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HONRAR O ARBÍTRIO DAQUELES QUE LIDERAMOS


LIÇÃO 2

HONRAR O ARBÍTRIO DAQUELES QUE LIDERAMOS

“Animai-vos, portanto, e lembrai-vos de que sois livres para agir por vós mesmos—para escolher o caminho da morte eterna ou o caminho da vida eterna.” (2 Néfi 10:23)

PRINCÍPIO DE LIDERANÇA

Os líderes devem servir de maneiras que permitam que os outros exerçam seu arbítrio.

CONCEITOS DA LIÇÃO

  1. Os líderes da Igreja e da família devem honrar o arbítrio dos que por eles são liderados.

  2. Se for adequado, os líderes devem dar orientação e também permitir que as pessoas façam sua contribuição nas decisões tomadas.

CONCEITO 1. OS LÍDERES DA IGREJA E DA FAMÍLIA DEVEM HONRAR O ARBÍTRIO DOS QUE POR ELES SÃO LIDERADOS.

COMENTÁRIO

O Élder Boyd K. Packer, que na época era membro do Quórum dos Doze, disse: “O único arbítrio mencionado [nas escrituras] é o arbítrio moral”. (Conference Report, abril de 1992, p. 92; ou Ensign, maio de 1992, p. 67; ver D&C 101:78.) Esse arbítrio é a capacidade de escolher o bem ou o mal. Leí explicou que os homens são “livres para escolher a liberdade e a vida eterna por meio do grande Mediador de todos os homens, ou para escolherem o cativeiro e a morte, de acordo com o cativeiro e o poder do diabo”. (2 Néfi 2:27) Jesus Cristo sempre respeitou o arbítrio daqueles que Ele ensinou durante Seu ministério mortal. Ele nunca os forçou a obedecerem a Ele. (Ver Mateus 22:15–22; Lucas 18:18–30; João 6:28–71.)

O plano do Pai Eterno permite que tenhamos nosso arbítrio. O arbítrio é muito importante para tornar-nos semelhantes a Ele. É por isso que Lúcifer tentou destruir nosso arbítrio, e Deus “[fez] com que ele fosse expulso (…)

E ele tornou-se Satanás, sim, o próprio diabo”. (Moisés 4:3–4)

Leí ensinou que para exercermos nosso arbítrio, é preciso haver “oposição em todas as coisas”. (2 Néfi 2:11) Adão e Eva usaram seu arbítrio no Jardim do Éden para desencadear a Queda. Quando exercemos nosso arbítrio para escolher o certo, tornamo-nos mais justos, e quando o usamos para escolher o errado, tornamo-nos mais iníquos. Somos responsáveis por nossas escolhas, na medida em que somos livres para fazê-las. Sem o arbítrio não poderia haver retidão nem iniqüidade.

Os líderes devem liderar com retidão e incentivar as pessoas a usarem seu arbítrio na causa da justiça.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta o significado da palavra arbítrio conforme usada no contexto do evangelho. Ajude os alunos a compreenderem por que é importante que os líderes compreendam esse princípio.

Discuta Doutrina e Convênios 121:41 com os alunos e ajude-os a compreender os termos persuasão, longanimidade, brandura, mansidão e amor não fingido. Peça aos alunos que encontrem e relatem exemplos tirados das escrituras de pessoas que demonstraram essas qualidades em sua liderança.

Pergunte como os líderes podem ser tentados a não respeitar o arbítrio dos outros. Você pode usar perguntas como estas:

  • Se um líder usar a culpa para motivar uma pessoa a fazer algo, será que esse líder está honrando o arbítrio daquela pessoa? Expliquem sua resposta.

  • Como a utilização da competição para motivar as pessoas se relaciona com o respeito pelo arbítrio? Por exemplo: Vocês acham que seria uma boa idéia fazer os élderes e os sumos sacerdotes competirem entre si para ver quem consegue o percentual mais alto de ensino familiar? Por que sim ou por que não?

  • Como a oferta de prêmios para fazer o bem se relaciona com o respeito pelo arbítrio da pessoa? (Um exemplo seria um pai oferecer dinheiro ao filho para que tire boas notas.)

CONCEITO 2. SE FOR ADEQUADO, OS LÍDERES DEVEM DAR ORIENTAÇÃO E TAMBÉM PERMITIR QUE AS PESSOAS PARTICIPEM NAS DECISÕES A SEREM TOMADAS

COMENTÁRIO

As escrituras nos ensinam como devemos nos comportar sem violar o arbítrio dos outros. O Profeta Joseph Smith, quando estava na cadeia de Liberty, foi inspirado a escrever estas palavras: “Quando nos propomos a encobrir nossos pecados ou satisfazer nosso orgulho, nossa vã ambição ou exercer controle ou domínio ou coação sobre a alma dos filhos dos homens, em qualquer grau de iniqüidade, eis que os céus se afastam; o Espírito do Senhor se magoa e, quando se afasta, amém para o sacerdócio ou a autoridade desse homem. (…)

Nenhum poder ou influência pode ou deve ser mantido em virtude do sacerdócio, a não ser com persuasão, com longanimidade, com brandura e mansidão e com amor não fingido; com bondade e conhecimento puro”. (D&C 121:37, 41)

O Élder Vaugh J. Featherstone, membro dos Setenta, disse o seguinte sobre esses versículos das escrituras: “Quando analisamos os princípios desse maravilhoso conselho, vemos um grande contraste em relação ao ponto de vista do mundo sobre a liderança. Liderar as pessoas pela persuasão é uma santa ordem de Deus. A persuasão sugere regeneração, mudança de coração, convicção ou renovação. A persuasão traz as pessoas que lideramos ao mesmo nível de compreensão que temos. Ela não força as pessoas contra a sua vontade, mas ajuda os discípulos dispostos a mudar; desse modo, a vontade daquele que persuade e do que é persuadido se torna uma só.

A longanimidade sugere que Deus deseja que nos demos conta de que Seu caminho de liderança não é um jeito rápido de resolver problemas. Ensinamos, treinamos e treinamos novamente, e depois esperamos pacientemente pelos resultados desejados. A longanimidade é algo mais profundo do que a simples paciência. Exige um sentimento de empatia e a compreensão de que cada pessoa é diferente das outras. Alguns talvez não consigam compreender um conceito ou princípio; outros talvez não concordem e por isso necessitem de persuasão; e outros, por sua vez, talvez tenham falta de motivação. O líder longânimo está mais interessado em desenvolver e treinar almas do que em terminar mais rapidamente um trabalho ou de alguma outra maneira, ou por meio de outras pessoas.

“O Presidente Harold B. Lee freqüentemente chamava nossa atenção para uma palavra implícita nesta admoestação do Senhor: ‘Que todo homem aprenda seu dever’. (D&C 107:99) A palavra é deixai. (“Deixai” que todo homem aprenda seu dever.) Uma vida semelhante à de Cristo exige que estejamos constantemente buscando e crescendo”. (The Incomparable Christ: Our Master and Model, 1995, pp. 125–126.)

Neal A. Maxwell, que posteriormente foi chamado ao Quórum dos Doze, escreveu que os líderes basicamente seguem três estilos de liderança: manipulativo, diretivo e participativo. Na liderança manipulativa, o líder manipula as pessoas e as situações para alcançar as metas do grupo. Na liderança diretiva, o líder toma as decisões, com ou sem participação do grupo. Na liderança participativa, o grupo divide a responsabilidade nas decisões tomadas. Leia o comentário do irmão Maxwell acerca desses princípios na seção Recursos para o Professor, abaixo. Observe que o irmão Maxwell recomenda uma mistura dos estilos diretivo e participativo de liderança.

SUGESTÃO DIDÁTICA

Discuta os três estilos de liderança identificados por Neal A. Maxwell (manipulativo, diretivo e participativo) e escreva-os no quadronegro. Embaixo de cada estilo, relacione seus pontos fortes e fracos. Leia o seguinte trecho da declaração do irmão Maxwell:

“Tanto a experiência quanto as escrituras sugerem a necessidade de uma mistura de estilos de liderança—diretivo e participativo—em que esses estilos sejam usados nas situações mais adequadas a cada um deles. Temos uma mistura especial na Igreja da liderança diretiva e da liderança participativa, na qual todos crescem e progridem em relação a suas metas eternas.” (“… A More Excellent Way: Essays on Leadership for Latter-day Saints”, 1967, p. 26.)

Peça aos alunos que pensem em líderes da Igreja ou da família bem-sucedidos e pergunte qual o motivo de seu sucesso. Discuta como esses líderes misturam os estilos de liderança definidos pelo irmão Maxwell.

RECURSOS PARA O PROFESSOR

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