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Capítulo 29: Doutrina e Convênios 77–80


“Capítulo 29: Doutrina e Convênios 77–80”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno, 2017

“Capítulo 29”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno

Capítulo 29

Doutrina e Convênios 77–80

Introdução e cronologia

Em março de 1832, o profeta Joseph Smith continuou a tradução inspirada do Novo Testamento. Enquanto estudava o livro de Apocalipse, o Senhor revelou o significado de alguns símbolos e eventos descritos pelo apóstolo João. Essa revelação está registrada em Doutrina e Convênios 77.

Em 1º de março de 1832, na revelação registrada em Doutrina e Convênios 78, o Senhor orientou o profeta a criar uma organização (mais tarde conhecida como Firma Unida) para administrar os armazéns e os trabalhos editoriais da Igreja. Também descreveu as bênçãos que os santos receberiam. No final de março, o profeta recebeu as revelações registradas em Doutrina e Convênios 79–80, em que o Senhor chama Jared Carter, Stephen Burnett e Eden Smith para proclamar o evangelho.

Fevereiro–março de 1832Joseph Smith e Sidney Rigdon continuam o trabalho de tradução inspirada do Novo Testamento.

Março de 1832Doutrina e Convênios 77 é recebida.

1º de março de 1832Doutrina e Convênios 78 é recebida.

7 de março de 1832Doutrina e Convênios 80 é recebida.

8 de março de 1832Joseph Smith designa Jesse Gause e Sidney Rigdon para serem conselheiros na presidência do sumo sacerdócio.

12 de março de 1832Doutrina e Convênios 79 é recebida.

24–25 de março de 1832Em Hiram, Ohio, Joseph Smith e Sidney Rigdon são levados à noite por uma turba e violentamente espancados.

29 de março de 1832Morre Joseph Murdock Smith, filho adotivo de Joseph e Emma Smith.

Doutrina e Convênios 77: Contexto histórico adicional

O profeta Joseph Smith começou o trabalho da tradução inspirada do Novo Testamento em 8 de março de 1831 e concluiu a parte inicial em julho de 1832. Depois, ele fez a revisão dessa tradução até 2 de fevereiro de 1833. Durante o trabalho inicial da tradução, o profeta recebeu uma “explicação do livro de Apocalipse” (em Manuscript History of the Church [História Manuscrita da Igreja], vol. A–1, p. 192, josephsmithpapers.org), ou respostas inspiradas a várias perguntas sobre o livro de Apocalipse. É provável que essas respostas tenham sido recebidas entre 4  e 20 de março de 1832 e estão registradas em Doutrina e Convênios 77.

O apóstolo João, também conhecido como João, o Amado, e João, o Revelador, foi exilado na ilha de Patmos por testificar de Jesus Cristo e Seu evangelho. Lá, ele recebeu a revelação registrada no livro de Apocalipse, no Novo Testamento (ver Apocalipse 1:9–10). O profeta Joseph Smith (1805–1844) explicou: “Em uma visão, as cortinas dos céus foram abertas e João viu as sombras que cobririam as eras futuras e os eventos que ocorreriam, ao longo de cada período subsequente, até o final dos tempos — [e] enquanto contemplava as glórias do mundo eterno, ele viu inumeráveis hostes de anjos e ouviu a voz de Deus” (em Manuscript History [História Manuscrita], vol. C–1, Adendo, p. 69, josephsmithpapers.org).

O profeta Joseph Smith ensinou: “O livro de Apocalipse é um dos livros mais claros que Deus já fez com que fosse escrito” (em Manuscript History [História Manuscrita], vol. D–1, p. 1523, josephsmithpapers.org). Mas os detalhes das analogias e dos simbolismos do livro podem ser de difícil entendimento para os leitores modernos. O profeta advertiu os missionários que não ensinassem sobre os símbolos e detalhes específicos contidos no livro e, em vez disso, ensinassem os princípios básicos do evangelho (ver Manuscript History [História Manuscrita], vol. D–1, p. 1523, josephsmithpapers.org). As perguntas e respostas registradas em Doutrina e Convênios 77 fornecem uma interpretação inspirada de alguns dos símbolos e eventos descritos pelo apóstolo João, nos primeiros 11 capítulos do livro de Apocalipse.

Doutrina e Convênios 77

O Senhor revela respostas às perguntas sobre o livro de Apocalipse

Doutrina e Convênios 77. Que verdades podemos aprender com o estudo de Joseph Smith do livro de Apocalipse?

Durante a tradução inspirada do livro de Apocalipse, no Novo Testamento, o profeta Joseph Smith leu e estudou as passagens de escrituras, desejou receber um maior entendimento com o Senhor e, então, recebeu as respostas em uma revelação que o ajudou a compreender melhor as escrituras. Esses ensinamentos estão registrados em Doutrina e Convênios 77. A experiência de Joseph Smith demonstra que todos podem receber revelação pessoal para aumentar seu entendimento das escrituras.O élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que o estudo minucioso das escrituras e dos ensinamentos dos profetas modernos pode nos trazer um conhecimento maior por meio da revelação:

“O que nos diferencia da maioria dos outros cristãos, no modo como lemos e usamos a Bíblia e as outras escrituras, é nossa crença na revelação contínua. Para nós, as escrituras não são a única fonte de conhecimento, mas elas precedem a fonte principal. O conhecimento mais sublime nos vem pela revelação. (…)

A palavra do Senhor nas escrituras é uma lâmpada que guia nossos pés (ver Salmos 119:105), e a revelação é uma força poderosa que intensifica muitíssimo o brilho dessa lâmpada. Incentivamos todos a estudarem atentamente as escrituras e o que os profetas ensinam a respeito delas e, em espírito de oração, buscarem receber revelação pessoal para compreender, por si mesmos, seu significado” (Scripture reading and revelation” [Leitura das escrituras e revelação], Ensign, janeiro de 1995, p. 7).

Doutrina e Convênios 77:1. “A Terra em seu estado santificado, imortal e eterno”

O “mar de vidro” descrito por João em Apocalipse 4:6 representa “a Terra em seu estado santificado, imortal e eterno”, ou seja, o reino celestial (D&C 77:1; ver também D&C 88:25–26). Aqueles que viveram dignos de receber a glória celestial terão uma herança no reino celestial (ver D&C 88:17–20). O profeta Joseph Smith ensina: “Esta Terra, em seu estado santificado e imortal, será transformada como em cristal e será um Urim e Tumim para os seus habitantes, pelo qual todas as coisas pertencentes a um reino inferior ou a todos os reinos de uma ordem inferior manifestar-se-ão àqueles que nela habitam; e esta Terra será de Cristo” (D&C 130:9; ver também o comentário sobre Doutrina e Convênios 130:9, neste manual).

Doutrina e Convênios 77:2–4. “Os quatro animais”

O Senhor revela ao profeta Joseph Smith que os quatro animais, ou criaturas viventes, mostradas ao apóstolo João, representam as diferentes classes de seres que vão desfrutar da alegria eterna na presença de Deus (ver Apocalipse 4:6–8;D&C 77:2–3). Ao descrever as classes dos seres celestiais, o Senhor afirma que seus corpos físicos foram criados à semelhança de seus corpos espirituais (ver D&C 77:2). A respeito dos corpos espirituais dos homens e das mulheres, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos declararam: “Todos os seres humanos — homem e mulher — foram criados à imagem de Deus. Cada indivíduo é um filho (ou filha) gerado em espírito por pais celestiais que O amam e, como tal, possui natureza e destino divinos” (“A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, novembro de 2010, última contracapa).

Algumas diferenças entre os filhos de Deus e outras formas de vida animal foram explicadas há muitos anos, em novembro de 1909, pela Primeira Presidência: “A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, com base em sua crença na revelação divina, antiga e moderna, proclama que o homem, por linhagem direta, é progênie da Deidade. O próprio Deus é um homem exaltado, aperfeiçoado, entronizado e supremo. Por meio de seu poder total, ele organizou a Terra e tudo o que nela há, de espírito a elementos, que existem coeternalmente com Ele. Deus formou cada planta que cresce, todo animal que respira, segundo a sua própria espécie, espiritual e temporalmente — ‘o que é espiritual sendo à semelhança daquilo que é temporal; e aquilo que é temporal à semelhança do que é espiritual’. Ele criou o girino e o símio, o leão e o elefante, mas não os fez à sua imagem nem os dotou de juízo e inteligência divina. Não obstante, toda a criação animal será aperfeiçoada e perpetuada na vida futura, cada espécie em sua ‘prescrita ordem ou esfera’, e desfrutarão de ‘felicidade eterna’. Este fato foi deixado bem claro nesta dispensação (ver D&C 77:3)” (“The Origin of Man” [A origem do homem], Ensign, fevereiro de 2002, p. 30; ver também Improvement Era, novembro de 1909, p 81).

Os quatro animais “[representam] a glória das classes dos seres na ordem ou esfera de criação que lhes foi destinada” (D&C 77:3). Eles também são seres viventes reais, como ensinado pelo profeta Joseph Smith: “João viu animais de aparência estranha no céu — todos os animais, aves e peixes no céu —, lá mesmo, dando glória a Deus. (…) Suponho que João tenha visto ali seres de mil formas diferentes, os quais haviam sido salvos de dezenas de milhares de planetas como o nosso — animais estranhos dos quais nem sequer fazemos ideia — pode ser que todos sejam vistos no céu. O grande segredo era mostrar a João o que havia no céu: ele ficou sabendo que Deus glorificou a Si mesmo salvando tudo o que Suas mãos criaram, sejam eles animais, aves, peixes ou homens, e Ele Se regozijará com eles. (…) Os quatro animais eram quatro dos mais nobres animais que tinham cumprido a medida de sua criação, tendo sido salvos de outros mundos, porque eram perfeitos; eram como anjos em suas respectivas esferas. Não nos foi dito de onde eles vieram” (em Manuscript History of the Church [História Manuscrita da Igreja], vol. D–1, p. 1523, josephsmithpapers.org).

Doutrina e Convênios 77:5. “Os vinte e quatro anciões”

Além dos quatro animais, o apóstolo João viu 24 anciões na presença de Deus, adorando-O e louvando-O. O Senhor explica que eles pertenciam às sete igrejas — representando os sete ramos da Igreja de Jesus Cristo na Ásia Menor, para quem João escreveu (ver D&C 77:5). O élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Assim, João está vendo o que acontecerá no futuro; está vendo alguns anciões em esplendor celestial que, naquele momento, estavam em espírito no paraíso, aguardando o dia em que seriam ressuscitados para receber a vida eterna. A princípio, foi igual a quando Joseph Smith, em 21 de janeiro de 1836, viu seu pai e sua mãe — que ainda estavam vivendo na mortalidade — no reino celestial do céu” (Doctrinal New Testament Commentary [Comentário Doutrinário do Novo Testamento], 1973, vol. 3, p. 465; ver também D&C 137:1–5). A exaltação dos 24 anciões representa a recompensa que os fiéis seguidores de Jesus Cristo receberão.

Doutrina e Convênios 77:6–7. Um livro selado com sete selos

Na antiguidade, documentos importantes escritos em pergaminhos eram selados com selos de argila ou cera. Esses selos identificavam o proprietário e protegiam o documento daqueles que não estavam autorizados a lê-lo. O livro, ou pergaminho, com sete selos que o apóstolo João viu em visão, continha “a vontade, os mistérios e as obras de Deus revelados” (D&C 77:6). Cada um representa mil anos da existência física da Terra (ver D&C 77:6–7). Na visão de João, somente o Cordeiro de Deus — Jesus Cristo — era digno de abrir os selos do livro (ver Apocalipse 5:1–7; 6:1–12). O Senhor abriu cada selo e João viu Suas obras reveladas durante cada um dos sete períodos de mil anos da existência física da Terra. Tudo o que João viu no livro selado, em algum momento, será conhecido. Em uma revelação posterior, o Senhor ensinou que, durante o Milênio, “os atos secretos dos homens” e as “obras grandiosas de Deus” em todas as eras do mundo serão reveladas (ver D&C 88:108–110).

representação de um livro selado com sete selos

O apóstolo João viu um livro que estava selado com sete selos, contendo “as obras de Deus” ao longo de sete períodos de mil anos cada (ver D&C 77:6–7).

Doutrina e Convênios 77:8. “Quatro anjos enviados da presença de Deus”

O apóstolo João viu “quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, que retinham os quatro ventos da terra” (Apocalipse 7:1). Os anjos que estavam nos quatro cantos da terra indicam que eles têm poder sobre todo o globo (ver D&C 38:12), e os quatro ventos representam as forças de destruição (ver D&C 38:12). O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) ensinou:

“Esses anjos preenchem a descrição dos anjos mencionados na parábola do joio e do trigo (Mateus 13:24–43 e D&&C 86:1–7) que clamam ao Senhor que sejam enviados ao campo para ceifar. Foi-lhes dito para deixar que o joio e o trigo cresçam juntos até que a colheita esteja completamente amadurecida, que é o fim do mundo (Mateus 13:38–39). (…)

Esses anjos receberam poder sobre os quatro cantos da Terra e poder para proclamar o evangelho eterno a todos os povos. A plenitude do evangelho não foi restaurada por apenas um mensageiro enviado da presença de Deus. Todos os profetas antigos, que portavam chaves e as restauraram, contribuíram para esse grande trabalho de restauração. Aprendemos com essa revelação que há quatro anjos a quem foi dado o poder de fechar e abrir os céus, o poder sobre a vida e a morte e também de destruição. Eles estão agora trabalhando sobre a Terra, cumprindo essa sagrada missão” (Church History and Modern Revelation [História da Igreja e Revelação Moderna], 1953, vol. 1, pp. 300–301).

Para mais informações sobre a missão desses anjos, ver a seção de comentários de Doutrina e Convênios 86:5–7 deste manual.

Doutrina e Convênios 77:9. Elias

O profeta Joseph Smith aprendeu que o “anjo que subia do Oriente” é Elias, que havia de “vir para reunir as tribos de Israel e restaurar todas as coisas” (D&C 77:9). O nome ou título Elias é usado nas escrituras de diversas maneiras. No Novo Testamento, Elias é a forma grega do nome hebreu Elijah e é usado para se referir ao antigo profeta israelita (ver Mateus 17:1–4; Lucas 4:25–26;Tiago 5:17). A palavra Elias também é usada como um título para aqueles que têm missões específicas para agir como precursores ou restauradores. Por exemplo, Doutrina e Convênios 77:14 indica que o título Elias se aplica a João, o Revelador, cuja missão inclui as responsabilidades de ajudar a “reunir as tribos de Israel” e de “restaurar todas as coisas”. João Batista serviu como um Elias para preparar o caminho para Jesus Cristo (ver Mateus 17:11–13). Jesus Cristo agiu como um Elias para restaurar o evangelho e o Sacerdócio de Melquisedeque (ver Tradução de Joseph Smith, João 1:20–28, no apêndice da Bíblia). Um homem chamado Elias restaurou o evangelho de Abraão para o profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery no Templo de Kirtland (ver D&C 110:12) O título foi aplicado a muitos que receberam missão como precursores, coligadores ou restauradores (ver D&C 27:6–7; 77:14) (ver Guia para Estudo das Escrituras, “Elias”, scriptures.LDS.org).

O Elias citado pelo apóstolo João no livro de Apocalipse pode representar aqueles que restauraram o conhecimento do evangelho e as chaves do sacerdócio na Terra nesta última dispensação. O élder Bruce R. McConkie ensinou: “Considerando ser evidente que nenhum mensageiro carregou sozinho toda a responsabilidade da Restauração, mas que cada um deles trouxe uma investidura específica dos céus, torna-se claro que Elias é uma combinação de várias pessoas. Essa expressão deve ser compreendida como o nome e o título dados àqueles cuja missão era conferir chaves e poderes aos homens nesta dispensação final” (Mormon Doctrine [Doutrina Mórmon], 2ª ed., 1966, p. 221).

João descreveu Elias como “[tendo] o selo do Deus vivo” (Apocalipse 7:2; ver também D&C 77:9), e aprendeu que a missão de Elias era “[selar] na testa os servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3; ver também D&C 77:9). O profeta Joseph Smith ensinou que isso “significa selar as bênçãos sobre a cabeça deles, ou seja, o convênio eterno, garantindo seu chamado e eleição” (em Manuscript History of the Church [História Manuscrita da Igreja], vol. E–1, p. 1690, josephsmithpapers.org; pontuação padronizada). Aqueles que recebem as ordenanças de salvação pela devida autoridade do sacerdócio e que são fiéis aos convênios que fizeram terão as bênçãos da exaltação seladas sobre eles. Esse selo protege os fiéis dos julgamentos divinos que se abaterão sobre os iníquos (ver Apocalipse 9:416).

Doutrina e Convênios 77:11. “Os 144 mil selados”

Algumas pessoas supõem que o selo dos 144 mil, mencionado em Apocalipse 7:3–8, refere-se ao número total de pessoas que serão exaltadas no reino celestial. Contudo, o Senhor esclareceu que esse é o número de sumo sacerdotes “ordenados de cada nação, tribo, língua e povo” para “administrar o evangelho eterno” a fim de trazerem as pessoas “à igreja do Primogênito” (D&C 77:11). O profeta Joseph Smith aprendeu que a Igreja do Primogênito se refere à Igreja celestial do Salvador, que inclui todos aqueles que são exaltados no reino celestial de Deus (ver D&C 76:54; 88:4–5). Portanto, os 144 mil são os que ministram nos últimos dias para levar as pessoas a Jesus Cristo e ajudá-las a receber a exaltação.

Doutrina e Convênios 77:14. A missão de João no trabalho de coligação dos filhos de Israel

O “livrinho” (Apocalipse 10:2) entregue ao apóstolo João pelo anjo não era o livro selado com os sete selos mencionado em Apocalipse 5. O livrinho representa a missão de João no trabalho de coligação dos filhos de Israel como parte da Restauração. Ele deveria “comê-lo” (ver Apocalipse 10:9), significando que deveria participar da palavra de Deus e aceitar o que lhe foi comissionado. De acordo com o relato de John Whitmer sobre uma conferência da Igreja em junho de 1831, “o Espírito do Senhor repousou sobre Joseph [Smith] de um modo incomum. E [ele] profetizou que João, o Revelador, estava entre as dez tribos de Israel, que foram levadas por Salmaneser, rei da [Assíria], para prepará-las para seu retorno da longa dispersão e possuir novamente a terra de seus pais” (em The Joseph Smith Papers, Histories, Volume 2: Assigned Histories, 1831–1847 [Documentos de Joseph Smith, Histórias, Volume 2: Histórias atribuídas, 1831–1847], ed. por Karen Lynn Davidson e outros, 2012, p. 39; ortografia, pontuação e letras maiúsculas padronizadas). O Senhor Se referiu ao apóstolo João como Elias, que “[deveria] vir restaurar todas as coisas” (D&C 77:14). No papel de Elias, João apareceu com Pedro e Tiago ao profeta Joseph Smith e Oliver Cowdery para restaurar as chaves do Sacerdócio de Melquisedeque.

Doutrina e Convênios 77:15. Quem são as duas testemunhas em Jerusalém?

Nessa visão, o apóstolo João viu duas testemunhas que tinham grande poder para testificar a verdade e, por fim, serem mortas em Jerusalém (ver Apocalipse 11:3–8). O Senhor revelou ao profeta Joseph Smith que essas duas testemunhas seriam profetas “levantados para a nação judaica nos últimos dias” (D&C 77:15). O élder Bruce R. McConkie ensinou: Quem serão essas testemunhas? Não sabemos, exceto que serão seguidoras de Joseph Smith; elas serão portadoras do sagrado Sacerdócio de Melquisedeque; serão membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. É razoável supor, conhecendo como o Senhor sempre agiu com seu povo em todos os tempos, que eles serão dois membros do Conselho dos Doze ou da Primeira Presidência da Igreja” (The Millenial Messiah: The Second Coming of the Son of Man [O Messias Milenar: A Segunda Vinda do Filho do Homem], 1982, p. 390).

Doutrina e Convênios 78: Contexto histórico adicional

Na revelação dada em fevereiro de 1831, o Senhor ordenou que os santos criassem um armazém para guardar os mantimentos e o dinheiro excedentes, para o benefício dos pobres (ver D&C 42:34–35; ver também D&C 51:13). A loja de Newel K. Whitney em Kirtland, Ohio, funcionava como um armazém e Sidney Gilbert abriu outra loja em Independence, Missouri (ver D&C 57:8–10; 72:8–10). Esses armazéns deveriam suprir a necessidade de mantimentos dos santos e, ao mesmo tempo, gerar fundos para comprar terras e financiar a publicação das revelações do Senhor ao profeta Joseph Smith. Além disso, em novembro de 1831, o Senhor designou Joseph Smith, Oliver Cowdery, John Whitmer, Sidney Rigdon, Martim Harris e William W. Phelps como “mordomos responsáveis pelas revelações e mandamentos” (D&C 70:3). Esse grupo tinha a responsabilidade de supervisionar a publicação das revelações. Eles seriam pagos por esse trabalho com o lucro gerado pela venda da publicação das revelações. O Senhor os instruiu que os lucros que ultrapassassem as necessidades deles fossem guardados em Seu armazém para o benefício dos santos em Sião (ver D&C 70:7–8).

No dia 1º de março de 1832, o profeta Joseph Smith se reuniu com um grupo de sumos sacerdotes em Kirtland, Ohio, possivelmente para falar sobre os esforços comerciais e editoriais da Igreja. Durante a reunião, o profeta ditou a revelação registrada em Doutrina e Convênios 78. Mais tarde, a Firma Unida foi criada para gerir melhor os negócios financeiros e as propriedades da Igreja, tais como os armazéns. A parte da Firma Unida que gerenciava as publicações da Igreja se chamava Firma Literária.

Com o intuito de proteger essa organização administrada pela Igreja dos inimigos, parte da terminologia dessa e de outras revelações foi mudada quando a edição de 1835 de Doutrina e Convênios foi publicada pela primeira vez (ver D&C 82; 92; 96104). Nessa antiga edição, foram usados pseudônimos ou nomes falsos para se referir a pessoas, lugares e atividades. Provavelmente, isso foi feito para evitar que os inimigos da Igreja obtivessem informações que potencialmente prejudicariam o objetivo de edificar Sião. Nas edições posteriores de Doutrina e Convênios, os nomes falsos foram substituídos pelos nomes verdadeiros.

Mapa 5: A área de Nova York, Pensilvânia e Ohio nos Estados Unidos.

Doutrina e Convênios 78

O Senhor instrui Joseph Smith a estabelecer a Firma Unida e promete bênçãos àqueles que cumprem Seus mandamentos

Doutrina e Convênios 78:3–4, 8–9. A Firma Unida ou Ordem Unida

Na edição de 2013 das escrituras em inglês, o cabeçalho da seção de Doutrina e Convênios 78 diz que “algum tempo após a sua dissolução, sob a direção de Joseph Smith, a frase ‘os assuntos do armazém para os pobres’ substituiu ‘estabelecimento comercial e de publicações’ na revelação, e a palavra ‘ordem’ substituiu a palavra ‘firma’” (ver D&C 78:3–4, 8).

Os termos firma e Firma Unida mais tarde foram mudados para ordem e Ordem Unida em Doutrina e Convênios (ver D&C 78:4, 8; 82:20; 92:1; 104:1, 5, 10, 47–48, 53). O termo Ordem Unida, como usado em Doutrina e Convênios, refere-se à Firma Unida e não deve ser confundido com os diversos sistemas de compartilhamento comunitário ou cooperativas estabelecidos, alguns anos depois, pelos santos no oeste dos Estados Unidos. A Firma Unida era uma parceria de negócios, com base na lei da consagração, entre o profeta Joseph Smith e um número limitado de outros líderes da Igreja em Kirtland, Ohio, e Independence, Missouri (ver D&C 82:11–12; 92:1–2; 96:8). De abril de 1832 a abril de 1834, quando o Senhor ordenou que Joseph Smith dissolvesse a parceria, a Firma Unida tinha sido fundamental para a administração da Igreja. Ela serve como exemplo de como a lei da consagração foi implementada nos negócios da Igreja.

Para uma explicação adicional sobre a Firma Unida, sua organização, seu propósito e as razões para ter sido dissolvida, veja o comentário para Doutrina e Convênios 82:8–12, 15–24 e Doutrina e Convênios 104 neste manual.

interior da loja de Newel K. Whitney, Kirtland, Ohio

A Firma Unida foi organizada em conformidade com a revelação sobre a administração dos empreendimentos comerciais e editoriais da Igreja (ver D&C 78:3).

Doutrina e Convênios 78:4. “Um estabelecimento e ordem permanente e eterna”

Embora a Firma Unida tenha sido dissolvida depois de dois anos, os princípios da lei da consagração e do cuidado com os pobres e necessitados são características permanentes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Quando os santos se esforçam para ser “unos de coração e vontade”, podem habitar em retidão e “não [ter] pobres entre eles” (Moisés 7:18).

Doutrina e Convênios 78:5–7. Preparar-nos para ganhar um lugar no reino celestial

Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 78, o Senhor instrui os santos para “[serem] iguais em coisas terrenas” (D&C 78:6) vivendo os princípios da lei da consagração. Ser “iguais em coisas terrenas” não quer dizer que todos terão as mesmas posses terrenas, mas terão direito sobre as propriedades, de acordo com as diversas circunstâncias e necessidades deles (ver D&C 51:3; 82:17). O Senhor prometeu aos santos, que vivem de acordo com esse princípio, que Ele vai compartilhar tudo o que tem e que eles “[serão] iguais nos vínculos das coisas celestiais” (D&C 78:5).

Quando cuidamos dos pobres e necessitados, consagrando tudo o que temos para o Senhor, preparamo-nos para receber um lugar no mundo celestial. Se os santos dos últimos dias não repartem seu sustento com os pobres e aflitos, “não estão unidos segundo a união exigida pela lei do reino celestial” (D&C 105:3–4). O profeta Joseph Smith ensinou: “Deus reservou um tempo, ou um período determinado em Seu próprio seio, no qual reunirá em Seu descanso celestial todos os Seus súditos que obedeceram à Sua voz e guardaram Seus mandamentos. Esse descanso é de tamanha perfeição e glória que o homem precisa de uma preparação, de acordo com as leis desse reino, antes de poder entrar nele e desfrutar suas bênçãos. Assim sendo, Deus deu certas leis à humanidade, as quais, se forem cumpridas, são suficientes para preparar as pessoas para herdar esse descanso. Concluímos, portanto, que esse foi o propósito de Deus ao nos dar Suas leis” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 172). O Senhor prometeu que aqueles que são exaltados no reino celestial de Deus, tendo recebido de Sua plenitude e graça, serão feitos iguais em poder e em força e em domínio (ver D&C 76:95; 88:107).

Doutrina e Convênios 78:10. Satanás tenta nos afastar da verdade e nos cega

A Restauração do evangelho de Jesus Cristo possibilitou que cada indivíduo aprenda e obtenha verdades espirituais para que abandone o mal e o pecado, rejeitando o erro e o engano (ver D&C 6:11; 50:25; 66:1; 93:36–37, 42). O Senhor advertiu os santos que Satanás procurava “desviar da verdade o coração deles” (D&C 78:10). Quando os filhos de Deus obedecem aos mandamentos, recebem verdade (ver D&C 93:28), mas a perdem quando são desobedientes (ver D&C 93:39; 138:29). Aqueles que são desobedientes “se [tornam] cegos e não [compreendem] as coisas que para eles foram preparadas” (D&C 78:10).

O élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Tentar-nos para que nos concentremos no presente e ignoremos o futuro é uma das táticas sagazes de Satanás. Joseph Smith foi prevenido pelo Senhor, de que ‘Satanás procura desviar da verdade o coração deles, para que se tornem cegos e não compreendam as coisas que para eles foram preparadas’ (D&C 78:10). As ‘coisas que para eles foram preparadas’ são as promessas de vida eterna, resultantes da obediência. O diabo tenta nos privar da visão dessas recompensas. O presidente Heber J. Grant declarou que ‘se formos fiéis em observar os mandamentos de Deus, Suas promessas serão cumpridas literalmente. (…) O problema é que o adversário das almas dos homens lhes cega a mente. Ele joga poeira, por assim dizer, em seus olhos, e eles ficam cegos com as coisas deste mundo’ (Gospel Standards [Padrões do Evangelho], Salt Lake City: Improvement Era, 1942, pp. 44–45). Ele nos tenta com os prazeres transitórios do mundo para que não focalizemos a atenção e os esforços nas coisas que trazem alegria eterna. Satanás é um lutador sujo e devemos conhecer de perto suas táticas” (“A pureza precede o poder”, A Liahona, janeiro de 1991, pp. 39–40).

Doutrina e Convênios 78:11–12. “Organizai-vos por meio de um contrato ou convênio eterno”

O profeta Joseph Smith, Newel K. Whitney, Sidney Rigdon e outros viajaram para o Missouri, em abril de 1832, para se reunir com outros líderes da Igreja e organizar formalmente a Firma Unida, com armazéns em Independence, Missouri, e em Kirtland, Ohio. William W. Phelps e Sidney Gilbert foram designados a preparar “um contrato [acordo escrito] ou convênio eterno” para a firma (D&C 78:11). Por esse convênio, esses líderes da Igreja fizeram um acordo de consagrar suas propriedades para a Firma Unida e de juntos serem responsáveis pelos débitos dela. O Senhor os advertiu de que aquele que quebrar esse convênio perderá seu cargo e ficará vulnerável à influência de Satanás (ver D&C 78:12).

Doutrina e Convênios 78:13–14. “Para que a Igreja permaneça independente”

Foi prometido aos membros da Firma Unida que a observância da lei da consagração do Senhor criaria os recursos materiais que possibilitariam à Igreja ser financeiramente independente e cumprir seus divinos propósitos. A diretriz do Senhor de que Sua Igreja seja independente com os recursos que tem não significa que os santos devam se isolar das outras pessoas no trabalho de fazer o bem no mundo. Hoje em dia, a Igreja trabalha com frequência com outras igrejas e organizações nos esforços de ajuda humanitária a fim de prestar assistência às pessoas em necessidade em todo o mundo.O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou:

“O Senhor instruiu os líderes de Sua Igreja restaurada a estabelecerem e manterem a integridade institucional: ‘[Que] a igreja permaneça independente’ (D&C 78:14).

Entretanto, seus membros são encorajados a se unirem a cidadãos de pensamentos semelhantes e fazerem o bem. Somos gratos pelos muitos exemplos de serviço heroico prestado por ocasião de terremotos, enchentes, furacões ou outros desastres. Tais esforços conjuntos para ajudar o próximo em momentos de aflição ultrapassam quaisquer barreiras impostas pela religião, raça ou cultura. Esses feitos generosos constituem o amor dos santos dos últimos dias em ação!

O auxílio humanitário prestado pelos membros desta Igreja é de grande alcance, multinacional e, geralmente, não se torna público” (“Ensinai-nos tolerância e amor”, A Liahona, julho de 1994, p. 78).

Doutrina e Convênios 78:15–16. Adão-ondi-Amã

O profeta Joseph Smith identificou o norte do Missouri como o local de Adão-ondi-Amã, o lugar onde Adão e Eva viveram depois de serem expulsos do Jardim do Éden (ver D&C 116; ver também o comentário sobre Doutrina e Convênios 116 neste manual). De acordo com o profeta, a palavra Amã é o nome de Deus na pura linguagem de Adão, e “Filho Amã” é o nome do Filho de Deus, Jesus Cristo (ver The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 2: July 1831–January 1833 [Documentos de Joseph Smith, Documentos, Volume 2: Julho de 1831–Janeiro de 1833], ed. por Matthew C. Godfrey e outros, 2013, pp. 213–215; ver também D&C 95:17). Adão-ondi-Amã foi o cenário de um conselho sagrado realizado com a posterioridade digna de Adão (ver D&C 107:53–57; ver também o comentário de Doutrina e Convênios 107 neste manual). Esse lugar será também o local onde o Senhor, Adão e sua posteridade digna se reunirão futuramente antes da Segunda Vinda do Salvador (ver Daniel 7:9–10, 13–14; D&C 27:5–14116).

A revelação original, recebida em março de 1832, não incluía as informações sobre Adam-ondi-Amã e Miguel. Essas adições inspiradas foram feitas no verão de 1835, enquanto Doutrina e Convênios estava sendo preparada para publicação. As mudanças feitas na revelação registrada em Doutrina e Convênios 78 incluíam a adição da frase “que estabeleceu os alicerces de Adão-ondi-Amã” no versículo 15, todo o versículo 16 e o título “Filho Amã” no versículo 20 (ver Alexander L. Baugh, “The History and Doctrine of the Adam-ondi-Ahman Revelation (D&C 116)” [História e doutrina da revelação sobre Adão-ondi-Amã (D&C 116)], em Foundations of the Restoration: Fulfillment of the Covenant Purposes [Fundamentos da Restauração: Cumprimento dos Propósitos dos Convênios], ed. por Craig J. Ostler, Michael Hubbard MacKay e Barbara E. Morgan, 2016, pp. 165–166).

Essas adições esclarecem que Miguel (Adão) portará “as chaves da salvação, sob o conselho e a orientação do Santo [Jesus Cristo]” (D&C 78:16). O profeta Joseph Smith ensinou: “O sacerdócio foi dado em primeiro lugar a Adão; ele recebeu a Primeira Presidência e possuía suas chaves de geração em geração. Ele a recebeu na Criação, antes de o mundo ser formado. (…) Foi-lhe dado domínio sobre todas as outras criaturas vivas. Ele é Miguel, o Arcanjo mencionado nas escrituras” (Ensinamentos: Joseph Smithp. 109). Posteriormente, o profeta explicou que, onde quer que o evangelho de Jesus Cristo seja revelado, as chaves do sacerdócio “precisam ser trazidas do céu”, e “quando são reveladas do céu, isso acontece pela autoridade de Adão” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 109).

Doutrina e Convênios 78:17–22. “E aquele que receber todas as coisas com gratidão”

O Senhor compara os santos a criancinhas na compreensão das grandes bênçãos que o Pai Celestial tem reservadas para eles. Ele Se refere a essas bênçãos como “as riquezas da eternidade” (D&C 78:18). Tais riquezas incluem um corpo ressurreto e glorificado, uma herança celestial no reino de Deus, famílias eternas e exaltação. É difícil para a mente humana compreender essas bênçãos gloriosas. Por essa razão, o apóstolo Paulo escreveu aos santos de Corinto: “As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1 Coríntios 2:9).

O Senhor oferece “todas as coisas” para aqueles que são fiéis e vivem os princípios da lei da consagração (D&C 78:22) e Ele promete glória aos que recebem “todas as coisas com gratidão” (D&C 78:19). Uma maneira como podemos receber todas as coisas é desenvolvendo uma atitude de gratidão.O presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, ensinou:

“Sugiro que vejamos a gratidão como uma disposição, um modo de vida que independe de nossa situação atual. Em outras palavras, estou sugerindo que, em vez de sermos ‘gratos por coisas’, devemos concentrar-nos em ser ‘gratos em nossas circunstâncias’ — sejam elas quais forem. (…)

Esse tipo de gratidão transcende tudo o que esteja acontecendo a nosso redor. Sobrepuja o desânimo, a frustração e o desespero. Floresce lindamente tanto na gelada paisagem de inverno quanto no agradável calor do verão” (“Gratos em quaisquer circunstâncias”, A Liahona, maio de 2014, pp. 75–76).

Doutrina e Convênios 79–80: Contexto histórico adicional

Nas revelações registradas em Doutrina e Convênios 7980, três pessoas são chamadas para pregar o evangelho: Jared Carter, Stephen Burnett e Eden Smith. Jared Carter foi batizado em Colesville, Nova York e se mudou para Ohio com os santos de Colesville. No outono de 1831, ele saiu para a missão no leste, pregando o evangelho em Ohio, Pensilvânia, Nova York e Vermont. Depois de proclamar o evangelho por cinco meses, ele voltou para casa em Ohio. Algumas semanas mais tarde, reuniu-se com o profeta Joseph Smith para perguntar sobre sua próxima missão. Em 12 de março de 1832, Joseph Smith ditou a revelação registrada em Doutrina e Convênios 79.

Stephen Burnett se filiou à Igreja em novembro de 1830, aos 16 anos, em Warrensville, Ohio. No ano seguinte, foi ordenado sumo sacerdote por Oliver Cowdery. Em uma revelação de janeiro de 1832, ele foi chamado para servir missão com Ruggles Eames (ver D&C 75:35). Não se sabe se ele cumpriu esse chamado. Dois meses depois, em 7 de março de 1832, o profeta recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 80, chamando Stephen Burnett para pregar o evangelho com Eden Smith. No entanto, quando Eden Smith adoeceu, Stephen Burnett cumpriu a missão com John Smith, o pai de Eden. (Este John Smith não é o tio do profeta Joseph Smith.)

Doutrina e Convênios 79–80

O Senhor chama Jared Carter, Stephen Burnett e Eden Smith para servir missão

Doutrina e Convênios 79:1–3. “O poder da ordenação com o qual foi ordenado”

O Senhor admoestou Jared Carter para servir seu chamado missionário “[no] poder da ordenação com o qual [ele] foi ordenado” (D&C 79:1). Os que são chamados para pregar o evangelho são designados e recebem autoridade para pregá-lo e ajudar outras pessoas a vir a Jesus Cristo.A irmã Julie B. Beck, ex-presidente geral da Sociedade de Socorro, ensinou: “Todo élder e síster que recebe um chamado missionário é designado para fazer a obra do Senhor e recebe autoridade para pregar o evangelho de Jesus Cristo” (“Uma torrente de bênçãos”, A Liahona, maio de 2006, p. 12).

rapaz sendo ordenado a um ofício no sacerdócio

A ordenação do sacerdócio trouxe o poder de Deus para abençoar outros por meio do serviço digno (ver D&C 79:1).

Tendo recebido essa autoridade, Jared Carter partiu para a missão em 25 de abril de 1832. A missão teve a duração de seis meses e dois dias; ele registrou o seguinte a respeito dela: “O Senhor me permitiu ministrar o evangelho a 79 almas e a muitos outros que, por meu intermédio, foram convencidos desta gloriosa obra” (Journal of Jared Carter [Diário de Jared Carter], datilografado, p. 20, Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City). Entre os que ele ajudou a se converter ao evangelho restaurado estavam John e Elizabeth Tanner. John Tanner era um homem de negócios muito rico, cujas pernas tinham sido atingidas por feridas. Jared Carter relatou o seguinte a respeito da cura de John Tanner: “O Senhor teve misericórdia de um homem coxo chamado Tanner; ele estava tão afligido pela doença que não conseguia apoiar seu peso em um de seus pés. Ele estava aleijado por muitos meses, mas ficamos sabendo que ele acreditava no Livro de Mórmon. Pedi-lhe que se esforçasse para andar em nome de Cristo, [e] ele concordou. Então, segurei sua mão e ordenei, em nome de Cristo, que ele andasse e, pelo poder de Cristo, ele conseguiu andar” (Journal of Jared Carter [Diário de Jared Carter], p. 19). Depois de sua conversão, John Tanner se mudou para Ohio e doou milhares de dólares para pagar as dívidas do terreno do Templo de Kirtland e para financiar sua construção. Essa foi a resposta às orações do profeta Joseph Smith e de outros líderes da Igreja.