A Liahona
Seguir a Cristo
Novembro de 2024


13:31

Seguir a Cristo

Como seguidores de Cristo, ensinamos e testificamos de Jesus Cristo, o nosso Exemplo Perfeito. Sigamo-Lo, pois, renunciando à contenda.

Este ano, milhões de pessoas foram inspiradas pelo plano de estudo do evangelho conhecido pelo convite do Salvador: “Vem, e Segue-Me”. Seguir a Cristo não é uma prática casual ou ocasional. É um compromisso contínuo e um modo de vida que nos deve guiar em todos os momentos e em todos os lugares. Os Seus ensinamentos e o Seu exemplo definem o caminho para cada discípulo de Jesus Cristo. E todos são convidados para este caminho, pois Ele convida todos a virem a Ele, “negro e branco, escravo e livre, homem e mulher; […] e todos são iguais perante Deus”.

I.

O primeiro passo para seguir a Cristo é obedecer ao que Ele definiu como “o grande mandamento da lei”:

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento.

Este é o primeiro e grande mandamento.

E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

Destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.

Pai e filho a lançar um papagaio de papel.

Os mandamentos de Deus constituem a força orientadora e estabilizadora da nossa vida. As nossas experiências na mortalidade são como o rapazinho e o seu pai a lançar um papagaio de papel num dia de vento. À medida que o papagaio subia, os ventos faziam-no puxar pelo fio de ligação na mão do rapazinho. Inexperiente com a força dos ventos mortais, o rapazinho propôs cortar o fio para que o papagaio pudesse subir mais alto. O seu sábio pai aconselhou-o a não o fazer, explicando que o fio é o que mantém o papagaio no lugar contra os ventos mortais. Se deixarmos de agarrar o fio, o papagaio não vai subir mais alto. Será levado pelos ventos e cairá inevitavelmente por terra.

Este fio essencial representa os convénios que nos ligam a Deus, o nosso Pai Celestial, e ao Seu Filho, Jesus Cristo. Se honrarmos esses convénios, guardando os Seus mandamentos e seguindo o Seu plano de redenção, as Suas bênçãos prometidas permitir-nos-ão subir às alturas celestiais.

O Livro de Mórmon declara, frequentemente, que Cristo é “a luz do mundo”. Durante a Sua visita aos nefitas, o Senhor ressuscitado explicou este ensinamento, dizendo-lhes: “Dei-vos o exemplo”. “Eu sou a luz que levantareis — aquilo que me vistes fazer”. Ele é o nosso exemplo. Aprendemos o que Ele disse e fez ao estudar as escrituras e seguindo os ensinamentos proféticos, como o presidente Russell M. Nelson nos exortou a fazer. Na ordenança do sacramento, fazemos convénios, a cada domingo, de “recordá-lo sempre e guardar os mandamentos que ele [nos] deu”.

II.

No Livro de Mórmon, o Senhor deu-nos os fundamentos a que chamou “a doutrina de Cristo”. Estes são: fé no Senhor Jesus Cristo, arrependimento, batismo, receber o dom do Espírito Santo, perseverar até ao fim e tornar-se como uma criancinha, o que significa confiar no Senhor e submeter-se a tudo o que Ele requer de nós.

Os mandamentos do Senhor são de dois tipos: permanentes, como a doutrina de Cristo e temporários. Mandamentos temporários são aqueles necessários para as necessidades da Igreja do Senhor, ou dos fiéis, em circunstâncias temporárias, mas que devem ser deixados de lado quando a necessidade tiver passado. Um exemplo de mandamentos temporários são as instruções do Senhor à liderança inicial da Igreja para que os Santos se mudassem de Nova Iorque para Ohio, para o Missouri, para Illinois e, finalmente, para liderar o êxodo dos pioneiros para o Oeste das Montanhas Rochosas. Embora temporários, quando ainda em vigor, estes mandamentos foram dados para serem obedecidos.

Alguns mandamentos permanentes levaram um tempo considerável para serem amplamente observados. Por exemplo, o famoso sermão do Presidente Lorenzo Snow sobre a lei do dízimo enfatizou um mandamento dado anteriormente, mas que ainda não era amplamente observado pelos membros da Igreja. Precisava de ser realçado nas circunstâncias em que a Igreja e os seus membros se encontravam na altura. Exemplos recentes de reforço de ênfase foram necessários devido a circunstâncias atuais enfrentadas pelos Santos dos Últimos Dias ou pela Igreja. Estes exemplos incluem a proclamação sobre a família feita pelo Presidente Gordon B. Hinckley, há uma geração, e o recente apelo do Presidente Russell M. Nelson para que a Igreja seja conhecida pelo seu nome revelado: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

III.

Outro ensinamento do nosso Salvador parece exigir uma nova ênfase nas circunstâncias dos nossos dias.

Esta é uma época de muitas palavras duras e ofensivas nas comunicações públicas e, por vezes, até nas nossas famílias. As diferenças acentuadas em questões de política pública resultam frequentemente em ações de hostilidade — até mesmo de ódio — nas relações públicas e pessoais. Esta atmosfera de inimizade chega, por vezes, a paralisar a capacidade de legislar sobre questões importantes, em que a maioria dos cidadãos vê uma necessidade urgente de ação no interesse público.

O que é que os seguidores de Cristo devem ensinar e fazer nesta época de comunicações tóxicas? Quais foram os Seus ensinamentos e exemplos?

O Salvador a ensinar os nefitas.

É significativo que um dos primeiros princípios que Jesus ensinou quando apareceu aos nefitas foi o de evitar contendas. Embora Ele tenha ensinado isto no contexto de disputas sobre doutrina religiosa, as razões que Ele deu aplicam-se claramente às comunicações e relações na esfera política, políticas públicas e relações familiares. Jesus ensinou:

“Aquele que tem o espírito de discórdia não é meu, mas é do diabo, que é o pai da discórdia e leva a cólera ao coração dos homens, para contenderem uns com os outros.

Eis que esta não é [a] minha doutrina, levar a cólera ao coração dos homens, uns contra os outros; esta, porém, é [a] minha doutrina: que estas coisas devem cessar”.

No restante do Seu ministério entre os nefitas, Jesus ensinou outros mandamentos intimamente relacionados à Sua proibição de contendas. Sabemos pela Bíblia que Ele já tinha ensinado cada uma destas coisas no Seu magnífico Sermão da Montanha, de modo geral exatamente na mesma linguagem que Ele usou mais tarde com os nefitas. Passo a citar a conhecida linguagem bíblica:

O Salvador a ensinar em Jerusalém.

“Amai [os] vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem”.

Este é um dos mandamentos mais conhecidos de Cristo — o mais revolucionário e o mais difícil de seguir. No entanto, é a parte mais fundamental do convite para que todos O sigam. Como ensinou o Presidente David O. McKay: “Não há melhor maneira de manifestar amor a Deus do que demonstrar amor abnegado ao próximo”.

Partes opostas em mediação.

Aqui está outro ensinamento fundamental d’Aquele que é o nosso exemplo: “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”.

Pacificadores! Como mudariam as relações pessoais se os seguidores de Cristo renunciassem a palavras duras e ofensivas em todas as suas comunicações.

Na conferência geral do ano passado, o Presidente Russell M. Nelson lançou-nos estes desafios:

“Uma das formas mais fáceis de identificar um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo é pela maneira compassiva como este lida com os outros. […]

Os verdadeiros discípulos de Jesus Cristo são pacificadores. […]

Uma das melhores formas de honrar o Salvador é sendo um pacificador”.

Concluindo os seus ensinamentos: “A contenda é uma escolha. Pacificar é uma escolha. Temos o nosso arbítrio para escolher entre a discórdia ou a reconciliação. Exorto-vos a escolherem ser pacificadores, agora e sempre”.

Os potenciais adversários devem iniciar as suas discussões identificando pontos comuns em que todos estejam de acordo.

Para seguir o nosso Exemplo Perfeito e o Seu profeta, precisamos de praticar o que é popularmente conhecido como a Regra de Ouro: “Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas”. Precisamos de amar e fazer o bem a todos. Temos de evitar a discórdia e ser pacificadores em todas as nossas comunicações. Isto não significa comprometer os nossos princípios e prioridades, mas deixar de atacar duramente os outros por causa dos seus. Foi isso que o nosso Exemplo Perfeito fez no Seu ministério. Foi esse o exemplo que Ele nos deu ao convidar-nos a segui-Lo.

Nesta conferência, há quatro anos, o Presidente Nelson deu-nos um desafio profético para os nossos dias:

“Será que estamos dispostos a deixar que Deus prevaleça na nossa vida? Será que estamos dispostos a deixar que Deus seja a influência mais importante na nossa vida? Será que vamos permitir que as Suas palavras, os Seus mandamentos e os Seus convénios influenciem o que fazemos todos os dias? Será que vamos permitir que a Sua voz tenha prioridade sobre qualquer outra?”

O Senhor Jesus Cristo.

Como seguidores de Cristo, ensinamos e testificamos de Jesus Cristo, o nosso Exemplo Perfeito. Sigamo-Lo, pois, renunciando à contenda. Ao seguirmos as nossas normas preferidas em público, qualifiquemo-nos para receber as Suas bênçãos usando a linguagem e os métodos dos pacificadores. Nas nossas famílias e noutras relações pessoais, evitemos o que é rude e odioso. Procuremos ser santos, como o nosso Salvador, em cujo santo nome testifico e invoco a Sua bênção para nos ajudar a ser Santos. Em nome de Jesus Cristo. Amém.