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CAPÍTULO TRINTA E DOIS: A PRESIDÊNCIA DE BRIGHAM YOUNG: ADÉCADA FINAL


CAPÍTULO TRINTA E DOIS

A PRESIDÊNCIA DE BRIGHAM YOUNG: A DÉCADA FINAL

DESDE A CHEGADA à Grande Bacia em 1847, os santos haviam organizado vários grupos, geralmente de curta duração, para o estudo de teologia, ciências e literatura. Durante a última década de vida de Brigham Young, sob a inspiração de Deus, ele estabeleceu organizações auxiliares religiosas que ajudariam a atender às necessidades dos membros da Igreja no século seguinte. Ele também ajudou a expandir Sião e desenvolver a espiritualidade dos membros da Igreja, como exemplificado na colonização do norte do Arizona, a reorganização da liderança do sacerdócio da Igreja, a construção e a dedicação do Templo de St. George Utah e a fundação da Academia Brigham Young.

O DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES AUXILIARES

Conforme mencionado, a primeira das organizações auxiliares a receber novo impulso e fortalecimento pela liderança geral da Igreja foi a Sociedade de Socorro. Desde a chegada a Deseret, as irmãs SUD puseram em prática os ideais de trabalho e serviço caridoso que haviam aprendido do Profeta Joseph Smith nas reuniões da Sociedade de Socorro de Nauvoo. Em 1858, havia organizações da Sociedade funcionando em dez alas de Salt Lake City e em Ogden, Provo, Spanish Fork e Nephi. Mas devido ao êxodo para o sul ocorrido naquele mesmo ano, em decorrência da chegada das tropas do exército de Johnston, as atividades da Sociedade de Socorro foram interrompidas.

Em dezembro de 1867, o Presidente Brigham Young autorizou Eliza R. Snow a restabelecer as Sociedades de Socorro em Salt Lake City. Durante os dois anos seguintes o profeta deu apoio oficial ao programa e ordenou que cada bispo cooperasse com a irmã Snow e suas conselheiras, Zina Diantha Huntington Young e Elizabeth Ann Whitney, nas viagens que fizeram pelo território a fim de estabelecerem filiais da organização. As mulheres de cada colônia viajavam quilômetros — às vezes em carruagens e carroções, às vezes a cavalo ou no lombo de mulas ou simplesmente a pé — para assistir às reuniões quinzenais da Sociedade de Socorro. Uma reunião por mês era dedicada ao trabalho de costurar para os pobres e cuidar de suas necessidades. Na segunda reunião havia debates sobre aprimoramento educacional e temas espirituais, e eram prestados testemunhos.

Brigham Young designou à Sociedade de Socorro várias “missões” especiais nos últimos dias de sua vida. Em 1873, ele instruiu todas as presidentes da Sociedade de Socorro a designarem três moças a estudar higiene e enfermagem. Em 1875, ele chamou Zina Young para estabelecer uma sericultura (criação de bichos-da-seda e produção de seda) com a participação de mulheres de todas as colônias. Durante muitos anos, o “evangelho da seda” foi uma atividade importante das irmãs da Igreja, que se empenhavam em produzir seda suficiente para suas próprias roupas e para os templos e capelas da Igreja. Em 1876, o profeta chamou Emmeline B. Wells para liderar um movimento de economia de grãos entre as mulheres. Elas armazenavam e economizavam o trigo para momentos de necessidade. O Presidente Young também incentivava constantemente as irmãs a apoiarem a produção doméstica e participarem dela nos movimentos de Ordem Unida e cooperativas da Igreja.

Um grupo de irmãs estreitamente ligado à Sociedade de Socorro iniciou a publicação de um jornal feminino. O jornal quinzenal Woman’s Exponent, começou a ser publicado em 1872, com Louisa Lula Greene Richards como sua primeira redatora. “O propósito deste jornal será debater todo assunto de interesse e valor para as mulheres. Ele conterá um breve resumo ilustrado das notícias locais atuais, assuntos gerais, sugestões para o lar, artigos sobre educação, saúde e vestuário, correspondência, editoriais, assuntos do momento que sejam adequados ao jornal e outros textos.”1Em várias ocasiões, o Woman’s Exponent ajudou a unir as irmãs de todas as colônias em uma causa comum.2

Como último esforço para o desenvolvimento da organização, apenas um mês antes de sua morte em julho de 1877, o Presidente Brigham Young, acompanhado por Eliza R. Snow, viajou a Ogden e organizou a primeira Sociedade de Socorro de estaca. Ele chamou Jane S. Richards, esposa do Élder Franklin D. Richards, como presidente. A criação inesperada de uma Sociedade de Socorro de estaca foi uma agradável surpresa para os santos, tanto homens quanto mulheres. O Woman’s Exponent descreveu a ocasião como um dia de alegria.3

As primeiras reuniões da Sociedade de Socorro eram realizadas em residências particulares, mas, com a ajuda dos homens, as irmãs construíram salões próprios da Sociedade de Socorro. As lojas cooperativas da Sociedade de Socorro geralmente ocupavam o andar térreo desses edifícios.

A segunda organização auxiliar a ser permanentemente estabelecida foi a Escola Dominical. A idéia de uma Escola Dominical começou com os protestantes da Inglaterra, em 1780, e foi levada para os Estados Unidos já em 1790. Em 1824, foi formada uma União das Escolas Dominicais Americanas. As Escolas Dominicais geralmente precediam ou acompanhavam a educação pública e ensinavam a leitura de temas bíblicos a jovens “alunos”. Os santos dos últimos dias já em várias ocasiões tinham dado início a Escolas Dominicais, nos moldes protestantes, que foram freqüentadas por muitos membros da Igreja em Kirtland, Nauvoo, Winter Quarters e na Inglaterra, antes de chegarem à Grande Bacia.

Com a permissão de seu bispo, Richard Ballantyne organizou a primeira Escola Dominical no vale do Lago Salgado durante o inverno de 1849. Cinqüenta crianças de oito a quatorze anos de idade reuniam-se em uma ala especialmente construída para esse fim na residência da família Ballantyne. Mais tarde, passaram a reunir-se na capela da Ala XIV. Organizaram- se Escolas Dominicais em algumas outras alas, mas a chegada do exército de Johnston, em 1857, e o êxodo para sul, no ano seguinte, fizeram com que a iniciativa fosse abandonada.

Em 1864, quando o Élder George Q. Cannon retornou de seu trabalho na presidência da missão européia, ele notou a grande necessidade de ensinar- se o evangelho em Sião. Mais tarde, ele disse: “Ao pensar no grande número de nossos filhos em casa, senti forte desejo de passar todo o tempo que tinha disponível procurando ensinar-lhes os princípios do evangelho”.5Ele reorganizou o programa da Escola Dominical da ala XIV e logo seu exemplo foi seguido por outras alas de Salt Lake City.

No início de 1866, o Élder Cannon lançou a Juvenile Instructor como projeto pessoal. Nessa revista eram abordados assuntos como conferências de crianças, reuniões dominicais semanais, leitura das escrituras e instrução religiosa. O Élder Cannon deu-se conta de que uma revista voltada para as necessidades das Escolas Dominicais seria de grande valor, especialmente porque havia pouco material didático disponível na época. O Juvenile Instructor “foi um instrumento para o fortalecimento daqueles que tinham no coração a causa da Escola Dominical”.6Essa revista quinzenal, apesar de ser totalmente voltada às necessidades da Escola Dominical, permaneceu sob a direção particular do Élder Cannon até 1900, quando passou a ser dirigida diretamente pela Igreja.

Em novembro de 1867, foram tomadas medidas para o estabelecimento de uma organização permanente das Escolas Dominicais. O Presidente Brigham Young conversou com vários líderes locais sobre o que almejava para a educação da juventude de Sião. O Élder George Q. Cannon foi escolhido como presidente da organização geral que acabara de ser formada para unir as Escolas Dominicais locais já existentes e promover o estabelecimento de outras em toda a Igreja. Em 1872, adotou-se oficialmente o nome União das Escolas Dominicais de Deseret e, na primeira segunda-feira de cada mês, era realizada uma reunião dos líderes das Escolas Dominicais. A cada ano, o número de alunos jovens crescia continuamente. (Não havia cursos para adultos na época.) O método de ensino e a conduta nas escolas foram uniformizados. Dava-se grande ênfase à pontualidade e à memorização de fatos do evangelho, e hinos religiosos eram vigorosamente cantados nesses primeiros anos da Escola Dominical da Igreja.

No verão de 1874, a União de Escolas Dominicais de Deseret organizou e promoveu um grande jubileu em todo o território. Em Provo, no dia 15 de junho, cinco mil pessoas, três quartos das quais eram crianças, reuniram- se para serem instruídas pelo Presidente Young e seus conselheiros. Houve também hinos, declamações e diálogos cômicos apresentados pelas crianças. O jubileu realizado em Salt Lake City coletou mil e duzentos dólares, que foram utilizados na compra de hinários e outros materiais para as Escolas Dominicais.

Uma organização para as moças da Igreja foi criada como parte dos planos do Presidente Young para proteger os santos contra as influências do mundo gentio decorrentes da chegada da estrada de ferro. Em 28 de novembro de 1869, Brigham Young reuniu suas filhas, discorreu-lhes a respeito das responsabilidades das mulheres de Sião e organizou-as em uma “Sociedade de Moderação”. As moças comprometeram-se a não adotar qualquer prática extravagante, usando de moderação (cortando os excessos) no vestir, comer e falar. A sociedade também recebia instruções sobre os princípios do evangelho, da mesma forma que os homens recebiam nas atividades do sacerdócio.7

No final de 1870, a Sociedade de Moderação estava em pleno funcionamento em quase todas as alas de Salt Lake City. Eliza R. Snow e Mary Isabella Horne viajaram de uma colônia a outra para estabelecer grupos que logo começaram a participar de todo tipo de atividade econômica e cultural. Depois da organização da Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes, o Presidente Young expressou o desejo de que a Sociedade de Moderação passasse a chamar-se Associação de Melhoramentos Mútuos das Moças (ou AMM-Moças), mas o nome não foi permanentemente alterado até 1878.

Apesar da existência de algumas sociedades literárias e de debate para rapazes em Utah, Brigham Young expressou, em 1875, o desejo de que uma organização unificada para rapazes fosse criada na Igreja. O profeta queria que os rapazes se desenvolvessem intelectual e espiritualmente e tivessem as necessárias atividades recreativas sob supervisão adequada. Assim sendo, chamou Junius F. Wells, de vinte e um anos, filho de seu conselheiro Daniel H. Wells, para estabelecer as Associações de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes, a princípio em Salt Lake City e posteriormente em todo o território. A primeira reunião foi realizada na capela da ala XIII, onde Henry A. Woolley, filho do bispo Edwin D. Woolley, foi escolhido como presidente. Ele escolheu B. Morris Young, filho do Presidente Young, como primeiro conselheiro e Heber J. Grant, filho de Jedediah Grant, como segundo conselheiro. Nos meses seguintes, mais de cem organizações de rapazes entraram em funcionamento.8

A junta geral da AMM-Rapazes foi formada em 1876 e dirigiu um programa recreativo unificado e um programa de estudos. A AMM-Rapazes teve forte influência na vida de milhares de rapazes da Igreja. A associação começou a publicar seu próprio periódico, o Contributor, em 1879. Como o nome sugere, vários artigos publicados em cada edição eram escritos pelos próprios rapazes.

Em 1877, o Bispo John W. Hess da ala Farmington reuniu as mães da ala para discutir a responsabilidade de educar adequadamente os filhos. Ele sentiu que “a responsabilidade de guiar as jovens mentes” era “quase exclusivamente das mães”.9

Aurelia Spencer Rogers, uma devota e ponderada santa dos últimos dias, levou a sério a admoestação do bispo. Depois de muito orar, ouviu uma voz dizer-lhe “que havia uma organização auxiliar, em que os membros aprendiam a fazer coisas e a usar seu tempo com sabedoria, para todas as idades, exceto para as crianças”. O bispo Hess, ao ser consultado pela irmã Rogers, ficou entusiasmado com a idéia de uma organização para as crianças. Ele explicou que levaria as idéias e a inspiração da irmã Rogers para a Primeira Presidência a fim de saber o que deveria ser feito. A Primeira Presidência instruiu Eliza R. Snow a conversar com a irmã Rogers sobre o assunto, quando fosse para a conferência das auxiliares em Farmington.10

Durante o verão de 1878, Aurelia falou com Eliza R. Snow, que havia recebido de Brigham Young a responsabilidade de supervisionar as auxiliares femininas da Igreja e tinha ido a Farmington para participar das conferências da Sociedade de Socorro e das Moças. A irmã Rogers “expressou o desejo de que algo mais fosse feito para o desenvolvimento e aprimoramento moral e espiritual das crianças”11

Ao retornar a Salt Lake City, Eliza R. Snow reuniu-se com o Presidente John Taylor e obteve sua aprovação para a criação de uma organização dedicada às crianças, que se reuniria em um dia da semana, com exceção do domingo. A irmã Snow escreveu então ao bispo Hess informando que o Presidente Taylor tinha dado aprovação para que a irmã Rogers organizasse e A irmã Rogers organizou a primeira Primária. Em 11 de agosto de 1878, ela reuniu os pais e explicou a importância da nova organização. No domingo, 25 de agosto, a irmã Rogers deu início ao trabalho da Primária em sua ala de Farmington. Ela organizou as crianças por faixa etária, com a criança mais velha de cada grupo servindo como monitora. A irmã Rogers explicou às crianças que deveriam ser obedientes a seus pais e professores e gentis umas para com as outras.

À medida que a Primária espalhou-se pelas várias colônias, Eliza R. Snow participou das reuniões de organização e falou às crianças de cada região salientando o importante papel que cada uma delas desempenhava no grande movimento iniciado pelo Profeta Joseph Smith. Ela mostrou o relógio do Profeta e permitiu que cada criança o tomasse nas mãos, dizendo- lhes que nunca se esquecessem de que haviam segurado o relógio do Profeta.12

ATENDENDO ÀS NECESSIDADES EDUCACIONAIS

O conflito entre gentios e santos em Utah13contribuiu para o surgimento de uma crise na educação, resultando na reavaliação do papel da Igreja na educação de seus jovens. Nos primeiros dias da colonização, os santos haviam feito todos esforços possíveis para estabelecer escolas primárias em cada ala. Eram escolas particulares, nas quais o salário dos professores eram pagos com as mensalidades cobradas dos alunos. Com a entrada de mais gentios no estado por causa da chegada da estrada de ferro a Utah, surgiram conflitos entre a Igreja e as autoridades governamentais acerca da administração das “escolas distritais”. Os gentios opunham-se ao ensino de preceitos mórmons nas escolas e exigiam que elas passassem a ser financiadas pelos impostos, ficando livres do domínio da Igreja.

Outro aspecto do debate atingiu o auge na década de 1870. Da mesma forma que muitas escolas em outras regiões do país, as escolas de Utah usavam a Bíblia como livro texto. Autoridades Federais insistiam que nem a Bíblia nem qualquer outro assunto religioso deveria ser ensinado nas escolas públicas. O Presidente Young declarou enfaticamente que os mórmons não deveriam suprimir a Bíblia de suas escolas, mesmo que o restante do mundo cristão viesse a fazê-lo. A Igreja recebeu apoio de outros líderes religiosos de Utah, que também se opunham à retirada da Bíblia do currículo, pois consideravam-na a pedra angular da edificação do caráter nas escolas.

Reconhecendo que as forças seculares estavam ganhando maior influência em toda a nação, os líderes da Igreja deram novo impulso à Universidade de Deseret e estudaram a possibilidade de criar filiais em outras comunidades. Os irmãos Dusenberry, Warren e Wilson dirigiam uma escola em Provo, que fora organizada por eles em 1869. Em 1870, os líderes da Igreja e as autoridades educacionais do território recomendaram que a escola de Provo se tornasse uma filial da universidade. Em abril, a escola Dusenberry foi estabelecida como campus Timpanogos da Universidade Deseret, e seus alunos começaram a receber treinamento tanto secular quanto religioso.

Devido a sua devoção ao ensino, o prefeito de Salt Lake, Abraham O. Smoot, recebeu de Brigham Young a designação de mudar-se para Provo, onde serviu no cargo de presidente de estaca, líder comunitário e patrocinador do campus de Provo da universidade. Apesar do apoio do Presidente Smoot, a escola fracassou financeiramente. Posteriormente, em 1875, o Presidente Young nomeou o Presidente Smoot e cinco outros homens preeminentes do condado de Utah e uma mulher, Martha Jane Knowlton Coray — escritora e professora — para formarem o conselho diretor da escola. Um projeto de lei foi preparado e implementado. A nova escola chamou- se Academia Brigham Young. Para certificar-se de que haveria ensino religioso na escola, “Brigham Young determinou especificamente que o ‘Velho e o Novo Testamentos, o Livro de Mórmon e o Livro de Doutrina e Convênios fossem lidos e suas doutrinas ensinadas na Academia’”. Poucas semanas depois, Warren N. Dusenberry foi nomeado como primeiro reitor da escola.14

Em 1876, o talentoso educador alemão Karl G. Maeser assumiu a reitoria da Academia Brigham Young e iniciou uma brilhante carreira como educador na Igreja, chegando mais tarde a servir como Superintendente das Escolas da Igreja. No século XX essa pequena instituição cresceu até tornar-se a Universidade Brigham Young.

Em 1877, uma segunda academia, a Faculdade Brigham Young, foi aberta em Logan e continuou a funcionar até 1926. Os edifícios da faculdade passaram a ser utilizados pela Cidade de Logan. Foram feitos planos para o estabelecimento de uma terceira academia, chamada Academia da Estaca Salt Lake, em Salt Lake City. Essa academia não iniciou seu funcionamento até 1886. Teve vários nomes e por fim passou a ser conhecida como a Faculdade dos Santos dos Últimos Dias. A escola fechou oficialmente em 1931, durante a depressão. O corpo docente então organizou uma escola de comércio própria, que mais tarde foi comprada pela Igreja e passou a chamar-se LDS Business College.

Essas três academias exemplificaram os ideais de educação de Brigham Young, enfatizando o ensino amplo, abrangendo as ciências humanas, elevados princípios morais e o ensino religioso das escrituras. Escolas de magistério (curso normal) foram também ministradas nessas instituições. Essas academias foram as precursoras de mais de vinte academias em diversas comunidades que caracterizaram a educação na Igreja durante o restante do século e no início do século XX

VOLTANDO-SE PARA FORA

Durante a última década de sua vida, Brigham Young continuou a ampliar as fronteiras da comunidade dos santos dos últimos dias, por meio da colonização, e a supervisionar a contínua expansão do trabalho missionário e de imigração. No final de sua vida, haviam sido estabelecidas colônias mórmons em Arizona, e o trabalho missionário havia-se estendido até a República do México.

Como os missionários continuassem a converter pessoas que imigravam para o território de Utah, os líderes da Igreja estavam constantemente procurando novas regiões para serem colonizadas. Já na década de 1850, os exploradores da Igreja haviam penetrado no estado de Arizona, mas a aridez dos desertos, a falta de informação acerca do território ao sul do grande rio Colorado e os ataques dos índios dificultaram qualquer tentativa de colonização durante as décadas de 1850 e 1860. Em 1870 o governo pacificou os navajos, que vinham atacando as colônias do sul de Utah desde 1865. Isso possibilitou o estabelecimento de uma série de colônias desde Kanab, Utah, até Lee’s Férry, no rio Colorado, Arizona, que se tornaram ponto de apoio para a colonização de outras regiões.

Quando o inverno de 1872–1873 começou, Brigham Young convidou o amigo dos santos, de longa data, Thomas L. Kane, e sua esposa, Elizabeth, para acompanharem-no até St. George. Durante essa viagem, o Presidente Young traçou planos para o estabelecimento de um local de coligação dos santos no vale de Sonora, México. As colônias a serem estabelecidas no Arizona formariam um elo entre Utah e o México.

O estabelecimento de colônias no Arizona continuou a ser extremamente difícil. No início da primavera de 1873, o Presidente Young enviou outro grupo de exploradores, a Companhia Exploradora Arizona, composta de quatorze homens, para visitar a região do rio Little Colorado, a região do Rio Verde e a região montanhosa de San Francisco, todas ao sul do rio Colorado. Esses exploradores também perderam o entusiasmo ao verificarem que o terreno árido e acidentado era muito difícil de ser transposto. Não obstante, a determinação de Brigham Young em colonizar o Arizona não seria contrariada, e em 1874–1875 outros grupos de exploração foram enviados para estudar a região.

No início de 1876, a Primeira Presidência chamou duzentos “missionários” para formarem quatro companhias, lideradas por Lot Smith, Jessie O. Ballenger, George Lake e William C. Allen. No final do ano, havia quatro colônias lutando para sobreviver no vale inferior do rio Little Colorado. Por muitos anos, esses cidadãos do Arizona empenharam-se em fazer subir o nível do rio por meio de barragens. Em 1880 outros grupos de exploração estabeleceram-se ao longo do riacho Silver Creek, um dos principais afluentes do rio Little Colorado, mais ao norte, e próximo de Mesa, na região central do Estado de Arizona. Uma cidade bem-sucedida foi Snowflake, que recebeu esse nome em homenagem ao Élder Erastus Snow, do Quórum dos Doze Apóstolos, que incentivou a criação da colônia, e a seu líder, William J. Flake.

Como as colônias do Arizona estivessem lutando para sobreviver, não houve um avanço imediato para o sul em direção ao México. Brigham Young, porém, desejava enviar missionários ao México. Em 1875, o profeta chamou Daniel Webster Jones, que havia servido no México durante a guerra entre o México e os Estados Unidos, para liderar uma missão e traduzir o Livro de Mórmon para o espanhol. O Élder Jones recebeu pouco depois a inesperada adesão de Meliton G. Trejo, nascido na Espanha, recém- converso à Igreja, declarando que havia sido inspirado a procurar o povo do Senhor nas Montanhas Rochosas. No final do ano, os Élderes Jones e Trejo e quatro outros partiram para o México. Eles cruzaram a fronteira em janeiro de 1876. Apesar de sofrerem muita oposição dos diversos ministros religiosos, os missionários realizaram algumas reuniões públicas e também enviaram quinhentos exemplares de “Passagens Escolhidas do Livro de Mórmon” para os líderes de mais de cem comunidades em todo o México.

Os missionários também localizaram uma região do Estado de Chihuahua que consideraram adequada para uma futura colônia da Igreja. No outono de 1876, o Élder Trejo e o Élder Helaman Pratt fizeram proselitismo no Estado de Sonora. Em 1879, o Élder Moses Thatcher, do Quórum dos Doze Apóstolos, liderou uma delegação de missionários até a Cidade do México, onde conseguiram estabelcer um sólido alicerce para a Igreja naquele país.15

Durante toda a década de 1870, a maior parte dos conversos da Igreja continuava a vir das ilhas britânicas e da Escandinávia. Todos os anos, a mesma rotina era seguida: A Companhia do Fundo Perpétuo de Emigração fretava meios de transporte para reunir os santos europeus em Sião. Em 1869, a Igreja começou a usar navios a vapor em vez de navios a vela para cruzar o oceano. Aproximadamente na mesma época, o término da construção da ferrovia transcontinental permitiu que os santos cruzassem rapidamente os Estados Unidos até Utah. Em vez de quase cinco meses, os santos emigrantes levavam menos de três semanas para completar a viagem. O custo da passagem continuava aproximadamente o mesmo.

Em 1872–1873, George A. Smith, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência, liderou uma delegação de líderes da Igreja numa viagem até a Europa e a Palestina, a fim de verificar a possibilidade de pregar o evangelho e rededicar a Terra Santa, em preparação para o retorno dos judeus. Orson Hyde havia realizado uma missão semelhante em 1840–1841, mas fora obrigado a viajar sozinho. Naquela época, as Autoridades Gerais da Igreja sentiram ser aquele o momento de renovar o grande interesse da Igreja pela reunião dos judeus na Palestina, enquanto os santos se reuniam na nova Sião, no ocidente. O grupo visitou vários locais da Europa, e em 2 de março de 1873, o Presidente Smith e o Élder Lorenzo Snow, dos Doze, proferiram orações dedicatórias no Monte das Oliveiras.16

O TEMPLO DE ST. GEORGE UTAH

Durante os últimos dias de sua vida, o Presidente Brigham Young continuou a trabalhar em seu intento de construir templos no “lar das montanhas” dos santos. A Casa das Investiduras na Praça do Templo, em Salt Lake City, servia como local sagrado temporário desde 1855, e muitos santos dos últimos dias haviam recebido suas ordenanças do templo naquele lugar, mas ainda não havia nenhuma estrutura sagrada permanente. Apesar de Brigham Young ter identificado o local do templo de Salt Lake em 1847, a construção propriamente dita não foi iniciada até 1853. O projeto sofreu sérios atrasos por causa da aproximação do exército dos Estados Unidos e do êxodo para o sul em 1857–1858. O progresso da construção do Templo de Salt Lake foi lento nas décadas de 1860 e 1870. Na Praça do Templo, mais de cem talhadores de pedra trabalhavam nos blocos de granito transportados do desfiladeiro Little Cottonwood.

O primeiro templo a ser concluído no oeste, contudo, seria o de St. George, que se tornara a segunda sede da Igreja, porque o Presidente Young passou a maior parte de seus últimos invernos naquele local. Ele dedicou o local do edifício sagrado em novembro de 1871. Com o incentivo do profeta, os santos locais apressaram a construção, ajudados por trabalhadores chamados no norte. Abriram-se pedreiras, e parte da madeira foi transportada de Pine Valley, sul de Utah, e da floresta Kaibab, norte de Arizona, mas a maior parte provinha de Mount Trumbull, Arizona, a 130 quilômetros de distância. Muitos santos doaram alimento e roupas para os trabalhadores, e outros doavam um dia em cada dez, como “dízimo de trabalho”.

O templo e seu interior foram construídos quase inteiramente com materiais da região, mostrando a preocupação do Presidente Young pelo desenvolvimento da indústria local. Por exemplo: A Fábrica de Lã Provo fez os tapetes do templo; as franjas do altar e dos púlpitos foram feitas de seda produzida pelas organizações da Sociedade de Socorro. A estrutura foi concluída em 1877, e as salas individuais do templo foram dedicadas em janeiro. Decidiu-se realizar a conferência geral anual em St. George. Como parte do programa, todo o templo foi dedicado em 6 de abril de 1877. Daniel H. Wells leu a oração dedicatória.17

O Presidente Young estava envolvido com outros importantes aspectos ligados ao trabalho no templo em 1877. Junto com outros líderes da Igreja, o profeta supervisionou a transcrição correta da investidura do santo sacerdócio, para que o trabalho pelos mortos fosse realizado de modo mais eficaz. Em um emocionante discurso proferido no templo, o Presidente Young exclamou: “O que imaginam que nossos antepassados diriam se pudessem falar de entre os mortos? Certamente diriam: ‘Durante milhares de anos estivemos esperando aqui nesta prisão, aguardando a chegada desta dispensação. Eis-nos aqui, presos e detidos, em meio aos iníquos.’ O que sussurrariam em nossos ouvidos? Ora, se tivessem o poder, os próprios trovões dos céus estariam ecoando em nossos ouvidos”.18

O Presidente Young chamou Wilford Woodruff, do Quórum dos Doze Apóstolos, para ser o presidente do templo de St. George e instruiu-o a iniciar o trabalho de ordenanças pelos mortos. Foi nesse templo que as primeiras investiduras em favor dos mortos foram realizadas. Além disso, naquele mesmo ano, o Presidente Young dedicou os locais para a construção de dois outros templos em Utah: Logan e Manti.

O Élder Woodruff iniciou imediatamente sua designação. “Empenheime com toda a alma no trabalho do templo, tanto para os vivos quanto para os mortos.”19Ele conduziu várias pessoas nas ordenanças pelos mortos, muitos dos quais eram seus próprios parentes. Em Salt Lake City, em setembro de 1877, quando relatou seu trabalho, o Élder Woodruff disse: “Nos últimos mil e oitocentos anos, houve pessoas que viveram e morreram sem jamais ouvirem a voz de um homem inspirado, sem ouvirem um sermão sobre o evangelho, até que foram para o mundo espiritual. Alguém precisa redimi-las, por meio da realização dessas ordenanças em favor delas na carne, pois não podem fazê-lo por si mesmas em espírito”. Declarou ainda: “O Senhor inspirou-nos, e muitas coisas nos foram reveladas a respeito dos mortos. (…) Os mortos irão procurá-los, assim como nos procuraram em St. George. Eles clamaram a nós, sabendo que possuíamos as chaves e o poder para redimi-los”.

Wilford Woodruff então anunciou que os signatários da Declaração da Independência dos Estados Unidos haviam-lhe aparecido por dois dias e duas noites, indagando por que não haviam sido realizadas as ordenanças por eles, apesar de haverem estabelecido o governo dos Estados Unidos e permanecido fiéis a Deus. O Élder Woodruff foi imediatamente batizado por J. D. T. McAllister em favor desses homens e por cinqüenta outras pessoas preeminentes, inclusive John Wesley e Cristóvão Colombo. Ele então batizou o irmão McAllister “por todos os presidentes dos Estados Unidos, exceto três [Martin Van Buren, James Buchanan e Ulysses S. Grant]; e quando sua causa for justa, alguém fará o trabalho por eles”.20O trabalho do templo em favor desses três homens veio a ser realizado na época em que Heber J. Grant era Presidente da Igreja.

A REORGANIZAÇÃO DO SACERDÓCIO

Percebendo que sua idade avançada lhe impedia de trabalhar e sabendo que não viveria por muito mais tempo, Brigham Young realizou várias alterações importantes na liderança e organização do sacerdócio durante os últimos anos de sua vida. Em 1873, afastou-se de vários cargos administrativos da Igreja, inclusive o de curador da Igreja, e designou vários outros homens para cuidar desses assuntos, sob a direção de seu primeiro conselheiro, George Albert Smith. Também chamou cinco outros conselheiros: Lorenzo Snow, Brigham Young Jr., Albert Carrington, John W. Young e George Q. Cannon, para trabalharem com ele na Primeira Presidência.

A ordem hierárquica do Quórum dos Doze Apóstolos também foi corrigida pelo Presidente Young. Wilford Woodruff, que durante alguns anos havia sido apoiado antes de John Taylor por ser mais velho, foi apoiado depois de John Taylor na conferência geral de outubro de 1861. O Presidente Young determinou que a hierarquia do Quórum dos Doze seria baseada na data da ordenação; por esse motivo, John Taylor, que havia sido ordenado primeiro, estava adiante de Wilford Woodruff no Quórum. Outros acertos foram realizados na conferência geral de abril de 1875, quando John Taylor e Wilford Woodruff foram colocados antes de Orson Hyde e Orson Pratt. Tanto Orson Hyde quanto Orson Pratt haviam sido excluídos do Quórum dos Doze Apóstolos por algum tempo por desobediência. Durante o período em que estiveram afastados da Igreja, John Taylor, Wilford Woodruff e George Albert Smith (que estava servindo na Primeira Presidência em 1875 e não podia ser apoiado como membro dos Doze na época) foram ordenados ao apostolado. Quando Orson Hyde e Orson Pratt foram readmitidos, voltaram a ocupar sua posição original no Quórum. O Presidente Young corrigiu essa situação, explicando que o serviço contínuo também era fator determinante da hierarquia.21

Em 1876, o Presidente Young esclareceu a interrelação das estacas de Sião. Declarou que a Estaca de Salt Lake não tinha primazia sobre as demais como “estaca central”, que todas as estacas eram iguais e autônomas em relação às outras. Em 1877, mais da metade dos Apóstolos estavam servindo como presidentes de estaca. Os Apóstolos foram desobrigados dessa responsabilidade para poderem assumir novamente seu papel na liderança geral da Igreja.22

Em 1877, Brigham Young ordenou uma grande reorganização e reforma do sacerdócio em todas as estacas. Novas presidências de estaca foram chamadas em quase todas as estacas, e o número de estacas foi aumentado de treze para vinte.23Para esclarecer a responsabilidade de liderança a nível local, a “Carta Circular da Primeira Presidência, 11 de julho de 1877” e outras mensagens informaram que os bispos seriam os sumos sacerdotes presidentes em suas respectivas alas, além de serem responsáveis pelo atendimento às necessidades materiais dos membros. Os bispos deveriam cuidar das doações para a construção do templo, e sua responsabilidade de presidir os quóruns do Sacerdócio Aarônico foi reenfatizada.

Mais rapazes foram chamados e treinados para os quóruns do Sacerdócio Aarônico. Cada quórum de élderes deveria ser organizado com noventa e seis élderes, mesmo que para isso fosse necessário reunir homens de várias alas. Os setenta deveriam reunir-se apenas para cuidar de propósitos missionários. Os sumos sacerdotes eram um quórum a nível de estaca e não deveriam reunir-se a nível de ala. Os presidentes de estaca deveriam realizar conferências trimestrais e reuniões mensais do sacerdócio. Os líderes do sacerdócio deveriam cuidar para que as reuniões dominicais, a Escola Dominical, as Associações de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes e das Moças fossem realizados em cada ala.24A reorganização do sacerdócio foi um monumento a Brigham Young. Essa ação tem sido considerada o último empreendimento importante da vida do profeta nesta Terra.

CONTRIBUIÇÕES DURADOURAS DE BRIGHAM YOUNG

Brigham Young manteve-se estreitamente ligado25aos negócios da Igreja até o fim. Como sempre, continuou recebendo grande número de visitantes. Em 23 de agosto de 1877, o profeta de setenta e sete anos ordenou que um grupo de bispos se reunisse na Council House. Depois da reunião, sentiu-se mal, sofrendo violentas cólicas e vômitos. Apesar dos esforços de quatro médicos e o jejum e as orações dos santos de toda a Igreja, ele faleceu no dia 29 de agosto de 1877. Segundo sua filha Zina, suas palavras finais foram: “‘Joseph! Joseph! Joseph!’ e a aparência divina de seu rosto pareciam indicar que estava conversando com seu querido amigo Joseph Smith, o Profeta”.26

O corpo de Brigham Young foi velado no Tabernáculo, onde, segundo as estimativas, foi visto por vinte e cinco mil pessoas. Entre os oradores que falaram em seu funeral estavam John Taylor, Wilford Woodruff, Daniel H. Wells e George Q. Cannon. Estas palavras, proferidas pelo Presidente Cannon, resumem bem as contribuições desse grande profeta do Senhor:

“Ele foi o cérebro, os olhos, os ouvidos, a boca e a mão de todo o povo da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Desde os maiores problemas relacionados com a organização da Igreja até os menores detalhes do trabalho, em tudo ele deixou marcada a influência de sua grande mente. Desde a organização da Igreja e a construção de Templos, a construção dos Tabernáculos; a criação do governo estadual provisório e do governo territorial, até os mínimos detalhes do formato das cadeiras em que nos sentamos hoje; sobre tudo isso, bem como sobre todas as colônias do território, a marca de seu gênio estão evidentes. Nada era pequeno demais para sua mente; nada, grande demais.”27

Brigham Young serviu mais tempo como Presidente da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias do que qualquer outro Presidente da Igreja. Numerosas e multi-facetadas foram suas contribuições. Muito do que é querido, reverenciado ou mesmo aceito sem qualquer ponderação na Igreja tem suas raízes na contribuição e liderança do Presidente Young. Brigham Young sentiu que estava apenas seguindo a liderança de seu mentor e amigo, o Profeta Joseph Smith. Ele exclamou: “Tenho vontade de gritar aleluia, sempre que me lembro que conheci Joseph Smith, o Profeta, a quem o Senhor ergueu e ordenou, e a quem entregou as chaves e o poder para edificar o reino de Deus na Terra e apoiá-lo”.28Em certa ocasião ele declarou: “O que recebi do Senhor, recebi pelas mãos de Joseph Smith; ele foi o instrumento de Deus. Se eu abandoná-lo, devo abandonar esses princípios: eles não foram revelados, declarados ou explicados por nenhum outro homem desde os dias dos Apóstolos”.29

Um dos maiores legados de Brigham Young foi sua liderança em manter a Igreja relativamente auto-suficiente do mundo gentio: nas atividades recreativas, nos negócios, no governo e na educação. Os historiadores reconhecem que o imenso reino dos santos edificado nas Montanhas Rochosas foi um tributo a esse homem. Tudo isso foi alcançado apesar de enorme oposição: a interferência das tropas federais e autoridades do governo, o clima desértico e o solo acidentado, os empresários “de fora”, a moda de “Babilônia”, a chegada da ferrovia transcontinental e a descoberta de metais preciosos em Utah.

Brigham Young liderou seu povo em diversos empreendimentos cooperativos. Como líder do Quórum dos Doze, em 1838–1839, ele organizou os santos perseguidos em seu êxodo de Missouri e no estabelecimento de um local de refúgio em Illinois. Mais tarde, Brigham liderou os santos, saindo de Nauvoo, atravessando as planícies de Iowa até Winter Quarters, e depois para o Grande Lago Salgado. Entre 1848 e 1852, ele dirigiu a reunião de milhares de santos dos acampamentos de Iowa até a comunidade que se iniciava no oeste. Depois, dirigindo sua atenção às dezenas de milhares de novos conversos na Inglaterra e na Europa, ele deu início à Companhia do Fundo Perpétuo de Emigração, que estabeleceu o melhor sistema de imigração regulamentada da história da América. Ele organizou equipes de colonização para estabelecerem cidades agrícolas em cerca de trezentos e cinqüenta locais em Utah, e em parte de Idaho, Wyoming, Nevada, Arizona e Colorado.

O Presidente Young ensinou ao povo a importância da cooperação na conquista da difícil fronteira dos Estados Unidos. O mesmo espírito continua abundantemente na Igreja espalhada por todo o mundo hoje em dia. Ele dirigiu a divulgação do evangelho a muitas nações da Terra e a construção de templos ao Deus Altíssimo. Ele foi inspirado a estabelecer empresas financeiras cooperativas e instituir a ordem unida entre seu povo. Brigham Young deu aos santos dos últimos dias todo tipo de instruções doutrinárias e práticas. Seus mais de oitocentos discursos registrados abordam uma enorme variedade de assuntos. Ele falou sobre a natureza de Deus, o poder do mal, a necessidade de “operarmos” nossa própria salvação, os princípios do sacerdócio, a atitude para com a família e o casamento, a moda feminina e a manutenção da limpeza e ordem em nossas propriedades terrenas. No século XX John A. Widtsoe compilou alguns dos ensinamentos de Brigham Young em um livro famoso, Discursos de Brigham Young. Brigham Young incentivou a educação espiritual e secular dos membros da Igreja e deixou um legado educacional que continua até hoje a abençoar os santos.

Brigham Young deixou uma marca duradoura em todos os membros da Igreja desde a sua época. Ele era carinhoso para com os mansos e humildes e rigoroso com os orgulhosos e intolerantes. Ele chorava quando via o sofrimento dos desamparados e cuidou de muitas pessoas aflitas. Era paciente com os que violavam os padrões da Igreja, era bom ouvinte, tinha senso de humor e gostava de apresentações de teatro e dança. Como líder político, era bastante perspicaz. Era uma pessoa bastante determinada, resoluta e inabalável. Sua espiritualidade manifestava-se em suas orações, no trabalho no templo e na cura de doentes. Em sua longa e rica carreira, ele exerceu todo tipo de liderança para fazer tudo o que o Senhor dele esperava.

NOTAS

  1. “Woman’s Exponent: A Utah Ladies’ Journal,” Woman’s Exponent, 1º junho 1872, p. 8.

  2. Os dois parágrafos anteriores baseiam-se em Ann Vest Lobb and Jill Mulvay Derr, “Women in Early Utah”, Richard D. Poll, et al., eds., Utah’s History, 2ª ed. (Logan Utah: Utah State University Press, 1989), pp. 343, 347–348.

  3. “Home Affairs,” Woman’s Exponent, 1º ago. 1877, pp. 36–37.

  4. Andrew Jenson, Latter-day Saint Biographical Encyclopedia, 4 vols. (Salt Lake City: Publishers Press, 1901–1936), 1:705.

  5. Conference Report, out. 1899, p. 88.

  6. Jubilee History of Latter-day Saints Sunday Schools, 1849–1899 1849–1899 (Salt Lake City: Deseret Sunday School Union, 1900), p. 14.

  7. Baseado em James B. Allen e Glen M. Leonard, The Story of the Latter-day Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1976), p. 336.

  8. DBaseado em Leonard J. Arrington, Brigham Young: American Moses (New York: Alfred A. Knopf, 1985), p. 370.

  9. Aurelia Spencer Rogers, Life Sketches of Orson Spencer and Others, and History of Primary Work (Salt Lake City: George Q. Cannon and Sons Co., 1898), pp. 206–7.

  10. Clara Richards, Insights of Early Farmington History (Bountiful, Utah: Horizon Publishers, n.d.), p. 15.

  11. Eliza R. Snow, an Immortal (Salt Lake City: Nicholas G. Morgan, Sr., Foundation, 1957), p. 40.

  12. Ver Aurelia S. Rogers, (Salt Lake City: George Q. Cannon and Sons, 1898), pp. 205–217, 221–222; Farmington Ward, Davis Stake, Primary Minute Book, 1878–1888, 11 ago. 1878, pp. 1–4; 25 ago. 1878, p. 5, LDS Historical Department, Salt Lake City; Eliza R. Snow Smith, “Sketch of My Life”, microfilme de biografia, LDS Historical Department, Salt Lake City, pp. 38–39; Carol Cornwall Madsen and Susan Staker Oman, Sisters and Little Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1979), pp. 1–13.

  13. Seção baseada em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 350–53.

  14. Ernest L. Wilkinson and W. Cleon Skousen, Brigham Young University: A School of Destiny (Provo: Brigham Young University Press, 1976), pp. 48–49.

  15. Os seis parágrafos anteriores baseiam-se em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 366–69, 386, 388.

  16. See B. H. Roberts, A Comprehensive History of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, Century One, 6 vols. (Salt Lake City: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1930), 5:474–75.

  17. Os três parágrafos anteriores baseiam-se em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 370, 372.

  18. Journal of Discourses, 18:304.

  19. Matthias F. Cowley, Wilford Woodruff: History of His Life and Labors (Salt Lake City: Bookcraft, 1964), p. 495.

  20. Journal of Discourses, 19:228–29; ver também Conference Report, abr. 1898, pp. 89–90.

  21. John Taylor, Succession in the Priesthood, Priesthood meeting, 7 out. 1881, LDS Historical Department, Salt Lake City, pp. 16–17; Deseret News, 14 abr. 1875, p. 168.

  22. Ver William G. Hartley, “The Priesthood Reorganization of 1877: Brigham Young’s Last Achievement”, Brigham Young University Studies, Fall 1979, p. 5.

  23. Ver Hartley, “Priesthood Reorganization of 1877,” pp. 3, 34–35.

  24. Ver Hartley, “Priesthood Reorganization of 1877,” pp. 20–21.

  25. Seção baseada em Arrington, Brigham Young: American Moses, pp. 398–408.

  26. Susa Young Gates with Leah D. Widtsoe, The Life Story of Brigham Young (New York: Macmillan Co., 1930), p. 362.

  27. Gates and Widtsoe, Life Story of Brigham Young, p. 364; ortografia corrigida.

  28. Journal of Discourses, 3:51; ortografia corrigida.

  29. Journal of Discourses, 6:279.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

1867

Eliza R. Snow recebe autorização para restabelecer a Sociedade de Socorro

1867

Fundada a primeira União das Escolas Dominicais da Igreja

1869

Organizada a primeira Young Women’s Retrenchment Society

1872

Woman’s Exponent began publication

1875

Início da publicação do Woman’s Exponent

1875

Fundada a Associação de Melhoramentos Mútuos dos Rapazes

1876

Início da Academia Brigham Young, em Provo

1876

Fundadas as primeiras colônias ao longo do rio Little Colorado, Arizona

6 abr. 1877

Iniciado o trabalho missionário no México

1877

Brigham Young dirige a reorganização da liderança do sacerdócio nas estacas

29 ago. 1877

Falecimento de Brigham Young

1878

Organizada a primeira Primária, em Farmington, Utah

Brigham Young

Portrait of Brigham Young by Seal Van Sickle. Painting portrays Brigham with his right hand on a book entitled Law of the Lord. On the table are the Book of Mormon and the Bible.

Courtesy of Daughters of Utah Pioneers, Salt Lake City, Utah

Weber Stake Relief Society building

Weber Stake Relief Society building, located in Ogden, Utah. The building was erected in 1902. In 1926 the building was deeded to the Daughters of the Utah Pioneers and became known as the Weber County Pioneer Hall. It is now used as a museum to house pioneer artifacts.

Jane Snyder Richards was called to be the first Weber Stake Relief Society president in 1877 by Brigham Young, and she served in this position for thirty-one years. When the Weber Stake Relief Society building was dedicated on 19 July 1902, Sister Richards conducted the dedicatory services.

Courtesy of Daughters of Utah Pioneers, Ogden, Utah

Richard Ballantyne

Richard Ballantyne (1817–98) was born and reared in Scotland, where as a young man he was a Sunday School teacher in the Presbyterian Church. At age twenty-five he was baptized a member of the Church. He went to Nauvoo with his mother in 1843.

When asked why he was so involved in the Sunday School he replied: “I was early called to this work by the voice of the spirit, and I have felt many times that I have been ordained to this work before I was born, for even before I joined the Church, I was moved upon to work for the young.”4In 1852 he was called on a mission to India, which lasted about three years.

the Juvenile Instructor magazine

As the Church and its auxiliary organization grew, so did the need for communication. In 1866 the Juvenile Instructor was edited and published privately by George Q. Cannon for the Sunday School. Later the magazine was published by the Deseret Sunday School Union. The magazine was called the Juvenile Instructor from 1866 to 1929 and the Instructor from 1930 to 1970.

Mary Isabella Horne

Mary Isabella Horne (1818–1906), who was converted by Parley P. Pratt in Canada in July 1836, experienced many of the trials and tribulations of the Saints. She was driven from her home in Far West, Missouri, and later gave up her home in Nauvoo to cross the plains into the Salt Lake Valley.

Mary was an original member of the Relief Society which was organized in 1842. She was the stake Relief Society president in Salt Lake Stake for thirty years. In 1880 she was called to the Central Board of the Relief Society, which later became the General Board. Here she served until her death. Sister Horne was the mother of fifteen children.

Junius F. Wells

Junius F. Wells (1854–1930) was born in Salt Lake City. Besides being involved with the organization of the YMMIA and being the editor of the Contributor for thirteen years, he also served two missions for the Church—one from 1872–74 to Great Britain and one in 1875–76 to the eastern United States. In 1921 he was sustained as an assistant Church historian.

scene of first Primary

This mural depicting the first Primary was painted by Lynn Faucett and dedicated by Charles A. Callis of the Quorum of the Twelve Apostles on 24 November 1941. The mural is located in the Rock Chapel in Farmington, Utah.

Aurelia Spencer Rogers

Aurelia Spencer Rogers (1834–1922). When Aurelia was twelve years old her mother, Catherine, died at Sugar Creek Camp in Iowa. A few months later at Winter Quarters where they had established a temporary home, her father, Orson, was called to serve as the European Mission president. Along with her five brothers and sisters, she crossed the plains two years later and settled in Salt Lake City, where her father joined them in September 1849.

At the age of seventeen Aurelia married Thomas Rogers and moved to Farmington, Utah. There she raised ten children and led an active life. She was the founder of the Primary, and she served on the General Board of the Primary Association from 1893 until her death. She was a delegate to the Woman’s Suffrage Convention in Georgia and the National Council of Women in Washington, D.C., both in 1895.

Martha Coray

When Brigham Young established the academies he required that each one have at least one woman on its board of trustees. Martha Jane Knowlton Coray (1821-81) was the first woman to serve on the board of trustees of the Brigham Young Academy, which is now called Brigham Young University.

Martha Coray was a mother of twelve children, assayer, herbalist, church worker, prolific writer, and schoolteacher. Her scholarly interests included geology, geography, politics, chemistry, and biblical studies.

Karl G. Maeser

Karl G. Maeser (1828–1901), one of the leading educators of the Church, was born, reared, and educated in Germany. While teaching there he met the missionaries and was baptized in 1855 in the Elbe River by Franklin D. Richards. Following the baptism the two men engaged in a conversation through the gifts of tongues and interpretation of tongues.

Brother Maeser came to America in 1857, but did not arrive in Utah until 1860. He became the private tutor of Brigham Young’s family in 1864. In 1888 he was called by the First Presidency to be the first superintendent of all Church schools.

map of first missionaries’ travels to Mexico

This map shows the route of the first Mormon exploration and proselyting party to northern Mexico in 1875–76. Eight colonies were established in Mexico during the nineteenth century. Note that most of the struggling settlements in Arizona did not survive.

Utah

Colorado

Arizona

New Mexico

Texas

Gulf of California

Sonora

Chihuahua

Salt Lake City

Nephi

Green River

Kanab

San Juan River

Pipe Springs

Colorado River

Brigham City

Sunset

Taylor

Concho

Wilford

Adair

Forest Dale

Phoenix

Nephi

Tucson

MacDonald

Rio Grande

Colonia Morelos

Colonia Oaxaca

Colonia Diaz

Juarez

Colonia Dublan

Colonia Juarez

Colonia Pacheco

Colonia Garcia

Colonia Chuichupa

El Carmen

Temosachic

Matachic

Tejolocachic

Guerrero

Arisiachic

Chihuahua City

St. George Temple

The St. George Utah Temple holds a special place in Church history because it was here on 11 January 1877 that the first endowments for the dead were performed. Prior to this time, endowments for the living had been performed in the Endowment House in Salt Lake City, but President Young had explained that work for the dead required a temple. Therefore, in his advanced age and failing health he was most anxious for the Saints to complete the St. George Utah Temple.

Brigham Young personally directed the work for his own kindred dead and the development of a “perfect form of the endowments,” which was taught to the temple workers. By the end of March 1877, 3,208 endowments for the dead had been given. This view of the temple prior to completion shows the lower half of the sandstone being prepared for a whitewash coating, symbolizing purity and light. The main tower was later damaged by lightning and replaced with a taller one.

St. George Temple book

One of the precious documents of the Church is this record from the St. George Utah Temple detailing the work for the deceased presidents of the United States and the signers of the Declaration of Independence, as well as for several other noted figures in history.

statue of Brigham Young

The United States government invited each state to furnish statues of one or two of its most illustrious citizens to be displayed in the National Statuary Hall in Washington, D.C. In 1950 Utah donated this statue of Brigham Young sculpted by Mahonri M. Young. President George Albert Smith was present and offered a dedicatory prayer. It now resides in the nation’s capitol.

Courtesy of Utah State Historical Society