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CAPÍTULO ONZE: A EXPULSÃO DO CONDADO DE JACKSON


CAPÍTULO ONZE

A EXPULSÃO DO CONDADO DE JACKSON

O PROFETA JOSEPH e as pessoas que o acompanharam até Missouri no verão de 1831 ficaram muito contentes ao saberem que o condado de Jackson seria o local onde a Sião dos últimos dias haveria de ser construída. Não sabiam que dali a dois anos os santos seriam expulsos de seus lares na região oeste de Missouri. Apesar de os membros da Igreja não estarem cientes das perseguições que teriam de enfrentar, o Senhor declarou que a glória de Sião somente se manifestaria após “muitas tribulações”. (D&C 58:4)

O ano de 1833 trouxe muitas tribulações para os santos do condado de Jackson, Missouri. Surgiram conflitos irreconciliáveis com os vizinhos por diversos motivos, fazendo com que alguns cidadãos resolvessem agir para se verem livres dos membros da Igreja. O conflito começou no verão. Em novembro as pessoas reuniram-se em multidões organizadas para expulsar sem piedade os santos de suas casas, obrigando-os a cruzar o rio Missouri sob as condições mais terríveis.

A NECESSIDADE DE ARREPENDIMENTO

No final de 1832, havia cerca de oitocentos santos reunidos em cinco ramos no condado de Jackson. Novas pessoas chegavam quase todas as semanas para construir seus lares. Sete sumos sacerdotes — Oliver Cowdery, William W. Phelps, John Whitmer, Sidney Gilbert, Edward Partridge, Isaac Morley e John Corril — foram designados por Joseph Smith para presidir os assuntos da Igreja que crescia rapidamente em Sião. Esses irmãos chamaram outros élderes para presidir cada um dos ramos.

Alguns membros, porém, tentaram passar por cima dos líderes da Igreja de Missouri, não dando atenção à autoridade que possuíam para presidir; dificultando, portanto, o trabalho de pôr ordem nos ramos. Outros “procuraram obter heranças de modo diferente do estipulado pelas leis de consagração e mordomia”.1O Élder Phelps escreveu uma carta a Joseph Smith, que estava em Kirtland, a respeito do problema e recebeu prontamente uma resposta contendo instruções reveladas. O Senhor admoestou aqueles que haviam procurado burlar as leis reveladas declarando que não eram dignos de terem “seus nomes registrados com o povo de Deus” ou “escritos no livro da lei de Deus”. (D&C 85:3, 5) Como historiador da Igreja, John Whitmer foi instruído a manter um registro daqueles que haviam recebido uma herança “legal” do Bispo Edward Partridge, bem como daqueles que se afastaram da Igreja. (Ver D&C 85:1–2.)

Surgiram também outras dificuldades em Sião. Inveja, cobiça, leviandade, descrença e negligência em cumprir os mandamentos de Deus foram coisas que chamaram a atenção do Profeta. Algumas das pessoas que moravam em Sião chegaram até mesmo a acusar Joseph Smith de “almejar poder e autoridade monárquicas” e de estar adiando de propósito sua ida para Sião.2

O Profeta escreveu-lhes uma carta pacificadora acompanhada de uma cópia da “Folha da Oliveira” (D&C 88): “Apesar de nossos irmãos de Sião nutrirem sentimentos negativos a nosso respeito, os quais não estão em harmonia com as exigências do novo convênio, temos, contudo, a satisfação de saber que o Senhor nos aprovou e nos aceitou, estabelecendo Seu nome em Kirtland para a salvação das nações; (…) Se Sião não se purificar, Ele procurará outro povo. (…) Arrependei-vos, arrependei-vos, declara a voz do Senhor para Sião”.3

Nessa mesma época, um conselho de Kirtland designou Hyrum Smith e Orson Hyde a escreverem uma carta repreendendo a Igreja de Missouri. A carta era uma severa admoestação: “Arrependei-vos, arrependei-vos, ou Sião terá de sofrer, pois lhe advirão flagelos e julgamentos”. A carta prosseguia pedindo aos santos que lessem as escrituras e se humilhassem perante Deus. “Eles não foram para Sião a fim de permanecerem ociosos, negligenciando as coisas de Deus, mas devem ser diligentes e fiéis na obediência ao novo convênio.”4

Depois de receber a revelação da Folha da Oliveira, um conselho de sumos sacerdotes reuniu-se em 26 de fevereiro de 1833 e convocou uma assembléia solene em cada um dos ramos. (Ver D&C 88:70.) David Pettigrew escreveu em seu diário que o Bispo Partridge designou as assembléias “como um dia de confissão e arrependimento”.5Os Élderes Oliver Cowdery, William W. Phelps e John Corrill também escreveram às autoridades de Kirtland em favor dos santos de Sião, expressando seu desejo de cumprir os mandamentos no futuro.6O Senhor ficou satisfeito com essa nova atitude e revelou ao Profeta que os anjos se regozijavam por causa dos santos de Missouri. (Ver D&C 90:34.)

PERSPECTIVAS OTIMISTAS PARA O FUTURO

A migração de novos santos para Missouri na primavera e início do verão de 1833 foi maior do que a anterior. Parley P. Pratt relata que depois que os recém-chegados compraram terras, construíram seus lares e cultivaram o solo, “paz e fartura coroaram seu trabalho, o deserto tornouse um campo frutífero e o ermo principiou a florir como a rosa”. Os santos reuniam-se todos os domingos nos ramos para adorar. A harmonia prevalecia entre eles durante esses primeiros dias de junho. Parley disse: “Raramente, ou mesmo nunca, houve povo mais feliz sobre a face da Terra do que os santos da Igreja nestes dias”.7

Durante o verão daquele ano, uma escola para os élderes foi organizada em Sião, nos moldes da Escola dos Profetas de Kirtland. Parley P. Pratt foi chamado para presidir e ensinar uma classe de aproximadamente sessenta élderes, que se reunia num bosque frondoso. O Élder Pratt recorda-se com carinho dessa época: “Muitas bênçãos foram derramadas nesse lugar, e foram manifestadas muitas coisas grandiosas e maravilhosas. O Senhor condeu-me grande sabedoria, dando-me a capacidade de ensinar e motivar os élderes.”9Alguns dos irmãos receberam o dom das línguas nessas reuniões. Enquanto isso, W. W. Phelps continuou a preparar a publicação do Livro dos Mandamentos e também foi redator do Evening and Morning Star, que era publicado mensalmente.

No final de junho de 1833, o Profeta enviou uma planta da construção da Cidade de Sião e seu templo aos santos de Missouri. A cidade foi planejada para ter de quinze a vinte mil habitantes. “Ela deveria ter 2,6 quilômetros quadrados de extensão, com quarteirões de quatro hectares divididos em lotes de um acre e meio, com uma casa em cada lote”.10Um complexo de vinte e quatro “templos” seria construído para serem utilizados como casa de adoração. As terras ao norte e ao sul da cidade seriam usadas para cocheiras, estábulos e fazendas. O fazendeiro, assim como o comerciante e o mecânico, morariam na cidade e desfrutariam de todas as suas vantagens sociais, culturais e educacionais.11Infelizmente, o ataque das multidões enfurecidas impediram a concretização desse projeto, apesar de muitas de suas idéias básicas terem sido usadas posteriormente pelos santos dos últimos dias no norte de Missouri, em Nauvoo, Illinois, e em centenas de outras colônias no oeste.

OS MOTIVOS DOS CONFLITOS NO CONDADO DE JACKSON

As condições favoráveis e felizes dos santos do condado de Jackson desapareceram subitamente em julho de 1833. Os antigos habitantes da região começaram a ficar cada vez mais desconfiados pelo fato de o número de membros da Igreja no condado de Jackson aumentar tão rapidamente. Muitas pessoas temiam que logo seriam sobrepujados pelos peregrinos religiosos do leste. Os “antigos moradores” tinham uma formação totalmente diferente da dos santos dos últimos dias recém-chegados, e era natural que discordassem em assuntos culturais, políticos, religiosos e econômicos.

Os residentes do condado de Jackson era formado por pessoas rudes que se mudaram para as regiões montanhosas de diversos estados sulinos da região oeste dos Estados Unidos para verem-se livres de restrições sociais. A maioria não tinha estudo nem o refinamento cultural característicos da Nova Inglaterra e do leste. Muitos falavam palavrões, violavam o Dia do Senhor, apostavam em corridas de cavalos e brigas de galo, eram preguiçosos, bêbados, violentos e gostavam de jogar. Depois de sua primeira visita ao condado de Jackson, o Profeta Joseph Smith refletiu sobre “como era comum observar a degradação, pobreza de intelecto, ferocidade e inveja de um povo que estava quase um século atrasada no tempo e sentir pena daqueles que vivem sem os benefícios da civilidade, do refinamento cultural ou da religião.12

Os antigos moradores viam o crescente grupo de santos como uma ameaça política, apesar de os membros da Igreja nunca se terem candidatado a um cargo público nem votado em bloco durante sua curta estada no condado de Jackson. Em julho de 1833, a população mórmon do condado era de quase mil e duzentas pessoas, sendo que mais pessoas chegavam a cada mês. Alguns membros gabavam-se de que milhares estavam chegando para morar no condado. “Por uma simples questão de números, com mais umas poucas centenas de pessoas, os mórmons teriam tido condições de competir com o poder político daqueles que haviam estabelecido a cidade e o condado.”13É natural que os cidadãos locais tenham ficado apreensivos quanto ao fervor religioso de pessoas que apregoavam que todos os “gentios” (os que não são mórmons) seriam eliminados quando o reino milenar fosse estabelecido no condado de Jackson.

Os ministros protestantes também ressentiam-se da intrusão mórmon no condado. Os santos dos últimos dias eram considerados fanáticos e simplórios, acusados de ignorantes e crédulos, porque acreditavam e freqüentemente testemunhavam milagres, profecias, curas, revelações e o dom das línguas. A inveja e o medo de perder integrantes de seus rebanhos pioraram o antagonismo dos ministros. O reverendo Finis Ewing, da igreja presbiteriana de Cumberland, declarou: “Os ‘mórmons’ são inimigos comuns da humanidade e devem ser destruídos”. Um pastor da Sociedade Missionária (enviada para converter os índios americanos ao cristianismo) foi “de casa em casa, procurando destruir a Igreja espalhando mentiras absurdas a fim de instigar as pessoas a cometer atos de violência contra os santos”.14

Além disso, os mercadores e negociantes mórmons dominaram boa parte do lucrativo mercado da trilha de Santa Fé, anteriormente controlada por moradores de Missouri. Alguns dos antigos moradores temiam que os membros da Igreja estivessem determinados a tomar-lhes as terras e os negócios. Além disso, os santos “não compravam mantimentos dos comerciantes locais, pois não tinham dinheiro, mas trocavam mercadorias entre si nos armazéns da Igreja. (…) Alguns dos antigos moradores estavam vendendo suas propriedades aos mórmons e mudando-se da região. Isso significava que haveria cada vez menos fregueses nas lojas, prenunciando a falência” dos antigos moradores.

Para complicar o problema, na primavera de 1833, o rio Missouri transbordou, destruindo o porto de Independence e desviando seu curso para longe da cidade. Uma nova cidade, Westport, com um porto melhor, foi estabelecida rio acima, e os negócios em Independence entraram em declínio. Os empresários de Independence culparam os mórmons pela situação.15Prevendo o que o futuro lhes prometia, alguns dos antigos moradores ofereceram suas propriedades para os santos. Os membros da Igreja desejavam comprar terras e propriedades, mas não tinham dinheiro suficiente para isso. Isso deixou os moradores de Missouri bastante irritados, e logo surgiram boatos a respeito das condições miseráveis em que os mórmons viviam.

Os moradores da fronteira de Missouri temiam e odiavam os índios. Sua antipatia aumentou quando por volta de 1830 o governo começou a transferir os índios das tribos do leste para uma região pouco a oeste de Independence. Depois da Guerra do Falcão Negro, em 1832, os cidadãos do oeste de Missouri pediram ao Congresso que estabelecesse uma série de postos militares para sua proteção. Os primeiros missionários mórmons chegaram em meio a essa situação tensa anunciando o destino profético dos nativos americanos. Os antigos moradores ficaram com medo de que os santos usassem os índios para ajudarem a conquistar a região para a construção da Nova Jerusalém. A situação tornou-se ainda pior por causa dos ministros protestantes, que se enciumaram do trabalho missionário dos santos dos últimos dias entre os índios.

O conflito entre os santos e os antigos moradores chegou ao clímax com a questão escravagista. Missouri passara a integrar a União como estado escravagista, sob os termos do famoso Acordo de 1820. Contudo, o número de escravos permitido era limitado. Os antigos moradores davam muita importância a seu direito de possuir escravos e desprezavam o movimento abolicionista. Alguns dos santos levaram consigo a atitude abolicionista dos estados do norte e do leste, e a possibilidade de uma revolta dos negros era algo muito temido em todo o sul, naquela época. Em 1831, a revolta de escravos liderada por Nat Turner, no Estado da Virgínia, resultara na morte de mais de setenta brancos e uma centena de escravos. Um medo irracional de revoltas espalhou-se por todos os estados escravagistas. Por esse motivo, os moradores de Missouri ficaram extremamente perturbados, no início de 1832, pelos rumores de que os santos estavam tentando persuadir os escravos a desobedecer os donos e a fugir.

Para dar fim aos rumores, o Evening and Morning Star de julho de 1833 publicou um artigo aconselhando os missionários a terem cautela ao pregar a escravos e ex-escravos, que eram chamados de “pessoas livres de cor”. Infelizmente os moradores locais interpretaram erroneamente esse conselho, achando que o irmão Phelps estivesse convidando os negros libertos a filiarem-se à Igreja Mórmon no condado de Jackson. Esse artigo causou tamanho furor que Phelps viu-se obrigado a publicar uma edição extra explicando que a Igreja não tinha a intenção de convidar os negros libertos a mudarem-se para Missouri, mas de nada valeu o desmentido.

Durante o verão de 1833, as muitas diferenças entre os santos e os antigos moradores combinaram-se para instigar a violência. Um clima de revolta estava-se formando desde abril. No início de julho, centenas de pessoas, inclusive cidadãos preeminentes, assinaram um manifesto conhecido como a “constituição secreta”, que denunciava os mórmons e convocava uma reunião em 20 de julho. O manifesto acusava os mórmons de envolverem-se com os escravos, incentivarem a revolta e convidarem negros e mulatos livres a filiarem-se à Igreja e mudarem-se para Missouri. Declarava que a intenção dos signatários era expulsar os mórmons da região, “de maneira pacífica, se fosse possível, mas à força, se necessário”.16

MULTIDÕES ENFURECIDAS AMEAÇAM OS SANTOS

No dia 20 de julho, sábado, entre quatrocentos e quinhentos cidadãos descontentes reuniram-se no tribunal de Independence. Escolheram líderes e nomearam um comitê para elaborar um documento que relacionasse as exigências que fariam aos mórmons. Os líderes e membros do comitê eram alguns dos cidadãos mais importantes do condado de Jackson: “Eram, em sua maioria, autoridades do condado: juízes, policiais, oficiais de justiça e juízes de paz”.17O vice-governador de Missouri, Lilburn W. Boggs, morador e grande proprietário do condado, também participou da reunião e incentivou as atividades anti-mórmons.

A “constituição secreta” foi lida na reunião, e o comitê promulgou a declaração de que a nenhum santo dos últimos dias seria permitido mudarse para o condado de Jackson ou ali estabelecer-se, e os que já estavam estabelecidos deveriam preparar-se para mudar-se assim que possível. O jornal da Igreja também seria proibido de circular. Um comitê de doze pessoas foi designado a apresentar essas exigências aos santos. Os membros da Igreja, surpresos com as exigências e sabendo que não deveriam abandonar Sião, pediram três meses para pensar no assunto e consultar os líderes de Ohio. O pedido foi negado. Pediram dez dias, mas o comitê deulhes apenas quinze minutos e voltou para a reunião no tribunal.

As pessoas presentes à reunião rapidamente formaram uma turba e decidiram destruir a oficina tipográfica e a prensa. Cercaram a oficina e a casa de W. W. Phelps, jogaram os móveis na rua e no jardim, quebraram a prensa, espalharam os tipos e destruíram quase todos os impressos, incluindo a maior parte das páginas não encadernadas do Livro de Mandamentos. Em pouco tempo, destruíram completamente a oficina de dois andares. Em seguida, resolveram destruir as mercadorias da loja Gilbert & Whitney. Somente quanto Sidney Gilbert comprometeu-se a empacotar os bens em três dias, desistiram da idéia.

Gritando imprecações, a multidão procurou os élderes que lideravam a Igreja. Homens, mulheres e crianças fugiram em todas as direções. A multidão tirou o Bispo Edward Partridge de sua casa e arrastou-o até a praça pública. Charles Allen, um converso de vinte e sete anos, vindo da Pensilvânia, também foi levado até a praça pública. A multidão exigiu que os dois renunciassem ao Livro de Mórmon ou partissem do condado. Os dois recusaram-se a fazer qualquer dessas coisas. A multidão então preparou piche e penas. O Bispo Partridge calmamente declarou estar disposto a sofrer por amor a Cristo, como fizeram os santos de outras épocas. Os dois homens suportaram a humilhação de serem cobertos de piche e penas com tamanha resignação e humildade, que a multidão que há pouco gritava palavrões, dispersou-se em silêncio.18

Um pequeno número de exemplares do Livro de Mandamentos, que continha as revelações recebidas pelo Profeta Joseph Smith, foram providencialmente preservadas. Duas irmãs, Mary Elizabeth e Caroline Rollins, com quatorze e doze anos de idade, observaram a multidão espalhar as grandes folhas não encadernadas no chão, no lado de fora da oficina tipográfica. Determinadas a salvar alguns exemplares do livro, as meninas agarraram o máximo de páginas que puderam carregar e correram para os fundos do prédio. As pessoas gritaram, dizendo-lhes que parassem, mas as meninas escaparam por uma fenda na cerca de madeira e correram para dentro de um milharal. Por muito tempo, ficaram ouvindo os homens procurarem-nas, deitadas em silêncio no chão.

Quando as pessoas foram embora, Mary e Caroline encontraram a irmã Phelps e sua família escondidas em um velho estábulo. A irmã Phelps ficou com as páginas, e mais tarde algumas delas foram encadernadas. Cada uma das meninas recebeu um exemplar do Livro de Mandamentos, que guardaram com muito carinho por toda a vida. Um rapaz de vinte anos, John Taylor (não o que se tornaria Presidente da Igreja), arriscou a vida ao esticar o braço por entre as toras da parede da oficina tipográfica a fim de apanhar algumas folhas. Ele também escapou milagrosamente da multidão que tentou apedrejá-lo.19

A multidão enfurecida voltou novamente no dia 23 de julho, armada com rifles, pistolas, chicotes e pedaços de pau. Saíram à procura dos líderes da Igreja, gritando palavrões pelo caminho. Puseram fogo nos montes de feno e nos campos de trigo, destruíram muitas casas, cocheiras e lojas. Por fim, encontraram seis líderes da Igreja que, vendo que as propriedades e a vida dos santos estavam em perigo, ofereceram a própria vida como resgate. Esses homens — Edward Partridge, Isaac Morley, John Corrill, John Whitmer, W. W. Phelps e Sidney Gilbert — são honrosamente lembrados na Igreja.

Rejeitando sua oferta, os líderes da multidão ameaçaram chicotear todos os homens, mulheres e crianças a menos que consentissem em partir do condado. Sob coação, os membros da Igreja assinaram um documento no qual concordavam em sair do condado: os líderes em primeiro de janeiro de 1834 e os membros em primeiro de abril. John Corrill e Sidney Gilbert receberam permissão de permanecer como agentes para vender as propriedades dos santos. Corrill escreveu que os membros da Igreja até esse momento “não haviam sequer erguido um dedo em defesa própria, tão zelosos eram pelos princípios do evangelho de ‘voltar a outra face’”.20

PROCURANDO INDENIZAÇÃO

Depois de assinado o acordo, Oliver Cowdery foi enviado a Ohio para conferenciar com as autoridades da Igreja a respeito dos problemas enfrentados pelos santos de Missouri. Um conselho reuniu-se em Kirtland no dia 21 de agosto e enviou os Élderes Orson Hyde e John Gould ao condado de Jackson como mensageiros especiais. Eles instruíram os santos a não venderem suas terras ou propriedades nem mudarem-se do condado, a menos que tivessem assinado um documento comprometendose a fazê-lo. Essa mensagem somente foi recebida na região oeste de Missouri em 28 de de setembro.

Enquanto isso, alguns membros da Igreja tentaram estabelecer-se no condado de Van Buren, mas os cidadãos também compactuaram-se no intuito de expulsar os mórmons da região, os quais tiveram que voltar a seus antigos lares. Durante todo o verão, multidões enfurecidas invadiram a casa dos membros da Igreja diariamente e continuaram a atacar os moradores do condado de Jackson, apesar de terem concordado em não molestar mais os santos.

Em agosto, o Western Monitor, um jornal de Fayette, Missouri, publicou uma série de artigos censurando os atos do populacho no condado de Jackson e sugerindo que os santos procurassem compensação junto às autoridades do estado pelos ataques sofridos.

Logo após, os líderes da Igreja escreveram uma petição, descrevendo detalhadamente suas dificuldades e desmentindo as falsas acusações dos antigos moradores do condado de Jackson: “Inspirados pelos ensinamentos de nosso amado Salvador ao ser golpeado no rosto, também nós voltamos a outra face; (…) suportamos os ultrajes descritos sem nos queixar; mas já não mais podemos suportá-los pacientemente. De acordo com as leis de Deus e do homem, já sofremos o bastante”.21No início de outubro, W. W. Phelps e o representante da Igreja de Ohio, Orson Hyde, viajaram para Jefferson City, a capital do estado, e apresentaram a petição ao governador Daniel Dunklin. Pediram-lhe que enviasse tropas para defender seus direitos, dando-lhes permissão de abrir processo por perdas e danos, e levar os líderes do populacho à justiça.

Depois de consultar por alguns dias o procurador da justiça, o governador respondeu que não considerava necessário o uso da força para garantir o cumprimento da lei. Aconselhou os representantes da Igreja a procurarem indenização e proteção da lei por meio de um pedido endereçado aos juízes locais e juízes de paz do condado de Jackson. Se essa tentativa falhasse, ele prometeu usar de outros meios para que a lei fosse cumprida.22

Seu conselho mostrou-se ineficaz. Samuel D. Lucas, o juiz do condado de Jackson, e dois juízes de paz do condado estavam entre aqueles que procuraram expulsar os mórmons. Não obstante, seguindo as instruções do governador, os líderes da Igreja contrataram quatro importantes advogados do condado de Clay. Esses advogados tornaram-se amigos dos santos e defenderam-nos de seus opressores por todo o restante da década, em Missouri. Dois deles, Alexander Doniphan e David Atchison, tornaram-se figuras influentes no estado e no país entre 1845 e 1865.

Além de procurarem compensação legal, os líderes da Igreja abandonaram a política de resistência passiva e aconselharam os membros a armarem-se para a defesa de suas famílias e lares. Uma delegação enviada ao condado de Clay comprou pólvora e chumbo, e os líderes da Igreja anunciaram em 20 de outubro de 1833 que pretendiam defender-se de quaisquer ataques físicos.

OS SANTOS SÃO EXPULSOS DO CONDADO DE JACKSON

Quando os antigos moradores viram que os santos pretendiam defender-se, renovaram os ataques e espalharam boatos sobre as doutrinas blasfemas dos mórmons e suas intenções de tomar posse do condado de Jackson pela força. Uma semana mais tarde, o condado estava em polvorosa. Na noite de 31 de outubro, quinta-feira, uma turba de aproximadamente cinqüenta homens a cavalo atacaram a fazenda Whitmer, junto ao rio Big Blue, a oeste de Independence. Arrancaram o telhado de treze casas e chicotearam quase até a morte vários homens, incluindo Hiram Page, uma das oito testemunhas do Livro de Mórmon. As depredações continuaram por mais duas noites, em Independence, no município de Blue, no município de Kaw e novamente na fazenda Whitmer. Os homens foram espancados, as mulheres e crianças, aterrorizadas. Como os líderes da Igreja não conseguiram garantia de proteção contra os atacantes, os élderes colocaram guardas em cada uma das colônias a fim de defenderem-se.

Nem todos os cidadãos do condado de Jackson se opunham aos santos. Alguns daqueles que se tornaram amigos dos membros da Igreja não gostavam dos baderneiros nem das atitudes contrárias à lei e à ordem das turbas enfurecidas. Infelizmente, pouco fizeram para impedir os atos de violência perpetrados contra os recém-chegados religiosos.

O dia 4 de novembro, segunda-feira, ficaria conhecido como o “dia sangrento” do conflito. Vários missourianos capturaram uma balsa mórmon no rio Big Blue e logo trinta ou quarenta homens armados de cada lado enfrentaram-se dentro dos milharais.23O populacho atirou primeiro, atingindo Philo Dibble na barriga, mas ele foi milagrosamente curado por uma bênção do sacerdócio ministrada por Newel Knight. Andrew Barber foi mortalmente ferido. Os mórmons responderam fogo e mataram dois missourianos e alguns cavalos. No mesmo dia, vários líderes da Igreja haviam sido presos e levados a julgamento em Independence. Durante o julgamento, notícias distorcidas da batalha chegaram à cidade, acusando os mórmons de terem invadido a casa de um cidadão e atirado em seu filho. Isso enfureceu a multidão, que ameaçou matar os prisioneiros. Os prisioneiros, porém, foram rapidamente levados para a cadeia e encarcerados para sua proteção. Durante toda a noite, os cidadãos reuniram armas e munição, preparando-se para massacrar os santos na manhã seguinte. Circularam rumores de que os mórmons iriam chamar os índios para lutarem do seu lado. Enquanto isso, os prisioneiros na cadeia, ouvindo a respeito desses preparativos, informaram ao xerife que pretendiam partir do condado e incentivar todos os membros da Igreja a fazerem o mesmo.

Instigada pelo vice-governador Boggs, uma unidade da milícia estadual, sob o comando de um inimigo declarado dos mórmons, o coronel Thomas Pitcher, foi chamada para expulsar os mórmons do condado. Nesse ínterim, Lyman Wight, tomando conhecimento do aprisionamento dos líderes da Igreja, reuniu aproximadamente duzentos homens armados e marchou em direção à cadeia. A uma distância de quase dois quilômetros de Independence, ficaram sabendo que a milícia havia sido convocada. Boggs negociou um acordo de que ambos os grupos deporiam as armas e os santos teriam um prazo de dez dias para sair do condado. Os santos entregaram suas armas, recebendo a promessa de que lhes seriam devolvidas assim que se mudassem para o condado de Clay. No entanto, a milícia ficou com suas armas e os santos nunca mais receberam as suas de volta.

De acordo com o compromisso assumido, assim que foram libertados, os prisioneiros fizeram preparativos para uma rápida retirada dos santos para o outro lado do rio Missouri. Alguns salteadores, porém, cavalgaram pela região nos três dias seguintes, molestando os colonos mórmons, incluindo um grupo de cerca de 130 mulheres e crianças que ficaram desprotegidas enquanto os homens procuravam carroções. Pelo menos duas mulheres morreram durante a fuga dos santos do condado.24

Ambos os lados do Missouri, nas imediações da estação de balsas, encheram-se de refugiados. Alguns tiveram a sorte de escapar com seus pertences, mas muitos haviam perdido tudo o que possuíam. Parley P. Pratt escreveu: “Ao chegar a noite, o local parecia um grande acampamento. Viam-se centenas de pessoas em todas as direções, algumas em cabanas, outras ao ar livre em volta de fogueiras, enquanto a chuva caía torrencialmente. Maridos procuravam por suas esposas, mulheres por seus maridos; pais tentavam encontrar os filhos, filhos procuravam pelos pais. (…) Era uma cena indescritível, que certamente teria enternecido o coração de qualquer povo da Terra, exceto o de nossos cegos opressores”.25

O populacho continuou a molestar os poucos membros da Igreja que permaneceram no condado de Jackson, até que todos fossem expulsos. Lyman Wight relatou: “Vi cento e noventa mulheres e crianças atravessarem a pé quase cinqüenta quilômetros de pradarias, acompanhadas apenas por três homens muito idosos, no mês de novembro, quando o chão estava coberto de uma fina camada de neve e gelo. Era fácil seguir sua trilha por causa do sangue que vertia de seus pés lacerados pelas raízes do capim queimado pela geada!”26No início da primavera de 1834, os missourianos ficaram sabendo da chegada dos mórmons de Ohio e queimaram o restante das casas que pertenciam aos santos, numa tentativa de desencorajar o retorno dos exilados.

OS RESULTADOS DA EXPULSÃO

A maioria dos santos exilados encontrou abrigo temporário no condado de Clay, se bem que alguns procuraram refúgio em outros condados das redondezas. Os cidadãos de Liberty, a sede do condado de Clay, caridosamente ofereceram abrigo, trabalho e provisões aos santos. Os refugiados abrigaram-se em alojamentos abandonados de escravos, construíram toscas tendas, armaram barracas e tiveram que viver à míngua até a chegada da primavera. Alguns dos homens conseguiram trabalho rachando lenha, construindo casas e arrancando ervas daninhas. Muitas irmãs empregaram-se no serviço doméstico de ricos fazendeiros, enquanto outras trabalharam como professoras. Na primavera, algumas pessoas conseguiram arrendar algumas terras para cultivar. Apesar de a maioria dos cidadãos do condado de Clay mostrar-se amistosa, consideravam apenas transitória a permanência dos santos entre eles. Os inimigos da Igreja do condado de Jackson apelidaram esses simpatizantes de “Jack-Mormons”, um termo usado no século dezenove para os que não eram mórmons que demonstravam simpatia pelos membros da Igreja.

Enquanto isso, em Kirtland, Joseph Smith acompanhava os acontecimentos na região oeste de Missouri. Ao ouvir sobre os problemas ocorridos em julho, ele escreveu à Igreja de Sião: “Irmãos, se eu estivesse com vocês, participaria ativamente de seus sofrimentos, e apesar de minha natureza humana fazer-nos fugir do sofrimento, meu espírito jamais permitiria que os abandonasse até a morte, com a ajuda de Deus”.27Em outubro de 1833, Joseph recebeu a seguinte revelação do Senhor: “(…) Sião será redimida, embora castigada por algum tempo. (…) Portanto, que se console vosso coração; pois todas as coisas contribuem para o bem daqueles que andam retamente e para a santificação da igreja”. (D&C 100:13, 15)28

Os Élderes Hyde e Gould, emissários de Kirtland a Missouri, voltaram a Ohio em 25 de novembro com “a triste notícia da perseguição infligida aos irmãos pelo populacho do condado de Jackson”.29Essa notícia deixou o Profeta profundamente perturbado. Ele escreveu: “Não recebi nenhuma revelação do Espírito que indicasse que Sião tenha perdido seu direito a uma coroa celestial, apesar de o Senhor tê-la feito sofrer dessa maneira. (…) Sei que Sião, no devido tempo do Senhor, será redimida; mas o Senhor ocultou-me quantos serão seus dias de purificação, tribulação e aflição. Sempre que Lhe pergunto a respeito desse assunto, a voz do Senhor me diz: Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus! Todos os que sofrerem por amor de meu nome reinarão comigo, e aquele que sacrificar sua vida por minha causa irá recebê-la de volta”.30

Poucos dias antes, o Senhor havia explicado que os santos de Missouri estavam sendo afligidos “em conseqüência de suas transgressões. (…) Havia desarmonias e contendas e invejas e disputas e concupiscência e cobiça entre eles; portanto, com essas coisas, corromperam suas heranças”. (D&C 101:2,6)

Os santos de Missouri não sabiam se deviam estabelecer-se definitiva ou temporariamente no condado de Clay, pois tinham poucas esperanças de voltarem a seus lares no condado de Jackson. Numa conferência realizada em 1º de janeiro de 1834, decidiram enviar dois élderes a Kirtland a fim de pedirem conselho ao Profeta e conseguirem ajuda para os santos de Missouri. Lyman Wight e Parley P. Pratt apresentaram-se como voluntários, mas não dispunham de recursos para realizar a viagem. Parley escreveu: “Eu estava na época sem roupas adequadas para a viagem. Não tinha um cavalo nem sela, rédeas, dinheiro ou provisões para levar comigo; ou para deixar com minha esposa, que estava doente e permanecia acamada a maior parte do tempo.”31Esses nobres irmãos receberam ajuda dos membros da Igreja para o equipamento e provisões necessários. Cavalgaram o mais rápido que puderam, mas condições climáticas adversas atrasaram sua chegada até o início da primavera.

Enquanto aguardavam instruções do Profeta, os líderes da Igreja de Missouri procuraram ser indenizados junto ao governo estadual de Missouri. Um tribunal de inquérito realizado em Liberty, em dezembro, decretou a prisão do coronel Thomas Pitcher da milícia estadual. Mas em pouco tempo tornou-se evidente que a opinião pública do condado de Jackson era tão desfavorável em relação aos santos que qualquer processo criminal seria impossível de se levar adiante. Os líderes da Igreja decidiram abandonar a causa. O governador Dunklin ordenou que as armas dos membros da Igreja fossem devolvidas, mas sua ordem não foi cumprida.

Os santos mantiveram o assunto de seus danos constantemente perante as autoridades estaduais. Ao mesmo tempo que encaminhavam uma petição a Andrew Jackson, presidente dos Estados Unidos, anexando a resposta de sua petição endereçada ao governador Dunklin. O governador alegava que a lei não lhe autorizava manter um destacamento do exército no condado de Jackson para proteger os mórmons depois que retornassem a seus lares. Os santos pediram ao presidente que lhes fossem devolvidas suas casas e propriedades, com a garantia de que receberiam proteção. Infelizmente esse pedido chegou às autoridades em meio a um dos grandes debates da história americana sobre o assunto do direito de soberania dos estados. O sentimento geral na América era que o governo federal não tinha autoridade de interferir nos assuntos internos dos estados, como no caso do que ocorria no condado de Jackson, a menos que o governador decretasse um estado de insurreição. Em maio de 1834, o governo federal recusou a petição dos santos, argumentando que as ofensas mencionadas eram violações da lei estadual e não federal. Enquanto isso, o governador Dunklin também hesitava em tomar qualquer atitude. Os advogados da Igreja levaram a causa dos santos perante o poder legislativo do estado, mas esse órgão governamental também recusou ajuda.

O período de julho de 1833 a julho de 1834 foi uma época de “fogo refinador” para os santos dos últimos dias do oeste de Missouri. Os membros da Igreja de todos os Estados Unidos ficaram extremamente desapontados com o fato de que a terra de Sião tivesse que ser abandonada. Seu único recurso foi esperarem pacientemente que o Senhor os libertasse e orientasse.

NOTAS

  1. B. H. Roberts, The Missouri Persecutions (As Perseguições de Missouri), (Salt Lake City: Book Craft, 1965), p. 61.

  2. History of the Church, 1:318–19.

  3. History of the Church, 1:316.

  4. History of the Church, 1:320.

  5. Donald Q. Cannon e Lyndon W. Cook, orgs., Far West Record: Minutes of The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1830–1844 1830–1844, (Salt Lake City: Deseret Book Co.), 1983, p. 61n; ver também History of the Church, 1:327.

  6. Ver History of the Church, 1:327; Roberts, Missouri Persecutions, p. 68.

  7. Parley P. Pratt, org., Autobiography of Parley P. Pratt, (Autobiografia de Parley P. Pratt). Classics in Mormon Literature series (séries de Clássicos da Literatura Mórmon) Salt Lake City: Deseret Book Co., 1985, p. 75; ver também “The Season”, The Evening and the Morning Star, junho de 1833, p. 102.

  8. Informações pormenorizadas sobre a planta em History of the Church 1:357–359.

  9. Pratt, Autobiography of Parley P. Pratt, pp. 75–76.

  10. James B. Allen e Glen M. Leonard, The Story of the Latter-day Saints (Salt Lake City: Deseret Book Co., 1976), pp. 81–82.

  11. Ver History of the Church, 1:357–58.

  12. History of the Church, 1:189.

  13. T. Edgar Lyon, “Independence, Missouri, and the Mormons, 1827–1833” em History of the Church (História da Igreja) Brigham Young University Studies, outono de 1972, p. 17.

  14. In Roberts, Missouri Persecutions, pp. 73–74; os dois parágrafos anteriores foram baseados em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, pp. 82–83.

  15. Lyon, “Independence, Missouri, and the Mormons,” pp. 17–18.

  16. History of the Church, parágrafo baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 85.

  17. Roberts, Missouri Persecutions, p. 87.

  18. Ver Roberts, Missouri Persecutions, pp. 84–86.

  19. Ver Gerry Avant, “Book’s History: A Tale of Mobs, Heroic Rescues”, (A História do Livro: Turbas e Resgates Heróicos) Church News, 30 de dezembro de 1984, p. 6.

  20. John Corrill, A Brief History of the Church of Christ of Latter Day Saints St. Louis: John Corril, 1839, p. 19; grafia padronizada.

  21. History of the Church, 1:414–15.

  22. Ver History of the Church, 1:423–24.

  23. Ver Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 87.

  24. Parágrafo baseado em Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 87.

  25. Pratt, Autobiography of Parley P. Pratt, p. 82.

  26. In History of the Church, 3:439.

  27. Dean C.; Jessee. org. The Personal Writings of Joseph Smith Salt Lake City: Deseret Book Co., 1984, p. 283

  28. Os dois parágrafos anteriores são baseados em Warren A. Jennings, “Zion Is Fled, The Expulsion of the Mormons from Jackson County Missouri”, dissertação de doutorado, Universidade da Flórida, 1962, pp. 201–202; Allen e Leonard, Story of the Latter-day Saints, p. 88.

  29. History of the Church, 1:446.

  30. History of the Church, 1:453–454; maiúsculas padronizadas.

  31. Pratt, Autobiography of Parley P. Pratt, p. 87.

Cronologia

Data

 

Evento Significativo

Verão de 1833

A Escola dos Élderes é descontinuada

Julho de 1833

A “constituição secreta” é distribuída por cidadãos do condado de Jackson

20 julho 1833

A oficina tipográfica é destruída

23 julho 1833

Seis élderes sacrificam a vida para salvar os santos

31 out. 1833

A fazenda Whitmer é atacada por uma multidão enfurecida

4 nov. 1833

Data conhecida como “dia sangrento” do conflito

Nov.–dez. 1833

Os santos são expulsos do condado de Jackson

mob destroying cabins, driving Saints

Expulsion from Jackson County by C.C.A. Christensen

plaque commemorating school in Zion

School in Zion monument at Troost Park in Kansas City, Missouri. It was dedicated 14 September 1963 by Joseph Fielding Smith. The monument commemorates the location of the school in Zion, established by the Church in Kaw township in 1831 and the first schoolhouse to be erected within the boundaries of Kansas City.

hand-drawn town plat

Edward Partridge purchased 63.43 acres from Jones Hoy Flournoy on 19 December 1831. This included the ground previously dedicated for the temple site. On 25 June 1833 the Prophet sent this plat to the brethren in Missouri.

The plat is one mile square with each square in the plat representing ten acres.8

map of Missouri settlements

S. Kent Brown, ed., Historical Atlas of Mormonism, p. 39

Early Mormon Settlements In Missouri

Arkansas

Big Blue River

Blue Mills Landing

Blue River Settlement

Blue Township

Brush Creek

Burk Branch

Chase Branch

Choteau’s Landing

Clay County

Colesville Branch

Colesville Settlement

Hulet Branch

Fishing River

Fishing River Branch

Independence

Independence Landing

Illinois

Iowa

Jackson County

Kansas

Kansas River

Kaw Township

Liberty

Liberty Landing

Little Blue River

Lowry Branch

Map Location

Missouri

Missouri River

Missouri Stake Organization Site

Montargee’s Landing

Platte County

Prairie Settlement

Santa Fe Trail

Whitmer Settlement

Westport

Westport Road

Zion’s Camp Cholera Site

Saints in wagons leaving Missouri

The Saints Leave Missouri, by C.C.A. Christensen

Mary Elizabeth Rollins as an adult

In 1828, at the age of ten, Mary Elizabeth Rollins moved with her family to Kirtland. She was baptized in October 1830 after hearing the testimonies of Oliver Cowdery, Peter Whitmer, and Ziba Peterson.

She married Adam Lightner in August 1835, and they became the parents of ten children. She died in Minersville, Utah, on 17 December 1913 at the age of ninety-five.

Isaac Morley

Isaac Morley (1786–1865) served as first counselor to Bishop Edward Partridge for nine years. During the last ten years of his life he was a patriarch in Sanpete County, Utah.