“Capítulo 40: Doutrina e Convênios 102, 104”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno, 2017
“Capítulo 40”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno
Capítulo 40
Doutrina e Convênios 102; 104
Introdução e cronologia
Desde a época em que a Igreja foi organizada em 6 de abril de 1830, o profeta Joseph Smith havia realizado conferências com os élderes e sumos sacerdotes para decidir assuntos importantes da Igreja. Revelações posteriores esclareceram o papel e a função dos líderes do sacerdócio em administrar a Igreja (ver D&C 107:59–100; ver também D&C 107, cabeçalho da seção). De acordo com a revelação dada em novembro de 1831 (ver D&C 107:78–79; ver também D&C 107, cabeçalho da seção), em 17 de fevereiro de 1834, o profeta Joseph Smith organizou o primeiro sumo conselho, que tinha como padrão a antiga ordem dos conselhos que ele havia visto em visão. As atas (ou anotações) das reuniões foram revisadas pelo profeta e estão registradas em Doutrina e Convênios 102.
Em abril de 1832, em obediência ao mandamento do Senhor, o profeta Joseph Smith organizou a Firma Unida para administrar os negócios da Igreja. No início de 1834, a Firma Unida enfrentou problemas financeiros e em uma reunião realizada em 10 de abril de 1834, os membros da Firma Unida decidiram dissolver a organização. Entretanto, duas semanas depois, o profeta recebeu uma revelação, registrada em Doutrina e Convênios 104, em que o Senhor dava orientações para que a firma fosse reorganizada e aconselhava os líderes da Igreja a pagarem suas dívidas e cuidar dos pobres.
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Março – abril de 1832Nove líderes do sacerdócio são instruídos por revelação a estabelecer a Firma Unida (também conhecida como a Ordem Unida) para supervisionar os negócios da Igreja (ver D&C 78; 82).
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Outono de 1833Os santos no condado de Jackson, Missouri, são forçados a deixar suas casas.
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17 de fevereiro de 1834O profeta Joseph Smith organiza o primeiro sumo conselho em Kirtland, Ohio. Doutrina e Convênios 102 contém as atas, ou anotações, da reunião conforme revisadas pelo profeta.
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10 de abril de 1834Devido a dificuldades financeiras, os membros da Firma Unida decidem dissolver a organização.
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23 de abril de 1834Doutrina e Convênios 104 é recebida.
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5 de maio de 1834O profeta Joseph Smith parte de Kirtland, Ohio, com o acampamento de Israel (mais tarde conhecido como o Acampamento de Sião) para viajar para o Missouri.
Doutrina e Convênios 102: Informações históricas adicionais
Depois que a Igreja foi organizada, em abril de 1830, o profeta Joseph Smith seguiu as instruções do Senhor de realizar conferências trimestrais para conduzir os negócios da Igreja (ver D&C 20:61–62). Além dessas conferências, reuniões menores eram realizadas periodicamente (também denominadas conferências ou conselhos), onde os élderes e sumos sacerdotes ajudavam a decidir assuntos importantes da Igreja, inclusive como disciplinar os membros que haviam cometido pecados graves. Os participantes dessas conferências, ou reuniões de conselho, variavam dependendo do local da reunião e de quem estava disponível para participar (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, ed. Gerrit J. Dirkmaat e outros, 2014, pp. 435–436; ver também Joseph F. Darowski e James Goldberg, “Restaurar a antiga ordem”, em Revelações em Contexto, ed. Matthew McBride e James Goldberg, 2016, p. 215, ou history.LDS.org).
Em uma conferência realizada em 12 de fevereiro de 1834, em Kirtland, Ohio, o profeta Joseph Smith explicou: “Nunca coloquei diante de um conselho (…) a ordem em que ele deveria ser realizado, o que, talvez, tenha privado os conselhos de algumas, ou muitas bênçãos” (relatado por Orson Hyde como secretário, em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 429; ortografia padronizada). O profeta então explicou como as reuniões de conselho funcionavam na antiguidade: “Na antiguidade os conselhos eram realizados com total prioridade, não era permitido sussurrar, aborrecer-se, deixar a sala ou ficar inquieto de modo algum, até que a voz do Senhor, por revelação, ou pela voz do conselho, pelo Espírito, fosse obtida”. Ele também salientou que isso contrastava com a maneira com que alguns membros do conselho vinham se comportando nos conselhos da Igreja restaurada. Orson Hyde, que tomava notas durante a reunião, escreveu: “Em nossos conselhos, geralmente, alguns ficavam inquietos, outros dormiam, um orava, o outro, não; alguns mantinham o foco nos negócios do conselho e outros deixavam os pensamentos divagarem”. Após o profeta Joseph Smith mencionar esse comportamento, ele incentivou os irmãos a serem mais atentos e fervorosos, especialmente ao se “preparem para sentar-se em julgamento sobre a alma de [outros]” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, pp. 429–430).
Cinco dias depois, em 17 de fevereiro de 1834, o profeta Joseph Smith se reuniu com os líderes do sacerdócio e os membros da Igreja em sua casa em Kirtland e organizou 12 sumos sacerdotes em um “conselho permanente” (D&C 102:3, ou um conselho que não seria encerrado após lidar com questões difíceis, mas continuaria “permanente” como um conselho para necessidades futuras. Esse conselho foi chamado de o “‘Conselho dos presidentes da Igreja’ em Kirtland, Ohio — mais tarde ficou conhecido como o ‘sumo conselho da Igreja de Cristo’ ou o sumo conselho de Kirtland” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 435). Como parte de suas instruções a este grupo, o profeta disse que “ele mostraria a ordem dos conselhos na antiguidade como demonstrado a ele em visão”. Sua visão de um conselho da Igreja em Jerusalém presidido pelo apóstolo Pedro e dois conselheiros foi usada como um modelo para o recém-organizado conselho em Kirtland (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 437).
No dia seguinte, o profeta trabalhou arduamente para revisar as atas, ou anotações, da reunião de conselho de 17 de fevereiro, que explicavam a organização do sumo conselho e os procedimentos a seguir quando fosse preciso disciplinar membros da Igreja acusados de transgressão. Em 19 de fevereiro, ele apresentou suas revisões ao novo conselho, que as aceitou como “um modelo e constituição do sumo conselho da Igreja de Cristo no futuro”. Após dar instruções adicionais e designar os membros do conselho, o profeta Joseph Smith declarou que o conselho “foi organizado de acordo com a ordem antiga, e também de acordo com a mente do Senhor” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 439). As atas revisadas de 17 de fevereiro de 1834, da reunião do sumo conselho, estão registradas em Doutrina e Convênios 102.
Em 1835, os versículos 30–32 foram acrescentados às atas registradas em Doutrina e Convênios 102 em preparação para a impressão de Doutrina e Convênios. Esses versículos demonstram uma diferença entre as decisões tomadas pelos sumos conselhos temporários organizados em localidades remotas e aquelas tomadas pelo Quórum dos Doze Apóstolos, organizado em fevereiro de 1835.
Doutrina e Convênios 102
O profeta Joseph Smith organiza o primeiro sumo conselho por revelação
Doutrina e Convênios 102:1–10. “Organização do sumo conselho da igreja de Cristo”
O Senhor encarregou os sumos conselhos de lidarem com muitos assuntos administrativos na Igreja. As atas, ou anotações de uma reunião, registradas em Doutrina e Convênios 102 indicam que um dos propósitos de organizar o sumo conselho da Igreja em Kirtland era “de resolver as dificuldades importantes (…) que não pudessem ser resolvidas pela igreja ou pelo conselho do bispo a contento dos interessados” (D&C 102:2). As “dificuldades importantes” provavelmente se referiam a situações em que os membros haviam cometido transgressões graves e o “conselho do bispo” se referia ao conselho disciplinar realizado pelo bispo e seus conselheiros (ver D&C 107:69–75). Os membros que não concordavam com os resultados de um conselho do bispo, podiam apelar para o “sumo conselho da igreja de Cristo” em Kirtland (D&C 102:1).
O sumo conselho descrito em Doutrina e Convênios 102 era diferente em alguns aspectos dos sumos conselhos nas estacas de hoje. Enquanto os sumos conselhos atuais são presididos por uma presidência de estaca, o sumo conselho de Kirtland era presidido pelo “presidente da igreja (…) assistido por outros dois presidentes”, ou seja, a Primeira Presidência (D&C 102:9–10). Além disso, o sumo conselho de Kirtland servia como o sumo conselho presidente para a Igreja e supervisionava os assuntos da Igreja em Kirtland, Ohio, e nas áreas ao redor. Para ajudar a regulamentar a Igreja no Missouri, o profeta Joseph Smith organizou outro sumo conselho em julho de 1834, que era presidido por David Whitmer, como presidente, e seus dois conselheiros, John Whitmer e William W. Phelps (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835, ed. Matthew C. Godfrey e outros, 2016, p. 88). Após Joseph Smith se mudar para o Missouri, em 1838, ele presidiu o sumo conselho do Missouri, que substitui o de Kirtland, como sumo conselho presidente da Igreja (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834,p. 440). Com o aumento do número de membros da Igreja, por fim estacas foram organizadas com suas presidências e sumos conselhos para administrar a Igreja nos limites específicos de cada estaca.
O profeta Joseph Smith ensinou que por meio do sumo conselho “conhecia-se a vontade do Senhor em todas as ocasiões importantes sobre a edificação de Sião e o estabelecimento da verdade na Terra” (relatado por Frederick G. Williams como secretário em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835, p. 93; ortografia padronizada). É por meio de conselhos que o Senhor governa Seu reino na Terra e dirige o trabalho de salvação.
O élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou:
“Deus convocou um grande conselho no mundo pré-mortal a fim de apresentar Seu plano glorioso para nosso bem-estar eterno. A Igreja do Senhor é organizada em conselhos, em todos os níveis, a começar pelo Conselho da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos e estendendo-se aos conselhos de estaca, de ala, de quórum, das auxiliares e da família.
O presidente Stephen L. Richards [da Primeira Presidência] disse: ‘A genialidade do governo da Igreja é o governo realizado por meio de conselhos. (…) Conheço por experiência própria o valor deles. Dificilmente se passa um dia sem que eu veja (…) a sabedoria de Deus na criação de conselhos para governar o Seu reino. (…)
Não hesito em lhes assegurar que, se vocês se reunirem em conselho como é esperado, Deus lhes dará soluções aos problemas que estão enfrentando’ (em Conference Report, outubro de 1953, p. 86)” (“Força em conselho”, A Liahona, janeiro de 1994, p. 82).
Doutrina e Convênios 102:11. “Outros presidentes (…) terão poder para presidir em seu lugar”
De acordo com as atas do conselho registradas em Doutrina e Convênios 102, o presidente da Igreja podia presidir o conselho com ou sem a assistência dos conselheiros. Se o presidente estivesse ausente, “ambos ou um” de seus conselheiros presidiria em seu lugar (D&C 102:11). O presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) explicou como essa determinação se aplica à Primeira Presidência: “Quando o presidente está doente ou incapaz de exercer plenamente os deveres de seu ofício, seus dois conselheiros compõem juntos um Quórum da Primeira Presidência. Eles realizam o trabalho diário da Presidência. Em circunstâncias excepcionais, quando somente um deles estiver em condições de desempenhar suas funções, ele poderá agir na autoridade do ofício da Presidência como estabelecido em Doutrina e Convênios, seção 102, versículos 10–11” (“Deus está ao leme”, A Liahona, julho de 1994, p. 65).
Doutrina e Convênios 102:12–26. Conselhos disciplinares da Igreja
Atualmente, na Igreja, o presidente da estaca tem autoridade sobre as ações disciplinares da Igreja em sua estaca. Um bispo, com seus conselheiros e após prévia consulta com o presidente de estaca, tem a autoridade de realizar conselhos disciplinares para os membros de sua ala. Se for determinado que a excomunhão de um portador do Sacerdócio de Melquisedeque é necessária, então o presidente de estaca, com seus conselheiros e os membros do sumo conselho da estaca, realizam um conselho disciplinar da estaca. As atas registradas em Doutrina e Convênios 102 dão diretrizes para um sumo conselho quando ele age como um conselho disciplinar (ver D&C 102:12–26).
O élder M. Russell Ballard explicou os propósitos dos conselhos disciplinares da Igreja:
“O Senhor nos deu, nas escrituras, orientações referentes aos conselhos disciplinares da Igreja (ver D&C 102). A palavra conselho traz à mente um ato de ajuda — um ato de amor e preocupação, sendo a salvação e bênção do transgressor o principal objetivo.
Os membros às vezes perguntam por que são realizados conselhos disciplinares na Igreja. Existem três propósitos: salvar a alma do transgressor, proteger os inocentes e salvaguardar a pureza, a integridade e o bom nome da Igreja” (“A Chance to Start Over: Church Disciplinary Councils and the Restoration of Blessings” [Uma chance para recomeçar: Conselhos disciplinares da Igreja e a restauração de bênçãos], Ensign, setembro de 1990, p. 15).
Uma declaração oficial da Igreja dá mais explicações sobre a ação disciplinar da Igreja:
“O propósito de qualquer conselho ou ação disciplinar na Igreja é ajudar a pessoa a obter a paz e a esperança que a Expiação de Cristo provê. Não devem ser confundidos com punição.
A ação disciplinar da Igreja é administrada em um nível local por aqueles que conhecem as circunstâncias e a pessoa melhor e que podem estar ao lado dela durante o processo de arrependimento.
O propósito da ação disciplinar da Igreja não é punir, mas facilitar o arrependimento completo e a amizade para alguém que tenha cometido erros graves. (…)
Deus ama Seus filhos e deseja que eles sintam a paz e a renovação que advêm da Expiação de Seu Filho, Jesus Cristo. A ação disciplinar em qualquer nível, desde o arrependimento pessoal e a autodisciplina até a ação disciplinar formal da Igreja, tem o objetivo de nos aperfeiçoar, ajudar-nos a vencer nossas fraquezas e pecados e nos elevar à medida que nos tornarmos verdadeiros seguidores de Jesus Cristo” (Church Discipline” [Ação disciplinar da Igreja], mormonnewsroom.org).
Doutrina e Convênios 102:12–17. “Sorteando números”
As escrituras contêm exemplos de lançar sortes, que era um “meio de se fazer uma escolha ou eliminar várias possibilidades, geralmente escolhendo um pedaço de papel ou de madeira dentre muitos” (Guia para Estudo das Escrituras, “Sortes”, scriptures.LDS.org; ver também Mateus 27:35; Atos 1:23–26; 1 Néfi 3:11). Atualmente, nos conselhos disciplinares da estaca os sumos conselheiros “[sorteiam] números” selecionando aleatoriamente um objeto (como uma tira de papel) com um número de 1 a 12 nele (ver D&C 102:12). De acordo com Doutrina e Convênios 102:17, “os conselheiros que sortearam os números pares (…) são os que deverão defender o acusado e evitar insultos e injustiças”, para que assim o acusado seja representado com justiça.
O profeta Joseph Smith explicou que “não fazia parte da ordem dos céus, nos conselhos antigos, apelar a favor ou contra o culpado como se faz em nossos tribunais de justiça”. Mas, quando um sumo conselheiro fala em uma ação disciplinar, ele “deve falar precisamente, de acordo com a evidência e de acordo com o que o Espírito do Senhor ensina”. Os sumos conselheiros não devem “tentar proteger o culpado quando sua culpa for evidente”. Em vez disso, os membros do conselho designados para defender o acusado devem “defender sua causa a fim de que seu caso possa ser apresentado perante o presidente [do sumo conselho] com justiça, para que a decisão possa ser tomada de acordo com a verdade e a retidão” (relatado por Orson Hyde como secretário, em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 437; ortografia padronizada). Assim, o objetivo de um conselho disciplinar é buscar a verdade por intermédio do Espírito do Senhor e permitir que a clareza e a justiça guiem os procedimentos. Dessa maneira os conselhos disciplinares da Igreja ajudam a “salvar a alma do transgressor, proteger os inocentes e salvaguardar a pureza, a integridade e o bom nome da Igreja” (M. Russell Ballard, “A Chance to Start Over: Church Disciplinary Councils and the Restoration of Blessings” [Uma chance para recomeçar: Conselhos disciplinares da Igreja e a restauração de bênçãos], Ensign, setembro de 1990, p. 15).
Doutrina e Convênios 102:19, 23. “Consultar e obter a vontade do Senhor por revelação”
Embora os sumos conselheiros possam dar sua opinião durante uma ação disciplinar da estaca e o presidente da estaca e seus sumos conselheiros se reúnam em particular, é papel do presidente da estaca, o presidente do conselho, decidir o desfecho da questão (ver D&C 102:19). Enquanto o presidente da estaca considera os detalhes do caso e a doutrina e as normas da Igreja, ele deve buscar uma revelação esclarecedora do Senhor. É importante lembrar que no contexto do primeiro sumo conselho, o “presidente” mencionado em Doutrina e Convênios 102:23 era o profeta Joseph Smith, o presidente da Igreja, que tinha a autoridade e as chaves do sacerdócio para receber revelação para esclarecer a doutrina da Igreja. Atualmente na Igreja, os bispos e presidentes de estaca portam as chaves do sacerdócio que lhes permitem pedir ao Senhor e obter revelação quando estão tomando a decisão final dos conselhos disciplinares da ala e da estaca.
O presidente Gordon B. Hinckley ensinou: “Por ocasião dos conselhos disciplinares, os três membros do bispado, da presidência da estaca ou da presidência da Igreja se reúnem e juntos discutem assuntos e oram a fim de tomarem uma decisão. Posso lhes garantir, irmãos, que jamais há julgamento sem antes serem proferidas orações. As ações tomadas contra um membro são sérias demais para resultarem do julgamento apenas de homens, e principalmente de um único homem. Para que haja justiça, é preciso buscar sinceramente a orientação do Espírito e depois segui-la” (“Nos conselhos há segurança”, A Liahona, janeiro de 1991, pp. 59–60).
Doutrina e Convênios 104: Informações históricas adicionais
Em março e abril de 1832, o Senhor ordenou ao profeta Joseph Smith e um pequeno grupo de líderes do sacerdócio em Ohio e no Missouri que organizassem a Firma Unida (também conhecida como a Ordem Unida). Eles fizeram convênios de consagrar propriedades para a Igreja e trabalhar juntos para administrar os armazéns e os negócios de impressão da Igreja (ver D&C 78:1–3; 82:11–12). Além disso, os membros da Firma Unida “supervisionavam as fazendas e imóveis residenciais, como uma fábrica de potassa, um curtume, uma pedreira, uma serraria e um forno de tijolos” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 2, julho de 1831–janeiro de 1833, ed. Matthew C. Godfrey e outros, 2013, p. 498). Os lucros provenientes desses negócios deveriam ser usados para financiar o trabalho de edificar Sião, assim como prover uma renda para os membros da Firma Unida (ver D&C 82:17–19).
Em abril de 1834, a Firma Unida estava enfrentando sérios problemas financeiros. Por causa da violência das turbas no Missouri em 1833, a tipografia de William W. Phelps no condado de Jackson havia sido destruída e Sidney Gilbert tinha sido forçado a fechar sua loja. Consequentemente, nem a tipografia nem a loja podiam produzir renda para a firma, mas a firma ainda precisava pagar as dívidas que tinha adquirido para estabelecer e suprir esses negócios. Em Ohio, os membros da Firma Unida aumentavam sua dívida com companhias de Nova York ao fazerem empréstimos para suprir a loja de Kirtland e comprar terras e uma nova prensa tipográfica em Kirtland. Além disso, alguns membros da firma “manifestaram um espírito de cobiça em relação às propriedades da firma pela qual eles eram responsáveis” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835 p. 20). Devido às dificuldades, “os membros da Firma Unida do Ramo de Kirtland se reuniram em 10 de abril de 1834 e decidiram ‘que a firma deveria ser [dissolvida] e cada um receberia uma mordomia, ou propriedade, para supervisionar e administrar” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835, p. 21; ver também The Joseph Smith Papers, Journals [Documentos de Joseph Smith, Diários], Volume 1, 1832–1839, ed. Dean C. Jessee e outros, 2008, p. 38). Cerca de duas semanas depois o profeta Joseph Smith recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 104, que continha mais instruções do Senhor com respeito à Firma Unida e suas propriedades.
Para mais informações concernentes à Firma Unida, ver o comentário sobre Doutrina e Convênios 78 e 82 nos capítulos 29 e 30 deste manual.
Observação: “Em edições posteriores de Doutrina e Convênios, a Firma Unida é chamada de ‘Ordem Unida’ e pseudônimos substituem os nomes dos participantes. Além disso, a linguagem sobre o propósito da firma foi mudada para que se referisse mais vagamente a atender as necessidades dos pobres. Isso foi feito para proteger a identidade das pessoas envolvidas na firma e manter seu propósito confidencial. Os nomes das pessoas foram restaurados às revelações na década de 1980, mas a firma ainda é mencionada como Ordem Unida na edição de 2013 de Doutrina e Convênios” (Matthew C. Godfrey, “Newel K. Whitney e a Firma Unida”, em Revelações em Contexto, ed. Matthew C. Godfrey e James Goldberg, 2016, p. 146 ou historyLDS.org).
Doutrina e Convênios 104:1–77
O Senhor dá instruções relativas à Firma Unida
Doutrina e Convênios 104:1–2. “Abençoados com uma multiplicidade de bênçãos”
Quando a Firma Unida foi estabelecida, seus membros fizeram convênio de consagrar suas propriedades para a firma e trabalhar em união para edificar Sião (ver D&C 78:11–12; 82:11–12, 15). Mais tarde, o Senhor deu-lhes uma “promessa imutável e inalterável” ou absoluta e irrevogável, “que, se fossem fiéis [aos convênios] (…) seriam abençoados com uma multiplicidade de bênçãos” (D&C 104:2). O élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, relacionou algumas das muitas bênçãos que os membros da Igreja podem receber ao fazerem e guardarem fielmente seus convênios com o Senhor:
“Um convênio é uma aliança entre Deus e o homem, um pacto cujos termos são definidos por Deus (ver Guia para Estudo das Escrituras, “Convênio”, p. 43). Nessa aliança divina, Deus Se obriga a nos suster, santificar e exaltar como recompensa por nosso comprometimento de servi-Lo e de cumprir Seus mandamentos. (…)
Ao obedecermos aos princípios e mandamentos do evangelho de Jesus Cristo, desfrutamos de um fluxo contínuo de bênçãos prometidas por Deus em Seu convênio conosco. Tais bênçãos nos proveem os recursos necessários para agirmos em vez de somente sofrermos ação nesta vida. (…)
Na trilha dos convênios, encontramos um suprimento constante de dons e ajuda. (…) Fazemos parte de um povo de convênios, uma comunidade de santos que se motivam, sustêm e ministram mutuamente. (…)
Nossos convênios (…) produzem a fé necessária para perseverar e fazer todas as coisas que pareçam bem ao Senhor. Nossa vontade de tomar sobre nós o nome de Cristo e de guardar Seus mandamentos exige certo grau de fé; mas, se honrarmos nossos convênios, essa fé se expandirá. (…)
Nosso compromisso para com o Pai Celestial de guardarmos nosso convênio permite-Lhe deixar que Sua influência divina, o ‘poder da divindade’ (D&C 84:20), flua para nossa vida. Ele pode fazer isso porque, quando decidimos participar das ordenanças do sacerdócio, exercemos o arbítrio e optamos por recebê-lo. (…)
Os convênios divinos tornam os cristãos fortes. Incentivo cada um a qualificar-se para receber todas as ordenanças do sacerdócio que for possível e, então, guardar as promessas feitas por convênio. Em épocas de desânimo, deixem que seus convênios sejam preeminentes e que sua obediência seja perfeita. Depois, podem pedir com fé, sem nada duvidar, de acordo com a sua necessidade, e Deus responderá. Ele os susterá e vigiará em seu trabalho. Em Sua época apropriada, Ele estenderá a mão a você e dirá: ‘Eis-me aqui’” (“O poder dos convênios”, A Liahona, maio de 2009, pp. 20–22).
Doutrina e Convênios 104:3–10. “Alguns de meus servos (…) quebraram o convênio por cobiça”
O Senhor repreendeu alguns membros da Firma Unida que “quebraram o convênio por cobiça e com palavras falsas” (D&C 104:4). “Palavras falsas” são palavras que são desonestas ou que ocultam a verdadeira intenção da pessoa, e cobiçar significa “Desejar ardente e indevidamente alguma coisa ou alguém” (Guia para Estudo das Escrituras, “Cobiçar”, scripture.LDS.org). O apóstolo Paulo ensinou que cobiçar é uma forma de “idolatria” (ver Colossenses 3:5). Colocar nosso coração nas coisas do mundo nos impede de sermos totalmente leais e devotados ao Senhor e Seu reino.
O élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, advertiu contra os perigos da cobiça: “Irmãos e irmãs, tenham cuidado com a cobiça. É uma das grandes aflições destes últimos dias. Ela cria a ganância e o ressentimento. Não raro, leva à servidão, ao sofrimento e a dívidas opressivas e esmagadoras” (“Dívidas terrenas, dívidas celestiais”, A Liahona, maio de 2004, p. 40).
O Senhor advertiu os membros da Firma Unida de que se violassem seus convênios e não se arrependessem, eles seriam “expulsos” ou excomungados da Igreja e “[entregues] (…) às bofetadas de Satanás” (ver D&C 104:8–10). O élder Bruce R. McConkie (1915–1985), do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu que “ser entregue às bofetadas de Satanás é ser deixado nas mãos dele; é ser entregue a ele e ter todo o poder protetor do sacerdócio, da retidão e de Deus removidos, de modo que Lúcifer está livre para atormentar, perseguir e afligir tal pessoa sem impedimentos ou obstáculos. Quando as barreiras deixam de existir, as bofetadas e maldições de Satanás, neste mundo e no mundo vindouro, trazem uma angústia indescritível tipificada pelo lago de fogo e enxofre” (Mormon Doctrine [Doutrina Mórmon], 2ª ed., 1966, p. 108).
Doutrina e Convênios 104:11–14. “Designeis a todo homem sua mordomia”
Um mordomo é alguém que administra a propriedade ou os negócios de outra pessoa. Uma vez que o Senhor criou a Terra e tudo que nela há, “todas as coisas” pertencem a Ele — a terra, seus recursos, e Seus filhos que nela habitam (ver D&C 104:13–14, 55–56). Como todas as coisas pertencem ao Senhor, nós somos Seus mordomos. Com base nesse princípio, o Senhor instruiu que cada membro da Firma Unida recebesse uma mordomia individual, que seria designada das propriedades administradas pela Firma Unida. Dessa maneira o Senhor fez com que cada membro da firma fosse responsável pela administração e pelo uso dos recursos que Ele confiou a eles. Do mesmo modo, o Senhor vai exigir que prestemos contas do uso que fizemos dos recursos da Terra e do modo como cumprimos as responsabilidades que Ele nos deu.
Para mais informações sobre mordomia e prestação de contas das mordomias, ver o comentário para Doutrina e Convênios 51:19 e 72:2–3, neste manual.
Doutrina e Convênios 104:15–16. “Mas é necessário que seja feito a meu modo”
O Senhor deseja “suprir a [Seus] santos, (…) mas é necessário que seja feito a [Seu] modo” e não à maneira do mundo (D&C 104:15–16). O Senhor revelou que Sua maneira é quando Ele dá aos santos a lei de Seu evangelho, o que inclui a lei da consagração e os princípios da mordomia e da prestação de contas individual (ver D&C 42:18–42). Ao consagrar, ou dedicar, seu “tempo, talentos e bens materiais para o estabelecimento e edificação do reino de Deus” (Guia para Estudo das Escrituras, “Consagrar, Lei da consagração”, scripture.LDS.org), os membros da Igreja cumprem sua mordomia sagrada de ajudar a cuidar uns dos outros, especialmente dos pobres e necessitados.
O presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, ensinou sobre a maneira do Senhor de cuidar dos pobres e necessitados: “Há muitas boas pessoas e organizações no mundo que procuram atender às prementes necessidades dos pobres e necessitados de toda parte. Somos gratos por isso, mas a maneira do Senhor de cuidar dos necessitados difere da maneira do mundo. O Senhor disse: ‘É necessário que seja feito a meu modo’ (D&C 104:16). Ele não está interessado apenas em nossas necessidades imediatas. Ele também Se preocupa com nosso progresso eterno. Por esse motivo, a maneira do Senhor sempre incluiu a autossuficiência e o serviço ao próximo, além da atenção dada aos pobres” (“Prover à maneira do Senhor”, A Liahona, novembro de 2011, p. 54).
O élder Joseph B. Wirthlin explicou como “os pobres [são] aumentados” e “os ricos são diminuídos” (D&C 104:16) quando os membros da Igreja ajudam as pessoas à maneira do Senhor: “O método do Senhor consiste em ajudar as pessoas a ajudarem a si mesmas. Os pobres são aumentados porque trabalham pelo auxílio temporário que recebem, aprendem princípios corretos e conseguem sair da pobreza para a autossuficiência. Os ricos são diminuídos porque se humilham para doar generosamente de seus bens aos necessitados” (“O inspirado programa de bem-estar da Igreja”, A Liahona, julho de 1999, p. 90).
Doutrina e Convênios 104:17–18. “A Terra está repleta e há bastante e de sobra”
Algumas pessoas têm sugerido que a população da Terra acabará excedendo seus recursos. Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 104, o Senhor enfatiza que há recursos mais do que suficientes na Terra para todos os filhos de Deus (ver D&C 104:17). O problema não são os recursos limitados. O problema é a recusa em compartilhar da abundância da Terra com os pobres e necessitados. Em Sua “lei” para a Igreja, o Senhor ordenou que os santos se “[lembrem] dos pobres e [consagrem] as [suas] propriedades para sustento deles” (D&C 42:30). Conforme registrado em Doutrina e Convênios 104:18, o Senhor advertiu que se os santos não “[repartissem]” sua “porção com os pobres e necessitados, de acordo com a lei de [Seu] evangelho”, eles “com os iníquos, [ergueriam] seus olhos no inferno, estando em tormento”. Isso se refere à parábola de Jesus Cristo sobre o homem rico e Lázaro (ver Lucas 16:19–31). Assim como o homem rico na parábola, aqueles que não compartilharem de sua abundância com os pobres, sofrerão as angústias do inferno no mundo vindouro.
O élder D. Todd Christofferson elogiou os membros da Igreja por sua generosidade enquanto os convidava a considerar o que mais podem fazer para ajudar os pobres e necessitados:
“Nós controlamos o uso de nossos meios e recursos, mas prestamos contas a Deus dessa mordomia sobre as coisas terrenas. É gratificante ver a generosidade de vocês nas contribuições com as ofertas de jejum e nos projetos humanitários. Com o passar dos anos, o sofrimento de milhares, talvez milhões, vem sendo aliviado, e um número incontável de outras pessoas conseguiu progredir graças à generosidade dos santos. Contudo, ao buscarmos a causa de Sião, cada um de nós deve considerar, em espírito de oração, se está fazendo o que deve e se está fazendo tudo o que deve fazer aos olhos do Senhor com respeito aos pobres e necessitados.
Devemos perguntar a nós mesmos, já que vivemos em sociedades que adoram as posses e os prazeres, se estamos livres da cobiça e do desejo ardente de adquirir mais e mais as coisas deste mundo. O materialismo é apenas mais uma manifestação de idolatria e orgulho que caracterizam a Babilônia. Talvez consigamos aprender a ficar satisfeitos com o que é suficiente para nossas necessidades” (“A Sião vem, pois, depressa”, A Liahona, novembro de 2008, p. 39).
Embora a frase “os pobres e os necessitados” (D&C 104:18) se refira especificamente às pessoas com dificuldades financeiras, também pode incluir pessoas que precisam de auxílio espiritual, emocional, mental e social. De modo semelhante, “a abundância” da Terra inclui o tempo, os talentos, as habilidades, os dons espirituais e os conhecimentos de alguém, além das posses materiais.
Doutrina e Convênios 104:19–46. “Multiplicarei suas bênçãos”
Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 104, o Senhor deu instruções específicas sobre as mordomias designadas aos membros da Firma Unida que viviam em Kirtland, Ohio. A revelação não menciona propriedades designadas aos membros da firma que viviam no Missouri, provavelmente porque os santos haviam sido expulsos recentemente do condado de Jackson. O Senhor orientou que as propriedades da firma em Kirtland fossem divididas e designadas aos membros individualmente, que se tornariam responsáveis por administrá-las, para que “todo homem preste constas [a Ele] da mordomia que lhe for designada” (ver D&C 104:11–13). O Senhor então fez a mesma promessa a cada membro da firma mencionado na revelação: Se eles fossem fiéis em suas mordomias, o Senhor “[multiplicaria] sua bênção” (ver D&C 104:23, 25, 31, 33, 35, 38, 42, 46). Da mesma maneira, se formos fiéis nas mordomias que o Senhor nos designa, Ele “multiplicará” nossas bênçãos.
Doutrina e Convênios 104:47–53. “Não estejais ligados como ordem unida”
Embora os membros da Firma Unida em Ohio tivessem decidido dissolver a firma em 10 de abril de 1834, a revelação registrada em Doutrina e Convênios 104 os instruía a reorganizar a firma e separar os ramos de Ohio e do Missouri para que eles funcionassem de modo independente (ver D&C 104:47–50). O Senhor explicou: “Isto mandei que se fizesse para vossa salvação” (D&C 104:51), provavelmente se referindo à salvação financeira dos membros da firma. Entretanto, em vez de ser reorganizada, “a Firma Unida efetivamente deixou de existir logo após essa revelação ser dada”, talvez porque “os líderes tenham decidido transferir a maior parte da responsabilidade pelos empreendimentos temporais da Igreja para outros corpos administrativos, como o sumo conselho de Kirtland” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835, pp. 21–22).
Doutrina e Convênios 104:54–66. “Para imprimirdes minhas palavras”
O Senhor relembrou aos membros da Firma Unida que as propriedades designadas individualmente a eles eram Dele e que eles eram Seus mordomos. Ele esperava que cada um deles administrasse sua mordomia com sabedoria para que pudessem criar fundos para a impressão das escrituras e outras revelações que Ele daria (ver D&C 104:58, 63). Embora a frase “plenitude de minhas escrituras” (D&C 104:58) se refira especificamente a tradução de Joseph Smith inspirada da Bíblia, o primeiro exemplar da revelação registrada na seção 104 sugere que essa frase também pretendia incluir o Livro de Mórmon e as revelações contidas em Doutrina e Convênios (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4, abril de 1834–setembro de 1835, p. 29).
O élder D. Todd Christofferson ensinou: “O propósito central de toda escritura é encher nossa alma de fé em Deus, o Pai, e em Seu Filho Jesus Cristo” (“A bênção das escrituras”, A Liahona, maio de 2010, p. 34). Portanto, publicar as escrituras e disponibilizá-las para a leitura e o estudo ajudaria a levar o conhecimento do evangelho restaurado aos filhos de Deus, “[edificando] a igreja e reino [do Senhor] na Terra, e (…) [preparando Seu] povo” para a Segunda Vinda (D&C 104:59).
Para financiar o trabalho de impressão das escrituras e edificar Sião, o Senhor instruiu que duas tesourarias, ou contas, fossem criadas. A primeira, conhecida como “tesouraria sagrada do Senhor”, deveria conter os fundos destinados às operações de impressão da Igreja (ver D&C 104:63–66). A “receita” ou lucro, da venda das publicações da Igreja deveriam ser mantidas nessa tesouraria (ver D&C 104:65). A segunda tesouraria deveria conter os lucros obtidos com as mordomias individuais. Os membros da firma poderiam fazer retiradas desses fundos quando necessário para ajudá-los a executar suas mordomias (ver D&C 104:72–73).
Doutrina e Convênios 104:78–86
Os santos recebem conselhos relacionados a dívidas
Doutrina e Convênios 104:78–86. “Com respeito às vossas dívidas”
Menos de uma semana antes de o profeta Joseph Smith receber a revelação registrada em Doutrina e Convênios 104, o bispo Newel K. Whitney, um membro da Firma Unida, preparou um documento detalhando as diversas dívidas que a Firma Unida possuía (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 4: abril de 1834–setembro de 1835, pp. 10–12). Os membros da firma haviam emprestado dinheiro por intermédio da loja Whitney para pagar pelas operações comerciais e publicações da Igreja em Ohio e no Missouri. O Senhor não ordenou que a Firma Unida fosse reorganizada para evitar que a firma saldasse suas dívidas; na verdade, Ele instruiu os membros da firma de que “é a minha vontade que pagueis todas as vossas dívidas” (D&C 104:78). Devido ao enorme fardo financeiro da Igreja na primavera de 1834, essa era uma tarefa desafiadora. O Senhor prometeu, entretanto, que se eles fossem “diligentes e humildes, e [exercitassem] a oração da fé”, Ele [abrandaria] o coração” de seus credores até Ele enviar “meios” para que quitassem as dívidas (D&C 104:80).
Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 104, o Senhor Se referiu às dívidas da firma como “cativeiro”. Ao pagar suas dívidas, os membros da firma seriam “libertados” de sua “escravidão” financeira (ver D&C 104:80, 83–84). Da mesma maneira, os profetas modernos têm admoestado os membros da Igreja a pagarem o que devem e evitarem dívidas desnecessárias e excessivas.O élder Joseph B. Wirthlin ensinou:
“Honrem suas obrigações financeiras. Às vezes ouvimos histórias de ganância e egoísmo que nos causam grande tristeza. Ouvimos falar de fraudes, pessoas que não saldam suas dívidas, engodos financeiros e falências. (…)
Somos um povo íntegro. Cremos em honrar nossas dívidas e ser honestos em nossos negócios com o próximo” (“Dívidas terrenas, dívidas celestiais”, A Liahona, maio de 2004, p. 42).
O presidente Gordon B. Hinckley declarou:
“Existem muitos entre nós que estão vivendo no limite de suas rendas. De fato, alguns estão vivendo com dinheiro emprestado. (…)
Rogo-lhes (…) que analisem sua situação financeira. Rogo-lhes que sejam comedidos em suas despesas, controlem-se no que se refere a compras, que evitem ao máximo as dívidas, que as paguem assim que possível e se livrem da servidão.
Isso faz parte do evangelho secular em que acreditamos” (“Para os rapazes e para os homens”, A Liahona, janeiro de 1999, pp. 65–66).