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CAPÍTULO UM: PRELÚDIO DA RESTAURAÇÃO


CAPÍTULO UM

PRELÚDIO DA RESTAURAÇÃO

A RESTAURAÇÃO do evangelho de Jesus Cristo e o estabelecimento de Sião são os dois grandes eventos da história da humanidade que precederão a segunda vinda de Jesus Cristo. “Em todas as épocas, o povo de Deus sempre teve interesse pela causa da edificação de Sião”, escreveu o Profeta Joseph Smith. “Trata-se de um tema abordado com grande júbilo por profetas, sacerdotes e reis, que aguardavam ansiosamente a época em que vivemos.”1 A restauração ocorrida nestes últimos dias será o último ato, antes do milênio, do roteiro divino escrito por Deus para Seus filhos. Esta é a “dispensação da plenitude dos tempos” (Efésios 1:10) na qual ocorrerá a “restauração de tudo”, conforme Deus prometeu por meio de “todos os seus santos profetas, desde o princípio”. (Atos 3: 21)

Na verdade, o evangelho é mais antigo que a própria Terra. Seus princípios são eternos e foram ensinados aos filhos de Deus nos conselhos dos céus. O plano do Pai centralizava-se em Jesus Cristo, que foi escolhido para ser “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”. (Apocalipse 13:8) Nesses conselhos, o Pai Celestial explicou que a Terra seria um campo de provas para Seus filhos, ao declarar: “E assim os provaremos para ver se farão todas as coisas que o Senhor seu Deus lhes ordenar”. (Abraão 3:25) Para isso, o Pai concedeu a Seus filhos o princípio eterno do arbítrio, a fim de que pudessem escolher o bem ou o mal. Lúcifer rebelou-se contra o Pai e contra Seu plano, sendo expulso do céu. Tornouse conhecido como Satanás, ou o diabo, o pai de todas as mentiras, e procura enganar os homens aqui na Terra e “(…) levá-los cativos segundo sua vontade, sim, todos os que não derem ouvidos [à] voz [de Deus]”. (Moisés 4:4)

Deus, por Sua vez, chamou profetas para ensinar a Seus filhos os princípios e ordenanças de salvação do evangelho de Jesus Cristo. Desde o princípio, sempre houve uma batalha entre o reino de Deus e o de Satanás. A Igreja de Jesus Cristo, ou seja, a organização terrena do Senhor, foi por diversas vezes estabelecida na Terra para reunir os filhos escolhidos e obedientes de Deus, o povo do convênio, a fim de treiná-los no combate ao mal. A verdadeira Igreja possui os princípios e ordenanças essenciais do evangelho de Jesus Cristo que nos conduzem à vida eterna.

Dá-se o nome de dispensação a um período em que o Senhor revela Suas doutrinas, ordenanças do evangelho e sacerdócio. Houve, por exemplo, a dispensação de Adão, a de Enoque, Noé, Abraão, Moisés e a dos nefitas. Essas dispensações deram às pessoas fiéis e obedientes a oportunidade de vencerem o mundo iníquo aqui na Terra e prepararem-se para a vida eterna, por meio da obediência aos princípios e ordenanças do evangelho de Jesus Cristo.

Toda vez que a Igreja foi estabelecida na Terra, seu desenvolvimento foi sempre seguido de uma apostasia ou afastamento da verdade. Na história do mundo, portanto, esse foi um processo cíclico. Sempre que o povo de Deus caía em apostasia, tornava-se necessária uma restauração do evangelho. A restauração abordada neste livro é simplesmente a última de uma série de restaurações que ocorreram através dos tempos.

A IGREJA DO NOVO TESTAMENTO

Quando vivia na mortalidade e ministrava em Israel, o Senhor Jesus Cristo restaurou o evangelho e o sacerdócio maior e organizou uma igreja com o “fundamento dos apóstolos e profetas” (Efésio 2:20), para que Seu trabalho fosse continuado depois que Ele partisse. O Salvador passou grande parte de Seu ministério instruindo exclusivamente os Apóstolos e deu-lhes a autoridade e as chaves para continuarem Sua obra após Sua morte. Escolheu Pedro, Tiago e João para serem os Apóstolos presidentes. Ao ascender aos céus, deu aos Apóstolos a missão de levarem a mensagem da salvação ao mundo inteiro.

A Igreja era pequena quando os Apóstolos assumiram sua direção. Pouco mais de uma semana após a ascensão do Salvador, o Espírito Santo manifestou-Se profusamente no Dia de Pentecostes, no momento em que os Apóstolos ensinavam o evangelho e prestavam testemunho da veracidade da ressurreição do Senhor. Nessa ocasião, três mil pessoas foram batizadas na Igreja. Os Apóstolos continuaram a ministrar com poder e autoridade, vindo a converter milhares de pessoas. Até aquela época, o evangelho havia sido pregado somente à casa de Israel. Certo dia, porém, ao orar no terraço de uma casa em Jope, Pedro teve uma visão por meio da qual soube que Deus não fazia acepção de pessoas, que nenhum grupo devia ser considerado imundo e que o evangelho deveria ser levado aos gentios, assim como aos judeus. (Ver Atos 10:9–48.)

A conversão de Saulo de Tarso, algum tempo depois, foi muito importante para o crescimento da Igreja. Saulo, que havia perseguido os primeiros crentes, viu o Salvador em meio a um resplendor de luz, no caminho para Damasco. “Eu sou Jesus, a quem tu persegues” (Atos 9:5), proclamou o Senhor ressurreto ao fariseu ferido. Saulo, o agente do Sinédrio, tornou-se Paulo, o defensor da fé, um “vaso escolhido” (Atos 9:15) para proclamar o nome de Cristo perante gentios e reis. Nos trinta anos que se seguiram, esse intrépido Apóstolo, juntamente com muitos outros discípulos dedicados que o acompanharam, difundiu a mensagem do evangelho e estabeleceu ramos da Igreja em grande parte do Império Romano. Com o crescimento da Igreja e a multiplicação dos ramos, foram chamados anciões (élderes), bispos, diáconos, sacerdotes, mestres e evangelistas (patriarcas), que receberam a devida autoridade dos Apóstolos.

A GRANDE APOSTASIA

Enquanto os Apóstolos e outros missionários trabalhavam corajosamente para estabelecer o reino de Deus na Terra, as sementes da apostasia já estavam germinando dentro da Igreja. Pedro escreveu que havia falsos mestres entre o povo e que outros mais viriam, os quais “[introduziriam] encobertamente heresias de perdição, e [negariam] o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição”. (II Pedro 2:1) Pedro também predisse que “muitos [seguiriam] as suas dissoluções”. (Versículo 2) De modo semelhante, Paulo testificou que dentre a congregação dos crentes “se [levantariam] homens que [falariam] coisas perversas, para atraírem os discípulos após si”. (Atos 20:30)

A apostasia interna e a incredulidade, porém, não foram os únicos problemas enfrentados pelos primeiros missionários. Embora Roma geralmente permitisse que seus súditos gozassem de liberdade cultural e religiosa, de tempos em tempos ocorreram períodos em que os cristãos foram severamente perseguidos, dificultando-lhes a adoração pública e a divulgação das “boas novas” do evangelho. Obviamente, nessas ocasiões, os líderes da Igreja foram especialmente visados, sendo presos e mortos. A primeira perseguição romana importante ocorreu no reinado de Nero, que culpou os cristãos pelo incêndio de Roma, em 64 d.C.. Segundo a tradição, o Apóstolo Pedro foi crucificado de cabeça para baixo, e o Apóstolo Paulo, mais tarde, foi decapitado por ordem do imperador, em 67 – 68 d.C..

A princípio, os Apóstolos deram continuidade ao ofício apostólico. Matias, por exemplo, que não estava entre os primeiros Doze, foi chamado como Apóstolo. No entanto, pelo espírito de profecia, os líderes da Igreja perceberam que a apostasia era não apenas inevitável, mas iminente. Depois que os Apóstolos foram mortos, cessou a revelação que guiava a igreja do Senhor, bem como a autoridade para dirigi-la.

Os anos subseqüentes à morte dos Apóstolos fornecem ampla evidência de que a igreja de Cristo deixou de existir, conforme fora predito. Os princípios do evangelho foram corrompidos pela associação com as filosofias pagãs predominantes. A perda do Santo Espírito tornou-se evidente pelo gradual desaparecimento dos dons espirituais. Houve modificações na organização e no governo da igreja, e as ordenanças essenciais do evangelho foram alteradas.

De acordo com o Presidente Joseph Fielding Smith, as conseqüências da apostasia foram devastadoras: “Satanás em sua fúria impeliu a [Igreja] para o deserto, ou seja, para fora da Terra; o poder do sacerdócio foi tirado dos homens. Depois que a Igreja, com sua autoridade e dons, desapareceu da face da Terra, a serpente em sua ira continuou a guerrear contra todos aqueles que tinham fé, que procuravam obter o testemunho de Cristo e desejavam adorar a Deus segundo os ditames de sua consciência. O sucesso de Satanás foi tão grande que seu domínio se estendeu por todo o mundo”.2

A LONGA NOITE DAS TREVAS

A decadência da Igreja não ocorreu de um dia para o outro. Acelerada pela morte dos Apóstolos, ocorrida na segunda metade do primeiro século, a apostasia foi-se acentuando gradativamente nos anos seguintes. Por volta do século IV, já quase não restava traços da Igreja de Jesus Cristo, e aproximava-se rapidamente a “era das trevas”. Sem a presença dos Apóstolos, os líderes locais da igreja foram aos poucos assumindo mais autoridade. Os bispos determinavam as normas e doutrinas para seus domínios, alegando serem os legítimos sucessores dos Apóstolos. Aos poucos, alguns bispos das cidades mais importantes, como Roma, Alexandria, Jerusalém e Antióquia, passaram a ter autoridade suprema em suas respectivas regiões. Surgiu uma grande diversidade de práticas e dogmas, à medida que os líderes da igreja deixaram de fundamentar-se na revelação, passando a apoiar-se na lógica e na retórica. “A acomodação da verdade ao erro e a assimilação das filosofias dos homens ao evangelho de Cristo produziram uma nova religião, que combinava de modo agradável o cristianismo do Novo Testamento, as tradições judaicas, a filosofia grega, o paganismo greco-romano e as religiões místicas.”3

Com o progresso e expansão da igreja cristã, o governo romano deixou de ser tolerante, passando a persegui-la. Isso ocorreu em parte porque o cristianismo surgia como um grupo separado e distinto do judaísmo, que alcançara privilégios especiais sob a lei romana. Os cristãos eram considerados anti-sociais por recusarem-se a exercer cargos políticos, servir no exército, utilizar os tribunais civis e participar de festivais públicos. Foram chamados de ateus por não haver lugar no monoteísmo cristão para os deuses romanos ou para um imperador deificado. Por esses motivos, e provavelmente outros, os romanos perseguiram a igreja de tempos em tempos, até o reinado de Diocleciano (284 – 305 d.C.). Diocleciano ordenou a destruição de tudo o que não fosse pagão, classificando-o de não-romano. Igrejas foram destruídas, escrituras foram queimadas e os cristãos, torturados e sacrificados. Num édito de 306, ordenou-se que a perseguição fosse estendida a todo o império.

Era provavelmente inevitável que o império romano acabasse sendo forçado a revogar sua legislação anticristã. A Igreja continuava a crescer, e a frágil condição do império exigia união e não desarmonia. Em 312 d.C., na ponte de Mílvia, Constantino adotou o símbolo da cruz ao enfrentar e derrotar seu oponente Maxêncio. No ano seguinte, em Milão, Constantino promulgou seu famoso Édito de Tolerância, que concedia a todas as pessoas o direito de adorar como desejassem, anulando as medidas que visavam a supressão do cristianismo.

O próprio Constantino não se tornou cristão até estar no leito de morte, mas ao aceitar e apoiar o cristianismo, fez da igreja uma aliada dos interesses do império. A premente necessidade de fortalecer a unidade do império romano motivou o interesse de Constantino pelas disputas teológicas da igreja. Para resolver a questão da natureza da Trindade, a interferência de Constantino foi de importância vital para que se convocasse o Concílio de Nicéia, o primeiro dos grandes concílios ecumênicos, realizado em uma cidade ao sul da capital, em 325 d.C.. O Credo deliberado pelo concílio, com a aprovação do imperador, é um exemplo clássico de como se instaura a apostasia quando a racionalização e o autoritarismo tomam o lugar da revelação. À medida que conflitos semelhantes foram sendo resolvidos nos séculos seguintes, desenvolveu-se uma forte aliança entre o estado e a igreja, garantindo uma progressiva influência secular nas doutrinas e práticas da igreja.

Na época em que os bárbaros começaram a invadir a Europa Ocidental, no século V, muitas das tribos germânicas já haviam entrado em contato com os vários tipos de missionários cristãos existentes. Por esse motivo, adaptaram-se rapidamente à cultura romana e ao catolicismo. O saque de Roma, em 410 d.C., contudo, foi um sinal evidente da vulnerabilidade do império. As hordas de godos, vândalos e hunos que cruzaram as fronteiras imperiais destruíram a unidade do ocidente, dando início ao aparecimento de vários estados independentes. Os líderes políticos locais passaram a exercer maior influência sobre a igreja em suas áreas, em detrimento de Roma. Nos séculos seguintes, as igrejas dos vários países europeus em desenvolvimento tornaram-se, na verdade, feudos ou estados dominados por senhores feudais. A cultura, a educação e a moral entraram em decadência. Esse foi o início da era que, na história, muitas vezes é chamada de Idade das Trevas.

O RENASCIMENTO E A REFORMA

No século XIV, os europeus começaram a demonstrar renovado interesse pela cultura greco-romana clássica, fazendo florescer a literatura, as ciências e as artes. Esse foi de fato um período de “renascimento” ou “renascença”, no qual os homens adquiriram maior confiança em si mesmos e começaram a experimentar novas maneiras de explorar o meio ambiente. Os artistas abandonaram o misticismo sombrio, passando a utilizar novas técnicas na escultura, arte e literatura. Foi uma era naturalista, na qual as ciências e as artes foram utilizadas para o enaltecimento do corpo humano e a construção de imensas catedrais.

A humanidade parecia estar-se libertando dos velhos costumes. A pólvora revolucionou a arte da guerra; a bússola abriu novos horizontes para as viagens e explorações; o comércio estendeu-se ao longínquo oriente, e o hemisfério ocidental foi descoberto. No século XV, a imprensa com tipos móveis foi extraordinariamente aperfeiçoada, e todo o ramo da impressão tomou novo impulso. Tudo isso, sem dúvida alguma, influenciou diretamente a criação das universidades e a difusão de novos conhecimentos.

O renascimento foi também uma época de mudanças espirituais. Na busca do passado clássico, a humanidade tomou contato com os escritos dos líderes da igreja primitiva e cópias das escrituras em hebraico e grego. Os estudiosos do renascimento começaram a fazer com que as pessoas comuns tivessem acesso a essas obras. Tomando conhecimento da simplicidade da igreja primitiva, em contraste com o ritualismo e complexidade do cristianismo medieval, muitos “redescobriram” sua fé original. Essas pessoas fundaram ou filiaram-se a novas ordens religiosas, como os franciscanos e dominicanos, e também iniciaram movimentos heréticos, como os albigenses e valdenses. De certa forma, o renascimento abriu caminho para a reforma protestante, que destruiu de vez a unidade do cristianismo.

O mais famoso dos reformadores foi Martinho Lutero, nascido em Eisleben, Saxônia, no dia 10 de novembro de 1483. Aos dezoito anos, foi enviado pelo pai, Hans Lutero, para Erfurt, a fim de preparar-se para a carreira de advogado. Em 1505, porém, abandonou os estudos para entrar no mosteiro da Ordem dos Agostinianos Recoletos. Em 1508, foi enviado a Wittenberg a fim de aprofundar-se nos estudos de teologia e dar palestras sobre a filosofia de Aristóteles. Desde a juventude, parecia atormentado pela enorme discrepância existente entre as doutrinas e ensinamentos das escrituras e as práticas do catolicismo. Durante uma viagem a Roma, em 1510, ficou chocado com a corrupção do clero e a apatia religiosa das pessoas. Isso contribuiu muito para desfazer sua veneração pelo papa e deu-lhe razões para desafiar sua autoridade. O estudo profundo que Lutero fez da Bíblia firmou-lhe a posição doutrinária que viria mais tarde a caracterizar o movimento da reforma: os homens são justificados unicamente pela fé (Romanos 3:28) e não por suas boas obras.

O principal motivo da franca oposição de Lutero contra a Igreja de Roma foi a venda de indulgências por agentes do Papa Leão X. Essas indulgências estavam sendo vendidas para reembolsar a Alberto de Mainz os gastos efetuados na compra do título de arcebispo de Mainz e dar continuidade às obras da basílica de São Pedro. A compra das indulgências concedia às pessoas a remissão dos pecados e da punição no purgatório e a completa remissão de todos os pecados de pessoas já falecidas. No dia 31 de outubro de 1517, Lutero pregou suas noventa e cinco teses na porta da igreja de Wittenberg, com as quais desafiava a igreja a um debate sobre a eficácia das indulgências, a ser realizado durante a missa.

Suas teses foram originalmente escritas para promover o debate entre os estudiosos, mas as pessoas logo transformaram Lutero em defensor e herói do povo. Lutero apresentou sua defesa perante prelados e estudiosos, e foi ouvido pela Dieta (assembléia) de Worms, em 1521. Nessa época, seu movimento deixara de ser meramente religioso, tornando-se político, passando a ameaçar a união do sacro império romano.

Quando exigiram que Lutero abandonasse seu movimento, ele declarou destemidamente: “A menos que eu seja contestado pelo testemunho das Escrituras ou por argumentos convincentes — pois não acredito no Papa nem nos concílios, tendo em vista seus erros e contradições freqüentes — estou convicto das passagens das Escrituras que citei, e minha consciência está comprometida com a palavra de Deus. Não posso e não irei retirar nada do que disse, pois considero incerto e arriscado agir contra a própria consciência”.4

A resistência de Lutero fez com que fosse excomungado da igreja e banido do império, que o declarou fora-da-lei. Lutero foi protegido por príncipes alemães que aprovavam suas idéias e desejavam maior autonomia política em relação a Roma. Essa proteção possibilitou-lhe iniciar a tradução da Bíblia para o alemão. Sua tradução foi de enorme importância para toda a Europa, pois foi a primeira em língua comum, não baseada na vulgata latina de Jerônimo.

As novas formas de adoração e as inovações doutrinárias defendidas por Lutero foram sendo gradativamente adotadas por muitos dos estados alemães. Quando ficou evidente que a igreja católica não se submeteria a uma reforma, os seguidores de Lutero fundaram a igreja luterana. O luteranismo tornou-se a religião de muitos dos estados alemães centrais e do norte, mas nunca conseguiu conquistar a Bavária e os estados do leste. Estendeu-se, porém, para o norte, chegando à Escandinávia e depois à Islândia. Apesar de não ser possível afirmar que Lutero tenha garantido a liberdade religiosa na Europa, a força de seu movimento ao menos criou uma sociedade diversificada, na qual outros grupos religiosos podiam pleitear aceitação.

Embora Lutero tenha sido o mais famoso dos reformadores, não foi o primeiro. Um século e meio antes, no século XIV, John Wycliffe, da Inglaterra, denunciou a corrupção e os abusos praticados pela igreja Católica e condenou o Papa como anti-cristo. Wycliffe traduziu as escrituras e distribuiu-as entre as pessoas comuns. Foi severamente criticado pela igreja, mas seus ensinamentos foram amplamente aceitos por seus conterrâneos. Por esse motivo, quando Lutero e outros reformadores do continente começaram seu movimento, muitos ingleses aprovaram sua causa.

Na Inglaterra, a reforma ocorreu de modo diferente do de outros países. O rei Henrique VIII, que não aceitava o movimento de Lutero, declarou que o Papa não tinha autoridade para negar-lhe o direito de divorciar-se de sua esposa. Na disputa que se seguiu, o rei rejeitou a autoridade do Papa e acabou sendo excomungado em 1533. Henrique então fundou a igreja anglicana.

Os dois maiores reformadores da Suíça foram Ulrich Zwingli e João Calvino. Zwingli convenceu os cidadãos de Zurique de que a Bíblia deveria ser o único padrão da verdade religiosa. Com base nesse padrão, Zwingli rejeitou a vida monástica, o celibato, a missa e outras práticas católicas.

João Calvino foi ainda mais influente. Tentou criar, em Genebra, uma cidade santa nos moldes bíblicos. Aos poucos, o calvinismo tornou-se a religião predominante em muitas partes da Suíça, e espalhou-se para a França, Inglaterra, Escócia, Holanda e em menor escala, para a Alemanha. John Knox, um dos primeiros conversos de Calvino, ajudou a refinar e ampliar seus ensinamentos.

Os peregrinos e puritanos, dois rígidos grupos calvinistas, viajaram para o Novo Mundo e tiveram grande influência nos ideais americanos. Algumas doutrinas básicas do calvinismo bastante difundidas na América incluem, por exemplo, a soberania absoluta de Deus, a eleição do homem pela graça, o conceito de que os membros salvos da igreja seriam instrumentos nas mãos de Deus para a redenção de outros e o conceito de que a igreja deveria ser “a luz do mundo” para influenciar os destinos da humanidade.

O trabalho realizado por esses reformadores preparou o caminho para a restauração do evangelho. O Presidente Joseph Fielding Smith escreveu:

“Ao preparar o caminho para essa restauração, o Senhor levantou homens nobres, tais como Lutero, Calvino, Knox e outros que chamamos de reformadores, dando-lhes poder para quebrar os grilhões que prendiam o povo e lhe negavam o direito de adorar a Deus de acordo com os ditames da própria consciência (…).

Os santos dos últimos dias reverenciam esses grandes e destemidos reformadores que romperam os grilhões que cerceavam a liberdade do mundo religioso. Foram homens protegidos pelo Senhor nessa missão repleta de perigos. Em sua época, porém, não havia ainda chegado o tempo para a restauração da plenitude do Evangelho. A obra dos reformadores foi de extrema importância, mas foi apenas um trabalho preparatório (…).”5

A DESCOBERTA E A COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA

A descoberta e a colonização da América foram outros importantes preparativos para a restauração do evangelho. A América havia sido preservada como uma terra escolhida de onde, nos últimos dias, o evangelho seria levado a todas as nações do mundo. Morôni, um antigo profeta das Américas, escreveu: “Eis que esta é uma terra escolhida; e qualquer nação que a habitar se verá livre da servidão e do cativeiro e de todas as outras nações debaixo do céu, se apenas servir ao Deus da terra, que é Jesus Cristo, o qual foi manifesto pelas coisas que escrevemos”. (Éter 2:12)

A chegada de Cristóvão Colombo foi prevista por Néfi, outro profeta das Américas, mais de dois mil anos antes do nascimento do navegador. “E olhei e vi entre os gentios um homem que estava separado da semente de meus irmãos [os descendentes de Leí] pelas muitas águas; e vi que o Espírito de Deus desceu e inspirou o homem; e indo esse homem pelas muitas águas, chegou até a semente de meus irmãos que estava na terra da promissão.” (1 Néfi 13:12) O próprio Colombo, em seus escritos, confirmou ter sido inspirado por Deus a empreender suas aventuras como marinheiro e a levar a religião aos índios.6

Néfi continua sua profecia, declarando: “E aconteceu que vi o Espírito de Deus inspirar outros gentios; e eles saíram do cativeiro, atravessando as muitas águas”. (1 Néfi 13:13) Muitas pessoas que se estabeleceram na terra prometida foram guiadas pela mão de Deus. (Ver 2 Néfi 1:6.)

Néfi previu muitos outros eventos que ocorreriam na América. Viu os lamanitas (os índios da América do Norte e do Sul) serem dispersos por toda a terra pelos gentios, e viu também que os gentios seriam humilhados e clamariam ao Senhor, e o Senhor estaria com eles. Néfi predisse que os colonizadores da América teriam que guerrear contra a mãe dos gentios (na Guerra da Independência Americana e na Guerra de 1812) e seriam libertados pela mão do Senhor. (Ver 1 Néfi 13:14–19.)

O Presidente Joseph Fielding Smith disse: “A descoberta da América foi um dos fatores mais importantes no cumprimento dos propósitos do Todo-Poderoso na restauração da plenitude de Seu evangelho para a salvação dos homens nestes últimos dias”.7

A LIBERDADE RELIGIOSA NA AMÉRICA

Apesar de muitos historiadores declararem que a maior parte dos primeiros colonizadores viajaram para a América por motivos econômicos, muitos desses colonizadores também estavam procurando um lugar onde tivessem liberdade religiosa. Entre eles estavam os puritanos, que estabeleceram fortes comunidades religiosas na Nova Inglaterra. Acreditavam possuir a verdadeira fé e conseqüentemente não toleravam qualquer outra religião.8Essa intolerância precisou ser vencida antes que a restauração da igreja de Cristo pudesse acontecer.

Alguns dissidentes dos puritanos, dentre os quais Roger Williams foi o mais preeminente, argumentavam que deveria haver uma clara separação entre a igreja e o estado, e que nenhuma religião em particular deveria ser imposta aos cidadãos. Roger Williams também ensinava que todas as igrejas haviam-se afastado da legítima sucessão apostólica. Em 1635, Williams foi banido de Massachusetts; poucos anos depois, ele e outras pessoas com idéias semelhantes receberam permissão de estabelecer a colônia de Rhode Island, onde havia total tolerância para com todas as religiões.

Uma mulher corajosa, Anne Hutchinson, chegou a Massachusetts em 1634. Ela discordava dos líderes locais em duas questões teológicas: o papel das boas obras na salvação e a possibilidade de um indivíduo receber inspiração do Santo Espírito. A Sra. Hutchinson também foi banida de Massachusetts e procurou refúgio em Rhode Island, em 1638. Apesar dos esforços de pessoas como Roger Williams, Anne Hutchinson e outros, ainda se passaria um século e meio antes que houvesse tolerância religiosa na Nova Inglaterra.

Enquanto isso, muitos grupos religiosos estabeleceram comunidades no restante das colônias americanas. Cada um deles contribuiu para o espírito religioso da América. Os católicos romanos que se estabeleceram em Maryland promulgaram o primeiro Ato de Tolerância Religiosa da história da América. Os quacres da Pensilvânia também promoveram a tolerância religiosa e a separação entre o estado e a igreja. Havia colonizadores de tantas religiões diferentes que era impossível considerar uma denominação predominante. Essa diversidade religiosa foi o principal motivo da liberdade religiosa que se tornou uma característica singular dos Estados Unidos.

Apesar de haver muitas igrejas diferentes na América, a maioria dos colonizadores não se considerava membro de qualquer denominação em particular. Um importante movimento na história religiosa americana foi o Grande Despertar, que teve início por volta de 1739 e continuou por quase duas décadas. Esse primeiro reavivamento religioso ocorrido no início da história americana foi um esforço diligente no sentido de restaurar a retidão e o zelo religioso. O Grande Despertar difundiu-se por todas as treze colônias. Os evangelistas e pregadores itinerantes realizavam serviços religiosos em locais informais, incluindo casas, estábulos e até mesmo pastagens. O Grande Despertar incentivou o fervor religioso na América como não se via em muitos anos, e promoveu maior participação de leigos e ministros na administração da religião organizada. Também despertou nos colonizadores americanos o desejo de unirem-se em uma ordem democrática.9

Apesar desses esforços, não houve total liberdade religiosa na América até a Guerra da Independência Americana criar condições para que isso acontecesse. Por estarem unidos contra os ingleses, os colonizadores descobriram que suas diferenças religiosas não eram importantes para a causa que defendiam e que eles concordavam nos princípios fundamentais de suas várias crenças religiosas.10Além disso, Thomas Jefferson opôs-se firmemente às pressões indevidas exercidas sobre o governo por grupos religiosos organizados. A Declaração da Independência, redigida por Jefferson, declarava que os homens eram capazes de descobrir por si mesmos as instituições políticas corretas.

Com a nova liberdade alcançada após a Guerra da Independência, vários estados procuraram proteger os direitos humanos básicos, incluindo a liberdade religiosa. O Estado de Virgínia foi um dos primeiros a adotar, em 1785, o projeto de lei de Jefferson referente à liberdade religiosa, garantindo que nenhuma pessoa seria obrigada a freqüentar ou apoiar qualquer igreja nem ser discriminada por sua preferência religiosa.11

Após alguns anos da malograda experiência como confederação de estados, uma nova constituição foi redigida nos Estados Unidos, em 1787, e ratificada em 1789. Esse documento escrito “pelas mãos de homens prudentes que [o Senhor levantou] para este propósito” (D&C 101:80) representava o desejo de liberdade e a necessidade fundamental de ordem. A liberdade religiosa foi garantida pela primeira emenda da constituição.

O Profeta Joseph Smith declarou que “a Constituição dos Estados Unidos é um estandarte glorioso; está fundamentada na sabedoria de Deus. É uma bandeira celestial; é como sombra fresca para todos aqueles que têm o privilégio de saborear as doçuras da liberdade, como as águas refrescantes de uma grande rocha em terreno árido e desolado”.12Uma das razões da veracidade dessa declaração é que “sob a Constituição, o Senhor pôde restaurar o evangelho e restabelecer Sua igreja. (…) Ambos fazem parte de um grande todo e enquadram-se em Seu plano para os últimos dias”.13

Juntamente com a Guerra da Independência e a promulgação da Constituição, houve o segundo Grande Despertar, que promoveu grandes mudanças na filosofia cristã. Muitas religiões novas fortaleceram-se, pregando grande diversidade de doutrinas: os unitaristas, os universalistas, os metodistas, os batistas e os discípulos de Cristo. Muitas crenças foram introduzidas na nova nação, inclusive a idéia da necessidade de uma restauração do cristianismo do Novo Testamento. Os que buscavam essa restauração tornaram-se popularmente conhecidos como “seekers” (aqueles que procuram). Muitas dessas pessoas estavam prontas para aceitar a Restauração divina e vieram a tornar-se alguns dos primeiros conversos da Igreja.14

Quase concomitantes ao Segundo Grande Despertar, surgiram movimentos de reavivamento religioso. Pregadores itinerantes realizavam reuniões ao ar livre entre os colonos das fronteiras dos Estados Unidos, que na época era um país em expansão. Colonos que viviam solitários nas fazendas e cidades reuniam-se em enormes multidões para participar dessas reuniões ao ar livre. Pregadores espalhafatosos mas carismáticos davam um ar festivo a essas reuniões religiosas, ao mesmo tempo em que tentavam chamar novos conversos para suas respectivas religiões.15

O Segundo Grande Despertar também influenciou a formação de associações voluntárias que promoviam o trabalho missionário, a educação, a reforma moral e o humanitarismo. Os reavivamentos levaram os sentimentos religiosos do povo a um estado de excitação febril e ajudaram o crescimento das denominações mais populares, em particular os metodistas e batistas.16Esse reavivamento religioso durou pelo menos quarenta anos, incluindo a época da primeira visão de Joseph Smith.

A restauração do evangelho e da verdadeira Igreja do Senhor não poderia ter acontecido em meio à intolerância religiosa que existia na Europa e no início da colonização da América. A restauração somente seria possível num clima de liberdade religiosa, de redirecionamento do pensamento cristão e de reavivamento espiritual, como o que houve no início do século XIX na América. É evidente que a mão do Senhor estava dirigindo esses eventos para que a Restauração ocorresse exatamente na época em que aconteceu.

De acordo com um historiador, houve um momento propício para a Restauração:

“Foi providencial que a Restauração tenha ocorrido em 1830. Esse parece ter sido precisamente o momento ideal na história americana; pois muito antes ou muito depois disso, a Igreja não teria criado raízes. O Livro de Mórmon provavelmente não teria sido publicado no século XVIII, num mundo regido por crenças e tradições folclóricas, anterior à revolução democrática que viria a propiciar o clima de agitação religiosa do início da República. No século XVIII, o mormonismo teria sido facilmente reprimido e rejeitado pela classe dominante, culta e esclarecida, que o teria considerado como mais uma entusiástica superstição folclórica. Por outro lado, se o mormonismo tivesse surgido mais tarde, após o estabelecimento do governo e a difusão da ciência, na metade do século XIX, certamente teria encontrado problemas em comprovar a origem de seus textos e revelações.”17

Deus conhece o fim desde o princípio e é o autor do grande roteiro da história da humanidade. Os acontecimentos históricos foram por Ele dirigidos, para que a América viesse a tornar-se o solo fértil adequado no qual a semente do evangelho restaurado seria plantada e regada por seu vidente escolhido, Joseph Smith.

NOTAS

  1. History of the Church (História da Igreja), , 4:609.

  2. Joseph Fielding Smith, The Progress of Man (O Progresso do Homem) (Salt Lake City: Deseret News Press, 1952), p. 166.

  3. Milton V. Backman, Jr., American Religions and the Rise of Mormonism (As Religiões Americanas e o Surgimento do Mormonismo) (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1965), p. 6.

  4. Henry Eyster Jacobs, Martin Luther: The Hero of the Reformation (Martinho Lutero: O Herói da Reforma), 1483–1546 (Nova York e Londres: G. P. Putnam’s Sons, Knickerbocker Press, 1973), p. 192.

  5. Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols. (São Paulo: Departamento de Tradução e Distribuição, 1978) vol. 1, pp. 190–191.

  6. Ver Samuel Eliott Morison,Admiral of the Ocean Sea: A Life of Christopher Columbus (Almirante do Mar Oceano: Biografia de Cristóvão Colombo) (Boston: Little, Brown, and Co., 1942), pp. 44–45, 279, 328.

  7. Smith, Progress of Man, p. 258.

  8. Ver Edwin Scott Gaustad, A Religious Story of America (A História da Religião na América) (Nova York: Harper and Row, 1966), pp. 47–55; Sydney E. Ahlstrom, “The Holy Commonwealths of New England,” A Religious History of the American People (As Comunidades Religiosas da Nova Inglaterra, História Religiosa do Povo Americano) (New Haven, Conn.: Yale University Press, 1972), pp. 135–50.

  9. Ver Alan Heimert, “The Great Awakening as Watershed”, (O Grande Despertar como Divisor de Águas), citado por John M. Mulder e John F. Wilson, pub.,Religion in American History: Interpretive Essays (A Religião na História Americana: Estudos de Interpretação) (Englewood Cliffs, N.J.: Prentice-Hall, 1978), pp. 127–44.

  10. Ver Sydney “American Protestantism during the Revolutionary Epoch” (O Protestantismo Americano durante a Guerra da Independência), em Mulder e Wilson, pub., Religion in American History, pp. 162–76.

  11. Os três parágrafos anteriores baseiam-se em James B. Allen e Glen M. Leonard, The Story of the Latter-day Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1976), pp. 10–11.

  12. Joseph Smith, Ensinamentos do Profeta Joseph Smith, sel. Joseph Fielding Smith (São Paulo: A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, s/d), p. 143.

  13. Mark E. Petersen, The Great Prologue (O Grande Prólogo) (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1975), p. 75.

  14. Ver Backman, American Religions and the Rise of Mormonism, pp. 186–248.

  15. Ver Martin E. Marty, Pilgrims in Their Own Land: 500 Years of Religion in America (Peregrinos em Sua Própria Terra: 500 Anos de Religião na América) (Boston: Little, Brown, and Co., 1984), p. 168.

  16. Ver Ahlstrom, A Religious History of the American People, pp. 415–28.

  17. Gordon S. Wood, “Evangelical America and Early Mormonism” (A América Protestante e o Início do Mormonismo), New York History, outubro de 1980, p. 381.

Second Coming

A Segunda Vinda de Harry Anderson

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

34–100

A Igreja do Novo Testamento sob a Direção dos Apóstolos

60–70

O Martírio de Pedro e Paulo

325

O Concílio de Nicéia

1300–1500

O Renascimento Europeu

1438

O Aperfeiçomento da Imprensa com Tipos Móveis por Gutemberg

1492

A Primeira Viagem de Colombo à América

1517

A Rebelião de Lutero contra a Igreja Católica

1620

A Chegada dos Peregrinos a Plymouth

1740–60

O Primeiro antepassado materno

1775–83

A Guerra da Independência Americana

1789

A Promulgação da Constituição dos Estados Unidos da América

1790–1830

O Segundo Grande Despertar

Christ sending forth the Twelve

Ao ascender aos céus, o Salvador encarregou os Apóstolos de serem “testemunhas [Dele] (…) até aos confins da terra”. (Atos 1:8)).

map of the world in Roman times

A difusão inicial do cristianismo. No final do Século A.D. I d. C., os Apóstolos já haviam levado o evangelho para o norte, até a Síria e a Ásia Menor; para o oeste, até a Macedônia, Grécia, Itália e as ilhas do Mediterrâneo; e para o nordeste da África e o Egito. Um século mais tarde, havia comunidades cristãs na Gália (França), Alemanha e Península Ibérica (Espanha), bem como no noroeste da África.

Christianity in the first century A.D.

Christianity in the second century A.D.

Boundary of the Roman Empire

Adriatic Sea

Atlantic Ocean

Asia Minor

Black Sea

Caspian Sea

Crete

Cyprus

Dacia

Egypt

Gaul

Germania

Hispania

Macedonia

Mediterranean Sea

Mesopotamia

Parthia

Persian Gulf

Red Sea

Samarita

Sicily

Alexandria

Amastris

Amisus

Ancyra

Antioch

Antioch in Pisidia

Antium

Apamea

Apcilonia

Arabian Desert

Astorga

Athens

Beit Zabde

Berea

Byzantium

Caesarea Mazaca

Carthage

Cirta

Cnossus

Cologna

Colossae

Corduba

Corinth

Cyrene

Damascus

Danube Riverr

Debeltum

Derbe

Dura-Europos

Edessa

Ephesus

Euphhrates River

Gortyna

Hadrumetum

Hispalis

Iconium

Ionopolis

Jerusalem

Lambesis

Laodicea

Leon

Lyons

Lystra

Madaurus

Mainz

Malatya

Memphis

Merida

Miletus

Myra

Naucratis

Nicomedia

Nile River

Nisibia

Ostia

Paphos

Pergamum

Phillippi

Pompei

Puteoli

Rhine River

Rome

Salamis

Samosata

Saragossa

Sardis

Sidon

Sinope

Solona

Sparta

Syracuse

Tarsus

Thessalonica

Thyatira

Tigris River

Tripolis

Troas

Tyre

Vienne

Crucifixion of Peter

A Crucificação de Pedro

Constantine on a horse

Constantino, o Grande, na batalha da ponte de Mílvia, em Roma. Constantino tornou-se chefe supremo de Roma e do império ocidental em 312 d.C.. Um ano mais tarde, assegurou a tolerância ao cristianismo,promulgando o Édito de Milão.

As vitórias do ano de 324 deram-lhe ocontrole da parte oriental do império; no ano seguinte, foi convocado o Concílio de Nicéia para dar início à unificação religiosa do império. Em 330, Constantino transferiu a capital para Constantinopla, no intuito de afastar-se de Roma, baluarte do paganismo,e facilitar o estabelecimento do cristianismo como religião do estado.

A dramática conversão de Constantino,que declarou ter tido em pleno dia a visão de uma cruz flamejante no céu, com os dizeres“Sob Este Signo Vencerás”, é representada nesta obra de Gian Lorenzo Bernini,Constantino, que atualmente se encontra no Vaticano.

Martin Luther

Martinho Lutero (1483 – 1546) foi um monge agostiniano que desafiou as doutrinas e a organização da igreja Católica Romana.Lutero traduziu a Bíblia para o alemão e opôs-se a outras tradições da igreja romana. Foi excomungado e liderou a Reforma alemã.

Courtesy of the Library of Congress

Thomas Jefferson

Thomas Jefferson (1743–1826) queria ser lembrado por três coisas em sua longa e ilustre carreira como um dos maiores estadistas americanos. Queria ser conhecido como o autor da Declaração da Independência Americana, o fundador da Universidade de Virgínia e o criador da lei de liberdade religiosa do Estado de Virgínia,adotada em 1785.

Courtesy of the Library of Congress

painting of signing the Constitution

A Constituição dos Estados Unidos foi assinada na convenção constitucionalista de 17 de setembro de 1787, e o novo governo foi instaurado em 1789.

Scene of Signing of the United States Constitution by Howard Chandler Christy. Courtesy of the Architect of the Capitol