“Capítulo 55: Doutrina e Convênios 137–138”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno, 2017
“Capítulo 55”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno
Capítulo 55
Doutrina e Convênios 137–138
Introdução e cronologia
Em 21 de janeiro de 1836, o profeta Joseph Smith e outros líderes da Igreja realizaram uma assembleia geral no Templo de Kirtland, que estava quase finalizado. Nessa ocasião, o profeta teve uma visão do reino celestial, na qual o Senhor explicou como iria julgar “os que morreram sem conhecimento deste evangelho” (D&C 137:7). Essa revelação se encontra em Doutrina e Convênios 137.
Em 3 de outubro de 1918, o presidente Joseph F. Smith recebeu a visão que se encontra em Doutrina e Convênios 138, que esclareceu a doutrina da salvação para os mortos. Nessa visão, o presidente Smith soube que, entre o momento da morte e o da Ressurreição do Salvador, Ele ministrou aos espíritos justos no paraíso, os quais estavam esperando a “redenção das ligaduras da morte” (D&C 138:16). O presidente Smith também testemunhou a organização do trabalho missionário no mundo espiritual.
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19 de novembro de 1823Alvin Smith falece em Palmyra, New York.
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Janeiro de 1836O Templo de Kirtland está quase concluído.
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21 de janeiro de 1836Doutrina e Convênios 137 é recebida.
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1918Uma pandemia de febre mata milhões de pessoas no mundo todo. Em novembro, termina a Primeira Guerra Mundial, na qual morrem mais de 17 milhões de pessoas.
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3 de outubro de 1918Doutrina e Convênios 138 é recebida.
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3 de abril de 1976Os membros da Igreja apoiam e aprovam a visão do profeta Joseph Smith concernente ao reino celestial e à visão do presidente Joseph F. Smith sobre a redenção dos mortos como parte das obras-padrão da Igreja. Elas são adicionadas à Pérola de Grande Valor.
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Junho de 1979A Primeira Presidência anuncia que a visão do reino celestial recebida por Joseph Smith (atualmente Doutrina e Convênios 137) e a visão da redenção dos mortos recebida por Joseph F. Smith (atualmente Doutrina e Convênios 138) serão incluídas na edição de Doutrina e Convênios de 1981.
Doutrina e Convênios 137: Informações históricas adicionais
“Na tarde de 21 de janeiro de 1836, [Joseph Smith] e a presidência da Igreja se reuniram na sala de conselho, no andar superior da gráfica, para dar outro passo em preparação para a investidura. Seguindo o precedente bíblico, aqueles líderes da Igreja lavaram o corpo com água e se perfumaram com uma loção de aroma agradável. Naquela noite, Joseph Smith, seus conselheiros na Primeira Presidência e outros líderes se reuniram numa sala superior do Templo de Kirtland, que estava quase terminado. De acordo com Oliver Cowdery, os membros da presidência da Igreja foram ‘ungidos com o mesmo tipo de azeite da mesma maneira que foram Moisés e Aarão e aqueles que se apresentavam perante o Senhor no passado’ (ver Êxodo 40:9–15). A presidência ungiu primeiro a cabeça do patriarca da Igreja Joseph Smith Sr. com óleo consagrado e lhe deu uma bênção. O patriarca então ungiu os presidentes da Igreja por ordem de idade. Quando Joseph Smith Sr. ungiu a cabeça de [Joseph Smith], ‘selou sobre [ele] as bênçãos de Moisés de liderar Israel nos últimos dias’.
Depois de o patriarca abençoar seu filho, [Joseph Smith] recebeu bênçãos e profecias das mãos de ‘toda a presidência’” (em The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 5: October 1835–January 1838, ed. por Brent M. Rogers e outros, 2017, p. 157).
Depois que o profeta Joseph Smith foi abençoado, “os céus se abriram” e o profeta e vários dos presentes tiveram visões e revelações. Joseph Smith escreveu: “Muitos de meus irmãos que receberam essa ordenança comigo também tiveram visões gloriosas: anjos ministraram a eles, e também a mim, e o poder do Altíssimo repousou sobre eles. A casa estava cheia da glória de Deus, e bradamos: Hosana a Deus e ao Cordeiro” (em The Joseph Smith Papers, Journals, Volume 1: 1832–1839, ed. por Dean C. Jesse e outros, 2008, pp. 167–168, 170; pontuação e utilização de maiúsculas padronizadas). Nessa ocasião, o profeta teve uma visão do reino celestial.
A visão do reino celestial recebida pelo profeta Joseph Smith, que atualmente se encontra em Doutrina e Convênios 137, não fazia parte das obras-padrão até 1976. Durante a conferência geral de abril daquele ano, a Igreja votou para aceitar essa visão como escritura. Embora essa revelação tenha sido originalmente inserida na Pérola de Grande Valor, foi decidido em 1979 que ela se tornaria a seção 137 na edição de 1981 de Doutrina e Convênios (ver N. Eldon Tanner, “The Sustaining of Church Officers”, Ensign, maio de 1976, p. 19; “Scriptural Text for Visions Added to Pearl of Great Price”, Ensign, maio de 1976, p. 127; “Additions to D&C Approved”, Church News, 2 de junho de 1979, p. 3; “Three Additions to Be in Doctrine and Covenants”, Ensign, agosto de 1979, p. 75).
Doutrina e Convênios 137
O profeta Joseph Smith tem uma visão do reino celestial
Doutrina e Convênios 137:1–4. “Contemplei o reino celestial de Deus e sua glória”
O profeta Joseph Smith descreveu a glória e beleza do reino celestial, afirmando que a “porta por onde entrarão os herdeiros [do reino celestial] (…) se assemelhava a chamas de fogos circulantes” e “as belas ruas desse reino (…) pareciam ser pavimentadas de ouro” (D&C 137:2, 4). Nas escrituras, o fogo é um “símbolo de purificação ou santificação. O fogo também representa a presença de Deus” (Guia para Estudo das Escrituras, “Fogo”, scriptures.LDS.org). A cor dourada e o ouro são geralmente associados com a realeza, a riqueza e o poder.
Embora essas imagens possam ajudar a descrever o reino celestial, não conseguimos nem ao menos começar a compreender sua glória. Em outra ocasião, o profeta Joseph Smith aprendeu que mesmo “a glória do [reino] telestial (…) ultrapassa todo entendimento” e que “a glória do [reino] celestial (…) supera em todas as coisas” (D&C 76:89, 92).
Doutrina e Convênios 137:1. “No corpo ou fora do corpo, não posso dizer”
Quando o profeta Joseph Smith descreveu sua visão do reino celestial e disse não saber se estava “no corpo ou fora do corpo” (D&C 137:1), fez eco às palavras que o apóstolo Paulo usou quando descreveu ter sido “arrebatado até o terceiro céu”: “Se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe” (2 Coríntios 12:2–3). Ao prover revelação aos homens e às mulheres mortais, o Senhor revela a verdade por meio de Seu Espírito ao espírito deles (ver 1 Coríntios 2:9–14), e eles são envolvidos pelo Espírito e preenchidos com Sua glória de tal forma que se esquecem das coisas do mundo natural. O profeta Joseph Smith (1805–1844) explicou esse processo de recebimento de comunicação espiritual: “Todas as coisas que Deus, em Sua infinita sabedoria, considerou convenientes e adequadas para revelar-nos, enquanto estamos habitando na mortalidade, referentes a nosso corpo mortal, são reveladas de modo abstrato, independentemente de nossa conexão com este tabernáculo mortal, mas são reveladas a nosso espírito precisamente como se não tivéssemos corpo algum” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p. 500).
Doutrina e Convênios 137:5–6. “Vi (…) meu pai e minha mãe; meu irmão Alvin”
Além de ver Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo, o profeta Joseph mencionou cinco pessoas específicas que ele viu em sua visão do reino celestial: “Vi o Pai Adão e Abraão; e meu pai e minha mãe; meu irmão Alvin, que há muito dorme” (D&C 137:5). Na época dessa visão, o pai e a mãe do profeta estavam vivos, e seu pai estava presente no recinto. Alvin tinha falecido 12 anos antes, em 19 de novembro de 1823, depois de ter adoecido com intensas dores no estômago. Ele era o filho mais velho da família Smith e tinha acreditado no relato de Joseph a respeito da visita do anjo Morôni e na existência das placas do Livro de Mórmon. Antes de falecer, ele incentivou Joseph a ser obediente e fiel e a “[fazer] tudo que [estivesse] a seu alcance para obter os registros [do Livro de Mórmon]” (em Ensinamentos: Joseph Smith, p. 423).
A morte de Alvin foi uma “grande dor” para a família (Joseph Smith—História 1:56), particularmente para Joseph, então com 17 anos, que posteriormente escreveu: “Lembro-me muito bem do sofrimento que tomou conta de meu peito juvenil e quase despedaçou meu terno coração quando ele morreu” (em The Joseph Smith Papers, Journals, Volume 2: December 1841–April 1843, ed. por Andrew H. Hedges e outros, 2011, p. 116). “Quando Alvin morreu, a família pediu a um ministro presbiteriano de Palmyra, Nova York, que oficiasse em seu funeral. Como Alvin não tinha sido membro da congregação daquele ministro, o clérigo declarou em seu sermão que Alvin não poderia ser salvo. William Smith, o irmão caçula de Joseph, relembrou: ‘[O ministro] (…) insinuou fortemente que [Alvin] tinha ido para o inferno, porque Alvin não era membro da igreja dele, mas ele tinha sido um bom rapaz e meu pai não gostou disso’” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 423, 425).
Quando o profeta Joseph Smith viu Alvin no reino celestial na visão que teve em 21 de janeiro de 1836, ele “[maravilhou-se] de que [Alvin] houvesse recebido uma herança naquele reino, visto que partira desta vida antes que o Senhor começasse a coligar Israel pela segunda vez; e não fora batizado para a remissão de pecados” (D&C 137:6). O profeta aprendeu por meio da tradução do Livro de Mórmon e por outras revelações que “esta vida é o tempo para os homens prepararem-se para o encontro com Deus” ao aceitarem o evangelho, arrependerem-se e serem batizados (ver Alma 34:32–33; ver também D&C 76:51). Quando o profeta recebeu a visão que se encontra em Doutrina e Convênios 137, ele ainda não havia compreendido a obra vicária pelos mortos. Contudo, quatro anos mais tarde, em 15 de agosto de 1840, o profeta Joseph Smith ensinou em público a doutrina do batismo pelos mortos durante um funeral. “Um mês depois do discurso no funeral, o profeta visitou seu pai, que estava muito doente e agonizante. O profeta conversou com seu pai sobre a doutrina do batismo pelos mortos, e o patriarca Smith lembrou-se de seu amado filho Alvin. O patriarca Smith pediu que o trabalho fosse feito por Alvin ‘imediatamente’. Poucos minutos antes de morrer, ele declarou que viu Alvin. No final de 1840, a família Smith regozijou-se quando Hyrum recebeu a ordenança do batismo por seu irmão Alvin” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 425).
Doutrina e Convênios 137:7–9. “Todos os que morreram sem conhecimento deste evangelho”
A visão do profeta no Templo de Kirtland em 1836, que se encontra em Doutrina e Convênios 137, revelou que o plano do Pai Celestial torna as bênçãos de salvação acessíveis a todos os Seus filhos. O élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que o plano de salvação se aplica a todos os filhos de Deus: “Na época em que Joseph Smith recebeu revelações e organizou a Igreja, a vasta maioria das igrejas ensinava que a Expiação do Salvador não proporcionaria salvação à maior parte da humanidade. O preceito comum era de que poucos seriam salvos e a imensa maioria seria condenada a torturas sem fim, da mais terrível e indescritível intensidade. A maravilhosa doutrina revelada ao profeta Joseph desvendou-nos um plano de salvação que se aplica a toda a humanidade, inclusive àqueles que não ouviram falar de Cristo nesta vida, às crianças que morrem antes da idade da responsabilidade e àqueles que não têm entendimento (ver D&C 29:46–50; 137:7–10)” (“O plano de nosso Pai: Grande o suficiente para incluir todos os Seus filhos”, A Liahona, maio de 2009, pp. 36–37).
Embora a revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 137 não tenha explicado como a salvação estaria disponível a todos os que morressem sem o conhecimento do evangelho ou de suas ordenanças essenciais de salvação, revelações posteriores ajudaram a esclarecer essa doutrina (ver D&C 127; 128; 138).
Doutrina e Convênios 137:9. “Eu, o Senhor, julgarei todos os homens (…) segundo o desejo de seu coração”
O profeta Joseph Smith aprendeu com a revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 137 que o plano de salvação do Pai Celestial é justo e misericordioso com todos os Seus filhos. Para Alvin Smith e outros como ele que “morreram sem conhecimento deste evangelho, que o teriam recebido caso tivessem tido permissão de aqui permanecer” (D&C 137:7), há a esperança de obter o reino celestial. Essa esperança é centralizada na doutrina de que Deus julgará todas as pessoas “segundo suas obras, segundo o desejo de seu coração” (D&C 137:9).
O élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, deu mais esclarecimentos sobre essa doutrina e explicou como os desejos justos de uma pessoa permitirão que ela receba as bênçãos do evangelho se essa oportunidade não estiver disponível na mortalidade:
“Os desejos de nosso coração serão importantes no Julgamento Final. Alma ensinou que Deus ‘concede aos homens segundo os seus desejos, sejam estes para a morte ou para a vida; (…) sejam eles para salvação ou para destruição. Sim, (…) aquele que distingue o bem do mal, a ele será dado segundo seus desejos’ (Alma 29:4–5).
Esse é um ensinamento preocupante, mas também gratificante. Isso significa que, se tivermos feito tudo o que nos for possível fazer, nossos desejos nos levarão pelo resto do caminho. Isso também significa que, se nossos desejos forem justos, podemos ser perdoados dos erros que inevitavelmente cometemos ao tentarmos transformar esses desejos em ação. Que grande consolo para nosso sentimento de inadequação!
(…) Não devemos achar que os desejos de nosso coração podem servir de substituto para uma ordenança do evangelho. Vejamos as palavras do Senhor ao prescrever duas ordenanças do evangelho: ‘Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus’ (João 3:5). E no tocante aos três graus na glória celestial, a revelação moderna declara: ‘Para obter o mais elevado, um homem precisa entrar nesta ordem do sacerdócio [que significa o novo e eterno convênio do casamento]’ (D&C 131:2). Não há exceção prevista nessas diretrizes nem autorizada em outros lugares das escrituras.
Na justiça e misericórdia de Deus, essas regras rígidas ligadas às ordenanças essenciais são abrandadas pela autorização divina para realizar essas ordenanças por procuração por aqueles que não as tiverem recebido nesta vida. Assim, será considerada válida a ordenança efetuada em favor de uma pessoa do mundo espiritual, exatamente como se tivesse sido recebida por ela em pessoa na Terra, caso ela a aceite. Dessa forma, por meio do serviço amoroso de procuradores vivos, o espírito de pessoas falecidas também pode ser recompensado pelos desejos de seu coração” (“Os desejos de nosso coração”, A Liahona, junho de 1987, p. 24).
O élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, enfatizou a importância de aprendermos a desenvolver desejos justos:
“O que insistentemente desejamos no decorrer da vida é o que acabaremos nos tornando e o que receberemos na eternidade.
(…) Somente por meio de educação e treinamento, nossos desejos podem se tornar nossos aliados e não nossos inimigos!” (“Segundo o desejo de [nossos] corações”, A Liahona, janeiro de 1997, pp. 21, 23.)
Doutrina e Convênios 137:10. “Todas as crianças que morrem antes de chegar à idade da responsabilidade são salvas no reino celestial”
A revelação de que “todas as crianças que morrem antes de chegar à idade da responsabilidade são salvas no reino celestial” (D&C 137:10) sem dúvida trouxe consolo a muitos membros da Igreja, inclusive Emma e Joseph Smith, que perderam vários filhos pequenos. Na ocasião em que essa revelação foi recebida, Joseph e Emma já haviam perdido quatro de seus seis primeiros filhos. Dos 11 filhos de Joseph e Emma — nove biológicos e dois adotados — apenas cinco viveram até a idade adulta (ver The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 1: July 1828–June 1831, ed. por Michael Hubbard McKay e outros, 2013, p. 464).
Na época dessa revelação, várias igrejas ensinavam que as crianças que morriam antes de terem sido batizadas estavam condenadas, o que significava que elas não poderiam ser salvas por Deus. Várias escrituras dos últimos dias, inclusive a revelação que se encontra em Doutrina e Convênios 137, demonstram a misericórdia de Deus para com as crianças que morreram antes da idade da responsabilidade, que é a de 8 anos de idade (ver Morôni 8:8–22; D&C 29:46–47; 68:25, 27).
O presidente Thomas S. Monson consolou as pessoas cujos filhos morreram antes de chegarem à idade da responsabilidade, dizendo:
“Existe uma única fonte da paz verdadeira. Tenho certeza absoluta de que o Senhor, que percebe quando um pardal cai ao solo, olha com compaixão para aqueles que tiveram que se separar de seus filhos preciosos mesmo que tenha sido apenas temporariamente. O mundo necessita desesperadamente dos dons de consolo e paz, e Jesus, por meio de Sua Expiação, concedeu-os a todos.
O profeta Joseph Smith proferiu estas palavras inspiradas de revelação e consolo:
‘Todas as crianças que morrem antes de chegar à idade da responsabilidade são salvas no reino celestial’ (D&C 137:10).
‘A mãe [e o pai] que enterrar seu[s] filhinho[s], sendo privada do privilégio, da alegria e da satisfação de criá-los até que se tornem homens e mulheres adultos neste mundo, terá alegria, satisfação e prazer muito maiores do que seria possível na mortalidade de ver [seus] filho[s] crescerem até a plena estatura de seu espírito’ (citado em Joseph F. Smith, Gospel Doctrine, 5ª ed., 1939, p. 453). Esse é o bálsamo de Gileade para aqueles que choram, que perderam seus filhos amados e preciosos” (“Lembrem-se de agradecer”, A Liahona, janeiro de 1999, p. 23).
O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) ensinou que as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade não somente serão “salvas no reino celestial” (D&C 137:10), mas também desfrutarão “os privilégios de todas as bênçãos seladoras pertencentes à exaltação. (…)
As crianças que morrem na infância não serão privadas de nenhuma bênção. Quando crescerem, após a ressurreição, até a maturidade plena do espírito, terão direito a todas as bênçãos a que fariam jus, se houvessem tido o privilégio de aqui permanecer e recebê-las” (Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 1954–1956, vol. 2, pp. 54–55; ver também Mosias 15:25).
Doutrina e Convênios 138: Informações históricas adicionais
Em 3 de outubro de 1918, o presidente Joseph F. Smith teve uma visão do mundo espiritual que revelou verdades importantes a respeito da “redenção dos mortos” (D&C 138:54, 60). Ele recebeu essa revelação enquanto “[meditava] sobre as escrituras; e [refletia] sobre o grande sacrifício expiatório que foi feito pelo Filho de Deus” (D&C 138:1–2). A morte do pai de Joseph F. Smith, Hyrum Smith, em 1844, quando Joseph F. Smith tinha apenas 5 anos de idade, e a morte de sua mãe, Mary Fielding Smith, em 1852, quando Joseph F. tinha apenas 13 anos de idade, fizeram com que ele tomasse conhecimento do que era perder um ente querido numa tenra idade. Além disso, o presidente Smith também perdeu vários de seus próprios filhos e outros membros da família em sua vida. Isso lhe causou considerável sofrimento e talvez o tenha levado a ponderar sobre o assunto dos mortos.
O ano de 1918 tinha sido um ano particularmente difícil para o presidente Joseph F. Smith. “Em janeiro, seu amado filho mais velho, o élder Hyrum M. Smith, havia falecido subitamente de um apêndice rompido. (…) Em fevereiro seu jovem genro faleceu após uma queda acidental. E em setembro, a esposa de Hyrum, Ida, faleceu alguns dias após dar à luz, deixando cinco crianças órfãs.” Na época dessa revelação, a devastação da Primeira Guerra Mundial e uma pandemia de gripe haviam feito milhões de vítimas. A saúde precária do próprio presidente Smith também podia estar em seus pensamentos (Lisa Olsen Tait, “Susa Young Gates e a visão da redenção dos mortos”, em Revelações em Contexto, ed. por Matthew McBride e James Goldberg, 2016, pp. 326-333).
Um dia depois de receber sua visão do mundo espiritual, o presidente Smith falou na sessão de abertura da Conferência Geral de Outubro de 1918: “Não vou, não ouso, tentar entrar nos muitos assuntos que estão em minha mente nesta manhã e vou adiar por algum tempo, de acordo com a vontade do Senhor, minha intenção de dizer a vocês algumas das coisas que estão em minha mente e que habitam meu coração. Não estive sozinho nestes cinco meses. Fiquei em espírito de oração, de súplica, de fé e determinação e me comuniquei com o Espírito do Senhor continuamente” (Conference Report, outubro de 1918, p. 2).
Dez dias após a conferência, o presidente Smith ditou sua visão do mundo espiritual a seu filho Joseph Fielding Smith, que era então membro do Quórum dos Doze Apóstolos. Os conselheiros do presidente Smith na Primeira Presidência, o Quórum dos Doze Apóstolos e o patriarca da Igreja aprovaram a visão como revelação em 31 de outubro de 1918 (ver Tait, “Susa Young Gates”, pp. 326–333; D&C 138, cabeçalho da seção). O relato redigido da visão foi acrescentado à Pérola de Grande Valor em 1976. Em 1979, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos anunciaram que a visão seria acrescentada em Doutrina e Convênios como a seção 138 na edição de 1981 das escrituras (ver “Additions to D&C Approved”, Church News, 2 de junho de 1979, p. 3).
Doutrina e Convênios 138:1–11
O presidente Joseph F. Smith “[medita] sobre as escrituras” e recebe uma visão do mundo espiritual
Doutrina e Convênios 138:1–11. “Enquanto refletia sobre essas coisas”
A experiência que o presidente Joseph F. Smith teve enquanto “[meditava] sobre as escrituras; e [refletia] sobre o grande sacrifício expiatório que foi feito pelo Filho de Deus, para a redenção do mundo” (D&C 138:1–2) mostra que o Senhor abençoa aqueles que buscam estudar e aprender ao meditarem sobre as escrituras. Meditar significa “refletir profundamente, geralmente sobre as escrituras e outras coisas divinas. Quando combinado com a oração, a ponderação [ou meditação] a respeito das coisas de Deus pode produzir revelação e entendimento” (Guia para Estudo das Escrituras, “Ponderar”, scriptures.LDS.org).
Ao se dirigir aos jovens durante a conferência geral, o élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, descreveu como incorporar a ponderação durante o estudo das escrituras: “É bom às vezes ler um livro de escrituras num período determinado de tempo para se ter uma visão geral de sua mensagem, mas, para a conversão, você precisa se preocupar mais com o tempo que passa lendo as escrituras do que com o quanto lê nesse período. Isso acontece quando você lê alguns versículos, pondera sobre eles, lê com cuidado os versículos novamente e, à medida que pensa em seu significado, ora pedindo compreensão, faz perguntas em sua mente, espera receber inspiração e escreve esses sentimentos e essas ideias que lhe são concedidos para poder se lembrar deles e aprender mais. Estudando dessa forma, talvez você não leia muitos capítulos ou versículos em meia hora, mas abrirá espaço em seu coração para a palavra de Deus, e Ele falará com você” (“Quando te converteres”, A Liahona, maio de 2004, pp. 11–12).
Doutrina e Convênios 138:3–4. “Para que, por meio de sua expiação (…), a humanidade [seja] salva”
Ao descrever o que o levou à sua visão do mundo espiritual, o presidente Joseph F. Smith ensinou que “o grande e maravilhoso amor” do “Pai e [do] Filho” foi “manifestado (…) na vinda do Redentor ao mundo” (D&C 138:3). Ele também ensinou que, “por meio [da expiação do Salvador] e pela obediência aos princípios do evangelho, a humanidade [pode ser] salva” (D&C 138:4). Essa doutrina é uma das mensagens mais importantes da visão do presidente Smith e se aplica tanto aos vivos quanto aos mortos.
O élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou que a Expiação de Jesus Cristo oferece aos filhos do Pai Celestial dons incondicionais e condicionais, aos quais tanto os vivos quanto os mortos têm acesso:
“Alguns dons provenientes da Expiação são universais, infinitos e incondicionais. Incluem Seu resgate pela transgressão original de Adão (…) (ver Regras de Fé 1:2). Outro dom universal é a ressurreição dos mortos — de todo homem, mulher e criança que vivem, já viveram ou viverão sobre a Terra.
Outros aspectos do dom expiatório de Cristo são condicionais, pois dependem da diligência em guardar os mandamentos de Deus. Por exemplo, embora todos os membros da família humana tenham recebido gratuitamente o perdão pelo pecado de Adão, sem fazer nenhum esforço, não lhes é concedido o perdão dos próprios pecados a menos que prometam ter fé em Cristo, arrependam-se desses pecados, sejam batizados em Seu nome, recebam o dom do Espírito Santo e a confirmação na Igreja de Cristo, e prossigam em perseverança fiel até o fim da jornada da vida. (…)
É claro que nem as bênçãos incondicionais, nem as condicionais da Expiação se acham disponíveis a não ser por meio da graça de Cristo. Obviamente, as bênçãos incondicionais da Expiação são imerecidas, mas as condicionais também não são completamente merecidas. Ao viver fielmente e guardar os mandamentos de Deus, poderemos receber privilégios; mas eles ainda são dados gratuitamente, e não merecidos, na verdade. O Livro de Mórmon declara enfaticamente que ‘nenhuma carne pode habitar na presença de Deus a menos que seja por meio dos méritos e misericórdia e graça do Santo Messias’ (2 Néfi 2:8).
Por essa mesma graça, Deus proporciona a salvação das criancinhas, dos mentalmente incapazes, dos que viveram sem ouvir o evangelho de Jesus Cristo, e assim por diante: esses são redimidos pelo poder universal da Expiação de Cristo e terão a oportunidade de receber a plenitude do evangelho depois da morte, no mundo espiritual, onde residem os espíritos enquanto aguardam a ressurreição” (ver Alma 40:11; D&C 138; comparar com Lucas 23:43; João 5:25)” (“A Expiação de Jesus Cristo”, A Liahona, março de 2008, pp. 35–37).
Doutrina e Convênios 138:5–11. “Li os capítulos três e quatro da primeira epístola de Pedro”
A visão do presidente Joseph F. Smith, que se encontra em Doutrina e Convênios 138, esclareceu o significado das palavras de Pedro de que Cristo “padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus” e de que ele “foi, e pregou aos espíritos em prisão” (1 Pedro 3:18–19). “Porque para isso foi o evangelho pregado também aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, porém vivessem segundo Deus em espírito” (1 Pedro 4:6). Além disso, o presidente Joseph Fielding Smith, filho do presidente Joseph F. Smith, forneceu a seguinte interpretação dos ensinamentos de Pedro: “O Salvador inaugurou essa grande obra [da redenção dos mortos] quando foi e pregou aos espíritos em prisão, para que eles pudessem ser julgados segundo os homens na carne (ou, em outras palavras, de acordo com os princípios do evangelho) e depois viver de acordo com Deus no espírito, por meio de seu arrependimento e aceitação da missão de Jesus Cristo que morreu por eles” (Doutrinas de Salvação, vol. 2, p. 132).
Doutrina e Convênios 138:12–24
O presidente Joseph F. Smith vê os justos no mundo espiritual aguardando a visita do Salvador
Doutrina e Convênios 138:12–19, 23–24. “Com a firme esperança de uma gloriosa ressurreição”
O presidente Joseph F. Smith viu “um grupo incontável” e uma “vasta multidão” de almas justas que haviam vivido desde a época de Adão até a época da morte de Cristo, que estavam reunidos para se encontrarem com o Salvador (D&C 138:12, 18). Esses homens e mulheres justos foram “fiéis no testemunho de Jesus enquanto viveram na mortalidade” e “haviam partido da vida mortal com a firme esperança de uma gloriosa ressurreição” (D&C 138:12, 14). Entretanto, esses espíritos justos se viam presos pelas “ligaduras da morte” ou cadeias da morte e como “cativos” (D&C 138:16, 18). Esses espíritos “consideravam o longo tempo em que seu espírito estava ausente do corpo como uma escravidão” (D&C 138:50). Portanto, consideraram o momento em que “o Filho de Deus apareceu” no mundo espiritual como a “hora de sua libertação” (D&C 138:18). Como prometido pelo profeta Isaías do Velho Testamento, o Redentor “[anunciaria] a liberdade aos cativos que tinham sido fiéis” (D&C 138:18; ver também Isaías 61:1). Essa libertação se tornou possível quando Jesus Cristo ressuscitou dos mortos, abrindo o caminho para que todos os filhos do Pai Celestial também pudessem ser ressuscitados.
O élder Paul V. Johnson, dos setenta, explicou: “Após a ressurreição, o espírito nunca mais será separado do corpo porque a Ressurreição do Salvador trouxe uma vitória completa sobre a morte. Para obter nosso destino eterno, precisamos ter esta alma imortal — um corpo e um espírito unidos para sempre. Com espírito e corpo imortal inseparavelmente conectados, podemos ‘[receber] a plenitude da alegria’ (D&C 93:33; 138:17). De fato, sem a ressurreição jamais poderíamos receber a plenitude da alegria, mas seríamos miseráveis para sempre (ver 2 Néfi 9:8–9; D&C 93:34). Até mesmo as pessoas fiéis e justas veem a separação do seu corpo e do seu espírito como cativeiro. Somos libertados desse cativeiro por meio da ressurreição, que é a redenção das ligaduras ou cadeias da morte (ver D&C 138:14–19). Não há salvação sem o corpo e o espírito unidos” (“Não haverá mais morte”, A Liahona, maio de 2016, pp. 121–122).
Doutrina e Convênios 138:12–17. “O espírito e o corpo reunidos para nunca mais se separarem”
Embora os seguidores de Jesus Cristo, em Jerusalém, tenham ficado tristes e confusos ao presenciar Sua Crucificação (ver Mateus 27:55–58; Marcos 15:40–43; Lucas 23:49; João 19:25–27), a aparição do Salvador no mundo espiritual logo após Sua morte foi recebida com “[regozijo]” (D&C 138:18). Os espíritos dos santos justos que estavam “aguardando a chegada do Filho de Deus ao mundo dos espíritos” sabiam que eles receberiam “redenção das ligaduras da morte”, que traria a reunião de seu corpo físico e seu espírito “para nunca mais se separarem” (D&C 138:16–17). O profeta Joseph Smith declarou: “Viemos a este mundo com o objetivo de obter um corpo e poder apresentá-lo puro diante de Deus no reino celestial. O grande plano de felicidade consiste em ter um corpo” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p. 220).
O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou: “Por fim, chegará o momento em que cada ‘espírito e (…) corpo [será reunido] em (…) perfeita forma; os membros e juntas serão restaurados à sua devida estrutura’ (Alma 11:43; ver também Eclesiastes 12:7; Alma 40:23; D&C 138:17), para nunca mais se separarem” (“Graças demos a Deus”, A Liahona, maio de 2012, p. 79).
Doutrina e Convênios 138:20–22. “Aos iníquos, porém, não se dirigiu”
Ao relatar sua visão da visita do Salvador ao mundo espiritual, o presidente Joseph F. Smith observou que o Salvador “não se dirigiu (…) [aos] ímpios e [aos] impenitentes, que se corromperam enquanto estavam na carne” (D&C 138:20). Nem visitou “os rebeldes, que rejeitaram os testemunhos e as advertências dos profetas antigos” (D&C 138:21). De acordo com Doutrina e Convênios 138:37, o Salvador “não poderia pregar pessoalmente” aos iníquos “por causa de sua rebeldia e transgressões”.
O presidente Smith também descreveu as diferenças entre a condição dos iníquos e a dos justos no mundo espiritual: “Onde estavam [os iníquos], reinava a escuridão, mas entre os justos havia paz” (D&C 138:22; ver também Alma 40:12–14). O élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que, antes da visita do Salvador ao mundo espiritual, havia um “abismo” entre os espíritos justos e iníquos:
“Antes de Cristo transpor o abismo que separava o paraíso do inferno — para que os justos pudessem interagir com os iníquos e lhes pregar o evangelho —, os iníquos que estavam no inferno eram confinados em lugares que impediam seu contato com os justos que estavam no paraíso. (…)
Agora que os espíritos justos do paraíso foram encarregados de levar a mensagem de salvação aos espíritos iníquos do inferno, há um certo nível de interação entre os espíritos bons e os maus. O arrependimento abre as portas da prisão para os espíritos que estão na prisão. Ele permite que aqueles que se encontram presos pelas correntes do inferno se libertem das trevas, da descrença, da ignorância e do pecado. Assim que conseguem vencer esses obstáculos — obter luz, crer na verdade, adquirir inteligência, lançar fora o pecado e quebrar as correntes do inferno —, eles podem sair do lugar que os aprisione e habitar com os justos na paz do paraíso” (Mormon Doctrine, 2ª ed., 1966, p. 755).
Doutrina e Convênios 138:25–60
O presidente Joseph F. Smith fica sabendo como o Salvador organizou a pregação do evangelho no mundo espiritual
Doutrina e Convênios 138:30–37. “Para serem julgados segundo os homens na carne”
Em sua visão da visita do Salvador ao mundo espiritual, o presidente Joseph F. Smith aprendeu que, para que se cumprisse o plano de Deus de levar a efeito a redenção dos mortos, “mensageiros, revestidos de poder e autoridade” foram “[comissionados] para levar a luz do evangelho aos que estavam nas trevas, sim, a todos os espíritos dos homens” e “àqueles que haviam morrido em seus pecados, sem conhecimento da verdade ou em transgressão, tendo rejeitado os profetas” (D&C 138:30, 32). A mensagem ensinada a esses espíritos é centralizada na doutrina de Jesus Cristo e é a mesma mensagem ensinada aos filhos do Pai Celestial que estão vivos (ver D&C 138:33–34). Todas as pessoas — tanto vivas quanto mortas — que desejaram entrar no reino do Pai Celestial precisam receber os princípios e as ordenanças do evangelho. Em nossa dispensação, isso se tornou possível aos mortos a partir de 15 de agosto de 1840, quando o profeta Joseph Smith introduziu a doutrina do batismo vicário pelos mortos (ver Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p. 425). Quer as pessoas ouçam o evangelho na mortalidade ou no mundo espiritual, o Pai Celestial assegura que todos terão a oportunidade de aceitar ou rejeitar o evangelho a fim de que todos os Seus filhos possam ser julgados de acordo com o mesmo critério.
Doutrina e Convênios 138:38–52. “Entre os grandes e poderosos”
Ao descrever sua visão do mundo espiritual, o presidente Joseph F. Smith citou o nome de alguns profetas antigos e outras pessoas, inclusive “nossa gloriosa Mãe Eva, com muitas de suas filhas fiéis” (D&C 138:39), que estavam entre os espíritos justos que o Salvador instruiu. Essas pessoas receberam “poder para levantarem-se, depois que [Jesus Cristo] ressuscitasse dos mortos, e entrarem no reino de seu Pai, para que lá fossem [coroadas] com imortalidade e vida eterna, e (…) se tornassem participantes de todas as bênçãos reservadas para aqueles que o amam” (D&C 138:51–52), bênçãos essas que se tornaram possíveis por meio das ordenanças e do poder do sacerdócio.
Doutrina e Convênios 138:53–56. “Receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos”
O profeta Abraão, do Velho Testamento, recebeu uma visão na qual viu o mundo pré-mortal. Ele viu que, entre todos os filhos espirituais de Deus, alguns deles, inclusive o próprio Abraão, eram “nobres e grandes”, e foram escolhidos para se tornarem “governantes” no reino de Deus na Terra (Abraão 3:22–23). O presidente Joseph F. Smith também viu muitos “grandes e nobres” em sua visão do mundo espiritual (D&C 138:55), e esses “grandes e nobres” incluíam seu pai, Hyrum Smith, seu tio, o profeta Joseph Smith, e outros líderes do início da Igreja (D&C 138:53). O presidente Smith também observou que, além desses líderes, havia “muitos outros” que “receberam suas primeiras lições no mundo dos espíritos e foram preparados para nascer no devido tempo do Senhor, a fim de trabalharem em sua vinha para a salvação da alma dos homens” (D&C 138:56). Isso se refere à doutrina da preordenação, que ensina que “no mundo espiritual pré-mortal, Deus designou certos espíritos para cumprirem missões específicas durante sua vida mortal. (…) A preordenação não garante que o indivíduo vá receber certos chamados ou responsabilidades. Tais oportunidades ocorrem nesta vida como resultado do exercício justo do arbítrio, da mesma maneira que a preordenação é resultado da retidão na existência pré-mortal” (“Preordenação”, topics.LDS.org).
Ao falar da importância de desenvolver nossa natureza espiritual, o presidente Russell M. Nelson ensinou:
“Seu espírito é uma entidade eterna. (…)
Seu Pai Celestial já os conhece há muito tempo. Vocês, como Seus filhos e Suas filhas, foram escolhidos por Ele para vir à Terra precisamente nesta época, para ser um líder em Sua grandiosa obra na Terra (ver Alma 13:2–3; D&C 138:38–57). Vocês não foram escolhidos por suas características corpóreas, mas por seus atributos espirituais, tais como bravura, coragem, integridade de coração, sede de verdade, fome de sabedoria e desejo de servir ao próximo.
Vocês desenvolveram alguns desses atributos na pré-mortalidade. Outros vocês podem desenvolver aqui na Terra se persistentemente os buscarem (ver 1 Coríntios 12; 14:1–12; Morôni 10:8–19; D&C 46:10–29)” (“Decisões para a eternidade”, A Liahona, novembro de 2013, p. 107).
Doutrina e Convênios 138:54. “A construção de templos e a realização, neles, de ordenanças para a redenção dos mortos”
O presidente Joseph F. Smith enfatizou o papel importante que o trabalho no templo e as ordenanças vicárias têm na salvação dos mortos: “Não terminaremos nosso trabalho até que salvemos a nós mesmos, e então até que tenhamos salvado todos os que dependem de nós; pois temos que tornar-nos salvadores no Monte Sião, tal como Cristo. Fomos chamados para essa missão. Os mortos não poderão se aperfeiçoar sem nós, nem nós sem eles (ver D&C 128:18). Temos uma missão para cumprir em favor deles; temos um trabalho a fazer a fim de libertar aqueles que por causa de sua ignorância e das condições desfavoráveis em que foram colocados neste mundo estavam despreparados para a vida eterna; temos que abrir-lhes a porta, realizando ordenanças que eles não podem realizar por si mesmos e que são essenciais para sua libertação da ‘prisão’, para que se levantem e vivam segundo Deus no espírito, e sejam julgados segundo os homens na carne (ver D&C 138:33–34)” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph F. Smith, 1998, p. 410).
Doutrina e Convênios 138:57. “[Os] fiéis (…) continuam seus labores (…) no grande mundo dos espíritos dos mortos”
Os “espíritos dos mortos” (D&C 138:57) precisam ouvir a mensagem do evangelho para poderem exercer fé em Jesus Cristo, arrepender-se de seus pecados e receber as ordenanças vicárias realizadas em seu favor (ver D&C 138:33). O presidente Joseph F. Smith viu em sua visão “que os élderes fiéis desta dispensação, quando deixam a vida mortal, continuam seus labores na pregação do evangelho (…) entre aqueles que estão nas trevas e sob a servidão do pecado no grande mundo dos espíritos dos mortos” (D&C 138:57). Anos antes de o presidente Smith ter essa visão, o presidente Wilford Woodruff (1807–1898) ensinou o seguinte a respeito do trabalho missionário no mundo espiritual: “Todo apóstolo, setenta, élder, etc. que morreu na fé, tão logo passe para o outro lado do véu, entra na obra do ministério. Existem mil vezes mais [pessoas] para pregar lá do que existem aqui. (…) Eles têm trabalho a fazer do outro lado do véu; e eles querem homens, e vão chamá-los” (em “Discourse by Prest. Wilford Woodruff”, Deseret News, 25 de janeiro de 1882, p. 818).
O presidente Joseph F. Smith ensinou que, com os homens, também estão sendo chamadas mulheres fiéis para pregar o evangelho no mundo espiritual: “Agora, entre todos esses milhões de espíritos que viveram na Terra e faleceram, de geração em geração, desde o princípio do mundo, sem o conhecimento do evangelho — entre eles vocês podem contar que pelo menos metade são mulheres. Quem vai pregar o evangelho às mulheres? Quem levará o testemunho de Jesus Cristo ao coração das mulheres que faleceram sem um conhecimento do evangelho? Bem, em minha opinião, é algo bem simples. Essas boas irmãs que foram designadas, ordenadas ao trabalho, chamadas ao trabalho, autorizadas pela autoridade do santo sacerdócio para servir a seu gênero na casa de Deus para os vivos e para os mortos serão totalmente autorizadas e capacitadas para pregar o evangelho e ministrar às mulheres” (Gospel Doctrine, 5ª ed., 1939, p. 461).
Doutrina e Convênios 138:58–60. “Os mortos que se arrependerem”
Assim como os filhos do Pai Celestial que vivem na Terra são livres para aceitar ou rejeitar a mensagem do evangelho que lhes for ensinada, os mortos também podem escolher aceitar ou não as obras vicárias realizadas em seu favor. O presidente Lorenzo Snow (1814–1901) ensinou como o evangelho será recebido por aqueles que estão no mundo espiritual: “Creio muito firmemente que, quando o evangelho é pregado aos espíritos em prisão, o sucesso dessa pregação é muito maior do que o alcançado por nossos élderes nesta vida. Creio verdadeiramente que haverá pouquíssimos espíritos que não receberão com alegria o evangelho quando lhes for apresentado. As circunstâncias lá serão mil vezes mais favoráveis” (“Discourse by presidente Lorenzo Snow”, The Latter-day Saints’ Millennial Star, 22 de janeiro de 1894, p. 50).