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Capítulo 36: Doutrina e Convênios 93


“Capítulo 36: Doutrina e Convênios 93”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno, 2017

“Capítulo 36”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno

Capítulo 36

Doutrina e Convênios 93

Introdução e cronologia

Em 6 de maio de 1833, o profeta Joseph Smith recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 93. Nessa revelação o Salvador ensinou aos santos como adorar e “[vir] ao Pai em meu nome, e (…) [receber] de sua plenitude” (D&C 93:19). Ele também ensinou como podemos receber luz e verdade e instruiu o profeta e outros líderes da Igreja a “pôr em ordem” a própria casa, para que as famílias pudessem ser fortalecidas e protegidas (ver D&C 93:43–50).

2 de fevereiro de 1833Joseph Smith termina a tradução do Novo Testamento.

8 de março de 1833Joseph Smith continua sua tradução do Velho Testamento.

Abril de 1833A Escola dos Profetas em Kirtland, Ohio, entra em recesso de verão.

4 de maio de 1833Um comitê é selecionado para arrecadar dinheiro para a construção de um edifício para a Escola dos Profetas em Kirtland, Ohio.

6 de maio de 1833Doutrina e Convênios 93 é recebida.

Doutrina e Convênios 93: Informações históricas adicionais

Em uma revelação recebida no final de dezembro de 1832, o Senhor ordenou que os santos estabelecessem “uma casa de aprendizado” e “uma casa de Deus” (D&C 88:119). Mais tarde, em janeiro de 1833, o profeta Joseph Smith escreveu a William W. Phelps em Independence, Missouri, contando-lhe sobre a revelação e dizendo: “O Senhor nos ordenou que edifiquemos uma casa de Deus em Kirtland, [e] estabeleçamos uma escola para os profetas” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 2, julho de 1831–janeiro de 1833, ed. Matthew C. Godfrey e outros, 2013, p. 367). Logo em seguida, agindo sob a orientação do Senhor, os membros da Escola dos Profetas começaram a se reunir em uma pequena sala no segundo andar da loja de Newel K. Whitney. As reuniões continuaram até entrarem em recesso para o verão, em abril de 1833.

Em 4 de maio de 1833, um grupo de sumo sacerdotes se reuniu para debater a construção de um edifício onde pudessem realizar futuras reuniões da Escola dos Profetas. Um comitê composto por três homens — Hyrum Smith, Jared Carter e Reynolds Cahoon — foi designado para levantar os fundos necessários para a construção desse edifício. (Ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, ed. Gerrit J. Dirkmaat e outros, 2014, p. 82.) O comitê enviou uma carta aos santos, pedindo-lhes que contribuíssem com a construção, declarando que o propósito do edifício era “estabelecer uma casa e preparar todas as coisas necessárias pelas quais os élderes possam se reunir em uma escola chamada a escola dos profetas, e receber a instrução que o Senhor planeja para eles” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1824,p. 82). Mais tarde o Senhor esclareceu que esse edifício também seria uma casa de adoração (ver D&C 95:8–17).

Dois dias após o grupo de sumos sacerdotes se reunir, em 6 de maio de 1833, o profeta Joseph Smith recebeu uma importante revelação sobre a natureza de Deus, do homem e o destino eterno dos filhos de Deus. Embora não se saiba por que o Senhor deu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 93 especificamente naquela ocasião, é interessante notar que assim como os santos estavam se preparando para construir um templo onde adorar ao Senhor e um edifício onde a Escola dos Profetas pudesse receber instruções, o Senhor deu uma revelação comparando o corpo humano ao “tabernáculo de Deus” ou um “templo” (D&C 93:35) e enfatizou a necessidade de os filhos de Deus receberem verdade e luz (ver D&C 93:28, 31–32, 42, 53). A revelação também contém instruções específicas para Joseph Smith, Sidney Rigdon e Frederick G. Williams, que eram membros da Primeira Presidência, e para o bispo Newel K. Whitney.

Mapa 7: Kirtland, Ohio, 1830–1838

Doutrina e Convênios 93:1–20

O Senhor ensina como podemos conhecê-Lo e obter a plenitude da glória

Doutrina e Convênios 93:1–3. “Verá a minha face e saberá que eu sou”

O Senhor introduz a revelação registrada em Doutrina e Convênios 93 com uma gloriosa promessa que dá ênfase ao propósito de Seu evangelho e ao grande plano de salvação. Falando sobre toda alma fiel que se arrepende de seus pecados, achega-se a Ele, clama por Ele e obedece a Seus mandamentos, o Senhor declara que essa alma “verá a minha face e saberá que eu sou” (D&C 93:1).

Na antiguidade, o Senhor ordenou a Moisés que levasse os filhos de Israel ao Sinai após a libertação do Egito e preparasse o povo para estar com Ele (ver Êxodo 19:1–17). Infelizmente, o povo se rebelou e devido ao pecado, o Senhor declarou que eles não veriam Sua face (ver Tradução de Joseph Smith, Êxodo 33:20 [No Guia para Estudo das Escrituras])

Nestes últimos dias o Senhor renovou Sua promessa a Seu povo, de que veriam Sua face, que O conheceriam e “[receberiam] de sua plenitude” (D&C 93:20). A revelação moderna ensina que ver a Deus é uma bênção concedida de acordo com Sua vontade e em Seu próprio tempo (ver D&C 88:68; 130:3) e é dada apenas àqueles que vencem o homem natural, recebem as ordenanças do sacerdócio de Melquisedeque e vêm a Jesus Cristo (ver Mosias 3:19; D&C 67:10–13; 84:21–23; 93:1). Para muitos, a promessa de ver a face de Deus pode ser cumprida quando Jesus Cristo voltar à Terra na Segunda Vinda (ver D&C 29:11; 35:21; 38:8; 45:44; 101:23). Quando os justos recebem a bênção de ver o Senhor, eles passam a saber com certeza que Ele vive (ver D&C 93:1), que Ele é “a verdadeira luz” (D&C 93:2) e que “o Pai e [Jesus Cristo são] um” (D&C 93:3).

O presidente Spencer W. Kimball (1895–1985) ensinou: “Aprendi que onde há um coração piedoso, fome de retidão, abandono dos pecados e obediência aos mandamentos de Deus, o Senhor derrama mais luz, até que, por fim, haja poder de se atravessar o véu celeste e de se obter conhecimento maior do que o saber do homem. Uma pessoa com tal retidão tem a inestimável promessa de que, um dia, verá a face do Senhor e saberá que Ele é (ver D&C 93:1” (“Dai vossa lealdade ao Senhor”, A Liahona, novembro de 1980, p. 3).

Doutrina e Convênios 93:3–5. “O Pai e eu somos um”

Na Primeira Visão, Joseph Smith viu que o Pai e Jesus Cristo são dois personagens distintos (ver Joseph Smith—História 1:17). Sua natureza distinta é esclarecida em Doutrina e Convênios 130:22: “O Pai tem um corpo de carne e ossos tão tangível como o do homem; o Filho também” (ver também Regras de Fé 1:1). Entretanto, essas revelações também ilustram a união e a unidade que existe entre Deus o Pai; Seu Filho, Jesus Cristo; e o Espírito Santo (ver D&C 20:28; 93:3).

O élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “O Pai e o Filho são um. Eles possuem a mesma natureza, perfeição e atributos. Têm os mesmos pensamentos, pronunciam as mesmas palavras, praticam os mesmos atos, têm os mesmos desejos e realizam as mesmas obras. Possuem o mesmo poder, têm a mesma mente, conhecem as mesmas verdades, vivem na mesma luz e glória. Conhecer um é conhecer o outro; ver um é ver o outro; ouvir a voz de um é ouvir a voz do outro. A união Deles é perfeita” (The Promised Messiah: The First Coming of Christ [O Messias prometido: A primeira vinda de Cristo], 1978, p. 9).

Cada um dos filhos de Deus que escolhe crer em Jesus Cristo e vencer o mundo também pode se tornar “um” com o Pai e o Filho (ver D&C 35:2; 50:40–43; ver também João 17:20–23; 3 Néfi 11:27, 31–36; 19:20–23).

Doutrina e Convênios 93:6–18. O que é o “testemunho de João”?

O evangelho de João no Novo Testamento foi escrito por João, o Amado, um dos antigos apóstolos de Jesus Cristo. No primeiro capítulo de seus escritos, o apóstolo João incluiu uma parte de um registro escrito por João Batista (ver João 1:6–34). Conforme registrado em Doutrina e Convênios 93, o Senhor revelou ao profeta Joseph Smith uma parte dos escritos de João Batista e prometeu que “a plenitude do testemunho de João” um dia seria revelada (D&C 93:18; ver também D&C 93:6). As referências para “João” em Doutrina e Convênios 93 falam de João Batista.

O élder Bruce R. McConkie explicou:

“João Batista [estava] destinado a escrever (…) o evangelho do Senhor, de Quem ele é testemunha, mas seu relato, talvez por conter princípios e conceitos dos quais os santos e o mundo ainda não estão preparados para receber, ainda não foi dado ao homem. Em 6 de maio de 1833, entretanto, o Senhor revelou a Joseph Smith 11 versículos dos escritos de João Batista, e prometeu que ‘a plenitude do testemunho de João’ seria revelada quando a fé dos homens lhes desse o direito de recebê-la (D&C 93:6–18).

(…) João, o apóstolo, tinha diante dele os escritos de João Batista quando escreveu seu evangelho” (The Mortal Mesiah: From Bethlehem to Calvary [O Messias Mortal: De Belém ao Calvário], 1979, vol. 1, pp. 426–427).

Doutrina e Convênios 93:8. “No princípio era o Verbo, (…) sim, o mensageiro da salvação”

Na antiguidade, o apóstolo João testificou que “no princípio era o Verbo” (João 1:1), e então, ele identificou “o Verbo” como Jesus Cristo, que “se fez carne, e habitou entre nós” (João 1:14). O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que esse título para Jesus Cristo significa: “Na língua grega do Novo Testamento, o termo usado era Logos, ou ‘expressão’. Trata-se de outro nome para o Mestre. Essa terminologia, apesar de parecer estranha, é adequada. Usamos verbos para exprimir nossas ideias. Assim, Jesus era o Verbo, ou a expressão, de Seu Pai para o mundo” (“Jesus, o Cristo: Nosso Mestre e muito mais”, A Liahona, abril de 2000, p. 4).

Conforme revelado ao profeta Joseph Smith, João Batista testificou que Jesus Cristo é o “Unigênito do Pai” (D&C 93:11) e “a luz e o Redentor do mundo” (D&C 93:9). O presidente Russell M. Nelson testificou da importância dessas verdades:

“Antes da fundação da Terra, o plano de salvação já estava pronto. Nele estava incluída a gloriosa possibilidade de termos um legado divino no reino de Deus.

O ponto central desse plano era a Expiação de Jesus Cristo. Nos conselhos pré-mortais, Ele foi preordenado pelo Pai para expiar nossos pecados e romper as cadeias da morte física e espiritual. Jesus declarou: ‘[Fui] preparado desde a fundação do mundo para redimir meu povo. (…) Em mim toda a humanidade terá vida e tê-la-á eternamente, sim, aqueles que crerem em meu nome’ (Éter 3:14)” (“Que firme [é o nosso] alicerce”, A Liahona, julho de 2002, p. 83).

Doutrina e Convênios 93:11–17. O Salvador “continuou de graça em graça, até receber a plenitude”

representação de Jesus ainda menino no templo

Jesus Cristo “no princípio (…) não recebeu da plenitude, mas recebeu graça por graça” (D&C 93:12–14).

Conforme registrado em Doutrina e Convênios 93:16–17, João Batista testificou que Jesus Cristo “recebeu a plenitude da glória do Pai”, ou “todo o poder, tanto nos céus como na Terra; e a glória do Pai estava com ele, porque ele habitava nele”. O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) testificou: “O Salvador não tinha a plenitude a princípio, mas, após ter recebido um corpo e a ressurreição, recebeu todo o poder, tanto nos céus quanto na Terra” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Fielding Smith, 2013, p. 328). No mundo pré-mortal, Jesus Cristo era o Grande Jeová, que tinha todo o poder e representou o Pai como o Criador de todas as coisas. Entretanto, quando Jesus nasceu na Terra, “no princípio ele não recebeu da plenitude” (ver D&C 93:12–14; ver também Filipenses 2:5–7).

O presidente Lorenzo Snow (1814–1901) explicou: “Quando Jesus estava na manjedoura, como um bebê indefeso, Ele não sabia que era o Filho de Deus e que anteriormente criara a Terra. Quando o decreto de Herodes foi emitido, Jesus disso nada sabia, Ele não era capaz de salvar a Si mesmo, e [José e Maria] tiveram que levá-Lo [em fuga] para o Egito para protegê-Lo dos efeitos do decreto. (…) Ele cresceu até a maturidade e, nesse processo, foi-Lhe revelado quem Ele era e por que viera ao mundo. Foram-Lhe revelados a glória e o poder que tinha antes de vir ao mundo” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Lorenzo Snow, 2012, p.  282).

representação da fuga para o Egito

José e Maria protegeram o menino Jesus e O levaram para o Egito, até Ele ter poder para proteger a Si mesmo.

O presidente Joseph Fielding Smith ensinou:

“Nosso Salvador era um Deus antes de nascer neste mundo, e quando veio para cá, trouxe consigo essa condição divina. Quando nasceu neste mundo, continuou sendo o mesmo Deus que era antes; mas, no que concerne a esta vida, aparentemente teve que começar como todas as outras crianças, ganhando conhecimento linha sobre linha. (…)

 Jesus indubitavelmente veio ao mundo sujeito às mesmas condições que cada um de nós: esqueceu-Se de tudo e teve que crescer de graça em graça” (Ensinamentos: Joseph Fielding Smith, pp. 327–328).

O termo graça refere-se ao “auxílio ou força divina [que vem] pela misericórdia e o amor de Deus” (Guia para Estudo das Escrituras, “Graça”, scriptures.LDS.org). Na mortalidade, Jesus Cristo teve que aprender e crescer “linha sobre linha”. Ele buscou a graça do Pai Celestial, ou auxílio e força divina, diariamente, e obteve maior conhecimento e poder até receber a plenitude da glória de Seu Pai.

representação de Jesus sendo batizado

O Espírito Santo desceu sobre Jesus Cristo quando Ele foi batizado e uma voz do céu declarou: “Este é meu Filho Amado” (D&C 93:15).

Doutrina e Convênios 93:19–20. O Senhor nos convida a nos tornarmos como Ele e o Pai

O Senhor revelou que aqueles que herdarem a glória celestial receberão da “plenitude [de Deus] e de sua graça” (D&C 76:94). Essa “plenitude” é a promessa de vida eterna — para entrar na presença de Deus e se tornar como o Pai e o Filho (ver D&C 76:53–62). O Senhor explicou por que Ele revelou os ensinamentos de João Batista com respeito a Ele:

“E dou-vos estas palavras, para compreenderdes e saberdes como adorar e saberdes o que adorais, para que venhais ao Pai em meu nome e, no devido tempo, recebais de sua plenitude.

Porque, se guardardes meus mandamentos, recebereis de sua plenitude e sereis glorificados em mim como eu o sou no Pai” (D&C 93:19–20).

Em 7 de abril de 1844, o profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou o seguinte aos santos em Nauvoo:

“Esta é, portanto, a vida eterna: Conhecer o único Deus sábio e verdadeiro; e vocês terão que aprender como se tornar deuses, (…) passando de um pequeno degrau para outro, de uma capacidade menor para outra maior; de graça em graça, (…) até que alcancem a ressurreição dos mortos e sejam capazes de habitar em fulgores eternos e de assentar-se em glória, como aqueles que estão entronizados em poder eterno. (…)

 [Os justos que morreram] ressuscitarão para habitar nos fulgores eternos em glória imortal, para nunca mais sofrer, padecer ou morrer, mas serão herdeiros de Deus e coerdeiros com Jesus Cristo. O que é isso? Para herdar o mesmo poder, a mesma glória e a mesma exaltação, até que cheguem à condição de um deus e ascendam ao trono de poder eterno, assim como fizeram os que nos precederam” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, pp. 231–232).

Doutrina e Convênios 93:21–39

O Senhor instrui os santos sobre como receber verdade e luz

Doutrina e Convênios 93:21–22. “A igreja do Primogênito”

Jesus Cristo é o Primogênito de todos os filhos espirituais do Pai Celestial. E como tal, Ele é o “herdeiro” de tudo que o Pai tem (Hebreus 1:2). No entanto, Ele quer que todos os filhos do Pai Celestial compartilhem dessa herança. Ao receber e obedecer às ordenanças e aos convênios do evangelho de Jesus Cristo, nós nos tornamos “co-herdeiros com Cristo” (Romanos 8:17) e somos contados com “a igreja do Primogênito” na eternidade (D&C 93:22; ver também D&C 76:51–54). Desta maneira também podemos receber tudo o que o Pai possui (ver D&C 76:55; 84:37–38).

Doutrina e Convênios 93:21–28. “Eu sou o Espírito da verdade”

Para Seus discípulos em Jerusalém, Jesus Cristo declarou: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida” (João 14:6). Em nossos dias o Senhor testificou que Ele é “o Espírito da verdade” porque Ele “recebeu a plenitude da verdade, sim, de toda verdade” (D&C 93:26). Nas primeiras revelações registradas em Doutrina e Convênios, o Espírito de Cristo é identificado como a fonte de toda verdade e luz (ver D&C 84:45–46; 88:6–13). Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 93, o Senhor explicou que nós também podemos crescer em verdade e luz guardando os mandamentos até “[sermos glorificados] na verdade e conhecer todas as coisas” (D&C 93:28; ver também D&C 50:24). Esse é um exemplo de como Jesus Cristo torna possível para Seus seguidores se tornarem como Ele.

O profeta Joseph Smith ensinou por que devemos buscar obter verdade e luz: “Cremos que Deus criou o homem mentalmente capaz de aprender e com uma capacidade que pode ser ampliada em proporção à atenção e ao cuidado dedicados à luz transmitida do céu ao intelecto; e que, quanto mais o homem se aproxima da perfeição, mais claros se tornam os seus pensamentos e maior é a sua alegria, até conseguir superar todas as coisas ruins da vida e perder toda a vontade de pecar; e, como os antigos, até sua fé chegar ao ponto em que seja envolto pelo poder e glória de seu Criador e arrebatado para morar com Ele. Contudo, acreditamos que esse é um estado que ninguém jamais alcançou de repente” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p.220).

Doutrina e Convênios 93:29. “A inteligência, (…) não foi criada nem feita”

O termo inteligência pode ser usado para descrever o “elemento espiritual que existia antes de sermos gerados como filhos espirituais” (Guia para Estudo das Escrituras, “Inteligência(s)” ,scriptures.LDS.org). Entretanto, o Senhor revelou pouquíssimos detalhes com respeito à natureza das inteligências.O presidente Joseph Fielding Smith ensinou:

“Alguns de nossos escritores se empenharam em explicar o que é uma inteligência, mas isso é algo inútil, pois nunca tivemos um vislumbre sobre esse assunto além do que o Senhor revelou apenas em parte. Sabemos, entretanto, que há algo chamado inteligência, que sempre existiu. É a verdadeira parte eterna do homem, que não foi criada ou feita. Essa inteligência combinada com o Espírito constitui uma identidade espiritual ou individual.

O espírito do homem, então, é uma combinação da inteligência e do espírito que é uma entidade de Deus” (The Progress of Man [O progresso do homem], 1936, p. 11).

O profeta Joseph Smith ensinou o seguinte com respeito a natureza da inteligência:

“Tenho outro assunto a abordar, cujo propósito é a exaltação do homem. (…) Está relacionado com o assunto da ressurreição dos mortos — ou seja, a alma — a mente do homem — o espírito imortal. De onde veio? Todos os homens instruídos e doutores em teologia dizem que Deus o criou no princípio; mas não é verdade: A própria ideia rebaixa o homem, em minha opinião. Não creio na doutrina; sei que está errada. Ouçam, todos os confins do mundo, porque Deus assim me disse; e se não acreditarem em mim, isso de nada afetará a verdade. (…)

Estou falando da imortalidade do espírito do homem. Seria lógico dizer que a inteligência dos espíritos é imortal, mas que ela teve um princípio? A inteligência dos espíritos não teve princípio, tampouco terá fim. (…)

A inteligência é eterna e baseia-se em um princípio autoexistente. É um espírito de era em era, e não houve uma criação envolvida, (…)

Os primeiros princípios do homem são autoexistentes com Deus. O próprio Deus, vendo que estava em meio a espíritos e glória, porque era mais inteligente, considerou adequado instituir leis por meio das quais eles poderiam ter o privilégio de progredir como Ele próprio. O relacionamento que temos com Deus nos coloca em condições de avançar em conhecimento. Ele tem poder para instituir leis para instruir as inteligências mais fracas, para que possam ser exaltadas com Ele mesmo, de modo a terem glória sobre glória e todo o conhecimento, poder, glória e inteligência exigidos para salvá-las no mundo espiritual” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 218–219).

O presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, explicou a relação entre inteligência eterna e nossas identidades como filhos espirituais de Deus: “Os espíritos dos homens ‘são filhos e filhas geradas para Deus’ (D&C 76:24). Através desse processo de nascimento, a inteligência autoexistente foi organizada em seres espirituais individuais” (“O valor das almas”, A Liahona, abril de 1979, p. 19).

Doutrina e Convênios 93:30–32. A decisão de agir

A guerra pré-mortal no céu ocorreu quando Satanás se rebelou contra Deus “e [procurou] destruir o arbítrio do homem” (Moisés 4:3) e aqueles que seguiram Satanás usaram seu arbítrio para escolher o mal e se rebelaram contra Deus (ver D&C 29:36). Aqui na Terra nós temos o arbítrio para agir por nós mesmos (ver D&C 58:26–29). Sem o arbítrio e a capacidade de agir, “não há existência” (D&C 93:30; ver também 2 Néfi 2:11–13).

Deus provê verdade e luz para ajudar Seus filhos a se tornarem conscientes das alternativas. Aqueles que escolheram não receber a luz de Deus “[estão] sob condenação” (D&C 93:32) — mesmo quando rejeitam a luz de Deus acreditando que isso os fará mais felizes. O élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, observou: “Muitos erraram, pensando que liberdade incluía a liberdade para obedecer ou não obedecer às leis eternas e, erroneamente, que isso incluía a liberdade para alterar essas leis. Não é assim. Em última análise, a liberdade envolve escolher entre alternativas eternas, mas sem poder alterar essas alternativas. Podemos escolher entre iniquidade e felicidade, mas não iniquidade com felicidade” (“Insights from My Life” [Momentos da minha vida], devocional da Universidade Brigham Young, 26 de outubro de 1976, p. 7, speeches.byu.edu).

Doutrina e Convênios 93:33–35. “Espírito e elemento, inseparavelmente ligados, recebem a plenitude da alegria”

O Senhor ensinou que, no fim, o corpo do espírito e o corpo físico estarão “inseparavelmente ligados”, o que proporcionará “a plenitude da alegria” (D&C 93:33; ver também D&C 138:16–17). O presidente Joseph F. Smith (1838–1918) ensinou: “Somos chamados de seres mortais porque temos em nós a semente da morte, mas na realidade somos seres imortais, porque também temos em nós a semente de vida eterna. O homem é um ser de natureza dupla, composto do espírito, que dá vida, força, inteligência e capacidade ao homem, e do corpo, que é o tabernáculo do espírito. (…) Os dois combinados constituem a alma” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, 1998, p. 88). A única maneira de recebermos a plenitude da alegria como o Salvador tem é por nosso “espírito e elemento” estarem “inseparavelmente ligados” (D&C 93:33).

Por termos sido criados à imagem de Deus e recebermos vida por meio do Espírito de Cristo, nossos corpos são chamados de “tabernáculo[s] de Deus” ou “templos” (D&C 93:35; ver também 1 Coríntios 6:19–20; D&C 88:12–13; Moisés 2:26–27).

O élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, lembrou-nos da importância de nosso corpo físico:

“Como o corpo físico é uma parte essencial do plano de felicidade estabelecido pelo Pai e de nosso desenvolvimento espiritual, não deve nos surpreender que Lúcifer procure frustrar nosso progresso nos tentando para que usemos nosso corpo de maneira inadequada. (…)

Nosso corpo físico é verdadeiramente um templo de Deus. Portanto, todos nós precisamos ter muito cuidado com o que deixamos entrar em nosso templo, o que colocamos sobre nosso templo, o que fazemos a nosso templo e o que fazemos com o nosso templo. E podemos aprender diversas lições importantes quando comparamos os templos da Igreja ao nosso corpo físico como um templo” (“Ye Are the Temple of God” [Sois o templo de Deus], Ensign, setembro de 2001, p. 18).

Doutrina e Convênios 93:36. “A glória de Deus é inteligência”

O Senhor ensinou aos santos que “a glória de Deus é inteligência ou, em outras palavras, luz e verdade” (D&C 93:36). Essa inteligência não é apenas conhecimento, mas a sabedoria para usar o conhecimento de maneira justa, de acordo com o plano de Deus (ver D&C 130:18–19). O presidente Joseph F. Smith ensinou:

“Se vocês amam a verdade, se aceitaram o evangelho em seu coração e o amam, sua inteligência será ampliada; seu entendimento da verdade será aumentado, tornando-se maior do que de qualquer outra forma. A verdade é a coisa, acima de todas as outras neste mundo, que torna o homem livre. (…) Se vocês aprenderem a verdade e andarem na luz da verdade, serão libertados dos erros dos homens (…) ; estarão acima de qualquer suspeita e de qualquer tipo de malefício. Deus irá aprová-los e abençoá-los. (…)

Não é suficiente aprender a verdade ou deixar de ser ignorante. Depois disso precisamos colocar em prática o entendimento e conhecimento que adquirirmos naqueles trabalhos e coisas necessários para nossa proteção e a proteção de nossos filhos, nossos semelhantes, nosso lar e nossa felicidade.

Procurem a verdade na palavra escrita; escutem e aceitem a verdade declarada pelos profetas vivos e professores; enriqueçam sua mente com o melhor conhecimento e os melhores fatos. O Senhor, em cujo nome declaro estas coisas, exige humildade, não ignorância. A inteligência é a glória de Deus; e ninguém pode ser salvo em ignorância (ver D&C 93:36; 131:6)” (Ensinamentos: Joseph F. Smith, pp.314, 318–319).

Doutrina e Convênios 93:37–39. “A luz e a verdade rejeitam o ser maligno”

Os filhos de Deus nascem no mundo “inocentes perante Deus”, pois são redimidos por Jesus Cristo das consequências resultantes da Queda de Adão e Eva (D&C 93:38). A Luz de Cristo é dada “a [toda pessoa] que vem ao mundo” (D&C 84:46). Os pais têm o dever de “[criar] [os] filhos em luz e verdade” (D&C 93:40). Entretanto, quando os filhos de Deus são desobedientes, “vem o ser maligno e tira a luz e a verdade” (D&C 93:39). O élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou das trevas que nos sobrevém quando não guardamos os mandamentos:

“A luz dissipa as trevas. Quando a luz está presente, as trevas são vencidas e têm que partir. Mais importante, as trevas não podem conquistar a luz a menos que ela seja reduzida ou se afaste. Quando a luz espiritual do Espírito Santo está presente, as trevas de Satanás se afastam.

Amados rapazes e moças da Igreja, estamos participando de uma batalha entre as forças da luz e das trevas. Se não fosse pela Luz de Jesus Cristo e Seu evangelho, estaríamos condenados à destruição. Mas o Salvador disse: ‘Eu sou a luz que vim ao mundo’ (João 12:46). ‘Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida’ (João 8:12). (…)

 Neste mundo as trevas nunca estão muito distantes. Na verdade, estão sempre bem mais próximas de nós, esperando a oportunidade para entrarem em nossa vida. ‘Se não procederes bem, o pecado jaz à porta’ (Gênesis 4:7).

Isso é tão previsível quanto qualquer lei física: Se deixarmos que a luz do Espírito falhe ou se apague por deixarmos de guardar os mandamentos, de tomar o sacramento, de orar ou de estudar as escrituras, as trevas do adversário certamente virão. ‘Vem o ser maligno e tira a luz e a verdade dos filhos dos homens pela desobediência’ (D&C 93:39)” ( “Sair da escuridão para Sua maravilhosa luz”, A Liahona, julho de 2002, p. 78).

Doutrina e Convênios 93:40–53

O Senhor ordena aos Seus servos que criem os filhos em luz e verdade

Doutrina e Convênios 93:40. “[Criai] vossos filhos em luz e verdade”

representação de Jesus e as crianças

O Senhor ordenou aos santos “que [criassem] [os] filhos em luz e verdade” (D&C 93:38–40).

Assim como Deus o Pai proporciona luz e verdade a Seus filhos, os pais são ordenados a “[criar] os filhos em luz e verdade” (D&C 93:40). O élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:

“Já ouvi alguns pais dizerem que não querem impor o evangelho a seus filhos, mas desejam que eles decidam por si mesmos sobre o que acreditarão e seguirão. Esses pais pensam que assim estarão permitindo que os filhos exerçam seu arbítrio. O que eles esquecem é que o exercício inteligente do arbítrio exige o conhecimento da verdade, das coisas como elas realmente são (ver D&C 93:24). Sem esse conhecimento, não se pode esperar que os jovens compreendam e avaliem as alternativas que se lhes apresentarem. Os pais devem levar em consideração a maneira como o adversário aborda seus filhos. O inimigo e seus seguidores não estão promovendo a objetividade, mas são vigorosos promotores multimídia do pecado e do egoísmo.

A tentativa de manter a neutralidade em relação ao evangelho é, na realidade, uma rejeição à existência de Deus e de Sua autoridade. Devemos, sim, reconhecer a Ele e Sua onisciência se quisermos que nossos filhos enxerguem com clareza as opções na vida e sejam capazes de pensar por si mesmos” (“Disciplina moral”, A Liahona, novembro de 2009, p. 107).

Ver também o comentário sobre Doutrina e Convênios 68:25–28 e sobre Doutrina e Convênios 68:25 neste manual.

Doutrina e Convênios 93:41–50. “Pôr em ordem tua própria casa”

Na conclusão da revelação registrada em Doutrina e Convênios 93, o Senhor repreendeu cada um dos membros da Primeira Presidência, bem como o bispo Newel K. Whitney sobre a maneira que eles estavam criando sua família. As instruções divinas dadas a esses líderes da Igreja são palavras importantes de conselho para todos os pais que buscam criar uma família em retidão (ver D&C 93:41–50). O élder Robert D. Hales ofereceu a seguinte orientação inspirada aos pais:

“A Primeira Presidência conclamou todos os pais a ‘empenharem-se ao máximo para ensinar e criar seus filhos nos princípios do evangelho, o que os manterá próximos da Igreja. O lar é o alicerce do viver reto, e nada mais pode tomar seu lugar ou desempenhar suas funções essenciais no cumprimento dessa responsabilidade dada por Deus.

(…) A Primeira Presidência ensinou que ao ensinar e educar os filhos nos princípios do evangelho, os pais protegem sua família de elementos destrutivos. Eles aconselharam os pais e os filhos a ‘dar a maior prioridade à oração familiar, à noite familiar, ao estudo e ensino do evangelho e às atividades familiares salutares. Por mais louváveis e adequados que sejam os outros afazeres ou atividades, não podemos permitir que tomem o lugar dos deveres determinados por Deus que somente os pais e a família podem desempenhar adequadamente’ (ver Carta da Primeira Presidência, 11 de fevereiro de 1999; citado no Church News, 27 de fevereiro de 1999, p. 3).

Com a ajuda do Senhor e de Sua doutrina, todos os efeitos prejudiciais advindos das dificuldades que as famílias encontram podem ser compreendidos e superados. Sejam quais forem as necessidades dos membros da família, podemos fortalecê-la à medida que seguimos os conselhos dados pelos profetas.

A chave para fortalecermos nossa família é termos o Espírito de Deus presente em nosso lar. Nossa meta em família deve ser a de estarmos no caminho estreito e apertado” (“Fortalecer as famílias: Nosso dever sagrado”, A Liahona, julho de 1999, pp. 37–38).

Em Seu conselho a Newel K. Whitney, o Senhor o incentivou a “pôr em ordem sua família; e fazer com que sejam mais diligentes e interessados em casa” (D&C 93:50). O élder David A. Bednar usou essa passagem para demonstrar como os pais podem criar um lar cheio do Espírito do Senhor:

“Podemos nos tornar mais diligentes e interessados no lar dizendo a nossos entes queridos que os amamos. Essa expressão de amor não precisa ser elaborada nem longa. Devemos simplesmente expressar nosso amor com sinceridade e com frequência. (…)

Também podemos nos tornar mais diligentes e interessados em casa prestando testemunho a nossos entes queridos das coisas que sabemos ser verdadeiras pela confirmação do Espírito Santo. O testemunho prestado não precisa ser longo nem eloquente. (…) Dentro de nossa própria casa podemos e devemos prestar um testemunho puro da divindade e realidade do Pai e do Filho, do grande plano de felicidade e da Restauração. (…)

Cada oração familiar, cada episódio de estudo das escrituras em família e cada noite familiar é uma pincelada na tela de nossa alma. (…) Nossa constância em fazer coisas aparentemente pequenas pode levar a resultados espirituais significativos. ‘Portanto não vos canseis de fazer o bem, porque estais lançando o alicerce de uma grande obra. E de pequenas coisas provém aquilo que é grande’ (D&C 64:33). A constância é um princípio-chave ao estabelecermos o alicerce de uma grande obra em nossa vida e ao nos tornarmos mais diligentes e interessados em nosso lar. (…)

Ao buscarmos a ajuda do Senhor e Sua força, podemos gradualmente reduzir a disparidade entre o que dizemos e o que fazemos, entre o amor que expressamos e nossa constante demonstração dele, e entre prestar testemunho e vivê-lo com firmeza. Podemos nos tornar mais diligentes e interessados no lar ao sermos mais fiéis em aprender, viver e amar o evangelho restaurado de Jesus Cristo” (“Mais diligentes e interessados em casa”, A Liahona, novembro de 2009, pp. 17–20).

Doutrina e Convênios 93:51–53. “Viagem rapidamente”

O Senhor instruiu Sidney Rigdon, o profeta Joseph Smith e Frederick G. Williams a “[viajar] rapidamente” e pregar o evangelho (ver D&C 93:51–52). O Senhor também orientou o profeta a “[se apressar] a traduzir as minhas escrituras” (D&C 93:53), referindo-se à tradução inspirada da Bíblia pelo profeta. Em demonstração ao desejo que esses homens tinham de serem obedientes ao conselho do Senhor, Joseph Smith e Sidney Rigdon terminaram a tradução da Bíblia em 2 de julho de 1832, apenas dois meses após a revelação ter sido dada (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 166).