humildes e esperança dos mansos.
Presto testemunho de que o Senhor Jesus Cristo pagou o preço de nossos pecados, sob condição de arrependimento. Ele é o Primogênito do Pai. É o Santo de Israel. Ele é as primícias da Ressurreição. Testifico que Ele vive. Testifico que Ele é nosso redentor, em quem nos regozijamos, aquele que nos libertou, nosso “Rei e Senhor!” (“Cantando Louvamos”, Hinos 1990, 50).Em nome de Jesus Cristo. Amém 9