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Capítulo 31: Doutrina e Convênios 84


“Capítulo 31: Doutrina e Convênios 84”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno, 2017

“Capítulo 31”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno

Capítulo 31

Doutrina e Convênios 84

Introdução e cronologia

Em setembro de 1832, os missionários retornaram para Kirtland, Ohio, depois de pregar o evangelho no leste dos Estados Unidos e relataram suas experiências bem-sucedidas ao profeta Joseph Smith. Durante o encontro com eles, o profeta perguntou ao Senhor e recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 84. Nessa revelação, o Senhor ensina como o sacerdócio prepara os santos para entrar na presença de Deus e receber tudo o que Ele tem. O Senhor ensinou a importância de obedecer a Suas palavras e repreendeu os santos do condado de Jackson, Missouri, por tratarem com leviandade o Livro de Mórmon e Seus mandamentos. O Senhor ordenou também que os santos pregassem o evangelho ao mundo e deu instruções a respeito de como isso deve ser feito.

Final de junho de 1832Joseph Smith retorna a Kirtland, Ohio, vindo de Independence, Missouri.

12 de setembro de 1832Joseph e Emma Smith se mudam de Hiram para Kirtland, Ohio, para morar no andar superior da loja de Newel K. Whitney.

22–23 de setembro de 1832Doutrina e Convênios 84 é recebida.

Início de outubro de 1832Joseph Smith e Newel K. Whitney viajam para Boston, Massachusetts; para Albany, Nova York; e para a cidade de Nova York a fim de pregar o evangelho e comprar mercadorias para o armazém de Kirtland.

Doutrina e Convênios 84: Contexto histórico adicional

Em 25 de janeiro de 1832, durante a conferência dos portadores do sacerdócio, em Amherst, Ohio, vários élderes foram chamados para pregar o evangelho em diversas localidades dos Estados Unidos (verD&C 75). Em setembro de 1832, alguns desses élderes retornaram da missão nos estados do leste. Joseph e Emma Smith haviam se mudado recentemente da casa de John e Alice (Elsa) Johnson, em Hiram, Ohio, para os aposentos superiores da loja de Newel K. Whitney, em Kirtland, Ohio. Quando os missionários voltaram para Kirtland e relataram suas experiências ao profeta Joseph Smith, ele se alegrou com o sucesso que alcançaram. Em 22 de setembro, enquanto estava com esses élderes, o profeta perguntou ao Senhor e recebeu revelação acerca do sacerdócio. Ele continuou a receber instruções do Senhor no dia seguinte, 23 de setembro. Essa revelação, recebida durante esses dois dias, está registrada em Doutrina e Convênios 84. Várias pessoas viram o profeta Joseph Smith ditar essa revelação.Doutrina e Convênios 84:1 sugere que seis élderes estão presentes quando ele começou a ditar, mas uma observação na cópia manuscrita original da revelação indica que dez portadores do sacerdócio estavam presentes durante a parte final da revelação (ver The Joseph Smith Papers, Documents, Volume 2: July 1831–January 1833 [Documentos de Joseph Smith, Documentos, Volume 2: Julho de 1831–Janeiro de 1833], ed. por Matthew C. Godfrey e outros, 2013, pp. 289–290).

Mapa 2: Alguns locais importantes do início da história da Igreja

Doutrina e Convênios 84:1–32

O Senhor declara que o templo será construído na cidade da Nova Jerusalém e explica os propósitos do sacerdócio

Doutrina e Convênios 84:2–5. Um templo na cidade da Nova Jerusalém “será erigido nesta geração”

Em julho de 1831, durante a primeira visita do profeta Joseph Smith ao condado de Jackson, Missouri, o Senhor identificou a área como a “terra que designei e consagrei para a reunião dos santos” (D&C 57:1). Ele continua: “Portanto, esta é a terra da promissão e o local para a cidade de Sião. (…) O lugar que é agora chamado Independence é o lugar central” (D&C 57:2–3). Joseph Smith e Sidney Rigdon logo dedicaram a terra de Sião e um terreno onde o templo seria construído. Eles estavam familiarizados com as revelações anteriores, nas quais o Senhor havia indicado que o lugar central de Sião seria chamado cidade da Nova Jerusalém, onde o povo de Deus se reuniria e edificaria um templo e onde Jesus Cristo viria um dia para visitar Seu povo (ver Éter 13:6, 8; D&C 42:9, 35–36; 45:66–67).

Independence, Missouri, 1831, de Al Rounds

Independence, Missouri, 1831, de Al Rounds. Em 3 de agosto de 1831, o profeta Joseph Smith dedicou um terreno para o templo em Independence, condado de Jackson, Missouri (ver D&C 84:3–4).

Nos meses seguintes, Joseph e Sidney dedicaram a terra onde centenas de membros da Igreja chegaram e se estabeleceram no condado de Jackson. Em setembro de 1832, conforme registrado em Doutrina e Convênios 84, o Senhor reafirmou Sua vontade de que os santos construíssem “a cidade de Nova Jerusalém” (D&C 84:2), começando com o templo que o Senhor ordenou que fosse “erigido nesta geração” (D&C 84:4).

Contudo, no final de 1833, os santos dos últimos dias foram expulsos do condado de Jackson por seus inimigos e acabaram se estabelecendo em outros lugares. Os santos souberam que suas próprias transgressões contribuíram para que fossem expulsos de Sião (ver D&C 101:1–6; 105:1–6). Nem a cidade da Nova Jerusalém nem o templo foram construídos naquela época, conforme ordenado em Doutrina e Convênios 84:4–5. Muitos anos mais tarde, depois que os santos estavam estabelecidos em Nauvoo, Illinois, o Senhor declarou que eles estavam dispensados do mandamento de construir a cidade da Nova Jerusalém e do templo (verD&C 124:49–51). No entanto, as promessas do Senhor permanecem e Sião um dia será redimida e a Nova Jerusalém será edificada (ver D&C 100:13; 105:9; 136:18).

Doutrina e Convênios 84:5–31. “E os filhos de Moisés, de acordo com o Santo Sacerdócio”

Doutrina e Convênios 84 fala sobre eventos e temas encontrados no Velho e no Novo Testamentos, destacando as conexões importantes entre a obra do Senhor em tempos antigos e em nossos dias. Por exemplo, o Senhor profetizou que uma nuvem repousará sobre o templo nos últimos dias, na Nova Jerusalém, do mesmo modo como aconteceu no antigo tabernáculo erigido por Moisés e os filhos de Israel no deserto (ver Êxodo 40:34–35; D&C 84:5). A revelação fala brevemente sobre “os filhos de Moisés, de acordo com o Santo Sacerdócio” (D&C 84:6), referindo-se àqueles que, assim como Moisés, recebem o Sacerdócio de Melquisedeque, também citado nessa revelação como o “sacerdócio maior” (D&C 84:19). A seguir, o Senhor inseriu instruções sobre o sacerdócio. Elas incluíam uma explicação de que o sacerdócio passou por uma sucessão contínua de Adão até Moisés, bem como as verdades importantes a respeito do sacerdócio e suas ordenanças (ver D&C 84:6–30). Sem essa explicação, a revelação ficaria assim: “E os filhos de Moisés, de acordo com o Santo Sacerdócio (…) oferecerão uma oferta e um sacrifício aceitáveis na casa do Senhor” (D&C 84:6, 31; ver também D&C 128:24).

Doutrina e Convênios 84:16–18. O sacerdócio “que não tem princípio de dias ou fim de anos”

Depois de declarar a linha de autoridade do Sacerdócio de Melquisedeque, de Moisés até Adão (ver D&C 84:6–16), o Senhor explicou que o “sacerdócio continua na igreja de Deus em todas as gerações” (D&C 84:17). Isso significa que, por meio do sacerdócio, as verdades do evangelho foram ensinadas e as ordenanças de salvação administradas em todas as dispensações. O profeta Joseph Smith (1805–1844) explicou que o sacerdócio “é o meio pelo qual o Todo-Poderoso começou a revelar Sua glória no princípio da criação desta Terra e o meio pelo qual continuará a revelar-Se aos filhos dos homens até o presente momento” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, pp. 113–114).

O Senhor revelou ainda que o sacerdócio “não tem princípio de dias nem fim de anos” (D&C 84:17), significando que é de natureza eterna. O profeta Joseph Smith explicou:

“O sacerdócio foi dado em primeiro lugar a Adão; ele recebeu a Primeira Presidência e possuía suas chaves de geração em geração. Ele a recebeu na Criação, antes de o mundo ser formado (…). Ele é Miguel, o Arcanjo mencionado nas escrituras. Depois para Noé, que é Gabriel; ele é o próximo em autoridade no Sacerdócio depois de Adão. (…) Esses homens possuíram as chaves primeiro na Terra e depois no céu.

O sacerdócio é um princípio eterno e existiu com Deus desde a eternidade e existirá por toda a eternidade, sem princípio de dias ou fim de anos” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p. 109).

Doutrina e Convênios 84:19. O Sacerdócio de Melquisedeque “contém a chave dos mistérios do reino, sim, a chave do conhecimento de Deus”

O Senhor reafirma o papel fundamental do Sacerdócio de Melquisedeque em administrar o evangelho aos filhos de Deus. Somente por intermédio do poder e da autoridade do Sacerdócio de Melquisedeque, que “contém a chave dos mistérios do reino, sim, a chave do conhecimento de Deus” (D&C 84:19), os homens e as mulheres podem vir a conhecer a Deus, receber a plenitude de Seu evangelho e entrar em Sua presença.

O profeta Joseph Smith ensinou que o Sacerdócio de Melquisedeque “é o meio pelo qual todo conhecimento, doutrina, o plano de salvação e todo assunto importante foram revelados do céu” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, p.113; ver também D&C 107:18–19). O Senhor revelou essas verdades nos últimos dias por meio de Seus profetas autorizados, começando com o profeta Joseph Smith e continuando até o atual presidente da Igreja. Essas verdades também foram levadas ao conhecimento dos filhos de Deus por meio das ordenanças administradas pela autoridade do santo sacerdócio.

Cada membro da Igreja que recebe o dom do Espírito Santo pela autoridade do Sacerdócio de Melquisedeque pode saber, por revelação pessoal, a veracidade do evangelho e obter um conhecimento do Pai Celestial e de Jesus Cristo (ver João 17:3; 1 Néfi 10:17–19; D&C 132:24). O presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) ensinou que, como membros da Igreja restaurada, deveríamos “[nos regozijar], pensando que temos essa grande autoridade pela qual podemos conhecer a Deus. Não só os homens portadores do sacerdócio conhecem essa grande verdade, mas também por causa desse sacerdócio e de suas ordenanças, todo membro da Igreja, homens e mulheres igualmente, pode conhecer a Deus” (Doutrinas de Salvação, comp. por Bruce R. McConkie, 1956, vol. 3, p. 145).

ambiente interno da loja de Newel K. Whitney, em Kirtland, Ohio

O profeta Joseph Smith ditou várias revelações, inclusive a que está registrada em Doutrina e Convênios 84, neste ambiente do andar superior da loja de Newel K. Whitney, em Kirtland, Ohio.

Doutrina e Convênios 84:20–22. O poder da divindade se manifesta por meio das ordenanças do sacerdócio

O poder da divindade inclui o poder de se tornar como Deus (ver 2 Pedro 1:3–4; D&C 76:53–59; 93:19–22). Por meio das ordenanças do Sacerdócio de Melquisedeque, aprendemos como voltar à presença de Deus e receber o poder para assim fazê-lo ao vivermos de acordo com nossos convênios. O élder D. Todd Christofferson, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou uma maneira pela qual o poder da divindade se manifesta em nossa vida por meio das ordenanças e dos convênios do sacerdócio:

“Nosso compromisso para com o Pai Celestial de guardarmos nosso convênio permite-Lhe deixar que Sua influência divina, o ‘poder da divindade’ (D&C 84:20) flua para nossa vida. Ele pode fazer isso porque, quando decidimos participar das ordenanças do sacerdócio, exercemos o arbítrio e nos qualificamos para recebê-lo. (…)

Em todas as ordenanças, especialmente nas do templo, somos investidos de poder do alto. Esse ‘poder da divindade’ advém à pessoa pela influência do Espírito Santo.

(…) Também pelo Espírito Santo em Seu caráter como Espírito Santo da promessa, que confirma a validade e a eficácia de seus convênios e sela as promessas de Deus sobre você” (“O poder dos convênios”, A Liahona, maio de 2009, pp. 21–22).

O élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou como o poder da divindade está relacionado às bênçãos que advêm do Salvador por meio de Sua Expiação: “Os convênios recebidos e honrados com integridade e as ordenanças realizadas pela devida autoridade do sacerdócio são necessários para recebermos todas as bênçãos disponibilizadas pela Expiação de Jesus Cristo, porque nas ordenanças do sacerdócio, o poder da divindade se manifesta aos homens e às mulheres na carne, incluindo as bênçãos da Expiação (ver D&C 84:20–21)” (“Carregar seus fardos com facilidade”, A Liahona, maio de 2014, p. 88).

Doutrina e Convênios 84:22. “Sem isso, nenhum homem pode ver o rosto de Deus (…) e viver”

Sem o poder da divindade, nenhum homem ou mulher consegue suportar a presença de Deus. Moisés viu Deus e falou com Ele face a face, e disse que “teria fenecido e morrido” se não tivesse sido “transfigurado diante [de Deus]” (Moisés 1:11). Conforme registrado em Doutrina e Convênios 67, o Senhor ensinou que somente os que forem “vivificados pelo Espírito de Deus” podem ver a face de Deus e habitar em Sua presença (ver D&C 67:11–12). Esses relatos se referem à transfiguração, uma mudança temporária que permite que pessoas dignas, em diversas dispensações, vejam a Deus e continuem a viver. Entretanto, Doutrina e Convênios 84:20–22 ensina a respeito de ser santificado — uma mudança duradoura em nossa natureza decaída, que recebemos por meio das ordenanças e dos convênios do Sacerdócio de Melquisedeque (ver também D&C 67:10; 88:68; 93:1). O Senhor ensinou a Adão que “nenhuma coisa impura (…) pode habitar em sua presença” (Moisés 6:57). Somente quando recebemos as ordenanças por meio do poder do sacerdócio e guardamos os convênios a elas associados podemos ser limpos do pecado e nos tornar santos e puros como Deus. O profeta Joseph Smith ensinou: “Se desejarem ir para onde Deus está, precisarão ser como Deus, ou possuir os princípios que Deus possui” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 77).

Doutrina e Convênios 84:23–25. Moisés “procurou diligentemente santificar seu povo”

Em Doutrina e Convênios 84:23, o Senhor faz um resumo dos esforços de Moisés para santificar os filhos de Israel para que pudessem receber as ordenanças do sacerdócio prometidas e o poder para entrar na presença de Deus (ver também Êxodo 19:10–11). No início, os filhos de Israel fizeram o convênio de fazer tudo o que o Senhor os ordenasse fazer (ver Êxodo 19:7–8) e alguns deles, incluindo Aarão e dois de seus filhos, “viram o Deus de Israel” (Êxodo 24:9–10). Contudo, os filhos de Israel endureceram o coração e “se corromperam” com a idolatria (ver Êxodo 32:7–8). Consequentemente, eles perderam o privilégio de receber as ordenanças e os convênios do Sacerdócio de Melquisedeque, que lhes possibilitaria entrar no descanso de Deus, “descanso esse que é a plenitude de sua glória” (D&C 84:24, ver também Jacó 1:7; Alma 12:33–37; 13:12–16; 3 Néfi 27:19).

Monte Sinai, Egito

No monte Sinai, Moisés procurou preparar os filhos de Israel para que pudessem receber as ordenanças do sacerdócio e “[contemplar] a face de Deus” (D&C 84:19–23).

Doutrina e Convênios 84:26–30. O Sacerdócio Aarônico possui as chaves do ministério do evangelho preparatório

Embora o Senhor tenha retirado o Sacerdócio de Melquisedeque dos filhos de Israel, Ele lhes deu o “sacerdócio menor”, ou o Sacerdócio Aarônico, e suas ordenanças (ver D&C 107:13–14). O bispo Keith B. McMullin, que serviu como segundo conselheiro no Bispado Presidente, explicou como o Sacerdócio Aarônico prepara os filhos de Deus para receber a plenitude do evangelho do Salvador:

“A porção menor do evangelho engloba verdades vitais e salvadoras e se baseia nos fundamentos de obediência e sacrifício. Essas verdades instruem homens e mulheres, meninos e meninas nos princípios básicos de retidão. Estes consistem de arrependimento, batismo e observância da lei dos mandamentos carnais para a remissão de pecados. Os mandamentos carnais são aqueles que nos capacitam a sobrepujar as ânsias, as paixões e os desejos de nosso corpo e mente naturais, ou mortais. (…) Essa porção menor do evangelho nutrirá os que forem novos na Igreja, trará de volta os que se desviaram e ajudará os jovens a reconhecerem e sobrepujarem as tentações e os enganos do mundo. Sem essa preparação, a plenitude das bênçãos do evangelho não poderá ser compreendida ou desfrutada.

A responsabilidade pela administração dessa porção preparatória do evangelho cabe ao Sacerdócio Aarônico” (“Eis aqui o homem”, A Liahona, janeiro de 1998, p. 47).

O presidente Boyd K. Packer (1924–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, compartilhou o seguinte relato do presidente Wilford Woodruff para ilustrar o poder inerente ao Sacerdócio Aarônico e como, por seu intermédio, os filhos de Deus podem ser levados a aceitar o evangelho:

“Depois de se filiar à Igreja, o presidente Wilford Woodruff desejava servir missão.

‘Eu não passava de um mestre’, escreveu, ‘e não cabe ao ofício de mestre viajar e pregar. Não ousava contar às autoridades da Igreja que eu queria pregar para que não pensassem que estava buscando um ofício’ (Leaves from My Journal [Folhas do Meu Diário], Salt Lake City: Juvenille Instructor Office, 1882, p. 8).

Ele orou ao Senhor e, sem revelar seus desejos a outras pessoas, foi ordenado sacerdote e mandado para a missão. Ele e o companheiro foram para o território de Arkansas.

Juntos, caminharam penosamente 160 quilômetros por pântanos infestados de jacarés, sujos, molhados e exaustos. O irmão Woodruff foi acometido de forte dor no joelho e não pôde prosseguir. O companheiro o deixou sentado num tronco caído e foi para casa. O irmão Woodruff orou suplicando ajuda, ajoelhado na lama. Ficou curado e continuou a missão sozinho.

Três dias mais tarde, chegou a Mênfis, no Tennessee, cansado, faminto e muito sujo. Dirigiu-se à maior das estalagens e lá pediu um pouco de alimento e um lugar para dormir embora sem dinheiro para pagar nenhum dos dois.

Quando o estalajadeiro descobriu que era um pregador, riu e resolveu se divertir um pouco às custas dele. Ofereceu-lhe uma refeição se pregasse aos seus amigos.

Um grande grupo de pessoas ricas e importantes de Mênfis se reuniu e achou muita graça naquele missionário coberto de lama.

Como ninguém queria cantar nem orar, o irmão Woodruff fez as duas coisas. Ajoelhando-se diante deles, implorou ao Senhor que lhe concedesse seu Espírito para tocar o coração daquela gente. E o Espírito veio! O irmão Woodruff pregou com grande poder e foi capaz de revelar os atos secretos daqueles que ali estavam para ridicularizá-lo.

Quando terminou, ninguém riu do humilde portador do Sacerdócio Aarônico. Dali em diante foi tratado com bondade (ver Leaves from My Journal [Folhas do Meu Diário], pp. 16–18).

Ele se encontrava sob o poder protetor e orientador do Sacerdócio Aarônico, o mesmo poder que pode estar com vocês também [que portam o Sacerdócio Aarônico]. (…)

O fato de ser chamado de sacerdócio menor em nada diminui a importância do Sacerdócio Aarônico” (“O Sacerdócio Aarônico”, A Liahona, fevereiro de 1982, pp. 55–56).

Doutrina e Convênios 84:31–32. Quem são os filhos de Moisés e os filhos de Aarão?

Em Doutrina e Convênios 84:31, o Senhor continuou o assunto que fora iniciado em Doutrina e Convênios 84:5–6 concernente ao papel dos “filhos de Moisés e também [dos] filhos de Aarão (…) na casa do Senhor”, incluindo o templo que será construído nos últimos dias na cidade de Nova Jerusalém. Os filhos de Moisés são os portadores do Sacerdócio de Melquisedeque. Os filhos de Aarão são os portadores do Sacerdócio Aarônico. Esses portadores do sacerdócio “oferecerão uma oferta e um sacrifício aceitáveis na casa do Senhor” (D&C 84:31). (Para mais detalhes sobre essas ofertas nos últimos dias, ver Isaías 66:20–21; Ômni 1:26; D&C 13:1; 128:24.)

Doutrina e Convênios 84:33–44

O Senhor revela o juramento e o convênio do sacerdócio

Doutrina e Convênios 84:33–44. O que é o juramento e convênio do sacerdócio?

O Salvador declarou que “todos os que recebem o sacerdócio recebem esse juramento e convênio de meu Pai” (D&C 84:40). O Guia para o Estudo das Escrituras explica: “Um juramento é uma afirmação solene de que a pessoa será verdadeira e fiel às suas promessas. Um convênio é uma promessa solene entre duas pessoas” (“Juramento e convênio do sacerdócio”, scriptures.LDS.org). O élder Carlos E. Asay (1926–1999), da presidência dos setenta, explicou a natureza sagrada do juramento e do convênio associados ao sacerdócio: “De todos os sagrados acordos pertinentes ao evangelho de Jesus Cristo, poucos, se é que os há, transcendem a importância do juramento e convênio do sacerdócio. É, sem dúvida, um dos mais sagrados acordos, pois envolve a cessão de poderes celestes e a busca de metas eternas pelo homem. Nenhum de nós pode se dar ao luxo de desconhecer os termos desse contrato. Fazê-lo poderia implicar insucesso no desempenho de nosso dever e resultar na privação de bênçãos prometidas” (“O juramento e convênio do sacerdócio”, A Liahona, janeiro de 1986, p. 39).

O Senhor prometeu que aqueles que recebem o sacerdócio e magnificam fielmente seus chamados serão santificados pelo Espírito, receberão a autoridade dos filhos de Moisés e Aarão e se tornarão a semente de Abraão e os eleitos de Deus (ver D&C 84:33–34). Ser a semente ou filhos de Abraão significa se tornar herdeiros das bênçãos prometidas a Abraão (ver Abraão 2:9–11; D&C 132:28–31).

Moisés Chama Aarão para o Ministério, de Harry Anderson

Moisés Concede o Sacerdócio a Aarão, de Harry Anderson. Aqueles que recebem o sacerdócio e magnificam fielmente seu chamado “tornam-se os filhos de Moisés e de Aarão (D&C 84:33–34).

Ser fiel para obter “[esses] dois sacerdócios” (D&C 84:33) abrange obter o poder e as bênçãos que advêm do recebimento das ordenanças do sacerdócio Aarônico e do Sacerdócio de Melquisedeque, guardando fielmente os convênios a elas associados. O profeta Joseph Smith ensinou que uma pessoa recebe a plenitude do sacerdócio de Deus “pelo cumprimento de todos os mandamentos e pela obediência a todas as ordenanças da casa do Senhor” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 441). Portanto, as bênçãos do juramento e convênio do sacerdócio não se restringem apenas aos portadores do sacerdócio. As maiores bênçãos de Deus vêm aos homens e às mulheres que são selados um ao outro no templo.O élder Paul B. Pieper, dos setenta, ensinou:

“As bênçãos plenas do sacerdócio são recebidas em conjunto pelo marido e pela mulher ou não podem ser recebidas.

É interessante observar que, no juramento e convênio do sacerdócio, o Senhor usa os verbos obter e receber. Ele não usa o verbo ordenar. É no templo que todos os homens e mulheres — juntos — obtêm e recebem as bênçãos e o poder tanto do Sacerdócio Aarônico quanto do Sacerdócio de Melquisedeque” (“As realidades reveladas da mortalidade”, A Liahona, janeiro de 2016, p. 47).

O presidente Russell M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos, também reafirmou que as bênçãos estão disponíveis a todos os membros da Igreja por meio do sacerdócio:

“Um dia, a irmã Nelson e eu habitaremos juntos na presença de nossa família e do Senhor para sempre. Teremos sido fiéis aos convênios que fizemos no templo e ao juramento e convênio do sacerdócio, o que nos terá garantido que, nas palavras do Senhor, ‘tudo o que meu Pai possui ser-lhe-á dado’ (D&C 84:38).

As irmãs fiéis recebem as bênçãos do sacerdócio. Pensem nas palavras ‘tudo o que meu Pai possui’. (…) Isso significa que não há recompensa terrena — nenhum outro sucesso — que compense a abundância que o Senhor derramará sobre aqueles que O amam, guardam Seus mandamentos (ver Morôni 4:3) e perseveram até o fim (ver D&C 14:7)” (“Identity, Priority, and Blessings” [Identidade, prioridade e bênçãos], Ensign, agosto de 2001, p. 10).

Doutrina e Convênios 84:36. “Pois aquele que recebe os meus servos, a mim me recebe”

Ele ensinou que aqueles que recebem Seus apóstolos O recebem (ver D&C 84:36). Receber os servos do Senhor significa seguir aqueles que portam as chaves do sacerdócio, começando com os profetas e os apóstolos, inclusive outros líderes do sacerdócio, tais como presidentes de estaca, bispos e presidentes de quórum. Se recebemos o Senhor e Seus servos, também recebemos o Pai Celestial e Ele nos concederá tudo o que possui (ver D&C 93:26–28). Em virtude de receber os servos do Senhor e as chaves do sacerdócio que eles portam ser um passo para receber tudo o que o Pai Celestial possui, Satanás tentará diminuir nossa fé nas chaves do sacerdócio e naqueles que as possuem.O presidente Henry B. Eyring, da Primeira Presidência, deu a seguinte advertência: “Satanás sempre trabalhará para fazer com que os santos de Deus percam sua fé nas chaves do sacerdócio. Uma maneira pela qual ele faz isso é apontar as falhas humanas dos portadores dessas chaves. Desse modo, ele pode enfraquecer nosso testemunho e nos afastar da linha de chaves com a qual o Senhor nos une a Ele, as quais podem nos levar com nossa família de volta para viver com Ele e com nosso Pai Celestial” (“Fé e chaves”, A Liahona, novembro de 2004, p. 28).

Doutrina e Convênios 84:40. “Todos os que recebem o sacerdócio, recebem esse juramento e convênio”

O presidente Henry B. Eyring falou sobre a confiança que os portadores do sacerdócio devem ter quando fazem o juramento e convênio do sacerdócio:

“Quando fazemos jus às possibilidades que esse juramento e convênio nos proporcionam, recebemos a maior de todas as dádivas de Deus: a vida eterna. Esse é o propósito do Sacerdócio de Melquisedeque. Pelo cumprimento dos convênios que fazemos quando recebemos o sacerdócio e a renovação deles nas cerimônias do templo, recebemos de nosso Pai Celestial, Eloim, por juramento, a promessa de que alcançaremos a plenitude de Sua glória e viveremos como Ele vive. Teremos a bênção de ser selados como uma família eterna com a promessa de descendência eterna.

(…) O próprio fato de esse juramento e convênio lhes serem oferecidos é uma prova de que Deus os escolheu por conhecer seu potencial e sua capacidade. Ele os conhece desde que vocês estavam com Ele na existência pré-mortal. Com presciência de sua força, Ele permitiu que vocês encontrassem a verdadeira Igreja de Jesus Cristo e que o sacerdócio lhes fosse oferecido. Vocês podem ter confiança porque têm uma prova de que Ele confia em vocês” (“A fé e o juramento e convênio do sacerdócio”, A Liahona, maio de 2008, pp. 61–62).

Doutrina e Convênios 84:41–42. “Aquele que quebrar esse convênio (…) não receberá perdão”

O Senhor advertiu que aquele que quebrar o convênio do sacerdócio “e desviar-se dele totalmente não receberá perdão dos pecados neste mundo nem no mundo vindouro” (D&C 84:41). Aqueles que se afastam completamente de seus convênios e não se arrependem perderão as bênçãos da exaltação prometidas aos fiéis, mas isso não quer dizer que se tornarão filhos da perdição (ver Joseph Fielding Smith, Doutrinas de Salvação, vol. 3, pp. 143–144).

Doutrina e Convênios 84:45–59

O Senhor explica por que o mundo está na escuridão e admoesta os santos a se arrependerem

Doutrina e Convênios 84:45–48. “E o Espírito dá luz a todo homem que vem ao mundo”

Cada pessoa que vem à Terra recebe a luz e a influência do “Espírito de Jesus Cristo” (ver D&C 84:45–46), também conhecido como a Luz de Cristo. Os que atentam para essa Luz serão levados a Deus, o Pai, que é a fonte de toda a verdade e luz (ver D&C 84:47).

O élder Richard G. Scott (1928–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou as diversas funções da Luz de Cristo, a qual ajuda todas as pessoas a virem a Deus: “A Luz de Cristo é o poder ou influência que emana de Deus por meio de Cristo (ver Guia para Estudo das Escrituras, “Luz de Cristo”). Ela dá luz e vida a todas as coisas. Inspira todos os seres racionais na Terra a distinguirem a verdade da mentira, o certo do errado. Ativa sua consciência (ver Morôni 7:16). Sua influência pode se enfraquecer devido à transgressão e ao vício, e pode ser restaurada com o arrependimento adequado. A Luz de Cristo não é uma pessoa. É um poder e uma influência que vem de Deus e, quando seguida, pode levar uma pessoa a se qualificar à orientação e inspiração do Espírito Santo” (verJoão 1:9; D&C 84:46–47)” (“Paz de consciência e paz mental”, A Liahona, novembro de 2004, p. 15).

Para mais informações sobre o Espírito de Jesus Cristo, ou Luz de Cristo, ver os comentários sobre Doutrina e Convênios 88:5–13 neste manual.

Doutrina e Convênios 84:49–59. “[Lembrar] do novo convênio, sim, o Livro de Mórmon”

O Senhor comparou a luz que vem do Espírito de Cristo com a escuridão do pecado e declarou que aqueles que escolhem não vir a Ele são deixados na escuridão e sob o jugo do pecado (ver D&C 84:45–46, 49–50). O Senhor adverte os santos em Sião que a mente deles “escureceu-se por causa da descrença” e por tratarem levianamente as coisas que Deus lhes havia dado (D&C 84:54). Tratar algo com leviandade significa ignorá-lo ou tratá-lo sem respeito ou sem cuidado. Os santos em Sião estavam sob condenação por tratarem levianamente o Livro de Mórmon e “os mandamentos anteriores” que Deus lhes havia dado (D&C 84:57). Os mandamentos anteriores podem ser as revelações prévias recebidas por intermédio de Joseph Smith ou os ensinamentos da Bíblia. Falando sobre essa advertência e admoestação sobre o Livro de Mórmon, o presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) deu aos membros da Igreja o seguinte conselho:

Presidente Ezra Taft Benson

Em 1986, o presidente Ezra Taft Benson deu um conselho aos membros da Igreja sobre a importância do Livro de Mórmon e citou Doutrina e Convênios 84:54–58 (ver “O Livro de Mórmon — Pedra angular de nossa religião”, A Liahona, janeiro de 1987, p. 3).

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“Irmãos, imploro-lhes de todo o coração que examinem com grande solenidade a importância do Livro de Mórmon para vocês pessoalmente e para a Igreja como um todo.

Há mais de dez anos, fiz a seguinte promessa em relação ao Livro de Mórmon:

‘Haveria consequências eternas atreladas a nosso modo de tratar esse livro? Sim, seja para nos abençoar, seja para nos condenar.

Todos os santos dos últimos dias devem fazer do estudo desse livro um objetivo de vida. Do contrário, estarão arriscando sua alma e negligenciando o que pode proporcionar unidade espiritual e intelectual durante toda a vida’ (“O Livro de Mórmon é a palavra de Deus”, A Liahona, agosto de 1975, p. 33). (…)

Reafirmo-lhes essas palavras hoje. Não fiquemos sob condenação, com seu estigma e juízo, por tratarmos com leviandade esta dádiva grandiosa e magnífica que o Senhor nos concedeu. Lutemos, isto sim, para fazer jus às bênçãos prometidas aos que entesouram suas palavras no coração” (“O Livro de Mórmon — A pedra angular de nossa religião”, A Liahona, outubro de 2011, p. 57).

O presidente Thomas S. Monson ensinou sobre as bênçãos que os membros da Igreja receberão se estudarem regularmente o Livro de Mórmon: “Meus queridos companheiros no trabalho do Senhor, imploro que cada um de nós estude em espírito de oração e pondere o Livro de Mórmon todos os dias. Ao fazermos isso, estaremos em condições de ouvir a voz do Espírito, resistir às tentações, vencer a dúvida e o medo e receber a ajuda do céu em nossa vida. Testifico isso de todo o meu coração” (“O poder do Livro de Mórmon”, A Liahona, maio de 2017, p. 87).

Doutrina e Convênios 84:60–120

O Senhor ordena também que os santos levem o evangelho a todo o mundo e dá instruções aos que foram chamados para pregar

Doutrina e Convênios 84:60–62. A responsabilidade de pregar o evangelho para todo o mundo

Da mesma forma que comissionou Seus antigos apóstolos (ver Mateus 28:19–20; Marcos 16:15–18), o Senhor instruiu os santos desta dispensação a pregar o evangelho a todo o mundo. Ele ordena que, se houver algum lugar onde os santos não possam ir pessoalmente, eles devem enviar seu testemunho de outra maneira para que o evangelho restaurado seja proclamado “a toda criatura” (D&C 84:62). O élder David A. Bednar, do Quórum dos Doze Apóstolos, convidou os membros da Igreja a usar as inspiradas inovações na comunicação e na tecnologia para enviar mensagens do evangelho às pessoas em todo o mundo:

“O Senhor está acelerando Seu trabalho, e não é coincidência que essas prodigiosas invenções e inovações de comunicação estejam ocorrendo na dispensação da plenitude dos tempos. Os canais de mídia social são ferramentas globais que podem influenciar individual e positivamente um grande número de pessoas e famílias. Creio que é chegado o tempo para nós, como discípulos de Cristo, usarmos essas ferramentas inspiradas adequadamente e com mais eficiência para prestar testemunho de Deus, o Pai Eterno, de Seu plano de felicidade para Seus filhos e de Seu Filho, Jesus Cristo, como o Salvador do mundo; para proclamar a realidade da Restauração do evangelho nos últimos dias; e para realizar a obra do Senhor. (…)

O que tem acontecido até aqui nesta dispensação ao transmitirmos mensagens do evangelho por meio dos canais de mídia social é um bom começo, mas não passa de uma pequena gota. Agora convido todos vocês a ajudarem a transformar essa gota num dilúvio. (…) Exorto-os a varrerem a Terra com mensagens cheias de retidão e verdade, mensagens que sejam verdadeiras, edificantes e louváveis, e que literalmente varram a Terra com um dilúvio (ver Moisés 7:59–62)” (“Varrer a Terra por meio das redes sociais”, A Liahona, agosto de 2015, pp. 50, 53).

Doutrina e Convênios 84:77–95. “Não vos preocupeis com o amanhã”

Muitos dos conselhos contidos em Doutrina e Convênios 84:77–95 são semelhantes às instruções que o Senhor deu a Seus antigos apóstolos antes de enviá-los para pregar o evangelho (ver Tradução de Joseph Smith, Mateus 6:25–27, no apêndice da Bíblia; Mateus 10:5–20). É importante lembrar que essas instruções foram dadas aos que foram chamados para servir missão de tempo integral e não aos membros da Igreja no geral. Na época em que Doutrina e Convênios 84 foi dada, o Senhor ordenou que Seus missionários fossem avante para proclamar o evangelho, sem bolsa ou alforje, significando sem dinheiro ou outras provisões (ver D&C 84:78, 86). Na época do Salvador, a bolsa era usada para carregar dinheiro, enquanto o alforje, ou mala pequena, era usado para carregar comida e outros suprimentos. Além disso, o Senhor instruiu Seus missionários a “não [se preocuparem] com o amanhã” (D&C 84:81) no que se refere às suas necessidades temporais. Em outras palavras, eles não deveriam ficar ansiosos demais ou preocupados com a comida, a roupa ou o alojamento. Em vez disso, eles deveriam confiar que o Senhor proveria o sustento e as necessidades deles por intermédio de outras pessoas. Da mesma maneira, os missionários não deveriam ficar ansiosos com o que ensinar. Em vez disso, eles deveriam “[entesourar] sempre em [sua] mente” as palavras de Deus para que, no momento em que precisassem, fossem inspirados quanto ao que dizer (D&C 84:85). Hoje em dia, os missionários confiam na inspiração do Espírito para ajudá-los a saber como e o que ensinar, mas o Senhor não os envia mais sem bolsa nem alforje.

Doutrina e Convênios 84:88. “Irei adiante de vós”

Os que são chamados para servir ao Senhor têm a promessa encorajadora de que Ele irá à frente deles para preparar o caminho, Seu Espírito e os anjos ministradores os ajudarão a cumprir Sua obra. O presidente Henry B. Eyring ensinou uma maneira como os membros da Igreja podem sentir o cumprimento desta promessa:

“Aquilo com o que devem se comprometer a fazer em primeiro lugar é ir e servir, sabendo que não estarão [sozinhos]. Quando vocês consolam alguém e servem a essa pessoa pelo Salvador, Ele prepara o caminho adiante de vocês. No entanto, assim como as ex-missionárias aqui presentes hoje vão lhes dizer, isso não significa que cada pessoa que encontrarem estará preparada para lhes receber, ou que cada pessoa que tentarem ajudar lhes será grata. Mas o Senhor irá adiante de vocês para preparar o caminho. (…)

Uma das maneiras pelas quais Ele vai adiante de vocês é preparando o coração de alguém a quem Ele pediu que servissem. Ele também vai preparar seu coração.

Vocês também descobrirão que o Senhor coloca ajudantes a seu lado: à sua direita, à sua esquerda e a seu redor. Vocês não estão sozinhas ao servirem a outras pessoas em nome Dele” (“Põe tua confiança naquele espírito que leva a fazer o bem”, A Liahona, maio de 2016, p. 17).

Doutrina e Convênios 84:92. “Lavai vossos pés”

Para saber mais a respeito das instruções do Senhor a Seus servos sobre sacudir o pó dos pés quando as pessoas rejeitam sua mensagem, veja os comentários sobre Doutrina e Convênios 24:15 neste manual.

Doutrina e Convênios 84:98–102. O novo cântico da redenção de Sião

Depois da Segunda Vinda de Jesus Cristo e no começo do Milênio, todas as pessoas conhecerão o Senhor e “[erguerão] suas vozes e juntos [cantarão] este novo cântico” da redenção de Sião (D&C 84:98). Os santos se regozijarão e louvarão ao Senhor por estabelecer Sião e os redimir por meio de Sua graça, que é recebida pelo cumprimento fiel de Seus convênios. Eles também se alegrarão porque Satanás estará preso e a cidade de Enoque, a “Sião do alto” retornará para se juntar à “Sião de baixo” (D&C 84:100; ver também Moisés 7:62–64).

Doutrina e Convênios 84:106–110. Edificar e fortalecer uns aos outros

Todo membro da Igreja é necessário na obra do Senhor. O Senhor aconselha os élderes da Igreja a convidar os que são “fracos” para ajudar no trabalho com os que são “de Espírito forte” para que também “se tornem fortes” (ver D&C 84:106). O Senhor também explica que cada membro da Igreja deve contribuir com o reino, trabalhando no chamado que lhe foi dado (ver D&C 84:109). O Senhor, então, compara a Igreja e os membros ao corpo físico e suas várias partes (ver D&C 84:109–110; ver também 1 Coríntios 12:13–27).

Cada parte do corpo é necessária para que o corpo inteiro funcione corretamente. Do mesmo modo, cada membro da Igreja, não importa o chamado ou a posição que ocupe, é valioso e necessário — cada um pode fortalecer a Igreja e ajudar a edificar os outros membros. O presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, ensinou: “Vocês podem sentir que há outros mais capazes ou mais experientes que poderiam cumprir seu chamado e responsabilidades melhor do que vocês, mas o Senhor deu-lhes essas responsabilidades por um motivo. Há pessoas e corações que só vocês conseguem tocar e influenciar. Talvez ninguém mais possa fazê-lo da mesma maneira que vocês” (“Magnifique o chamado que tem”, A Liahona, novembro de 2008, p. 56).

Doutrina e Convênios 84:117. O que é “a ruína da abominação”?

O Senhor instruiu o bispo Newel K. Whitney e outros élderes da Igreja a pregar o evangelho nas “notáveis cidades e povoados” e advertir o povo sobre “a ruína da abominação dos últimos dias” (D&C 84:117). O profeta Daniel, do Velho Testamento, profetizou a respeito da “abominação assoladora” (Daniel 11:31). O Salvador ensinou a Seus discípulos que as profecias de Daniel seriam cumpridas duas vezes. O primeiro cumprimento dessa profecia ocorreu quando os romanos destruíram Jerusalém e o templo, em 70 d.C. (ver Joseph Smith—Mateus 1:12). A segunda se cumprirá nos últimos dias, depois que o evangelho restaurado for pregado em todo o mundo (ver Joseph Smith—Mateus 1:31–32). “A ruína da abominação dos últimos dias” (D&C 84:117) diz respeito, de forma geral, aos julgamentos que serão derramados sobre os iníquos, tanto os vivos como os mortos no mundo espiritual (ver D&C 88:84–85). Por esse motivo, o Senhor envia Seus servos para advertir os iníquos e proclamar o evangelho eterno a fim de que se arrependam e escapem da destruição e da desolação que virão (ver Bible Dictionary na Bíblia SUD em inglês, “Abomination of desolation”).