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Capítulo 48: Doutrina e Convênios 124


“Capítulo 48: Doutrina e Convênios 124”, Doutrina e Convênios — Manual do Aluno 2017

“Capítulo 48” Doutrina e Convênios – Manual do Aluno

Capítulo 48

Doutrina e Convênios 124

Introdução e cronologia

Quando os membros da Igreja foram expulsos do Missouri no inverno de 1838–1839, eles encontraram refúgio em Illinois e no território de Iowa. Após sair da prisão, em abril de 1839, o profeta Joseph Smith se juntou aos santos em Quincy, Illinois, e ajudou a estabelecer um novo local de reunião em Commerce, Illinois, que depois recebeu o nome de Nauvoo. Quase dois anos depois, em 19 de janeiro de 1841, o profeta Joseph Smith recebeu a revelação em Doutrina e Convênios 124, na qual o Senhor ordenava a ele que escrevesse “uma proclamação solene de [Seu] evangelho” aos líderes de “todas as nações (…) da Terra” (D&C 124:2–3) e instruía os santos a construírem uma pensão para os visitantes e um templo em Nauvoo. Ele também aconselhou vários membros da Igreja e irmãos designados a servir em posições de liderança do sacerdócio.

Inverno de 1838–1839Os membros da Igreja são expulsos do Missouri e se refugiam em Illinois e no território de Iowa.

16 de abril de 1839Enquanto era levado para Columbia, Missouri, para ser julgado, o profeta Joseph Smith e seus companheiros são libertados da prisão.

Abril – maio de 1839Os membros da Igreja compram terras em Commerce, Illinois — que mais tarde passou a se chamar Nauvoo — e determinam que esse será seu local de reunião.

15 de agosto de 1840O profeta Joseph Smith profere seu primeiro discurso público sobre o batismo pelos mortos no funeral de Seymour Brunson em Nauvoo, Illinois.

16 de dezembro de 1840O estado de Illinois concede uma autorização oficial para o estabelecimento da cidade de Nauvoo.

19 de janeiro  de 1841Doutrina e Convênios 124 é recebida.

6 de abril de 1841As pedras de esquina do Templo de Nauvoo são colocadas.

Doutrina e Convênios 124: Informações históricas adicionais

Após sua violenta expulsão do Missouri no inverno de 1838–1839, os membros da Igreja “fugiram para o leste do rio Mississipi, refugiando-se (…) em várias comunidades ao longo do rio, no território de Iowa e em Illinois, em especial em Quincy Illinois, e redondezas” (Alex D. Smith, “A organização da Igreja em Nauvoo”, em Revelações em Contexto, ed. por Matthew McBride e James Goldberg, 2016, p. 273 ou history.LDS.org). Em abril de 1839, após ficar encarcerado na Cadeia de Liberty por mais de quatro meses, o profeta Joseph Smith e seus companheiros de cárcere saíram da prisão e o profeta Joseph Smith viajou para Quincy, onde encontrou sua família. Nas semanas seguintes, ele identificou e providenciou a compra de grandes porções de terra em Commerce, Illinois, e do outro lado do rio Mississipi em Iowa, como locais para os santos formarem comunidades (ver The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 6: fevereiro de 1838–agosto de 1839, ed. por Mark Ashurst-McGee e outros, 2017, pp. 431–432.) Por volta do meio do ano de 1839, os membros da Igreja começaram a construir uma cidade em Commerce, a qual o profeta “logo renomeou (…) Nauvoo, uma palavra hebraica que indica beleza” e que se tornou o novo local de reunião dos santos (ver The Joseph Smith Papers, Documents, [Documentos de Joseph Smith]: Volume 6: fevereiro de 1838–agosto de 1839, xxvii–xxix). Nos anos seguintes, os moradores de Nauvoo trabalharam arduamente para construir a cidade porque “essas terras eram praticamente um ermo pantanoso, com algumas poucas construções rudimentares. Os santos drenaram a terra e ali estabeleceram os seus lares” (Guia para Estudo das Escrituras, “Nauvoo, Illinois (EUA)” scriptures.LDS.org).

À medida que os santos transformavam o pequeno povoado de Nauvoo em uma cidade, o profeta Joseph Smith protocolou na assembleia legislativa de Illinois um pedido para estabelecer oficialmente a cidade, o que concederia aos membros da Igreja uma proteção maior para seus direitos religiosos, podendo decretar leis locais, designar seus próprios líderes comunitários e criar uma milícia local controlada. A assembleia de Illinois aprovou o pedido em dezembro de 1840, que passou a ter valor legal em fevereiro de 1841. Foi no período em que o profeta Joseph Smith estava transformando a cidade de Nauvoo na nova sede da Igreja que ele recebeu a revelação registrada em Doutrina e Convênios 124. Essa revelação, recebida em 19 de janeiro de 1841, deu orientação aos membros da Igreja que moravam em Nauvoo e serviu como um guia de desenvolvimento para a cidade e a Igreja nos cinco anos seguintes. (Ver Smith, “A organização da Igreja em Nauvoo”, pp. 273–274 ou history.LDS.org).

Mapa 10: Nauvoo, Illinois, 1839–1846

Doutrina e Convênios 124:1–21

O Senhor ordena ao profeta Joseph Smith que envie uma proclamação do evangelho “a todas as nações da Terra “e aconselha os membros da Igreja individualmente

Doutrina e Convênios 124:2–12; 16. “És agora chamado para fazer (…) uma proclamação solene (…) a todas as nações”

O Senhor ordenou ao profeta Joseph Smith que “[fizesse] uma proclamação solene de [Seu] evangelho” aos líderes de “todas as nações (…) da Terra” (D&C 124:2–3). Ele disse que “[visitaria] e [abrandaria] o coração de muitos deles (…) para que venham à luz da verdade e os gentios, à exaltação ou, em outras palavras, ao enaltecimento de Sião” (D&C 124:9). Ao escrever a proclamação, o profeta deveria seguir a inspiração que receberia “pelo poder do Espírito Santo” (D&C 124:4) e corajosamente proclamar a verdade “sem os temer” (D&C 124:7). Com base nas imagens usadas pelo profeta Isaías, o Senhor comparou os governantes da Terra a uma erva e sua glória à “flor da erva que logo cai” (D&C 124:7; ver também Isaías 40:6–8). Assim como “seca-se a erva, e caem as flores” (Isaías 40:8), o mesmo acontecerá com o poder e a glória terrena dos governantes e reinos “no dia da visitação”, quando o Senhor virá (D&C 124:8; ver também Salmos 103:15–16; Isaías 40:5–8; Apocalipse 11:15). Ao aceitar o evangelho restaurado e permitir que ele fosse pregado em suas terras, os líderes mundiais ajudariam suas nações a prepararem-se para a Segunda Vinda do Salvador.

Embora o profeta Joseph Smith tenha tentado escrever essa proclamação, outras preocupações e dificuldades tornaram-se mais urgentes, inclusive a construção do Templo de Nauvoo. Além disso, Robert B. Thompson, a quem o Senhor havia ordenado que auxiliasse o profeta em escrever a proclamação, morreu inesperadamente em agosto de 1841. Assim, a proclamação não foi escrita até depois da morte do profeta Joseph Smith. Sob a direção do Quórum dos Doze Apóstolos, a proclamação foi escrita pelo élder Parley P. Pratt e publicada em 1845. (Ver Smith, “A organização da Igreja em Nauvoo”, pp. 273 ou history.LDS.org).

Na conferência geral de outubro de 1975, o presidente Ezra Taft Benson (1899–1994) citou essa proclamação e depois reafirmou sua mensagem principal:

“Aos governantes e povos de todas as nações, solenemente declaramos outra vez, que o Deus do céu estabeleceu o seu reino dos últimos dias sobre a Terra, em cumprimento de profecias. Anjos santos novamente se comunicaram com homens na Terra. Deus outra vez revelou-Se desde os céus e restaurou à Terra o santo sacerdócio com poder para administrar em todas as sagradas ordenanças necessárias para a exaltação de Seus filhos. Sua Igreja foi reestabelecida entre os homens, com os dons espirituais desfrutados na antiguidade. Tudo isto é feito como preparação para a Segunda Vinda de Cristo. O grande e terrível dia do Senhor está às portas. Em preparação para este grande acontecimento, e como meio para escapar aos julgamentos iminentes, mensageiros inspirados têm ido, e estão indo agora às nações da Terra, levando este testemunho e advertência. (…)

 Como servos humildes do Senhor, exortamos os líderes das nações a se humilharem perante Deus e buscar Sua inspiração e orientação. Conclamamos aos governantes, e também ao povo, que se arrependam de seus caminhos iníquos. Que voltem-se para o Senhor, busquem o Seu perdão e unam-se em humildade a Seu reino. Não há outro meio. Se assim o fizerem, seus pecados serão apagados, a paz virá e permanecerá, e vocês se tornarão parte do reino de Deus, em preparação para a Segunda Vinda de Cristo” (“Uma mensagem ao mundo” A Liahona, fevereiro de 1976, p. 25).

Doutrina e Convênios 124:2. Nauvoo, “uma pedra angular de Sião”

O Senhor designou a cidade de Nauvoo, Illinois, como uma estaca e “uma pedra angular de Sião” (D&C 124:2). A pedra angular é uma grande pedra colocada na esquina de uma fundação para dar força e estabilidade a toda a estrutura. Em Nauvoo, os membros da Igreja receberam uma torrente de conhecimento com relação às ordenanças e convênios do templo, ao casamento eterno, à salvação dos mortos, aos propósitos e organização da Sociedade de Socorro, à natureza de Deus e às verdades relacionadas ao plano de salvação (ver D&C 127–132). A revelação e o ensino da doutrina essencial e das ordenanças do evangelho em Nauvoo fortaleceram a base espiritual da qual todas as próximas gerações de membros da Igreja precisariam para crescer.

Propriedade de Joseph Smith em Nauvoo, Illinois

A propriedade da família de Joseph Smith em Nauvoo, Illinois

Ver Doutrina e Convênios 124:15. “Eu, o Senhor, amo-o pela integridade do seu coração”

O Senhor expressou Sua aprovação e amor à devoção do irmão mais velho do profeta Joseph Smith, Hyrum, “pela integridade do seu coração e porque ele ama o que é correto a meus olhos” (D&C 124:15). Integridade significa a qualidade do que é completo. Assim, ter integridade de coração é ser inteiro ou completo em pureza pessoal, honestidade e retidão. Após citar as palavras do Senhor descrevendo Hyrum Smith, o élder Joseph B. Wirthlin (1917–2008), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “Para mim, integridade significa fazer sempre o que é certo e bom, a despeito das consequências imediatas. Significa ser justo do fundo da alma, não apenas em nossas ações, porém mais importante, em nossos pensamentos e no coração. A integridade pessoal implica sermos tão dignos de confiança e incorruptíveis que jamais seremos capazes de quebrar uma promessa ou um convênio” (“Integridade pessoal”, A Liahona, julho de 1990, p. 32).

Hyrum Smith exemplificou a “integridade [de] coração” (D&C 124:15) e amor pela retidão em seu inabalável apoio ao profeta e ao evangelho de Jesus Cristo. Descrevendo seu irmão Hyrum, o profeta Joseph Smith escreveu: “Eu poderia orar no coração para que todos os meus irmãos fossem como meu amado irmão Hyrum, que tinha a mansidão de um cordeiro e a integridade de Jó, em resumo, a mansidão e a humildade de Cristo; eu o amo com um amor que é mais forte que a morte” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2017, p. 511).

O presidente Heber J. Grant (1856–1945) descreveu Hyrum Smith: “Nenhum homem mortal que jamais viveu nesta Igreja desejou fazer mais o bem do que Hyrum Smith, o patriarca. Ouvi isso dos lábios de minha santa mãe, de que de todos os homens que ela conheceu durante sua juventude em Nauvoo, não havia quem ela admirasse mais do que Hyrum Smith, por sua absoluta integridade e devoção a Deus, e sua lealdade ao profeta de Deus” (em Conference Report, outubro de 1920, p. 84).

Doutrina e Convênios 124:16–17. John C. Bennett

O Senhor chamou John C. Bennett, um recém-converso da Igreja, para ajudar o profeta Joseph Smith a “enviar [Sua] palavra aos reis e povos da Terra” (D&C 124:16). O Senhor também observou que Ele havia “[visto] a obra” que o irmão Bennett havia feito (D&C 124:17), possivelmente referindo-Se à ajuda que ele dera escrevendo e obtendo a aprovação para o estabelecimento oficial da cidade de Nauvoo (ver Kimberly Reid, “Joseph Smith: Prophet and City Leader” [Joseph Smith: Profeta e Líder Municipal], history.LDS.org). Após o profeta Joseph Smith receber a revelação registrada em Doutrina e Convênios 124, o irmão Bennett tornou-se um líder influente em Nauvoo. Ele foi eleito como primeiro prefeito da cidade, designado como reitor da Universidade de Nauvoo e major-general da Legião de Nauvoo (ver “Bennett, John Cook”, josephsmithpapers.org). Além disso, em abril de 1841, durante a conferência geral da Igreja, ele foi chamado para servir como assistente da Primeira Presidência até que Sidney Rigdon, que estava doente na ocasião, se restabelecesse (ver “Bennett, John C.”, em Dennis L. Largey e Larry E. Dahl, ed., Doctrine and Covenants Reference Companion [Livro de Referências para Doutrina e Convênios], 2012, pp. 53–54; ver também D&C 124:103–104).

Infelizmente, a ascensão de John C. Bennett em Nauvoo durou pouco. Ele “usou sua influência eclesiástica e governamental para espalhar rumores prejudiciais a Joseph Smtih, planejou uma tentativa de assassinato e afirmou ter o direito divino de seduzir mulheres” (Reid, “Joseph Smith: Prophet and City Leader”, history.LDS.org). Também promoveu a falsa doutrina da “esposa espiritual”, que “ensinava que as relações sexuais eram permitidas fora das relações matrimoniais legais, sob condição de que as relações permanecessem secretas” (“O casamento plural em Kirtland e Nauvoo”, nota 21 topics.LDS.org). Foi excomungado da Igreja em maio de 1842, e deu início “a uma série de palestras abordando as inegáveis perversidades de Joseph Smith e o mormonismo” e publicou uma “história” anti-mórmon sobre a Igreja (“Bennett, John C.”, em Largey e Dahl, Doctrine and Covenants Reference Companion, p. 54).

Na revelação registrada em Doutrina e Convênios 124, o Senhor aconselhou John C. Bennett de que “sua recompensa não [falharia], se ele [recebesse] conselho” e se ele continuasse a fazer a vontade do Senhor (ver D&C 124:16–17; grifo do autor). Entretanto, ele não deu ouvidos a essas instruções e acabou perdendo as bênçãos prometidas a ele nessa revelação.

Alguns podem se perguntar, por que foi permitido que John C. Bennett ocupasse posições de liderança e confiança em Nauvoo. Na época em que a revelação registrada em Doutrina e Convênios 124 foi recebida e ele foi designado como assistente do presidente na Primeira Presidência, o irmão Bennett estava se empenhando para fazer o que era certo.

Doutrina e Convênios 124:22–83

O Senhor ordena que os santos construam uma casa para visitantes e um templo em Nauvoo

Doutrina e Convênios 124:22–24, 56–82. A Casa de Nauvoo

O Senhor ordenou aos membros da Igreja que construíssem duas casas em Seu nome — a Casa de Nauvoo e o Templo de Nauvoo (ver D&C 124:22–23, 27). A Casa de Nauvoo deveria ser um hotel, ou “uma casa de hospedagem”, onde os visitantes e os viajantes poderiam ficar e “[refletir] a palavra do Senhor” e “[receber] (…) conselho” (D&C 124:23, 61). Durante uma conferência realizada em Nauvoo, em 29 de agosto de 1842, Hyrum Smith explicou: “É importante que a Casa de Nauvoo seja concluída para que possamos ter um local adequado onde entreter os nobres e grandes da Terra e ensiná-los a verdade” (em Manuscript History of the Church [Manuscritos da História da Igreja], vol. D–1, páginas 1387–1388, josephsmithpapers.org). “Como [Joseph] e Emma Smith deveriam doar o terreno em que o hotel [a Casa de Nauvoo] seria construído, a família Smith moraria lá e serviria como anfitriã” (em The Joseph Smith Papers, Documents [Documentos de Joseph Smith], Volume 7: setembro de 1839–janeiro de 1841, ed. por Matthew C. Godfrey e outros, 2018, p. 513; ver também D&C 124:56).

Pouco antes de sua morte, em 1844, o profeta instruiu os santos a pararem de trabalhar na Casa de Nauvoo “para que mais recursos e mão de obra pudessem ser destinados à construção do Templo de Nauvoo. Na ocasião do martírio [do profeta Joseph Smith], a Casa de Nauvoo continuava não concluída” (“Historical context and overview of Doctrine and Covenants 124” [Contexto Histórico e Visão Geral de Doutrina e Convênios], em Largey and Dahl, Doctrine and Covenants Reference Companion, p. 838). Infelizmente, a Casa de Nauvoo nunca foi concluída de acordo com os planos dos líderes da Igreja.

Mansão Riverside, Nauvoo, Illinois

A construção da Casa de Nauvoo foi iniciada, mas nunca concluída (ver D&C 124:55). A mansão Riverside, mostrada aqui, foi construída no mesmo local.

Doutrina e Convênios 124:26–28. “Construí uma casa ao meu nome, para que nela habite o Altíssimo”

O Senhor instruiu os membros da Igreja a doarem suas “coisas preciosas da Terra” e habilidades para a construção de um templo em Nauvoo (ver D&C 124:26–27). Assim como haviam feito em Kirtland, Ohio, os santos fiel e voluntariamente doaram boa parte de seu tempo, trabalho e bens para a construção do Templo de Nauvoo.O presidente Gordon B. Hinckley (1910–2008) explicou:

“Em 1841, dois anos depois de chegar a Nauvoo, [o profeta Joseph Smith] anunciou por inspiração do Todo-Poderoso que deveriam construir uma casa do Senhor sobre a colina para ser o mais belo símbolo da obra de Deus.  (…)

Joseph Smith at the Nauvoo Temple [Joseph Smith no Templo de Nauvoo], de Gary E. Smith

Joseph Smith at the Nauvoo Temple [Joseph Smith no Templo de Nauvoo], de Gary E. Smith. O profeta Joseph Smith dirigiu a construção do Templo de Nauvoo.

Não se pouparam esforços. Nenhum sacrifício era grande demais. Durante os cinco anos seguintes, os homens talharam pedras, colocaram as sapatas e os alicerces, as paredes e os ornamentos. Centenas de pessoas foram para a área ao norte da cidade e ficaram morando ali por um tempo para cortar árvores em grande quantidade e, depois, amarrá-las de modo a formar jangadas que eram levadas rio abaixo até Nauvoo. Belas molduras foram feitas dessa madeira. Juntavam-se os centavos para comprar pregos. Fez-se um sacrifício inimaginável para conseguir vidro. Eles estavam construindo um templo para Deus e tinha de ser o melhor que fossem capazes de fazer” (“Oh! Eu quisera ser um anjo e poder realizar o desejo de meu coração”, A Liahona, novembro de 2002, pp. 4–5).

Sob a direção do profeta Joseph Smith, as pedras angulares do Templo de Nauvoo foram assentadas em 6 de abril de 1841. O templo completo foi dedicado em 30 de abril e 1° de maio de 1846, quase dois anos após a morte de Joseph e Hyrum Smith e depois de a maioria dos santos ter partido de Nauvoo rumo a Salt Lake Valley (ver Matthew S. McBride, “The First Nauvoo Temple: So Great a Cause” [O Primeiro Templo de Nauvoo: Tão Grande Causa] Ensign, julho de 2002, p. 12). Em outubro de 1848, um incêndio destruiu grande parte do templo e em 1850, um tornado destruiu uma das paredes externas e enfraqueceu outras duas. Em 1853 o templo estava em ruínas. Sob a direção do presidente Gordon B. Hinckley a Igreja construiu um novo templo em Nauvoo, Illinois, no local do templo original e o dedicou em junho de 2002. (Ver “The Nauvoo Temple: Destruction and Rebirth” [O Templo de Nauvoo: Destruição e Renascimento], history.LDS.org).

Templo de Nauvoo, Illinois

O Templo de Nauvoo, Illinois, reconstruído

Doutrina e Convênios 124:29–36. “Vossos batismos pelos mortos”

Rio Mississipi em Nauvoo, Illinois

Após a doutrina ser ensinada pelo profeta Joseph Smith, em agosto de 1840, os batismos pelos mortos eram realizados no rio Mississipi.

O Senhor começou a revelar a doutrina da salvação pelos mortos no início de janeiro de 1836, em uma visão dada ao profeta Joseph Smith sobre o reino celestial (ver D&C 137:7–10). Quatro anos depois, “no funeral de Seymour Brunson, em 15 de agosto de 1840, Joseph Smith ensinou o princípio de que os homens e mulheres da Terra poderiam agir por seus parentes falecidos e cumprir a exigência do batismo em favor deles. Com alegria, os santos aceitaram essa oportunidade e quase que imediatamente começaram a ser batizados pelos entes queridos que partiram, em rios e riachos perto de Nauvoo” (Mathew McBride, “Cartas sobre o batismo pelos mortos”, em McBride e Goldberg, Revelações em Contexto, p.  282 ou history.LDS.org).

Batistério do Templo de Ogden Utah

A doutrina da redenção dos mortos torna possível aos membros da Igreja realizar batismos vicários em uma pia batismal como esta no Templo de Ogden Utah.

Comentando sobre as instruções dadas pelo Senhor aos santos em Doutrina e Convênios 124:29–36, o presidente Joseph Fielding Smith (1876–1972) explicou: “O Senhor considerava o batismo pelos mortos tão importante que autorizou os santos a fazer esses batismos no rio Mississipi, até que um local fosse providenciado em Sua casa para esse propósito. Ele disse ainda que daria tempo suficiente para a construção dessa casa, e enquanto eles a estivessem construindo, seus batismos pelos mortos seriam aceitos por Ele se fossem realizados no rio, mas depois que um local estivesse preparado, todos os batismos pelos mortos no rio deveriam cessar, pois essa ordenança assim, como outras ordenanças pelos mortos, pertencem à casa do Senhor. Essa revelação foi dada em 19 de janeiro de 1841 e até a conferência da Igreja de outubro de 1841, os batismos no rio foram aceitos. Na conferência de outubro, o profeta anunciou que o tempo para que os batismos pelos mortos no rio cessassem havia chegado e, dali em diante, eles deveriam ser realizados no templo. O templo ainda não havia sido concluído na época, mas em seis meses já havia progredido o suficiente para que o porão pudesse ser fechado, e no porão, uma pia havia sido construída e dedicada, assim, no início de novembro de 1841, sob a direção do profeta Joseph, os batismos pelos mortos começaram a ser realizados na casa do Senhor” (Church History and Modern Revelation [História da Igreja e a Revelação Moderna], 1949, vol. 4, p. 81).

Doutrina e Convênios 124:28, 37–42. “A fim de que nela eu revele minhas ordenanças a meu povo”

Fotografia do Templo de Nauvoo no século 19

Fotografia do Templo de Nauvoo original.

O povo do Senhor sempre foi um povo que constrói templos. Assim, como na antiguidade, os templos são construídos em nossos dias para que as ordenanças sagradas possam ser reveladas e realizadas e os “oráculos”, ou revelações de Deus, possam ser recebidos (ver D&C 124:38–40). O Senhor explicou que o propósito principal da construção do Templo de Nauvoo era prover um lugar “para que [nele] habite o Altíssimo. (…) Que ele possa vir e restaurar (…) a plenitude do sacerdócio” (D&C 124:27–28). O profeta Joseph Smith (1805–1844) ensinou: “Se um homem recebe a plenitude do sacerdócio de Deus, ele terá que recebê-la da mesma forma que Jesus Cristo a obteve, ou seja, pelo cumprimento de todos os mandamentos e pela obediência a todas as ordenanças da casa do Senhor” Ensinamentos: Joseph Smith,  p. 441). Ao receber todas as ordenanças do templo e guardar os convênios a elas associados, os membros da Igreja podem receber todas as bênçãos que o Pai Celestial oferece a Seus filhos por meio do sacerdócio.

Quando a construção do Templo de Nauvoo, Illinois, começou, o profeta Joseph Smith e seus conselheiros na Primeira Presidência escreveram aos membros da Igreja e explicaram os motivos para construírem a casa do Senhor: “O Templo do Senhor está em construção aqui [em Nauvoo], onde os santos virão para adorar o Deus de seus pais, de acordo com a ordem de Sua casa e os poderes do Santo Sacerdócio e ele será construído de modo a permitir que todas as funções do Sacerdócio sejam devidamente exercidas e onde as instruções do Altíssimo serão recebidas e dali levadas para terras distantes” (Ensinamentos: Joseph Smith, pp. 437–438).

O profeta Joseph Smith sabia que o Templo de Nauvoo levaria anos para ser construído. Ele também sabia que talvez não vivesse para vê-lo concluído.O élder Franklin D. Richards (1821–1899), do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu: “Quando o Espírito inspirou [Joseph Smith] de que a obra de sua vida estava chegando ao fim e quando ele viu que seus dias terrenos poderiam terminar antes da conclusão do templo, ele convocou uns poucos e conferiu-lhes as ordenanças da santa investidura, de modo que os tesouros divinos de sua mente não perecessem no mundo com sua morte” (em Ensinamentos: Joseph Smith, p.436).

A Loja de Tijolos Vermelhos, em Nauvoo, Illinois

A Loja de Tijolos Vermelhos de Joseph Smith, em Nauvoo, Illinois

Em 4 de maio de 1842, o profeta organizou o salão superior da loja em Nauvoo para representar o interior do templo como estava planejado. O profeta Joseph Smith posteriormente registrou:

“Passei o dia na sala superior da loja, (…) em conselho com o General James Adams, de Springfield, o patriarca Hyrum Smith, os bispos Newel K. Whitney e George Miller, e o presidente Brigham Young e os élderes Heber C. Kimball e Willard Richards, instruindo-os nos princípios e ordem do sacerdócio, realizando abluções, unções, investiduras e transmitindo as chaves pertencentes ao Sacerdócio Aarônico e assim por diante para a mais alta ordem do Sacerdócio de Melquisedeque, estabelecendo a ordem pertencente ao Ancião de Dias e todos aqueles planos e princípios pelos quais uma pessoa fica capacitada a assegurar a plenitude das bênçãos que foram preparadas para a Igreja do Primogênito e vir a habitar na presença de Eloim, nos mundos eternos. Nesse conselho, foi instituída a antiga ordem das coisas pela primeira vez nestes últimos dias.

E as coisas que transmiti àquele conselho foram coisas espirituais que deviam ser recebidas pelas pessoas que tivessem uma mente espiritual: e nada foi dado a conhecer àqueles homens a não ser o que será dado a conhecer a todos os santos nos últimos dias, assim que estiverem preparados para receber, e um lugar adequado seja preparado para transmitir a eles (…) ; portanto que os santos sejam diligentes na construção do Templo e todas as coisas que Deus lhes ordenou ou lhes ordenará de agora em diante a construir” (Ensinamentos: Joseph Smith, p. 436).

Depois do martírio do profeta, os membros da Igreja continuaram a trabalhar no Templo de Nauvoo, mesmo após decidirem ir embora Nauvoo. De dezembro de 1845 a fevereiro de 1846, durante a construção, foram realizadas investiduras para os vivos no templo. Milhares de membros da Igreja receberam a investidura antes de iniciarem seu êxodo para o vale de Salt Lake. (Ver McBride, “The First Nauvoo Temple” [O Primeiro Templo de Nauvoo], p. 12).

Doutrina e Convênios 124:45–46. “Se meu povo der ouvidos à minha voz, e à voz de meus servos”

O Senhor reassegurou aos membros da Igreja que “se [eles dessem] ouvidos à [Sua] voz, e à voz de [Seus] servos, (…) não [seriam] removidos do seu lugar” (D&C 124:45). Embora a palavra lugar denote uma localização física, nesse contexto provavelmente se refere à situação espiritual dos santos perante o Senhor. À medida que os membros da Igreja “derem ouvidos” às palavras do Senhor registradas nas escrituras e ensinadas por Seus servos escolhidos, eles serão capazes de resistir à tentação, detectar a falsidade e permanecer firmes e inabaláveis na verdade e na retidão. Em resumo, “não serão removidos do seu lugar” (D&C 124:45).

Doutrina e Convênios 124:49–54. “Quando [os filhos dos homens] (…) são atacados por seus inimigos e impedidos de realizar esse trabalho”

Em julho de 1831, o Senhor revelou que Independence, no Condado de Jackson, Missouri, deveria ser o local da cidade de Sião e seus templos (ver D&C 57:3). No ano seguinte, o Senhor reafirmou Seu mandamento aos membros da Igreja de construir a cidade de Sião, começando com o templo (ver D&C 84:4–5). Entretanto, no fim do ano de 1833, os santos foram violentamente expulsos do Condado de Jackson, Missouri, por seus inimigos. Por causa disso, eles não conseguiram cumprir o mandamento do Senhor de construir a cidade e o templo. Na revelação dada ao profeta Joseph Smith, em 19 de janeiro de 1841, o Senhor explicou que Ele aceitou o sacrifício dos santos e os dispensou do mandamento de construir uma cidade e um templo em Sião naquele momento (ver D&C 124:49).

O presidente Charles W. Penrose (1832–1925), da Primeira Presidência, explicou que os princípios ensinados em Doutrina e Convênios 124:49 “aplicavam-se no passado e se aplicarão no futuro, e devemos lembrar disso. Se Deus dá um mandamento e não o obedecemos, ele o revoga e revoga as bênçãos. Se ele nos dá um mandamento para fazer certas coisas e nos vemos impossibilitados de cumpri-las, seja pela restrição da leis ou por qualquer outro obstáculo físico, o Senhor não os exige mais, porém aceita nossa oferta e enviará sua ira e indignação sobre aqueles que impedem seu povo de cumprir o que Ele exigiu de suas mãos” (em Conference Report, abril de 1924, p. 14). Entretanto, devemos nos lembrar de que se Deus dispensar a Igreja de obedecer a um mandamento com base nos princípios descritos em Doutrina e Convênios 124:49, Ele o fará por revelação e por intermédio de Seu profeta escolhido.

Embora os santos tenham sido impedidos de cumprir o mandamento do Senhor de construir uma cidade e um templo no Condado de Jackson, Missouri, revelações registradas em Doutrina e Convênios ensinam que a Sião moderna ainda será construída lá futuramente (ver D&C 101:17–18; 105:13). O presidente Joseph Fielding Smith ensinou: “O desencargo quanto à construção do templo, entretanto, não cancelou a responsabilidade de edificarem a cidade e a casa do Senhor futuramente. Quando o Senhor estiver pronto, dará ordens a seu povo, e o trabalho será feito” (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 1955, vol. 3 p. 80).

Doutrina e Convênios 124:84–122

O Senhor dá instruções e designações e faz promessas a membros da Igreja específicos

Doutrina e Convênios 124:84. “Ele aspira a estabelecer seu próprio conselho, em vez do conselho que decretei”

Almon Babbitt serviu no Acampamento de Sião e foi chamado como membro do Primeiro Quórum dos Setenta. Em outubro de 1840, o profeta Joseph Smith o chamou para presidir a estaca de Kirtland, Ohio. (Ver “Babbitt, Almon Whiting”, josephsmithpapers.org). Em uma carta anunciando esse chamado, o profeta escreveu: “É prudente avisar aos irmãos do Leste que desejam residir em Kirtland que o façam, portanto, espera-se um aumento no número de membros em sua estaca, que provavelmente são novos na fé e precisarão de cuidados” (em Manuscript History of the Church [Manuscritos da História da Igreja], vol. C-1, página 1114, josephsmithpapers.org). Após receber essas instruções, Almon se tornou extremamente zeloso em seus esforços de reconstruir Kirtland e “não apenas incentivou os membros no [leste dos Estados Unidos] a se reunirem em Kirtland”, como também os conversos imigrantes da Inglaterra. Ele também persuadiu os membros da Igreja que já moravam em Nauvoo, Illinois, a se mudarem de volta para Kirtland. “Esses árduos esforços (…) teriam reconstruído Kirtland à custa de outras comunidades mórmons”, inclusive Nauvoo (Mark Lyman Staker, Hearken, O Ye People [Escutai, ó povo], 2009, p. 552).

O Senhor salientou que Almon Babbitt havia tentado “estabelecer seu próprio conselho, em vez do conselho que decretei, sim, o da Presidência de minha Igreja” (D&C 124:84). Ele comparou o zelo de Almon Babbitt na reconstrução de Kirtland ao “[estabelecimento de] um bezerro de ouro para meu povo adorar” (D&C 124:84). Ele se referia aos filhos de Israel que se afastaram dos mandamentos do Senhor para adorar o bezerro de ouro construído por Aarão (ver Êxodo 32:1–8). Quando os membros da Igreja colocam outros objetivos antes da vontade de Deus, eles se afastam ou ignoram Seu conselho e mandamentos. Assim como não há salvação relacionada à adoração da imagem de escultura de um bezerro de ouro, não há poder redentor em seguir conselhos contrários ao conselho do Senhor dados por intermédio de Seus servos escolhidos. Devido a suas ações, Almon Babbitt foi desassociado da Igreja por um período. Mais tarde ele retornou à plena integração e serviu fielmente para o resto da vida.

Doutrina e Convênios 124:87–91, 97–102. “Que seja humilde perante mim e sem dolo”

Conforme registrado em Doutrina e Convênios 124:87–91, 97–102, o Senhor se dirigiu a William Law, que havia sido chamado para tomar o lugar de Hyrum Smith como segundo conselheiro na Primeira Presidência da Igreja. O Senhor prometeu a William que se ele “[fosse] humilde perante [o Senhor] e sem dolo, (…) [receberia Seu] Espírito, sim, o Consolador, que lhe [manifestaria] a verdade de todas as coisas” (D&C 124:97). Falando sobre a importância da humildade em aprender a verdade pelo Espírito, o élder Richard G. Scott (1928–2015), do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou: “A humildade é fundamental para se obter conhecimento espiritual. Ser humilde significa ser ensinável. A humildade permite que sejamos guiados pelo Espírito e ensinados por fontes inspiradas pelo Senhor, tal como as escrituras. As sementes do crescimento e do entendimento pessoais germinam e florescem no fértil solo da humildade. Seu fruto é o conhecimento espiritual para nos guiar agora e sempre” (“Como obter conhecimento espiritual”, A Liahona, janeiro de 1994, p. 94).

O élder Joseph B. Wirthlin explicou o que significa ser “sem dolo” (D&C 124:97):

“Não ter dolo significa não ter falsidade, não ter astúcia nem hipocrisia ou desonestidade em pensamento e ação. (…) Uma pessoa sem dolo é uma pessoa inocente, com intenções honestas e motivos puros, cuja vida reflete a prática simples de harmonizar seus atos cotidianos com os princípios da integridade. (…)

Quem não tem dolo é honesto, fiel e reto. Todas essas coisas são atributos divinos que são requeridos dos santos. Quem é honesto é justo e verdadeiro naquilo que diz, é direito naquilo que faz, não engana, não age de forma a defraudar ou causar interpretações errôneas nem comete qualquer outro ato fraudulento. A honestidade é de Deus e a desonestidade é do diabo. (…)

Sugiro que olhemos dentro de nosso coração e vejamos se nossos objetivos e ações são puros e acima de qualquer reprovação, e vejamos se estamos livres do logro e da fraude” (“Sem dolo”, A Liahona, julho de 1988, pp. 83–85).

Por algum tempo, William Law serviu na Primeira Presidência com humildade e integridade. Entretanto, no fim do ano de 1843 sua fé no evangelho restaurado e na missão profética de Joseph Smith enfraqueceram, em parte devido a sua dificuldade em aceitar o princípio do casamento plural. Ele foi tirado de seu ofício e, por fim, excomungado em 18 de abril de 1844. William ficou ressentido com o profeta e ajudou na publicação de um jornal difamador anti-mórmon chamado Nauvoo Expositor. A decisão do conselho da cidade de Nauvoo de destruir esse jornal levou à prisão de Joseph e Hyrum Smith e, posteriormente, a seus assassinatos na Cadeia de Carthage. (Ver “Law, William”, em Largey e Dahl, Doctrine and Covenants Reference Companion, p. 358, 360).

Doutrina e Convênios 124:91–96. “Que meu servo Hyrum ocupe o ofício de Sacerdócio e Patriarca”

Em dezembro de 1833, Joseph Smith Sr. foi chamado para ser o primeiro patriarca da Igreja e serviu nesse ofício até sua morte em setembro de 1840 (ver Encyclopedia of Mormonism [Enciclopédia do Mormonismo], “Patriarch to the Church”, 1992, vol. 3, p. 1065; ver também D&C 107:39–56). Pouco antes de sua morte, Joseph Smith Sênior “impôs as mãos sobre a cabeça [de Hyrum Smith]” e “[selou] sobre [sua] cabeça o poder patriarcal [pelo qual ele poderia] abençoar as pessoas” (Lucy Mack Smith, History [História de Lucy Mack Smith], 1844–1845”, livro 18, página 5, josephsmithpapers.org). Em 19 de janeiro de 1841, o Senhor chamou Hyrum Smith para “[ocupar] o ofício de (…) Patriarca, que por seu pai lhe foi designado por bênção e também por direito” e para “[reter] as chaves das bênçãos patriarcais sobre a cabeça de todo o meu povo” (D&C 124:91–92), designando assim Hyrum como o patriarca da Igreja.

Durante a maior parte da história da Igreja, houve um Patriarca da Igreja além dos patriarcas das estacas. O Patriarca da Igreja era apoiado como autoridade geral e ficava responsável por dar bênçãos patriarcais aos membros da Igreja que não tinham acesso ao patriarca da estaca. Esse ofício foi executado principalmente por membros da família Smith (ver Encyclopedia of Mormonism [Enciclopédia do Mormonismo], “Patriarch to the Church”, 1992, vol. 3, pp. 1065–1066). Em 1979, o ofício de Patriarca da Igreja foi descontinuado “devido ao grande número de patriarcas de estaca e à disponibilidade do serviço patriarcal em todo o mundo” (ver “The Sustaining of Church Officers” [Apoio aos Líderes da Igreja], Ensign, novembro de 1979, p. 18).

Joseph and Hyrum Smith [Joseph e Hyrum Smith], de Kenneth A. Corbett

Joseph and Hyrum Smith [Joseph e Hyrum Smith], de Kenneth A. Corbett. Hyrum Smith foi chamado pelo Senhor para apoiar seu irmão Joseph como profeta, vidente e revelador (ver D&C 124:91–96).

O Senhor também designou Hyrum Smith como “profeta, vidente e revelador da [Sua] Igreja”, juntamente com seu irmão Joseph (ver D&C 124:94–95). Com relação ao chamado especial de Hyrum, o presidente Joseph Fielding Smith explicou que as bênçãos para Hyrum registradas em Doutrina e Convênios 124:91–93 “pertencem ao ofício e chamado do homem que possui as chaves do Sacerdócio Patriarcal.

O Senhor conferiu a Hyrum Smith, entretanto, outra honra importante e especial, ao torná-lo, assim como Joseph Smith, um portador das chaves da autoridade nesta dispensação da plenitude dos tempos.  (…)

Essa foi uma bênção especial dada a Hyrum Smith, e ao aceitá-la, ele substituiu Oliver Cowdery, para quem, anteriormente, essas chaves haviam sido concedidas. Devemos lembrar que sempre que o Senhor revelou o sacerdócio e as chaves do sacerdócio dos céus, Oliver Cowdery permanecia com Joseph Smith na presença dos mensageiros celestiais e era um beneficiário, assim como Joseph Smith, de toda essa autoridade. Eles o possuíam, Joseph Smith como o primeiro e Oliver Cowdery como o segundo élder da Igreja.

Assim, a lei relacionada às testemunhas foi plenamente estabelecida, pois lá havia duas testemunhas com autoridade, chaves e presidência, à frente desta que é a maior de todas as dispensações. Quando, devido à transgressão, Oliver Cowdery perdeu essa bênção maravilhosa e exaltadora, Hyrum Smith foi escolhido por revelação do Senhor para tomar o seu lugar” (ver Doutrinas de Salvação, vol. 3, pp. 167–168).

Doutrina e Convênios 124:123–145

O Senhor chama aqueles que deveriam servir em cargos de liderança do sacerdócio

Doutrina e Convênios 124:143. “Para a obra do ministério e o aperfeiçoamento de meus santos”

O Senhor deu “ofícios” do sacerdócio e concedeu a Seus servos “suas chaves” para o propósito de governar Sua Igreja e “para a obra do ministério e o aperfeiçoamento de [Seus] santos” (D&C 124:143; ver também Efésios 4:11–12). O presidente John Taylor (1808–1887) explicou como aqueles que servem nos ofícios do sacerdócio dirigem a obra do Senhor e ajudam os membros da Igreja a se aperfeiçoarem:

“O Senhor colocou apóstolos e profetas, sumos sacerdotes, setentas, élderes, etc. em Sua Igreja. Por quê? (…) As diversas pessoas que recebem esses ofícios servem para aperfeiçoar os santos. E o que mais? Trabalham como ministros, para que os homens se qualifiquem, instruam e obtenham muito conhecimento, sabedoria e luz, aprendam a proclamar os princípios da verdade eterna e a revelar os tesouros de Deus, novos e antigos, as coisas feitas para proporcionar o bem do povo.  (…)

 Deus ordenou presidentes, apóstolos, profetas, sumos sacerdotes, setentas, bispos e outras autoridades dentre vocês; Ele designou-os, concedeu-lhes poder e orienta-os para que, sob Sua influência, ensinem a Sua lei, descubram os princípios da vida, organizem-se e recebam a ordem expressa de conduzir o povo no caminho da exaltação e glória eternas” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: John Taylor, 2001, pp. 131–132).