“Capítulo 38: Doutrina e Convênios 98–100”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno, 2017
“Capítulo 38”, Doutrina e Convênios – Manual do Aluno
Capítulo 38
Doutrina e Convênios 98–100
Introdução e cronologia
Em 1833 o crescimento populacional dos membros da Igreja no condado de Jackson, Missouri, tornou-se uma grande preocupação para moradores originais do condado, devido às diferenças culturais, políticas e religiosas significativas entre os dois grupos. Em 20 de julho de 1833, um grupo de cidadãos do Missouri exigiu que os santos deixassem o condado de Jackson. Antes que os santos pudessem responder adequadamente, uma turba em Independence, Missouri, destruiu a tipografia e cobriu de piche e penas o bispo Edward Partridge e Charles Allen. Três dias depois, uma grande turba ameaçou com mais violência, e os líderes da Igreja foram forçados a assinar um acordo em que todos os mórmons deixariam o condado de Jackson antes de 1° de abril de 1834. Em 6 de agosto de 1833, em Kirtland, Ohio, o profeta Joseph Smith recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 98, na qual o Senhor instruiu os santos sobre como agir diante das perseguições. O Senhor também aconselhou os santos a seguirem “a lei constitucional do país” (D&C 98:6) e os advertiu a guardarem seus convênios.
John Murdock filiou-se à Igreja quando os primeiros missionários de Nova York chegaram em Kirtland, Ohio, em novembro de 1830. Ele imediatamente começou a pregar o evangelho. Em junho de 1832, ele retornou de sua missão em áreas no meio-oeste dos Estados Unidos. Em uma revelação dada ao profeta Joseph Smith em 29 de agosto de 1832, registrada em Doutrina e Convênios 99, o Senhor chamou John Murdock para continuar a servir como missionário.
Em outubro de 1833, o profeta Joseph Smith e Sidney Rigdon partiram para uma breve missão no Alto Canadá. Em 12 de outubro de 1833, eles pararam em Perrysburg, Nova York, e o profeta recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 100. O Senhor assegurou ao profeta e a Sidney que seus familiares em Ohio estavam bem. Ele também os consolou no tocante aos santos do Missouri que estavam sofrendo perseguições.
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Junho de 1832John Murdock retornou de sua missão no meio-oeste dos Estados Unidos.
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29 de agosto de 1832Doutrina e Convênios 99 é recebida.
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20 de julho de 1833Uma turba no condado de Jackson, Missouri, destruiu a tipografia da Igreja em Independence e cobriu de piche e penas o bispo Edward Partridge e Charles Allen.
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23 de julho de 1833Sob a ameaça de uma turba violenta, os líderes da Igreja no Missouri assinaram um acordo em que os mórmons começariam a deixar o condado de Jackson até o final do ano.
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6 de agosto de 1833Doutrina e Convênios 98 é recebida.
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9 de agosto de 1833Oliver Cowdery chega em Kirtland, Ohio, com notícias da violência da turba em relação aos santos no Missouri.
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5 de outubro, 1833Joseph Smith e Sidney Rigdon partiram de Kirtland, Ohio, para pregar o evangelho em Nova York e em Mount Pleasant, no Alto Canadá (atualmente Ontário).
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12 de outubro de 1833Doutrina e Convênios 100 é recebida.
Doutrina e Convênios 98: Informações históricas adicionais
Pouco depois de o Senhor haver declarado que a cidade de Sião e o templo seriam construídos em Independence, Missouri (ver D&C 57:1–3), centenas de santos dos últimos dias começaram a se reunir nos arredores do condado de Jackson. No verão de 1833, estima-se que mais de 1.200 membros haviam se estabelecido no Missouri (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, ed. Gerrit J. Dirkmaat e outros, 2014, p. 121). O crescimento populacional dos santos dos últimos dias, ou mórmons, tornou-se uma grande preocupação para moradores originais do condado de Jackson, devido às diferenças culturais, políticas e religiosas significativas entre os dois grupos, o que gerou desentendimentos e conflito.
Em julho de 1833, William W. Phelps publicou um editorial intitulado “Liberdade para os negros” no jornal da Igreja no Missouri The Evening and the Morning Star. Alguns cidadãos locais que apoiavam a escravidão consideraram o título do artigo de William W. Phelps como uma declaração política e o interpretaram como um convite para que antigos escravos se estabelecessem no Missouri. Isso gerou uma tensão significativa e, dias depois, aproximadamente 300 cidadãos assinaram um documento exigindo que os mórmons deixassem o condado de Jackson. Em 20 de julho de 1833, um comitê representando esses cidadãos apresentou aos líderes da Igreja no condado de Jackson uma lista de exigências e ordenaram que eles respondessem em 15 minutos. Quando os líderes da Igreja se recusaram a cumprir com as exigências do grupo, uma multidão hostil na cidade de Independence começou a destruir a gráfica da Igreja onde o Livro de Mandamentos estava sendo impresso. A turba cobriu o bispo Edward Partridge e Charles Allen de piche e penas (ver The Joseph Smith Papers Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, pp. 186–187). Três dias depois, em 23 de julho de 1833, uma turba de cerca de 500 moradores ameaçou os membros da Igreja que viviam no condado de Jackson com mais violência. Seis líderes da Igreja “‘ofereceram-se como resgate [à turba] pela Igreja, desejando ser açoitados ou morrer, caso isso aplacasse a ira em relação à Igreja’ [“To His Excellency, Daniel Dunklin” [Para vossa excelência, Daniel Dunklin], The Evening and the Morning Star, dezembro de 1833, p. 114], mas a turba declarou que todos os membros da Igreja deveriam partir ou morrer” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 187). Sob a ameaça de violência, os líderes da Igreja assinaram um acordo prometendo que os líderes da Igreja e metade dos membros partiriam do condado de Jackson até 1° de janeiro de 1834, com o restante partindo até 1° de abril de 1834 (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 187).
Oliver Cowdery imediatamente partiu de Independence, Missouri, e viajou para Kirtland, Ohio, para levar aos líderes da Igreja um relato em primeira mão sobre o que havia acontecido. Ele chegou em Kirtland em 9 de agosto de 1833. Em 6 de agosto de 1833, o profeta Joseph Smith ditou a revelação registrada em Doutrina e Convênios 98, na qual o Senhor ensinou os santos sobre como agir diante das perseguições. Essa revelação, junto com as revelações registradas em Doutrina e Convênios 94 e 97, foram copiadas em uma carta e enviadas aos líderes da Igreja no Missouri em 7 de agosto, dois dias antes de Oliver Cowdery chegar a Kirtland. Embora certamente o profeta estivesse ciente da crescente tensão entre os membros da Igreja e os que não eram mórmons residentes no condado de Jackson, ele não tinha como saber das hostilidades ocorridas em 20 e 23 de julho em Independence, Missouri, antes de receber essa revelação.
Doutrina e Convênios 98:1–22
O Senhor consola os santos e os aconselha a seguir a lei do país e guardar seus convênios
Doutrina e Convênios 98:1–3. “Todas as coisas (…) reverterão para o vosso bem”
Embora o profeta Joseph Smith ainda não houvesse recebido a notícia da violência e das hostilidades que ocorreram no condado de Jackson, Missouri, em 20 e 23 de julho de 1833, a revelação que ele recebeu em 6 de agosto em Kirtland, Ohio, mostra que o Senhor estava plenamente ciente das provações e do sofrimento dos membros da Igreja lá. O Senhor assegurou aos santos que havia ouvido suas orações e os incentivou a “não [temer]”, dizendo: “Todas as coisas que vos tiverem afligido reverterão para o vosso bem” (D&C 98:1, 3; ver também Romanos 8:28). O élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que as provações podem nos refinar e nos fortalecer:
“As revelações, pelas quais somos gratos, demostram que devemos agradecer até mesmo pelas aflições, porque elas voltam nosso coração a Deus e dão-nos oportunidades de preparar-nos para aquilo que Deus deseja que nos tornemos. (…) Brigham Young compreendeu essa passagem. Ele disse: ‘Não há sequer uma condição da vida [ou] uma hora de experiência que não seja benéfica para todos os que a utilizam para estudar e têm por objetivo progredir por meio da experiência que adquirem’ (Ensinamentos dos Presidente da Igreja: Brigham Young, 1997, p. 179). (…)
Lemos as seguintes palavras do presidente John Taylor sobre a gratidão pelo sofrimento: ‘Já aprendemos muito com o sofrimento. O que chamamos de sofrimento, eu chamo de escola da experiência. (…) Nunca vi isso sobre outro prisma que não seja o de que as provações servem para purificar os santos de Deus, para que, como dizem as escrituras, sejam como o ouro purificados sete vezes pelo fogo’ (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor, 2001, p. 203). Os pioneiros como o presidente John Taylor, que testemunharam o assassinato de seu profeta, sofreram uma longa perseguição e terríveis adversidades por causa de sua fé, louvaram e agradeceram a Deus. Por intermédio de suas provações e pela coragem e atitude inspiradas com que enfrentaram suas dificuldades eles cresceram na fé e em estatura espiritual. Foi por meio de suas aflições que se tornaram o que Deus desejava que fossem, e assim estabeleceram as bases da grande obra que abençoa nossa vida hoje” (“Render graças por todas as coisas”, A Liahona, maio de 2003, pp. 96–97).
O presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, expandiu nosso entendimento sobre a gratidão em todas as coisas:
“É fácil ser grato por coisas quando a vida parece estar a nosso favor. Mas, e naqueles momentos em que as coisas que desejamos parecem estar muito fora de nosso alcance?
Sugiro que vejamos a gratidão como uma disposição, um modo de vida que independe de nossa situação atual. Em outras palavras, estou sugerindo que, em vez de sermos ‘gratos por coisas’, devemos concentrar-nos em ser ‘gratos em nossas circunstâncias’ — sejam elas quais forem. (…)
Se formos gratos a Deus em nossas circunstâncias, podemos vivenciar uma doce paz, em meio à tribulação. Mesmo na aflição, podemos elevar nosso coração em louvor. Na dor, podemos gloriar-nos na Expiação de Cristo. No frio da amarga tristeza, podemos sentir a proximidade e o calor do abraço do céu.
Às vezes, achamos que ser gratos é algo que fazemos depois que nossos problemas forem solucionados, mas que visão terrivelmente limitada é essa! Perdemos muito na vida por esperarmos ver o arco-íris antes de agradecermos a Deus pela chuva.
Ser gratos em momentos de aflição não significa que estejamos contentes com nossa situação. Significa, sim, que pelos olhos da fé olhamos para além de nossas dificuldades atuais.
Essa não é uma gratidão dos lábios, mas da alma. É uma gratidão que cura o coração e expande a mente” (“Gratos em quaisquer circunstâncias”, A Liahona, maio de 2014, pp. 75–76).
Doutrina e Convênios 98:4–8. “A lei constitucional do país”
Os santos que foram tratados com crueldade no condado de Jackson, Missouri, durante o verão de 1833, deveriam ter recebido proteção com base na lei constitucional dos Estados Unidos. O Senhor explicou que quando a “lei do país, (…) constitucional, que apoiar o princípio da liberdade na observância de direitos e privilégios”, essa lei “pertencerá a toda a humanidade e será justificável perante [Ele]” (D&C 98:5). Os santos são então justificados em seguir essa lei (ver D&C 98:6; ver também D&C 101:77–80). O Senhor ensinou que apesar do que eles suportaram devido às pessoas que ignoravam a lei, eles deveriam ser amigáveis, ou seguir “a lei constitucional do país” (D&C 98:6).
O presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) ensinou: “A constituição sob a qual vivemos [nos Estados Unidos], e que não apenas nos têm abençoado, mas se tornou um modelo para outras constituições, é nossa medida de proteção nacional inspirada por Deus, assegurando-nos liberdade, justiça e igualdade perante a lei” (“Os tempos em que vivemos”, A Liahona, janeiro de 2002, p. 85).
O élder L. Tom Perry (1922–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, incentivou os santos em todo o mundo a aprender e apoiar as leis de suas nações: “Como membros da Igreja, vivemos sob o estandarte de muitas bandeiras diferentes. É muito importante compreendermos qual é o nosso lugar e nossa posição no país em que vivemos! Devemos familiarizar-nos com a história, a herança e as leis da terra que nos governa. Nos países que nos permitem participar dos negócios governamentais, devemos usar nosso (…) arbítrio e nos empenharmos no apoio e na defesa dos princípios da verdade, do direito e da liberdade” (“Uma celebração significativa”, A Liahona, janeiro de 1988, pp. 70–71).
Doutrina e Convênios 98:9–10. “Homens bons e homens sábios devereis apoiar”
O Senhor instruiu os santos a apoiarem “a lei constitucional do país” (D&C 98:6), que foi elaborada para manter os “direitos e privilégios” de todas as pessoas (D&C 98:5) e a buscarem “diligentemente” líderes civis que fossem “honestos”, “bons” e “sábios” (D&C 98:10). Não importa quão ética a lei seja, quando os líderes governantes são corruptos, “o povo pranteia” e sofre os efeitos da liderança injusta (D&C 98:9; ver também Provérbio 29:2).
Como às vezes é difícil distinguir entre os justos e os iníquos (ver D&C 10:37), os membros de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias são incentivados a estudar ativamente as questões e as posições dos candidatos locais e nacionais. O élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos ensinou:
“Procuremos apoiar aqueles que, a nosso ver, agirão com integridade e concretizarão nossas ideias de um bom governo. (…)
A Igreja defende a norma de estrita neutralidade política, não favorecendo qualquer partido ou candidato, mas todos os membros devem participar ativamente no processo político. Estudemos as mensagens e os candidatos para que nossos votos se baseiem em conhecimento e não em boatos. Oremos por nossos líderes públicos, pedindo ao Senhor que os ajude a tomar as decisões importantes que nos afetam” (“Procurar o bem”, A Liahona, julho de 1992, p. 93).
Doutrina e Convênios 98:11–15. “Vos provarei (…) , para ver se permanecereis no meu convênio”
O Senhor prometeu aos santos do Missouri que se fossem obedientes a Seus mandamentos, eles não precisariam temer seus inimigos (ver D&C 98:14). Ele também explicou que proveria instrução espiritual a Seu povo “linha sobre linha” (D&C 98:12), demonstrando que eles compreenderiam aos poucos, e não de uma só vez. Com o conhecimento limitado que os santos haviam recebido, Deus os “[testaria] e [provaria]” para ver se seriam fiéis e guardariam o convênio que Ele havia oferecido a eles (D&C 98:12; ver também D&C 66:2). O presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, ensinou: “O teste que o Deus amoroso colocou diante de nós não é para ver se conseguimos suportar as dificuldades, mas, sim, para avaliar se conseguiremos suportá-las bem. Passamos no teste quando demonstramos que nos lembramos Dele e dos mandamentos que Ele nos deu. Suportar bem significa guardar esses mandamentos, a despeito de toda a oposição, seja qual for a tentação e seja qual for os tumultos que nos cerquem” (“Na força do Senhor”, A Liahona, maio de 2004, p. 17).
Doutrina e Convênios 98:19–22. “As portas do inferno não prevalecerão contra vós”
O Senhor disse que não estava “satisfeito com muitos” dos santos em Kirtland, Ohio, porque “não [abandonaram] seus pecados nem seus caminhos iníquos, o orgulho de seu coração, nem sua cobiça nem todas as suas coisas detestáveis; e não [observavam] as palavras de sabedoria, e vida eterna que [Ele havia] lhes [dado]” (D&C 98:19–20). Ele os advertiu que os castigaria caso não se arrependessem e obedecessem a Seus mandamentos (ver D&C 98:21).
O Senhor assegurou aos santos no Missouri que se eles obedecessem a Seus mandamentos, Ele “[desviaria] (…) toda ira e indignação” e “as portas do inferno não [prevaleceriam] contra” eles (D&C 98:22). O presidente Gordon B. Hinckley ensinou:
“Nossa segurança está no arrependimento. Nossa força provém da obediência aos mandamentos de Deus.
Oremos sempre. Oremos pedindo retidão. Oremos pelas forças do bem. Estendamos a mão para ajudar os homens e as mulheres de boa vontade, seja qual for sua orientação religiosa e onde quer que eles residam. Permaneçamos firmes contra o mal, tanto em casa como no exterior. Vivamos de modo a merecer as bênçãos do céu, modificando nossa vida no que for necessário e buscando a Ele, o Pai de todos nós. Ele disse: ‘Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus’ (Salmos 46:10)” (“Os tempos em que vivemos”, p. 86).
Doutrina e Convênios 98:23–48
O Senhor ensina aos santos como responder à perseguição e explica quando a guerra é justificada.
Doutrina e Convênios 98:16, 23–48. “Renunciai à guerra e proclamai a paz”
O conselho de “renunciar à guerra e [proclamar] a paz” (D&C 98:16), com as instruções detalhadas que o Senhor deu com relação à quando a guerra é justificada, ajudou a esclarecer como os santos deveriam reagir à perseguição violenta que estavam enfrentando no condado de Jackson, Missouri.
Os princípios ensinados em Doutrina e Convênios 98 têm sido enfatizados pelos profetas e apóstolos modernos. O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, debateu sobre como podemos “[proclamar] a paz” individualmente: “Como Igreja, precisamos ‘[renunciar] à guerra e [proclamar] a paz’ (D&C 98:16). Como indivíduos, devemos ‘[seguir] as coisas que servem para a paz’ (Romanos 14:19). Devemos, individualmente, ser pacificadores. Devemos viver em paz com o cônjuge, os familiares e os vizinhos. Devemos viver de acordo com a Regra de Ouro. (…) Devemos (…) expandir nosso círculo de amor a fim de envolver toda a humanidade” (“Bem-aventurados os pacificadores”, A Liahona, novembro de 2002, p. 41).
O presidente Gordon B. Hinckley ensinou a importância de proclamar a paz, mas também salientou que há ocasiões em que a guerra é justificada:
“Numa democracia podemos renunciar à guerra e proclamar a paz. (…) Contudo, todos nós precisamos também ter consciência de outra responsabilidade primordial. (…)
Fica bem claro por esses e outros escritos que há momentos e situações em que as nações estão justificadas, na verdade têm a obrigação de lutar pela família, pela liberdade e contra a tirania, a ameaça e a opressão.
No final das contas, nós desta Igreja somos um povo de paz. Somos seguidores de nosso Redentor, o Senhor Jesus Cristo que era o Príncipe da Paz. Mas Ele mesmo disse: ‘Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer a paz, mas a espada’ (Mateus 10:34).
Isso nos coloca na posição daqueles que anseiam pela paz, que ensinam a paz, que trabalham pela paz, mas que também são cidadãos de nações e estão sujeitos às leis de nossos governos. Além disso somos um povo que ama a liberdade e que está comprometido com a defesa da liberdade onde quer que ela esteja em perigo. Creio que Deus não considera os homens e as mulheres de uniformes responsáveis como agentes de seus governos na execução daquilo que eles são legalmente obrigados a fazer. Pode até ser que Ele nos considere responsáveis, se tentarmos impedir ou bloquear o caminho daqueles que estão envolvidos numa luta contra as forças do mal e da repressão” (“Guerra e paz”, A Liahona, maio de 2003, p. 80).
Em 9 de agosto de 1833, vários dias depois de a presidência do sumo sacerdócio enviar as revelações registradas em Doutrina e Convênios 94 e 97–98 aos santos no Missouri, Oliver Cowdery chegou do condado de Jackson e informou ao profeta Joseph Smith sobre as hostilidades e ataques que haviam ocorrido no Missouri. O profeta escreveu uma carta em 18 de agosto de 1833, para consolar os santos no Missouri. As notícias da violência da turba no Missouri também incentivaram os inimigos dos santos em Ohio, tornando necessário que os membros da Igreja vigiassem suas casas à noite para “manter os malfeitores à distância” (Joseph Smith, em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 263).
Em sua carta de 18 de agosto aos santos no Missouri, o profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou que o Senhor os livraria se eles fossem fiéis:
“Satanás desceu em grande ira sobre toda a Igreja de Deus e não há segurança, a não ser no exército de Jeová. Ninguém mais pode livrar, e Ele não nos livrará a menos que provemos ser fiéis a Ele nos desafios mais extremos, pois aqueles que terão as vestes lavadas no sangue do Cordeiro devem se elevar diante das tribulações, mesmo diante da maior de todas as aflições. Mas sabei isto: Quando os homens vos maltratarem e falarem enganosamente toda sorte de maldades, por causa de Cristo, que Ele é seu amigo, e eu sei que Ele rapidamente livrará Sião, pois tenho Seu convênio imutável, isso é verdade. Mas Deus Se agrada de manter escondido de meus olhos os meios de como isso se dará. (…)
Devemos esperar com paciência até que o Senhor Se revele” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, pp. 263–265; a ortografia, a pontuação e o uso de iniciais maiúsculas foram padronizados).
Doutrina e Convênios 99: Informações históricas adicionais
John Murdock recebeu um exemplar do Livro de Mórmon quando os missionários de Nova York chegaram pela primeira vez na área de Kirtland, Ohio, em novembro de 1830. “Ele escreveu: ‘O espírito do Senhor repousou sobre mim’ quando leu o Livro de Mórmon, ‘testificando da verdade a mim’. A esposa de John, Julia Clapp Murdock, ‘ficou cheia do Espírito enquanto [ele] lia’ para ela. Eles foram batizados e confirmados, e ele foi ordenado élder. ‘Foi verdadeiramente uma época de derramamento do Espírito’, ele escreveu. ‘Sei que o Espírito repousou sobre mim como nunca havia acontecido antes’” (Steven C. Harper, “Murdock, John”, em Dennis L. Largey e Larry E. Dahl, eds., Doctrine and Covenants Reference Companion, 2012, p. 429). Em abril de 1831, Julia morreu ao dar à luz gêmeos, deixando John com cinco filhos pequenos para cuidar. Emma Smith também havia dado à luz gêmeos em abril, mas eles morreram ao nascer. Após essas tragédias, John permitiu que Joseph e Emma adotassem seus gêmeos e os criassem como seus ver The Joseph Smith Papers, Documents, [Documentos de Joseph Smith], Volume 2, julho de 1831–janeiro de 1833, ed. Matthew C. Godfrey e outros, 2013, p. 272).
Na revelação que o profeta Joseph Smith recebeu em 6 de junho de 1831, o Senhor chamava John Murdock para pregar o evangelho (ver D&C 52:2–3, 8–9). John providenciou quem cuidasse de seus filhos mais velhos e então acompanhou os élderes ao Missouri, onde continuou a pregar o evangelho por vários meses. Quando retornou para Ohio, em junho de 1832, ele soube que um dos gêmeos que foram adotados por Joseph e Emma havia morrido de sarampo em março daquele ano, após o incidente com a turba violenta em Hiram, Ohio, durante o qual o profeta havia sido coberto de piche e penas (ver Lisa Olsen Tait, “‘Abandonei outros assuntos’: Os primeiros missionários”, em Revelações em Contexto, ed. Matthew McBride e James Goldberg, 2016, pp. 89–90 ou history.LDS.org).
John Murdock passou o verão de 1832 cuidando de seus três filhos mais velhos. Em uma revelação dada por intermédio do profeta Joseph Smith em 29 de agosto de 1832, John foi chamado novamente para servir como missionário. Nessa revelação o Senhor o instruiu a enviar seus três filhos para o Missouri, para serem cuidados pelo bispo Edward Partridge (ver D&C 99:6). Após fazer os preparativos relacionados aos filhos, John partiu para a área leste dos Estados Unidos em 24 de setembro de 1832 (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 2, julho de 1831–janeiro de 1833, pp. 272–273.)
A revelação registrada em Doutrina e Convênios 99 não está em uma sequência cronológica com relação às outras seções no livro, devido a um erro na data da revelação quando a edição de 1876 de Doutrina e Convênios foi impressa. Esse erro foi corrigido em 1981, mas a localização da revelação em Doutrina e Convênios e o número da seção foram preservados para que as referências ao número da seção em outras publicações permanecessem corretos (ver Dennis A. Wright, “Historical context and overview of Doctrine and Covenants 99 [Contexto histórico e visão geral de Doutrina e Convênios 99], em Doctrine and Covenants Reference Companion, p. 805).
Doutrina e Convênios 99
O Senhor chama John Murdock para proclamar o evangelho
Doutrina e Convênios 99:1–4. “E quem te recebe, a mim me recebe”
Durante o ministério mortal de Jesus Cristo, Ele chamou, comissionou e enviou Seus servos para proclamar o evangelho. Ao fazê-lo, Ele disse-lhes: “Quem vos recebe, a mim me recebe” (Mateus 10:40). O Senhor repetiu a promessa em agosto de 1832, quando chamou John Murdock para continuar a pregar o evangelho (ver D&C 99:2; ver também D&C 84:35–38).
Esse princípio, de receber aqueles a quem o Senhor chama, também se aplica ao apoio que damos a nossos líderes da Igreja. O presidente Marion G. Romney (1897–1988), da Primeira Presidência, ensinou: “É muito importante enfatizar esta declaração: ‘Aquele que recebe os meus servos, a mim me recebe’ (D&C 84:36). Quem são os Seus servos? Eles são Seus representantes nos ofícios do sacerdócio — representantes gerais, da estaca, do quórum do sacerdócio e os líderes da ala. É nossa responsabilidade ter isso em mente quando somos tentados a desprezar nossas autoridades presidentes, bispos, presidentes do quórum e da estaca, etc., quando, dentro da autoridade de seus chamados, eles nos dão conselhos e advertências” (em Conference Report, outubro de 1960, p. 73).
Doutrina e Convênios 99:2. “Terás poder para declarar minha palavra em demonstração de meu Santo Espírito”
O Senhor prometeu a John Murdock “terás poder para declarar minha palavra em demonstração de meu Santo Espírito” (D&C 99:2). Aqueles chamados para ensinar o evangelho restaurado de Jesus Cristo devem confiar no Espírito e não em suas próprias habilidades e talentos. O profeta Joseph Smith declarou: “Ninguém pode pregar o evangelho sem o Espírito Santo” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, p.349).
O presidente Brigham Young (1801–1877) ensinou o seguinte com respeito ao poder convincente do Espírito:
“Qualquer outra coisa além dessa influência [do Espírito] falhará em convencer as pessoas da veracidade do evangelho da salvação. (…)
Quando vi um homem sem eloquência ou talento de oratória, que pôde apenas dizer: ‘Sei pelo poder do Espírito Santo que o Livro de Mórmon é verdadeiro, que Joseph Smith é um profeta de Deus’, o Espírito Santo advindo dessa pessoa iluminou meu entendimento e diante de mim estavam a luz, a glória e a imortalidade. Estou envolvido pelo Espírito, fiquei pleno dele, e sei por mim mesmo que o testemunho daquele homem é verdadeiro. (…) O meu julgamento, a minha instrução e minhas habilidades curvaram-se diante daquele testemunho simples, mas poderoso” (“A Discourse” [Um discurso], Deseret News, 9 de fevereiro de 1854, p. 4).
Doutrina e Convênios 99:6. Deixar a família em ordem para servir missão
Em obediência à revelação registrada em Doutrina e Convênios 99, John Murdock enviou seus três filhos para o bispo Edward Partridge no Missouri, que, por sua vez, fez os preparativos para que eles morassem com famílias de membros da Igreja em Sião. John então partiu em sua missão para o leste dos Estados Unidos (ver D&C 99:1). Mais tarde, ele se mudou para o Missouri e depois para Nauvoo, Illinois, onde serviu como bispo. Após ir para o oeste com os santos, para Utah, John serviu novamente como bispo, e serviu como um dos primeiros missionários na Austrália (ver Harper, “Murdock, John” em Doctrine and Covenants Reference Companion, p. 429).
O presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) relembrou um exemplo semelhante de comprometimento quando falou de seu pai, George T. Benson:
“Quando penso em como demonstramos nossa fé, não posso deixar de me lembrar do exemplo de meu próprio pai. Lembro-me vividamente como o espírito da obra missionária penetrou em minha vida. Eu tinha cerca de 13 anos de idade, quando meu pai recebeu um chamado para sair em missão. (…)
Reunimo-nos ao redor do velho sofá, na sala de visitas, e papai nos falou sobre o chamado que recebera. Então mamãe disse: ‘Estamos orgulhosos por papai ser considerado digno de cumprir missão. Estamos chorando um pouco porque isso significa dois anos de separação’. (…)
E assim, papai partiu para a missão. Embora na ocasião eu não compreendesse plenamente a profundidade do compromisso de meu pai, entendo melhor agora que a boa vontade em aceitar aquele chamado era evidência de sua grande fé. Todo portador do sacerdócio, seja jovem ou idoso, deve esforçar-se para desenvolver esse tipo de fé” (“Características divinas do Mestre”, A Liahona, janeiro de 1987, pp. 45–46).
Doutrina e Convênios 100: Informações históricas adicionais
Freeman Nickerson morou em Perrysburg, Nova York, e foi batizado em abril de 1833 com sua esposa, Huldah. Dois meses depois, o filho do casal Nickerson, Moses, chegou do Alto Canadá para uma visita e expressou interesse em ouvir o evangelho. Em setembro de 1833, Freeman e Huldah viajaram para Kirtland, Ohio, e pediram ao profeta Joseph Smith que viajasse para Nova York e o Alto Canadá para pregar o evangelho para seus familiares. Em resposta a esse pedido, o profeta Joseph Smith e Sidney Rigdon partiram com o casal Nickerson em 5 de outubro de 1833, chegando à casa deles em Perrysburg, Nova York, em 12 de outubro de 1833.
No dia em que eles chegaram a Perrysburg, o profeta escreveu em seu diário: “Sinto em minha mente que o Senhor está conosco, mas tenho muita ansiedade em relação a minha família” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1833, p. 323; ver páginas 321–323). E naquele mesmo dia, ele recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 100, contendo promessas do Senhor. O profeta e Sidney Rigdon, então, continuaram sua viajem para o Canadá e pregaram o evangelho por mais uma semana, batizando 14 pessoas, incluindo Moses Nickerson e seu irmão Eleazer.
Joseph Smith e Sidney Rigdon retornaram para casa, para seus familiares em Kirtland, em 4 de novembro de 1833. Pouco depois o profeta escreveu que sua família estava “bem, de acordo com a promessa do Senhor, por cujas bênçãos devo dar graças ao seu santo nome” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 323; pontuação padronizada).
Doutrina e Convênios 100
O Senhor consola e instrui Joseph Smith e Sidney Rigdon
Doutrina e Convênios 100:1. “Vossas famílias estão bem; encontram-se em minhas mãos”
Em outubro de 1833, o profeta Joseph Smith havia deixado sua casa e sua família em várias ocasiões para pregar o evangelho e conduzir os negócios da Igreja, incluindo duas longas jornadas de ida e volta até o condado de Jackson, Missouri. Quando ele partiu para Nova York e para o Alto Canadá em missão com Sidney Rigdon, em 5 de outubro de 1833, ele tinha preocupações compreensíveis sobre deixar sua família. Ele e Emma haviam perdido quatro filhos nos seus primeiros seis anos de casados, e em outubro de 1833, Joseph e Emma tinham dois filhos pequenos em casa — Julia, que tinha 2 anos, e Joseph III, que tinha quase 1 ano de idade. O profeta também estava ansioso com respeito a segurança de sua família, porque a oposição aos santos em Kirtland, Ohio, estava crescendo (ver Eric Smith, “Uma missão no Canadá”, em Revelações em Contexto, pp. 208–209 ou history.LDS.org). A ansiedade do profeta por sua família foi aliviada quando o Senhor assegurou a ele e Sidney: “Vossas famílias estão bem; encontram-se em minhas mãos” (D&C 100:1).
O presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, deu o seguinte conselho e promessa alentadores para aqueles que servem ao Senhor:
“Quando (…) ofertamos dedicado serviço [ao Senhor], Ele achega-Se aos que amamos em nossa família. Toda vez que fui chamado a serviço do Senhor para mudar-me ou para deixar minha família, pude ver que o Senhor abençoava minha esposa e meus filhos. (…)
Devem lembrar-se da promessa que o Senhor fez a Joseph Smith e Sidney Rigdon quando eles estavam longe da família, a serviço Dele: ‘Meus amigos Sidney e Joseph: Vossas famílias estão bem; encontram-se em minhas mãos e eu lhes farei o que me parecer bem; pois em mim todo o poder existe’ (D&C 100:1). (…)
Minha promessa para vocês que oram e servem ao Senhor não pode ser a de que terão todas as bênçãos que desejam para vocês mesmos e para sua família. Mas posso prometer-lhes que o Salvador vai Se achegar a vocês e abençoar vocês e sua família com o que for melhor. Você terá o consolo de Seu amor e sentirá a resposta de Sua proximidade quando estender seus braços no serviço ao próximo. Ao curarem as feridas dos necessitados e oferecerem a purificação de Sua Expiação aos que se afligem em pecado, o poder do Senhor vai sustê-los. Seus braços estão estendidos junto com os de vocês para socorrer e abençoar os filhos de nosso Pai Celestial, inclusive os membros de sua família” (“Vinde a Mim”, A Liahona, maio de 2013, p. 24).
Doutrina e Convênios 100:3–4. “Uma porta eficaz abrir-se-á (…) para a salvação das almas”
A partir do início de 1833, os missionários visitaram o oeste de Nova York. E batizaram muitos conversos (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março 1834, p. 321). Durante sua missão de um mês pelo norte do estado de Nova York e Alto Canadá, o profeta Joseph Smith e Sidney Rigdon viram o cumprimento da promessa do Senhor de abrir “uma porta eficaz” enquanto pregavam o evangelho a muitas pessoas (D&C 100:3). Moses Nickerson, o filho de Freeman Nickerson, foi batizado após ouvir o evangelho por intermédio desses missionários. Em 1836, o élder Parley P. Pratt retornou à mesma região do Alto Canadá para pregar o evangelho. Moses Nickerson forneceu ao élder Pratt uma carta de apresentação, que o élder Pratt usou para conhecer John Taylor, que se tornaria o terceiro presidente da Igreja (ver Smith, “Uma missão no Canadá”, em Revelações em Contexto, pp. 209–210 ou history.LDS.org).
Doutrina e Convênios 100:5–8. “Expressai os pensamentos que eu vos puser no coração”
O Senhor instruiu o profeta Joseph Smith e Sidney Rigdon a pregarem o evangelho expressando “os pensamentos que [Ele colocaria] no coração [deles]” (D&C 100:5). O Senhor então prometeu: “Pois naquela mesma hora, sim, naquele mesmo momento, ser-vos-á dado o que dizer” (D&C 100:6), ecoando a promessa que havia feito a Seus discípulos durante Seu ministério mortal (ver Mateus 10:19–20).
O élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou como o Senhor colocou pensamentos em seu coração: “É o Espírito Santo que presta testemunho de suas palavras quando você ensina ou testifica. É o Espírito Santo que, em ambientes hostis, põe em seu coração aquilo que você deve dizer e que cumpre a promessa do Senhor de que ‘não [será confundido] diante dos homens’ (D&C 100:5)” (“O poder dos convênios” ,A Liahona, maio de 2009, p. 22).
O élder M. Russell Ballard, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou:
“Confiem no Senhor. Ele é o Bom Pastor. Ele conhece Suas ovelhas, e Suas ovelhas conhecem Sua voz; e hoje, a voz do Bom Pastor é sua voz e a minha voz. (…)
Você não precisa ser uma pessoa extrovertida ou um professor eloquente e persuasivo. Se tiverem um amor profundo e uma grande esperança dentro de vocês, o Senhor prometeu o seguinte: ‘Clamai a este povo; expressai os pensamentos que eu vos puser no coração e não sereis confundidos diante dos homens;
(…) [E] naquele mesmo momento, ser-vos-á dado o que dizer’ (D&C 100:5–6)” (“Confiai no Senhor”, A Liahona, novembro de 2013, p. 44).
Doutrina e Convênios 100:9–11. “Um porta-voz para este povo”
Em cumprimento a uma profecia registrada no Livro de Mórmon, o Senhor designou Sidney Rigdon para ser “um porta-voz” para o profeta Joseph Smith (ver 2 Néfi 3:17–18; D&C 100:9–11). O presidente George Q. Cannon (1827–1901), da Primeira Presidência, disse: “Aqueles que conheciam Sidney Rigdon sabem como Deus o inspirou admiravelmente e com que maravilhosa eloquência ele declarou a palavra de Deus ao povo. Ele era um homem poderoso nas mãos de Deus, como porta-voz, tanto quanto o profeta vivo, ou até pouco tempo antes de sua morte” (“Discourse by Prest. George Q. Cannon”, [Discurso do presidente George Q. Cannon], Deseret News, 23 de abril de 1884, p. 210).
Sidney deveria ser um “porta-voz” para o profeta, enquanto Joseph Smith deveria ser “um revelador” para Sidney, dessa maneira Sidney Rigdon “[conheceria] a verdade de todas as coisas relativas às coisas [do] reino [do Senhor] na Terra” (D&C 100:11). Infelizmente, foi esse chamado como “porta-voz” que Sidney Rigdon usou para falsamente reclamar o direito de ser “um guardião para as pessoas”, ou a pessoa que deveria liderar a Igreja, nas semanas seguintes à morte do profeta Joseph Smith (ver History of the Church [História da Igreja], vol. 7, pp. 229–230).
Doutrina e Convênios 100:13–17. “Levantarei para mim um povo puro”
No final de agosto de 1833, o profeta Joseph Smith enviou Orson Hyde e John Gould para o condado de Jackson, Missouri, com cartas e outros documentos para consolar os membros que estavam sofrendo lá. Esses dois homens voltaram de Kirtland, Ohio, em 25 de novembro de 1833, com a triste notícia de que os ataques aos santos no condado de Jackson haviam reiniciado (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 3, fevereiro de 1833–março de 1834, p. 325, nota 39).
Em 12 de outubro de 1833, o profeta Joseph Smith havia recebido uma promessa do Senhor de que Sião seria redimida após ser castigada por algum tempo (ver D&C 100:13). Esse castigo era a maneira de preparar “um povo puro” que “[serviria ao Senhor] em retidão” (D&C 100:16) O élder Neal A. Maxwell (1926–2004), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Para a Igreja, as escrituras sugerem tanto uma seleção acelerada quanto um crescimento espiritual e numérico acelerados — e tudo isso precede a época em que o povo de Deus estará ‘armado com retidão’ — e não com armas — e quando a glória do Senhor será derramada sobre eles (1 Néfi 14:14; ver também 1 Pedro 4:17; D&C 112:25). O Senhor está determinado a ter um povo experimentado, puro e provado (ver D&C 101:4; 100:16; 136:31) e ‘nada há que o Senhor teu Deus se proponha a fazer que não faça’ (Abraão 3:17)” (“Pois Eu vos guiarei”, A Liahona, julho de 1988, pp. 7–8).