CAPÍTULO DEZOITO
A MISSÃO DOS DOZE
QUANDO OS SANTOS estavam estabelecendo-se em Nauvoo, o Profeta Joseph Smith planejava a expansão da Igreja no além-mar. Essa expansão havia-se iniciado com o chamado dos Élderes Heber C. Kimball e Orson Hyde para uma missão na Inglaterra em 1837. Desde 1835, o Senhor instruíra os membros do Quórum dos Doze Apóstolos que eles deveriam ser “testemunhas especiais do nome de Cristo no mundo todo” e que deveriam “edificar a igreja e regular todos os seus negócios em todas as nações”. (D&C 107:23, 33, 35) Os Doze apóstolos também receberam a promessa de que “em todo lugar que proclamares meu nome, uma porta eficaz ser-te-á aberta, para que recebam minha palavra”. (D&C 112:19) Essa promessa foi cumprida no mesmo dia em que foi revelada, 23 de julho de 1837, quando o Élder Heber C. Kimball e seus companheiros foram convidados a pregar na capela Vauxhall, em Preston, Inglaterra, um convite que resultou nos primeiros batismos realizados nas ilhas britânicas. À medida que o trabalho progredia com grande sucesso naquele país, era esperada maior participação dos Apóstolos nessa obra.
OS DOZE SÃO CHAMADOS PARA A INGLATERRA
Pouco depois de Joseph Smith estabelecer-se em Far West, Missouri, em março de 1838, ele começou a preparar um trabalho de expansão missionário realizado pelos Doze na Inglaterra. Um dos Apóstolos, David W. Patten, foi instruído por revelação a preparar-se para uma missão no ano seguinte. (Ver D&C 114:1.) No dia 8 de julho de 1838, outra revelação chamou John Taylor, John E. Page, Wilford Woodruff e Willard Richards ao Quórum dos Doze. Os Apóstolos receberam o encargo de “atravessar as grandes águas e ali promulgar meu evangelho em sua plenitude e prestar testemunho de meu nome”. (D&C 118:4) O Senhor também lhes disse o dia exato, 26 de abril de 1839, no qual deveriam partir de Far West rumo à Inglaterra.
Quando a revelação foi recebida, os irmãos não esperavam ter muita dificuldade em cumprir essas ordens, mas as perseguições que se seguiram e a expulsão dos santos de Missouri fez com que a partida em abril de Far West se tornasse extremamente perigosa. Muitos desordeiros haviam ameaçado os membros da Igreja que permaneceram em Missouri e zombavam abertamente que a revelação nunca se cumpriria. Brigham Young, contudo, insistiu com seus companheiros para que fossem a Far West, como o Senhor havia ordenado, prometendo que o Senhor os protegeria.
Pouco depois da meia-noite do dia 26 de abril, os Élderes Brigham Young, Heber C. Kimball, John E. Page, Orson Pratt, Wilford Woodruff, John Taylor e George A. Smith reuniram-se com cerca de vinte outros santos no terreno do templo de Far West. Sob a luz do luar, eles reiniciaram a edificação dos alicerces da casa do Senhor, rolando uma grande pedra até o canto sudeste. Brigham Young relata: “Desse modo a revelação foi cumprida, da qual nossos inimigos haviam dito, se todas as outras revelações de Joseph Smith forem cumpridas, essa não será, pois tem dia e data para acontecer”.1Na madrugada daquele dia, Theodore Turley, um dos santos que estiveram em Far West com os Doze, foi à casa do apóstata Isaac Russell para despedir-se. Russell ficou surpreso de ver seu amigo em Far West com membros dos Doze, e ficou sem fala ao saber que a profecia se cumprira.
Não houve mais preparativos para a missão na Inglaterra até que os santos encontrassem outro local de reunião em Commerce (Nauvoo). Em 27 de junho de 1839, a Primeira Presidência e os Doze reuniram-se em uma conferência especial. Depois de confessar humildemente seus erros e pecados, foi restaurada a Orson Hyde sua condição de membro dos Doze. O Profeta Joseph Smith instruiu os irmão a respeito dos princípios básicos do evangelho a fim de prepará-los para o cumprimento de sua missão. Uma semana depois, em Montrose, Iowa, depois de dar novas instruções, a Primeira Presidência abençoou cada um dos Apóstolos e suas respectivas esposas individualmente. A respeito daqueles que foram abençoados, Wilford Woodruff relatou que “recebemos a promessa de que se fôssemos fiéis, voltaríamos para o seio de nossa família e seríamos abençoados em nossa missão, com muitas almas como selo de nosso ministério”. Depois das bênçãos, Joseph Smith instruiu-os que não estavam sendo enviados “para serem ensinados mas para ensinar — que cada homem seja sábio,vigilante e que suas palavras sejam abrandadas com graça, lembrando-se de que este é um dia de admoestação e não de muitas palavras”.3
No dia 7 de julho, domingo, os Doze falaram em uma reunião de despedida realizada em sua homenagem. Cada um deles prestou vigoroso testemunho da obra em que estavam engajados. Estavam claramente ansiosos para partir para a Inglaterra. Infelizmente, não puderam fazê-lo imediatamente. Na semana seguinte, a epidemia de malária atingiu os arredores de Nauvoo. Os Apóstolos ficaram doentes e sua missão foi temporariamente adiada. Mas depois do Dia do poder de Deus, 22 de julho, “todos os Doze estavam (…) decididos a cumprir sua missão, ‘estivessem doentes ou não’. No dia 4 de agosto, domingo, dia de jejum e oração, o Profeta renovou o mandamento de “seguirem sem bolsa nem alforje, de acordo com as revelações de Jesus Cristo’”.4
OS MISSIONÁRIOS PARTEM
John Taylor e Wilford Woodruff, ainda sofrendo os sintomas da malária, decidiram partir imediatamente. Wilford Woodruff escreveu: “Bem cedo pela manhã do oitavo dia de agosto, levantei-me de meu leito de doença, impus as mãos sobre a cabeça de minha esposa enferma, Phoebe, e abençoei-a. Depois parti para longe dos braços de minha companheira, deixando-a quase sem comida ou suprimentos. Ela suportou minha partida com a coragem digna de uma santa, compreendendo as responsabilidades de seu companheiro (…)
Apesar de fraco, andei até a margem do rio Mississipi. Ali, o Presidente Young levou-me para uma canoa (…) e remou até o outro lado do rio. Quando chegamos à margem, deitei-me sobre um grande pedaço de couro, em frente da agência do correio, para descansar. O irmão Joseph, o Profeta de Deus, aproximou-se e olhou para mim. ‘Bem, irmão Woodruff’, disse ele, ‘sua missão já começou’. ‘Sim’, disse eu, ‘mas eu sinto-me mais como um corpo na sala de dissecção do que um missionário’. Joseph respondeu: ‘Por que diz isso? Levante-se e vá em frente. Tudo vai ficar bem com você.’5
John Taylor e Wilford Woodruff esforçaram-se para chegar até a costa leste. Em Indiana, John Taylor ficou extremamente doente, e Wilford teve que deixá-lo para trás, confiando-o aos cuidados do Senhor. Depois de uma milagrosa recuperação, o Élder Taylor continuou sua viagem. Ficou novamente doente, mas por fim encontrou-se com o Élder Woodruff em Nova York.
A partida de outros irmãos também foi igualmente difícil. Brigham Young estava preparado para partir no dia 14 de setembro, pouco depois de sua esposa, Mary Ann, ter dado à luz uma filha. Quando partiu de Montrose, porém, ele estava tão debilitado que não conseguia andar os 150 metros até o rio sem ajuda. Três dias depois, Mary Ann, ainda debilitada do parto, cruzou o rio para cuidar do marido, que estava hospedado na casa de Heber C. Kimball, em Nauvoo. Em 18 de setembro, Brigham e Heber decidiram que era hora de começarem a missão à qual haviam sido designados. Ambos estavam tão doentes que tiveram que ser ajudados para subir num carroção. Todas as pessoas da casa da família Kimball estavam de cama, exceto Heber Parley, de quatro anos, que com muito esforço conseguia carregar água para os doentes.
Quando o carroção partiu, Heber relata: “senti como se minhas entranhas fossem derreter dentro de mim por deixar minha família em tais condições, quase que às portas da morte. Senti que não poderia suportar. Pedi ao cocheiro que parasse e disse ao irmão Brigham, ‘É muito difícil, não é mesmo? Vamos erguer-nos e animá-los um pouco’. Erguemo-nos e agitamos o chapéu acima da cabeça três vezes, gritando: ‘Hurra, hurra para Israel’. Vilate, ouvindo os gritos, ergueu-se do leito e caminhou até a porta. Tinha um sorriso no rosto. Vilate e Mary Anne Young gritaram para nós: ‘Adeus, Deus os abençoe’ ”.6
Os Élderes Young e Kimball encontraram-se no caminho com George A. Smith. Enquanto viajavam, Brigham procurou em seu baú e encontrou somente dinheiro suficiente para viajarem até a próxima parada da diligência. Ele imaginara que Heber havia providenciado o dinheiro, mas descobriu que não tinha. Os irmãos começaram a viagem com $13,50 dólares em doações, mas gastaram mais de $87 dólares em passagens de diligência. Não tinham idéia de como o dinheiro adicional foi parar no baú “exceto por meio de algum agente invisível do mundo celeste enviado para ajudar a divulgação do evangelho”.7Os irmãos ficaram algumas semanas no norte de Nova York devido à doença. Brigham Young chegou doente em Moravia, Nova York, mas foi tratado até ficar bom pelas famílias de Caleb Haight e William Van Orden. O irmão Van Orden também fez um sobretudo para George A. Smith, que tinha apenas um xale enrolado nos ombros para aquecer-se.
Sete dos Apóstolos chegaram à cidade de Nova York durante o inverno. Nessa cidade, pregaram o evangelho, cuidaram dos negócios da Igreja e conseguiram fundos para comprar uma passagem para a Inglaterra. Parley P. Pratt relembra: “Durante os poucos dias que passamos juntos em Nova York, realizamos preciosas reuniões nas quais os santos sentiram-se cheios de alegria, e as pessoas ficaram ainda mais convencidas da veracidade de nossa mensagem. Quase quarenta pessoas foram batizadas e passaram a fazer parte da Igreja na cidade, durante a estada dos irmãos na cidade.”8Wilford Woodruff, John Taylor e Theodore Turley foram os primeiros a embarcar para a Inglaterra, partindo no dia 19 de dezembro de 1839 e chegando a seu destino vinte e três dias depois. Os outros partiram em março e chegaram a Liverpool em 6 de abril de 1840, no décimo aniversário da organização da Igreja
A necessidade da presença dos Doze na Inglaterra logo tornou-se evidente. Depois da primeira missão naquele país, em 1837, muitos membros haviam caído em apostasia e tinham saído da Igreja, devido a perseguição e falta de liderança local preparada. Os ataques contra a Igreja nos jornais locais aumentaram em número e intensidade, e ministros de várias denominações instigavam a oposição por meio de sermões e discursos. Dentro da Igreja, algumas pessoas desafiavam a autoridade da presidência da missão – Joseph Fielding, Willard Richards e William Clayton – e desencaminharam pequenas facções de santos, dificultando o progresso do trabalho missionário.
O Élder Heber C. Kimball havia escrito várias cartas de encorajamento da América incentivando os santos e identificando aqueles que atrapalhavam o progresso da Igreja na Inglaterra. Mas se a Igreja tivesse que permanecer na Inglaterra, havia grande necessidade de fortes pregadores e professores que tivessem firme fundamento na doutrina do evangelho restaurado e líderes preparados e experientes que pudessem colocar os ramos em ordem.
As ilhas britânicas estavam preparadas para a chegada dos membros dos Doze na qualidade de missionários. A maioria dos cidadãos britânicos tinham a mesma língua, cultura e herança dos missionários da América. A liberdade religiosa era uma forte tradição na Inglaterra. Não havia a forte influência do clero, típica do continente europeu. As pessoas gostavam muito de ler a Bíblia, tinham orgulho da tradução do Rei Jaime que os Apóstolos usavam em sua pregação. A Inglaterra também tinha um forte governo central que assegurava a uniformidade das leis com respeito à prática religiosa. Isso significava que os missionários eram legalmente iguais a outros ministros em todos os lugares que visitavam no país. Além disso, a revolução industrial havia abalado a estrutura social das classes mais baixas, deixando-as sentindo-se abandonadas por seus ministros. Muitos estavam procurando satisfação de suas necessidades espirituais e materiais, além de sustento próprio.
Essa foi a preparação concedida pelo Senhor para que o evangelho fosse levado à Inglaterra.
OS DOZE NA INGLATERRA
Wilford Woodruff e John Taylor, os primeiros dos Doze a chegarem na Ingalterra, apressaram-se em chegar à sede da Igreja, em Preston, a fim de encontrarem-se com a presidência da missão. Ali chegando, decidiram separar-se; o Élder Taylor voltou a Liverpool com Joseph Fielding, e o Élder Woodruff viajou para o sul com Theodore Turley para Staffordshire Potteries, que tinha esse nome por causa da atividade industrial da região.
Os Élderes Taylor e Fielding começaram a trabalhar em Liverpool em 23 de janeiro e batizaram seus primeiros conversos em 4 de fevereiro. Também no mês de fevereiro, batizaram toda a família de George Cannon, irmão da esposa de John Taylor, Leonora. George Q. Cannon, que na época era um menino de doze anos, viria a tornar-se um grande missionário nas ilhas havaianas, membro do Quórum dos Doze e conselheiro de quatro presidentes da Igreja, incluindo seu tio, John Taylor. O trabalho em Liverpool obteve progresso constante, de modo que quando o restante dos membros dos Doze chegaram à Inglaterra, em abril, um ramo da Igreja estava funcionando naquela cidade portuária.
Em Potteries, o Élder Woodruff conseguiu organizar vários ramos em diversas cidadezinhas da região, deixando-os sob a responsabilidade do Élder Turley. Em março, Wilford foi inspirado a descer mais para o sul, até Herefordshire, acompanhado por um de seus conversos, William Benbow. Eles entraram em contato com o irmão e a cunhada de William, John e Jane Benbow, e um grupo de seiscentas pessoas que haviam formado sua própria sociedade religiosa, denominada Irmãos Unidos. O líder do grupo, Thomas Kington, e todos os seiscentos membros, com exceção de um, acabaram aceitando o evangelho restaurado e foram batizados. Centenas de outras pessoas das redondezas também se filiaram à Igreja.
Apesar do progresso do trabalho, o sucesso não foi alcançado sem que houvesse oposição. Um policial local foi enviado para prender o Élder Woodruff por pregar sem licença, mas em vez de fazê-lo, ele foi batizado depois de um sermão inspirador. Em outra ocasião, dois sacerdotes enviados para descobrir o que Wilford estava pregando foram ambos batizados. Os ministros religiosos da região, por fim, escreveram ao arcebispo de Canterbury, dirigente da Igreja Anglicana, pedindo que usasse sua influência para banir os mórmons da Inglaterra. Reconhecendo as leis de tolerância religiosa do país, o arcebispo aconselhou os ministros a resolverem o problema tornando-se pastores mais dedicados. Em vez disso, os ministros pregaram sermões anti-mórmons e instigaram a imprensa local a atacar os santos dos últimos dias.
A oposição aumentou à medida que a Igreja crescia na região. Enquanto pregava no vilarejo de Hawcross, Wilford Woodruff foi cercado por uma turba hostil. Quando alguns dos moradores locais pediram para ser batizados, Wilford disse-lhes que se tivessem fé suficiente para serem batizados, ele teria fé para realizar a ordenança, apesar da ameaça de violência física. O pequeno grupo caminhou até um pequeno lago e foi logo cercado por uma turba armada com pedras. Wilford Woodruff relata: “Entrei na água com a mente fixa em Deus e batizei cinco pessoas, enquanto jogavam pedras em mim, uma das quais atingiu-me na cabeça, quase deixando-me inconsciente”.10
Em outra ocasião, o ministro da vila de Dymock conduziu um grupo de mais de cinqüenta homens, que apedrejou a casa onde os santos realizavam uma reunião de oração. Apesar de tais experiências terem sido muito raras na Inglaterra, elas recordaram ao Élder Woodruff de que havia uma forte oposição contra o evangelho restaurado.
Por meio do trabalho de Wilford Woodruff e outras pessoas, aproximadamente mil e oitocentas pessoas foram convertidas na área que englobava os condados de Hereford, Worchester e Gloucester. Ao visitar a cidade-mercado de Ledbury, o Élder Woodruff foi convidado pelo ministro batista a pregar para sua congregação. Depois do sermão, o ministro e várias pessoas da congregação pediram para ser batizados. Em outra ocasião, enquanto estava batizando, alguns ministros religiosos aproximaram-se em um carroção e prazerosamente aceitaram o batismo, seguindo seu caminho regozijantes. Meditando sobre esse extraordinário período de sua vida, Wilford Woodruff escreveu: “Toda a história da missão de Herefordshire mostra a importância de ouvirmos ao sussurro do Espírito de Deus e as revelações do Espírito Santo. As pessoas estavam orando, pedindo luz e verdade, e o Senhor enviou-me a elas”.11
Em abril de 1840, quando os outros Apóstolos chegaram às ilhas britânicas, Brigham Young, que havia assumido a liderança da Igreja na Missão Britânica, convocou os irmãos a Preston, para uma conferência geral da Igreja. Aproximadamente mil e seiscentos membros, representando trinta e três ramos, compareceram à reunião. O primeiro assunto da reunião foi a ordenação de Willard Richards ao apostolado, de acordo com a revelação recebida em 1838. Brigham Young também foi apresentado e apoiado como Presidente do Quórum dos Doze Apóstolos. Havia naquela época oito membros dos Doze nas ilhas britânicas: Brigham Young, Heber C. Kimball, Parley P. Pratt, Orson Pratt, John Taylor, Wilford Woodruff, George A. Smith e Willard Richards. Dois outros, William Smith e John E. Page não serviram em uma missão na Inglaterra. Orson Hyde chegou mais tarde, trabalhou com seus irmãos por vários meses na Inglaterra, então seguiu para a Palestina a fim de dedicar aquela terra ao retorno dos judeus. Ainda havia uma vaga a ser preenchida no Quórum dos Doze.
Na conferência, o Presidente Young propôs a publicação do Livro de Mórmon, um hinário e um periódico mensal para os santos ingleses, os quais foram todos aprovados. Por sugestão do Élder Woodruff, a nova publicação iria chamar-se Latter-day Saints’ Millennial Star. O Élder Parley P. Pratt foi escolhido como editor. Os Doze concluíram a conferência incentivando os santos e emigrarem para Nauvoo.12
Brigham Young demonstrou grande capacidade espiritual e administrativa enquanto liderou a Igreja na Inglaterra. Enquanto visitava Wilford Woodruff e os Irmãos Unidos que haviam sido convertidos no sul, ele exerceu seu poder do sacerdócio numa cura extraordinária. Mary Pitt, inválida há onze anos e irmã do músico William Pitt, pediu uma bênção. A família Pitt havia sido batizada no dia anterior. Wilford Woodruff relata: “Oramos por ela e impusemos as mãos sobre sua cabeça. O irmão Young proferiu a bênção e ordenou-lhe que ficasse sã. Ela largou sua muleta e nunca mais voltou a usá-la. No dia seguinte, ela andou cinco quilômetros.”13Mary Pitt foi uma dos muitos santos ingleses curados por meio do poder de uma bênção do sacerdócio ministrada por Brigham Young.
O Presidente Young também expandiu o trabalho missionário nas ilhas britânicas. Sob sua direção, Heber C. Kimball visitou os ramos ao norte da Inglaterra, onde havia trabalhado em 1837–1838. Ele fortaleceu os que haviam permanecido fiéis nesse meio tempo e esforçou-se para reconverter muitos que haviam-se afastado por causa da perseguição. Willard Richards foi enviado para ajudar Wilford Woodruff no sul da Inglaterra. John Taylor, tendo alcançado algum sucesso em Liverpool entre os imigrantes irlandeses, embarcou com três companheiros irlandeses para a Irlanda a fim de levar o evangelho para aquele país. Apesar de não terem muito sucesso, abriram o caminho para um importante trabalho. Ao voltar para Liverpool, o Élder Taylor sentiu-se inspirado a expandir o trabalho até Isle of Man, no mar da Irlanda, onde moravam muitos parentes de sua esposa, Leonora. Em pouco tempo, ele batizou várias pessoas e organizou um ramo na ilha.
Orson Pratt recebeu a designação de levar o evangelho à Escócia. Lá chegando, continuou o trabalho de dois conversos locais – Samuel Mulliner e Alexander Wright – que em 1839 haviam voltado do Canadá a sua terra natal para compartilhar o evangelho com sua família e amigos. Havia um grupo de vinte conversos antes da chegada do Élder Pratt. Ele organizou o primeiro ramo escocês em Paisley, a poucos quilômetros de Glasgow, em 8 de maio de 1840. Mais tarde, no mês de maio, ele fez uma oração em Arthur’s Seat (uma colina da Escócia) e pediu duzentos conversos ao Senhor. O trabalho na capital, Edimburgo, a princípio teve um progresso lento, com apenas dezoito pessoas batizadas até o mês de agosto. Mas Orson, que era um missionário vigoroso, esforçou-se bastante por dez meses, chegando a realizar até sete reuniões de rua por dia. Ele publicou um folheto chamado Um Relato Interessante de Várias Visões, que continha o primeiro relato publicado da primeira visão de Joseph Smith. O Élder Pratt passou quase toda a sua missão na Escócia. Quando partiu, em março de 1841, sua oração havia sido atendida – o número de membros da Igreja na conferência da Igreja em Edimburgo chegou a 226.
Em agosto de 1840, o Élder George A. Smith acompanhou os Élderes Kimball e Woodruff até Londres, uma das maiores cidades do mundo. Foilhes negada permissão para pregarem no Temperance Hall, por isso dirigiram-se ao mercado Smithfield, que ficava a céu aberto. Informados de que também não poderiam pregar ali, foram conduzidos por um relojoeiro local até a Tabernacle Square, pouco além dos limites da cidade. Nesse local, o Élder Smith fez um discurso para um público barulhento mas interessado. Quando um ministro religioso local informou à multidão que George A. Smith era mórmon e que não deveriam dar-lhe ouvidos, a simpatia inglesa pelos oprimidos foi manifestada. A multidão passou a dar-lhe ainda maior atenção, mas ninguém mostrou-se disposto a ser batizado.
Depois de vários dias de proselitismo sem qualquer sucesso, os Apóstolos finalmente foram recompensados com o batismo de Henry Connor, o relojoeiro com quem haviam feito amizade. Mas a Igreja cresceu lentamente em Londres. Ao prestarem relatório a Brigham Young, os irmãos escreveram: “Em nossas viagens, tanto na América quanto na Europa, nunca encontramos um grupo de pessoas de cuja mente tivéssemos que remover maior número de objeções ou obstáculos a fim de gerar algum interesse no assunto e preparar-lhes o coração para que recebam a palavra de Deus, do que na cidade de Londres”.14Brigham Young visitou Londres em dezembro de 1840 para dar apoio ao trabalho missionário ali realizado. Em 14 de fevereiro de 1841, havia um número suficiente de membros batizados para organizar uma conferência da Igreja, tendo um jovem missionário recém-chegado da América, Lorenzo Snow, como presidente. Durante os três anos que o Élder Snow permaneceu em Londres, ele converteu várias centenas de membros à Igreja e presenteou dois exemplares primorosamente encadernados do Livro de Mórmon à rainha Vitória e ao príncipe Albert.
O ministério de Parley P. Pratt na Inglaterra concentrou-se principalmente na elaboração e publicação de folhetos da Igreja essenciais ao sucesso do trabalho missionário que estava sendo realizado. Ele também escreveu diversos folhetos e foi editor do Millennial Star um periódico mensal, que proporcionou aos santos da Inglaterra o primeiro material impresso a respeito das revelações de Joseph Smith e sua história. Ele continha notícias gerais da Igreja nos Estados Unidos também, desse modo ligando os santos ingleses com seus correligionários na América. Durante todo o restante do século dezenove, o Millennial Starfoi o jornal mais importante da Igreja. Estava repleto de documentos históricos e discursos das Autoridades Gerais.
O IMPACTO DA MISSÃO DOS DOZE NA INGLATERRA
Sob a liderança capaz e inspirada de Brigham Young e dos Doze, a Igreja teve um crescimento fenomenal durante o ano de 1840. Em outubro, numa conferência geral realizada em Manchester, “foram realizadas ordenações, casos disciplinares foram julgados, um fundo foi estabelecido para sustentar os missionários carentes [muitos deles ingleses nativos] e missionários foram designados a seus lugares de trabalho. O número total de membros relatado foi de 1.115 desde julho, e havia 70 unidades da igreja e 1.007 membros em Herefordshire”.15
A emigração dos santos britânicos para a América havia começado antes da conferência de Manchester. Em 1º de junho de 1840, Brigham Young e Heber C. Kimball reuniram-se com aproximadamente quarenta e seis santos e organizaram-nos para sua viagem até Nauvoo. John Moon, um fiel membro convertido durante a missão anterior do Élder Kimball, foi designado presidente do grupo durante a viagem. Quando esses santos chegaram a Nauvoo, escreveram cartas de encorajamento a seus amigos, apoiando a reunião dos santos e contradizendo os comentários negativos que os jornais ingleses divulgavam a respeito de viajar para lugares distantes assim.
A maioria dos santos ingleses não precisou ser incentivada a emigrar. Mesmo antes de os Apóstolos mencionarem a reunião dos santos, já tinham o desejo de ir à América para conhecer o Profeta e viver entre os santos. Brigham Young escreveu a seu irmão Joseph: “eles têm tamanho espírito de coligação que viajariam mesmo que soubessem que poderiam morrer assim que chegassem aí, ou se soubessem que uma turba de malfeitores cairia sobre eles e os expulsaria assim que chegassem.”16Aproximadamente mil santos emigraram no início de 1841, e uma agência de embarque foi em breve estabelecida para cuidar dos arranjos da viagem para além-mar. Foram compradas casas em Liverpool para hospedar os membros enquanto esperavam pelo embarque, e o Millennial Star começou a publicar instruções detalhadas para ajudar os santos a prepararem-se para a longa jornada. Durante a década seguinte, mais de dez mil santos britânicos viajaram de navio para a América. Até 1870, houve vinte e oito mil mais, e a maioria dos santos adultos em Utah, eram antigos habitantes das ilhas britânicas.
O Profeta Joseph Smith escreveu aos Doze no início de 1841 e instruiuos a voltar para Nauvoo na primavera. Quando se aproximava a hora da partida, os Apóstolos visitaram as regiões nas quais haviam trabalhado para fortalecer os santos. Realizaram uma série de reuniões em Manchester no início de abril, culminando com uma conferência geral no dia 6 de abril. Muita alegria foi expressa na conferência por causa da abundante colheita com que o Senhor os havia abençoado. O número de membros era “5.864, quase 2.200 a mais desde a conferência [de outubro] e mais de 4.300 desde a primeira conferência, realizada um ano antes”.18Isso não incluía os que já haviam emigrado. A maioria dos Apóstolos partiu da Inglaterra no final de abril e chegou em Nauvoo em julho. Parley P. Pratt permaneceu para presidir a missão e editar o Millennial Star.
Essa missão era uma época importante de treinamento e amadurecimento do Quórum dos Doze Apóstolos. Brigham Young pôde fortalecer sua capacidade de liderança e logo seria chamado para exercê-la em Nauvoo, particularmente depois do martírio de Joseph Smith. Por meio de desafios e sacrifícios realizados na Inglaterra, assim como trabalhando para um objetivo em comum, os Doze ficaram unidos de modo que assegurou à Igreja uma forte liderança nos anos que se seguiriam. Com o acréscimo de Lorenzo Snow, em Londres, quatro futuros Presidentes da Igreja – Presidentes Young, Taylor, Woodruff e Snow – trabalharam juntos na Missão Britânica. Além disso, os conversos ingleses que emigraram para Nauvoo proporcionaram apoio vital aos Doze, depois da morte de Joseph Smith.
O Profeta reconheceu a experiência de liderança obtida pelos Apóstolos e o sacrifício que eles e suas famílias haviam feito como resultado da missão dos Doze na Inglaterra. Ele relatou: “Talvez nenhum homem jamais realizou uma missão importante sob condições tão perturbadoras e pouco propícias como essas. (…) Contudo, apesar de suas aflições e problemas, o Senhor sempre intercedeu em seu favor, não permitindo que afundassem nos braços da morte. De uma forma ou outra ele fez com que conseguissem escapar – amigos surgiram quando mais precisavam e aliviaram suas necessidades; e assim conseguiram terminar sua jornada e regozijar-se com o Santo de Israel. Eles verdadeiramente ‘prosseguiram chorando, levando a semente preciosa’, mas voltaram ‘regozijantes, carregando sua colheita’.”19
O trabalho missionário em outras regiões do mundo também progrediu como resultado do trabalho na Inglaterra. O Império Britânico tornou-se a avenida que o evangelho trilhou para se espalhar a muitas partes do mundo, quando os conversos inglêses emigravam ou viajavam a negócios ou a serviço do exército.
A MISSÃO DE ORSON HYDE NA PALESTINA
O Élder Orson Hyde ainda não tinha-se recuperado suficientemente da malária para acompanhar seus irmãos dos Doze em 1839 a sua missão na Inglaterra. Apesar de ter tentado fazer algum trabalho missionário nos Estados Unidos, ele não conseguiu livrar-se da febre e calafrios. Ele relatou: “Peguei a sezão, que durou meses, e quase chegou a matar-me e a minha família. Na conferência de abril de 1840, [eu] estava reduzido a pele e ossos.”20
Naquela conferência, Orson anunciou que por algum tempo o Espírito já vinha lhe dizendo que deveria partir em missão aos judeus, que o Profeta Joseph Smith havia predito nove anos antes. Ele contou uma visão que teve aproximadamente um mês antes, na qual viu Londres, Amsterdam, Constantinopla e Jerusalém. O Espírito disse-lhe: “Aqui estão muitos dos filhos de Abraão a quem reunirei à terra que prometi a seus pais; e aqui está também o campo de seus labores”.21O Profeta Joseph chamou o Élder Hyde e seu companheiro de apostolado, John E. Page, a ir ao povo judeu da Europa e depois à Palestina para dedicar a Terra Santa para o retorno dos judeus.22
Quando o Élder Hyde e Page viajavam para a leste, pregaram e coletaram fundos para sua missão, incluindo o dinheiro para traduzir o Livro de Mórmon e outras publicações da Igreja para o alemão, uma vez que esperavam encontrar judeus europeus de língua alemã. O Élder Page atrasou-se um pouco em Pensilvânia, e o Élder Hyde, que sentia muita urgência em partir para a missão, continuou em frente até Nova York sozinho. Nisso ele foi vingado, quando em 15 de janeiro de 1841, Joseph Smith escreveu no Times and Seasonsque “o Senhor não estava satisfeito com o atraso de sua missão, (referindo-se em particular ao Élder John E. Page) e a Primeira Presidência pediu-lhes que apressassem sua viagem.”23O Élder Page não atendeu a esse pedido, deixando o Élder Hyde sem outra alternativa a não ser partir sozinho para a Europa. Foi o que fez, em 13 de fevereiro.
Orson Hyde passou três meses e meio na Inglaterra com os Doze. Depois que a maioria deles voltou para a América, ele escreveu uma breve história da origem da Igreja. Enquanto estava na Inglaterra, ele entrou em contato com os líderes da comunidade judaica de Londres. Em junho, visitou Rotterdam, Amsterdam e Frankfurt, distribuindo cópias de uma mensagem aos judeus antes de viajar de navio pelo rio Danúbio até o Mar Negro. A viagem da parte ocidental da Turquia até Beirute foi extremamente desconfortável. Tendo apenas provisões para uma semana, o barco foi obrigado a permanecer no mar por dezenove dias. O Élder Hyde lembra-se: “Durante alguns dias, comi caramujos apanhados nas rochas, enquanto nossa embarcação estava parada devido à calmaria em meio a várias ilhotas desabitadas, mas o maior problema era que eu não conseguia apanhar um número suficiente deles”.24Ele estava tão fraco e exausto quando chegou a Jaffa, que mal conseguiu sair do bote para a praia.
O Élder Hyde chegou a Jerusalém em 21 de outubro de 1841. Quando olhou pela primeira vez a cidade santa, o destino de sua viagem de dezenove meses, emocionou-se até as lágrimas. Escreveu para Parley P. Pratt dizendo que ela se parecia “exatamente como a visão que tive dela”.25Antes do alvorecer da manhã de domingo, 24 de outubro, depois de trabalhar vários dias como missionário sem ter qualquer sucesso, Orson Hyde atravessou calmamente os portões abertos de Jerusalém, cruzou o vale do Cedrom e subiu ao Monte das Oliveiras. Ao olhar para baixo, perguntou a si mesmo: “Será esta cidade que agora vejo a mesma Jerusalém, cujos pecados e iniqüidades encheram de angústia o coração do Salvador, a ponto de fazê-Lo verter lágrimas de Seus olhos cheios de compaixão? Será aquele pequeno cercado no vale do Cedrom, onde os ramos daquelas oliveiras solitárias balançam tão graciosamente sua verde folhagem ao sabor da suave e gentil brisa, realmente o jardim do Getsêmani, onde os poderes do inferno derramaram uma enxurrada tenebrosa e infernal em torno da nobre cabeça do Redentor imortal?”26
Enquanto estava nesse estado de meditação espiritual, “em solene silêncio, com uma caneta, tinta e papel, exatamente como havia visto em uma visão”, Orson Hyde escreveu e proferiu a oração que oficialmente dedicou a Terra Santa para o retorno dos judeus e a construção do futuro templo de Jerusalém. Ele suplicou ao Senhor que “removesse a esterilidade e a aridez dessa terra, e fizesse com que fontes de água viva brotassem para regar esse solo ressequido. Que as vinhas e oliveiras produzam em sua força, e as figueiras floresçam e frutifiquem”. Depois desse momento solene, Orson erigiu uma pilha de pedras como testemunho dessa ocasião, de acordo com os costumes antigos.27
Depois de cumprir sua missão, o Élder Hyde percorreu alguns locais bíblicos e em seguida zarpou para o Egito, onde foi obrigado a pernoitar em Alexandria. Encontrou-se com muitos judeus locais e enviou um relatório de sua missão a Parley P. Pratt, que o publicou no Millennial Star. Depois de chegar à Europa, ele passou vários meses na Alemanha, onde publicou em alemão um tratado de 109 páginas a respeito do evangelho, intitulado “Um Clamor no Deserto”. Orson viajou de volta para os Estados Unidos com um grupo de emigrantes ingleses e chegou a Nauvoo em 7 de dezembro de 1842. Havia cumprido uma das mais longas (mais de 32.000 quilômetros), perigosas e importantes missões da história da Igreja, comparável às viagens do Apóstolo Paulo em dificuldades e sacrifício.
MISSIONÁRIOS ENVIADOS AO PACÍFICO
Assim que os Doze chegaram de volta da Inglaterra a Nauvoo, o Profeta designou-os a dirigir o trabalho missionário da Igreja em todo o mundo. Os Apóstolos estavam mais amadurecidos no chamado a que foram designados. Na primavera de 1843, quatro homens foram chamados para levar o evangelho às ilhas do Pacífico. Dois deles, Addison Pratt e Benjamin Grouard, haviam sido marinheiros no Pacífico. Os outros dois eram Noah Rogers e Knowlton Hanks. Esses missionários, assim como os Doze, partiram deixando a esposa e a família para trás. Partiram de navio da Nova Inglaterra em outubro de 1843 e chegaram a Tubuai, uma ilha a quase quinhentos quilômetros ao sul do Taiti, em 30 de abril de 1844. O Élder Hanks morreu de tísica (tuberculose) durante a viagem.
Os missionários pretendiam viajar para as ilhas Sandwich (Havaí), mas os ilhéus de Tubuai, que já eram cristãos e desejavam um ministro permanente, pediram ao Élder Pratt que ficasse junto deles. Por esse motivo, ele enviou seus dois companheiros para o norte, até o Taiti. Durante seu primeiro ano em Tubuai, ele converteu e batizou sessenta pessoas, um terço da população da ilha, incluindo todos exceto um dos poucos brancos que moravam na ilha construindo navios. Cuidar dos novos membros da Igreja tornou-se uma responsabilidade pesada, pois eles o procuravam pedindo conselhos tanto para assuntos espirituais quanto materiais.
Enquanto isso, o progresso no Taiti e em outras ilhas era muito menor. Os representantes da Sociedade Missionária de Londres fizeram uma campanha de difamação e ataque que atrapalhou a obra. Ouvindo boatos a respeito de ataques à Igreja em Illinois e temendo pela segurança de sua família, o Élder Rogers viajou para a América e voltou a Nauvoo em dezembro de 1845.
O Élder Grouard teve sucesso considerável no atol de Anaa, uma pequena parte das ilhas Tuamotu, a leste de Taiti. Ele aprendeu a língua local e logo se adaptou à cultura das ilhas. Seus amistosos habitantes mostraram-se particularmente receptivos a sua mensagem; em quatro meses ele batizou 35 pessoas. Numa conferência da Igreja, em 24 de setembro de 1846 os Élderes Pratt e Grouard reuniram os membros de dez ramos, num total de 866 pessoas. Em novembro, o Élder Pratt partiu para a América, esperando voltar com mais missionários.
A missão dos Doze nas ilhas britânicas, a jornada de Orson Hyde à Palestina e a abertura do trabalho missionário no Pacífico deram início ao cumprimento das revelações do Senhor ao Profeta Joseph Smith. Em 1837, o Senhor havia prometido: “Todos os que enviares em meu nome pela voz de teus irmãos, os Doze, devidamente recomendados e autorizados por ti, terão poder para abrir a porta de meu reino a toda nação a que os enviares”. (D&C 112:21) Por meio dos Doze Apóstolos, a palavra do Senhor começou a ser levada às nações da Terra.
Cronologia Data |
Evento Significativo |
---|---|
26 abr. 1839 |
Membros dos Doze reúnem-se em Far West para cumprir a revelação antes de partirem para a sua missão na Inglaterra |
27 jun. 1839 |
Os Apóstolos recebem da Primeira Presidência treinamento para sua missão |
Abr. 1840 |
Orson Hyde e John E. Page são chamados para dedicar a Palestina para o retorno dos judeus |
Maio 1840 |
O Millennial Star é publicado pela primeira vez na Inglaterra |
Mar.–ago. 1840 |
Wilford Woodruff e outros irmãos batizam quase mil e oitocentas pessoas em uma região que abrange três condados |
Jun. 1840 |
Os primeiros santos ingleses emigram para a América |
Abr. 1841 |
Os Doze realizam uma gloriosa conferência em Manchester e voltam para a América |
24 out. 1841 |
Orson Hyde faz a oração dedicatória no Monte das Oliveiras |
Jun. 1843 |
Quatro missionários são chamados pelos Doze para servir nas ilhas do Pacífico |
Uma sinopse das viagens e realizações de Wilford Woodruff em 1840.9 Viajou 7191 quilômetros Realizou 230 reuniões Estabeleceu 53 locais de pregação Abriu 47 unidades da igreja que incluíam 1,500 santos 28 élderes 110 sacerdotes 24 24 mestres 10 diáconos Participou de 14 conferências Batizou 336 pessoas que incluíam 57 pregadores Ajudou no batismo de 86 outras pessoas Confirmou 420 Auxiliou na confirmação de 50 outras pessoas Ordenou 18 élderes Abençoou 120 crianças Abençoou 120 pessoas doentes Auxiliou no levantamento de 1.000 libras esterlinas para a publicação do Millennial Star, três mil exemplares do hinário SUD e cinco mil exemplares do Livro de Mórmon Auxiliou na emigração de 200 santos para a América Escreveu 200 cartas Recebeu 112 cartas Foi atacado pelo populacho 4 vezes |