Doutrinas básicas
Deve-se dar atenção às doutrinas básicas tanto no seminário quanto no Instituto. Os professores devem ajudar os alunos a identificar, entender, explicar e aplicar essas doutrinas básicas do evangelho, bem como a crer nelas. Com isso, o testemunho dos alunos se fortalecerá e o valor que dão ao evangelho restaurado de Jesus Cristo aumentará. O estudo dessas doutrinas também os ajudará a se prepararem melhor para ensinar essas verdades importantes a outras pessoas.
A maioria das cem passagens de domínio das escrituras selecionadas pelos Seminários e Institutos de Religião foi escolhida para apoiar o entendimento dos alunos sobre as doutrinas básicas. A maioria das referências das escrituras relacionadas neste documento se refere às passagens de domínio das escrituras. Elas foram incluídas para mostrar como se relacionam às doutrinas básicas.
1. A Trindade
Há três pessoas distintas na Trindade: Deus, o Pai Eterno, Seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo (ver Joseph Smith—História 1:15–20). O Pai e o Filho têm um corpo tangível de carne e ossos, mas o Espírito Santo é um personagem de espírito (ver D&C 130:22–23). Eles são um em propósito e doutrina. Estão perfeitamente unidos no propósito de levar a efeito o divino plano de salvação estabelecido pelo Pai Celestial.
Deus, o Pai
Deus, o Pai, é o Governante Supremo do Universo. Ele é o Pai de nosso espírito (ver Hebreus 12:9). É perfeito, Todo-Poderoso e conhece todas as coisas. É também um Deus de perfeita misericórdia, bondade e caridade.
Jesus Cristo
Jesus Cristo é o Primogênito do Pai em espírito e o Unigênito do Pai na carne. Ele é o Jeová do Velho Testamento e o Messias do Novo Testamento.
Jesus Cristo levou uma vida sem pecado e fez uma Expiação perfeita pelos pecados de toda a humanidade (ver Alma 7:11–13). Sua vida é o exemplo perfeito de como deve viver toda a humanidade (ver João 14:6; 3 Néfi 12:48). Ele foi a primeira pessoa na Terra a ressuscitar (ver 1 Coríntios 15:20–22). Ele regressará em poder e glória e reinará na Terra durante o Milênio.
Todas as orações, bênçãos e ordenanças do sacerdócio devem ser feitas em nome de Jesus Cristo (ver 3 Néfi 18:15, 20–21).
Referências correlatas: Helamã 5:12; D&C 19:23; D&C 76:22–24
O Espírito Santo
O Espírito Santo é o terceiro membro da Trindade. É um ser de espírito, sem um corpo de carne e ossos. Muitas vezes nos referimos a Ele como o Espírito, o Santo Espírito, o Espírito de Deus, o Espírito do Senhor e o Consolador.
O Espírito Santo presta testemunho do Pai e do Filho, revela a verdade de todas as coisas e santifica aqueles que se arrependem e são batizados (ver Morôni 10:4–5).
Referências correlatas: Gálatas 5:22–23; D&C 8:2–3
2. O plano de salvação
Na existência pré-mortal, o Pai Celestial apresentou um plano para permitir que nos tornássemos semelhantes a Ele e alcançássemos a imortalidade e a vida eterna (ver Moisés 1:39). As escrituras chamam esse plano de plano de salvação, o grande plano de felicidade, o plano de redenção e o plano de misericórdia.
O plano de salvação inclui a Criação, a Queda, a Expiação de Jesus Cristo e todas as leis, ordenanças e doutrinas do evangelho. O arbítrio moral — a capacidade de escolher e agir por nós mesmos — também é essencial no plano do Pai Celestial (ver 2 Néfi 2:27). Por causa desse plano, podemos ser aperfeiçoados por meio da Expiação, receber a plenitude da alegria e viver para sempre na presença de Deus (ver 3 Néfi 12:48). Nosso relacionamento familiar pode durar por toda a eternidade.
Referências correlatas: João 17:3; D&C 58:27
A vida pré-mortal
Antes de nascermos nesta Terra, vivíamos na presença do Pai Celestial como filhos espirituais Dele (ver Abraão 3:22–23). Na existência pré-mortal, participamos de um conselho com os outros filhos espirituais do Pai Celestial. Naquele conselho, o Pai Celestial apresentou Seu plano e o Jesus Cristo pré-mortal fez convênio de ser nosso Salvador.
Usamos nosso arbítrio para seguir o plano do Pai Celestial. Preparamo-nos para vir à Terra, onde poderíamos continuar a progredir.
Aqueles que seguiram o Pai Celestial e Jesus Cristo receberam permissão de vir a esta Terra e passar pela experiência da mortalidade a fim de progredir rumo à vida eterna. Lúcifer, outro filho espiritual de Deus, rebelou-se contra o plano. Ele tornou-se Satanás e, com seus seguidores, foi lançado para fora dos céus e a eles foram negados os privilégios de receber um corpo físico e viver na mortalidade.
Referências correlatas: Jeremias 1:4–5
A Criação
Jesus Cristo criou os céus e a Terra sob a direção do Pai. A Terra não foi criada do nada, mas organizada a partir de matéria já existente. Jesus Cristo criou mundos inumeráveis (ver D&C 76:22–24).
A Criação da Terra foi essencial para o plano de Deus, Um lugar onde poderíamos ganhar um corpo físico, ser testados e provados, e desenvolver atributos divinos.
Devemos usar os recursos da Terra com sabedoria, bom senso e gratidão (ver D&C 78:19).
Adão foi o primeiro homem criado na Terra. Deus criou Adão e Eva à Sua própria imagem. Todos os seres humanos — homem e mulher — foram criados à imagem de Deus (ver Gênesis 1:26–27).
A Queda
No Jardim do Éden, Deus deu a Adão e Eva o mandamento de não comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal; a consequência de tal ato seria a morte espiritual e física. A morte espiritual é o afastamento de Deus. A morte física é a separação entre o espírito e o corpo mortal. Como transgrediram a ordem de Deus, Adão e Eva foram expulsos de Sua presença e tornaram-se mortais. A transgressão de Adão e Eva e as transformações dela decorrentes, entre as quais a morte física e espiritual, são chamadas de Queda.
Como resultado da Queda, Adão, Eva e sua posteridade poderiam sentir alegria e tristeza, conhecer o bem e o mal e ter filhos (ver 2 Néfi 2:25). Como descendentes de Adão e Eva, herdamos uma condição decaída durante a mortalidade. Estamos separados da presença do Senhor e sujeitos à morte física. Também somos testados pelas dificuldades da vida e pelas tentações do adversário (ver Mosias 3:19).
A Queda é uma parte essencial do plano de salvação estabelecido pelo Pai Celestial. Ela tem uma direção dupla: para baixo, no entanto, adiante. Além de introduzir a morte física e espiritual no mundo, ela nos deu a oportunidade de nascer na Terra, de aprender e progredir.
Vida mortal
A vida mortal é um tempo de aprendizado, quando podemos nos preparar para a vida eterna e provar que usaremos nosso arbítrio para fazer tudo o que o Senhor ordenou. Durante esta vida mortal, devemos amar e servir o próximo (ver Mosias 2:17; Morôni 7:45, 47–48).
Na mortalidade, nosso espírito está unido ao corpo físico, dando-nos oportunidades de crescer e desenvolver-nos de maneiras que não eram possíveis na vida pré-mortal. Nosso corpo é uma parte importante do plano de salvação e deve ser respeitado como uma dádiva de nosso Pai Celestial (ver 1 Coríntios 6:19–20).
Referências correlatas: Josué 24:15; Mateus 22:36–39; 2 Néfi 28:7–9; Alma 41:10; D&C 58:27
Vida após a morte
Quando morrermos, nosso espírito entrará no mundo espiritual e aguardará a ressurreição. Os espíritos dos justos são recebidos em um estado de felicidade, que é chamado paraíso. Muitos fiéis pregarão o evangelho aos que estão na prisão espiritual.
A prisão espiritual é um local temporário no mundo pós-mortal para as pessoas que morrem sem o conhecimento da verdade ou para as que são desobedientes na mortalidade. Lá o evangelho é ensinado aos espíritos e eles têm a oportunidade de se arrepender e de aceitar as ordenanças de salvação que são realizadas em favor deles nos templos (ver 1 Pedro 4:6). Aqueles que aceitarem o evangelho habitarão no paraíso até a ressurreição.
A ressurreição é a reunião de nosso corpo espiritual com nosso corpo físico perfeito de carne e ossos (ver Lucas 24:36–39). Após a ressurreição, o espírito e o corpo nunca mais serão separados e seremos imortais. Toda pessoa nascida na Terra ressuscitará porque Jesus Cristo venceu a morte (ver 1 Coríntios 15:20–22). Os justos ressuscitarão antes dos iníquos e surgirão na Primeira Ressurreição.
O Juízo Final ocorrerá após a Ressurreição. Jesus Cristo julgará cada pessoa para determinar a glória eterna que receberá. Esse julgamento terá como base a obediência de cada pessoa aos mandamentos de Deus (ver Apocalipse 20:12; Mosias 4:30).
Há três reinos de glória (ver 1 Coríntios 15:40–42). O mais elevado dos três é o reino celestial. Quem for valente no testemunho de Jesus e obediente aos princípios do evangelho habitará no reino celestial na presença de Deus, o Pai, e de Seu Filho, Jesus Cristo (ver D&C 131:1–4).
O segundo dos três reinos de glória é o reino terrestre. Os habitantes desse reino serão os homens e as mulheres honrados da Terra que não foram valentes no testemunho de Jesus.
O reino telestial é o menos elevado dos três reinos de glória. Herdarão esse reino, aqueles que escolheram a iniquidade em vez da justiça, durante a vida mortal. Essas pessoas receberão sua glória depois de serem redimidas da prisão espiritual.
Referências correlatas: João 17:3
3. A Expiação de Jesus Cristo
Expiar significa sofrer o castigo pelos pecados, removendo assim os efeitos do pecado do pecador arrependido e permitindo que se reconcilie com Deus. Jesus Cristo foi o único capaz de efetuar uma Expiação perfeita por toda a humanidade. Sua Expiação incluiu Seu sofrimento pelos pecados de toda a humanidade no Jardim do Getsêmani, o derramamento de Seu sangue, Seu sofrimento e Sua morte na cruz, e Sua Ressurreição da tumba (ver Lucas 24:36–39; D&C 19:16–19). O Salvador pôde realizar a Expiação porque Ele Se manteve livre do pecado e tinha poder sobre a morte. De Sua mãe mortal Ele herdou a capacidade de morrer. De Seu Pai imortal, herdou o poder de retomar Sua vida.
Por meio da graça, posta a nosso alcance pelo sacrifício expiatório do Salvador, todas as pessoas ressuscitarão e receberão a imortalidade. A Expiação de Jesus Cristo também nos possibilita receber a vida eterna (ver Morôni 7:41). Para receber esse dom, devemos viver o evangelho de Jesus Cristo, que inclui termos fé Nele, arrependermo-nos de nossos pecados, sermos batizados, recebermos o dom do Espírito Santo e perseverarmos fielmente até o fim (ver João 3:5).
Como parte de Sua Expiação, Jesus Cristo não só sofreu por nossos pecados, mas também tomou sobre Si as dores, as doenças e as enfermidades de todas as pessoas (ver Alma 7:11–13). Ele entende nossos sofrimentos, pois já passou por eles. Sua graça, ou Seu poder capacitador, nos fortalece para que carreguemos nossos fardos e realizemos tarefas que não poderíamos realizar por conta própria (ver Mateus 11:28–30; Filipenses 4:13; Éter 12:27).
Referências correlatas: João 3:5; Atos 3:19–21
Fé em Jesus Cristo
A fé é uma “esperança nas coisas que se não veem e que são verdadeiras” (Alma 32:21; ver também Éter 12:6). É um dom de Deus.
A fé deve estar centrada em Jesus Cristo a fim de levar uma pessoa à salvação. Ter fé em Jesus Cristo significa confiar plenamente Nele e acreditar em Sua Expiação, em Seu poder e em Seu amor infinitos. Inclui crer em Seus ensinamentos e acreditar que, apesar de não compreendermos todas as coisas, Ele compreende (ver Provérbios 3:5–6; D&C 6:36).
Mais do que uma crença passiva, a fé manifesta-se por meio de nossa conduta (ver Tiago 2:17–18). A fé pode aumentar se orarmos, estudarmos as escrituras e obedecermos aos mandamentos de Deus.
Os santos dos últimos dias também têm fé em Deus, o Pai, no Espírito Santo, no poder do sacerdócio, bem como em outros aspectos importantes do evangelho restaurado. A fé nos ajuda a receber a cura física e espiritual e a força para seguir adiante, enfrentar nossas dificuldades e vencer as tentações (ver 2 Néfi 31:19–20). O Senhor realizará grandes milagres em nossa vida de acordo com nossa fé.
Por meio da fé em Jesus Cristo, uma pessoa pode obter a remissão dos pecados e poderá um dia habitar na presença de Deus.
Referências correlatas: Mateus 11:28–30
Arrependimento
É uma mudança na mente e no coração que nos dá uma nova perspectiva sobre Deus, sobre nós mesmos e sobre o mundo. O arrependimento inclui o processo de nos afastarmos do pecado e nos voltarmos a Deus para obter o perdão. O arrependimento é motivado pelo amor a Deus e pelo sincero desejo de obedecer a Seus mandamentos.
Nossos pecados nos tornam impuros — indignos de retornar à presença de nosso Pai Celestial e de viver com Ele. Por meio da Expiação de Jesus Cristo, o Pai Celestial providenciou a única maneira pela qual podemos ser perdoados de nossos pecados (ver Isaías 1:18).
O arrependimento também inclui sentir tristeza pelos pecados cometidos, confessar ao Pai Celestial e a outros, se necessário, abandonar o pecado, reparar tanto quanto possível o mal praticado e levar uma vida de obediência aos mandamentos de Deus (ver D&C 58:42–43).
Referências correlatas: Isaías 53:3–5; João 14:6; 2 Néfi 25:23, 26; D&C 18:10–11; D&C 19:23; D&C 76:40–41
4. Dispensação, apostasia e Restauração
Dispensação
Uma dispensação é um período em que o Senhor revela Suas doutrinas, Suas ordenanças e Seu sacerdócio. É um período no qual o Senhor tem pelo menos um servo autorizado na Terra que possui o santo sacerdócio e o encargo divino de propagar o evangelho e administrar suas ordenanças. Vivemos hoje na última dispensação — a dispensação da plenitude dos tempos, que começou com a revelação do evangelho a Joseph Smith.
As dispensações anteriores foram encabeçadas por Adão, Enoque, Noé, Abraão, Moisés e Jesus Cristo. Além disso, houve outras dispensações, inclusive as existentes entre os nefitas e os jareditas. O plano de salvação e o evangelho de Jesus Cristo foram revelados e ensinados em todas as dispensações.
Apostasia
Quando as pessoas se afastam dos princípios do evangelho e não possuem as chaves do sacerdócio, encontram-se em estado de apostasia.
Houve períodos de apostasia generalizada em toda a história do mundo. Um exemplo é a Grande Apostasia, ocorrida depois de o Salvador estabelecer Sua Igreja (ver 2 Tessalonicenses 2:1–3). Após a morte dos apóstolos do Salvador, os princípios do evangelho foram corrompidos e fizeram-se alterações não autorizadas na organização da Igreja e nas ordenanças do sacerdócio. Devido a essa iniquidade generalizada, o Senhor retirou da Terra a autoridade e as chaves do sacerdócio.
Durante a Grande Apostasia, o povo não tinha a orientação divina de profetas vivos. Foram fundadas muitas igrejas, mas elas não tinham autoridade para conferir o dom do Espírito Santo nem realizar outras ordenanças do sacerdócio. Partes das escrituras sagradas foram deturpadas ou perdidas, e as pessoas não tinham mais uma compreensão correta de Deus.
Essa apostasia durou até que o Pai Celestial e Seu Filho Amado apareceram a Joseph Smith e iniciaram a Restauração da plenitude do evangelho.
Restauração
A Restauração é o restabelecimento das verdades e ordenanças do evangelho de Deus entre Seus filhos na Terra (ver Atos 3:19–21).
Em preparação para a Restauração, o Senhor levantou homens e mulheres nobres no período conhecido como Reforma. Eles tentaram fazer as doutrinas, as práticas e a organização religiosa voltarem à forma original estabelecida pelo Salvador. Contudo, não tinham o sacerdócio ou a plenitude do evangelho.
A Restauração começou em 1820, quando Deus, o Pai, e Seu Filho, Jesus Cristo, apareceram a Joseph Smith em resposta a sua oração (ver Joseph Smith—História 1:15–20). Alguns dos acontecimentos-chave da Restauração foram a tradução do Livro de Mórmon, a restauração do Sacerdócio Aarônico e de Melquisedeque, e a organização da Igreja em 6 de abril de 1830.
O Sacerdócio Aarônico foi restaurado a Joseph Smith e Oliver Cowdery por João Batista, em 15 de maio de 1829. O Sacerdócio de Melquisedeque e as chaves do reino também foram restaurados em 1829, quando os apóstolos Pedro, Tiago e João os conferiram a Joseph Smith e Oliver Cowdery.
A plenitude do evangelho foi restaurada, e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é “a única igreja verdadeira e viva na face de toda a Terra” (D&C 1:30). No final, a Igreja vai encher toda a Terra e permanecer para sempre.
Referências correlatas: Isaías 29:13–14; Ezequiel 37:15–17; Efésios 4:11–14; Tiago 1:5–6
5. Profetas e revelação
Um profeta é uma pessoa que foi chamada por Deus para falar em nome Dele (ver Amós 3:7). Os profetas testificam de Jesus Cristo e ensinam Seu evangelho. Eles revelam a vontade de Deus e Sua verdadeira personalidade. Também denunciam o pecado e advertem sobre suas consequências. Às vezes, profetizam acontecimentos futuros (ver D&C 1:37–38). Muitos ensinamentos dos profetas se encontram nas escrituras. Ao estudarmos as palavras dos profetas, podemos aprender a verdade e receber orientação (ver 2 Néfi 32:3).
Apoiamos o presidente da Igreja como profeta, vidente e revelador e a única pessoa na Terra que recebe revelação para dirigir toda a Igreja. Apoiamos também os conselheiros na Primeira Presidência e os membros do Quórum dos Doze Apóstolos como profetas, videntes e reveladores.
Revelação é a comunicação de Deus com Seus filhos. Quando revela Sua vontade à Igreja, o Senhor fala por intermédio de Seu profeta. As escrituras — a Bíblia, o Livro de Mórmon, Doutrina e Convênios e a Pérola de Grande Valor — contêm revelações dadas por intermédio de profetas antigos e modernos. O presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o profeta de Deus na Terra atualmente.
As pessoas podem receber revelação individual para ajudá-las em suas necessidades, responsabilidades e dúvidas específicas e para fortalecer seu testemunho. A maioria das revelações dadas a líderes e membros da Igreja vem por meio de impressões e pensamentos concedidos pelo Espírito Santo. O Espírito Santo nos fala à mente e ao coração com uma voz mansa e delicada (ver D&C 8:2–3). A revelação também pode acontecer por meio de visões, sonhos e visitação de anjos.
Referências correlatas: Salmos 119:105; Efésios 4:11–14; 2 Timóteo 3:15–17; Tiago 1:5–6; Morôni 10:4–5
6. Sacerdócio e chaves do sacerdócio
O sacerdócio é o poder e a autoridade eternos de Deus. Por meio do sacerdócio, Deus criou e governa os céus e a Terra. Com esse poder, Ele redime e exalta Seus filhos, levando a efeito “a imortalidade e vida eterna do homem” (Moisés 1:39).
Deus concede a autoridade do sacerdócio aos homens que são membros da Igreja para que possam agir em Seu nome para a salvação de Seus filhos. As chaves do sacerdócio são os direitos de presidência ou o poder dado ao homem por Deus para governar e dirigir o Seu reino na Terra (ver Mateus 16:15–19). Por meio dessas chaves, os portadores do sacerdócio podem ser autorizados a pregar o evangelho e administrar as ordenanças de salvação. Todos os que servem na Igreja são chamados sob a direção de alguém que possua as chaves do sacerdócio. Assim, eles têm direito ao poder necessário para servir e cumprir as responsabilidades de seu chamado.
Referências correlatas: D&C 121:36, 41–42
Sacerdócio Aarônico
O Sacerdócio Aarônico é chamado muitas vezes de sacerdócio preparatório. Os ofícios do Sacerdócio Aarônico são os de diácono, mestre, sacerdote e bispo. Hoje em dia, os membros da Igreja do sexo masculino que forem dignos podem receber o Sacerdócio Aarônico a partir dos 12 anos de idade.
O Sacerdócio Aarônico detém as chaves “do ministério de anjos e do evangelho de arrependimento e de batismo” (D&C 13:1).
Sacerdócio de Melquisedeque
O Sacerdócio de Melquisedeque é o sacerdócio maior e administra em assuntos espirituais (ver D&C 107:8). Esse sacerdócio maior foi dado a Adão e está na Terra sempre que o Senhor revela Seu evangelho.
Ele foi chamado primeiro de “Santo Sacerdócio segundo a Ordem do Filho de Deus” (D&C 107:3). Depois, tornou-se conhecido como Sacerdócio de Melquisedeque, devido a um grande sumo sacerdote que viveu no tempo do profeta Abraão.
No Sacerdócio de Melquisedeque, os ofícios são os de élder, sumo sacerdote, patriarca, setenta e apóstolo. O presidente do Sacerdócio de Melquisedeque é o presidente da Igreja.
Referências correlatas: Efésios 4:11–14
7. Ordenanças e convênios
Ordenanças
Em A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, uma ordenança é um ato sagrado e formal com significado espiritual. Cada ordenança foi estabelecida por Deus para ensinar verdades espirituais. As ordenanças de salvação são realizadas pela autoridade do sacerdócio e sob a direção daqueles que possuem as chaves do sacerdócio. Algumas ordenanças são essenciais para a exaltação e são chamadas de ordenanças de salvação.
A primeira ordenança de salvação proporcionada pelo evangelho é o batismo por imersão na água por alguém que possua autoridade. O batismo é necessário para que a pessoa se torne membro da Igreja e entre no reino celestial (ver João 3:5).
A palavra batismo vem do verbo grego que significa mergulhar ou imergir. A imersão simboliza a morte da pessoa em relação a sua vida pecaminosa e seu renascimento para uma vida espiritual, dedicada ao serviço de Deus e a Seus filhos. Simboliza também a morte e a ressurreição
Depois do batismo, um ou mais portadores do Sacerdócio de Melquisedeque impõe as mãos sobre a cabeça da pessoa e a confirma membro da Igreja. Como parte dessa ordenança, chamada de confirmação, a pessoa recebe o dom do Espírito Santo.
O dom do Espírito Santo é diferente da influência do Espírito Santo. Antes do batismo, uma pessoa pode sentir a influência do Espírito Santo de vez em quando e, por meio dessa influência, receber um testemunho da verdade (ver Morôni 10:4–5). Depois de receber o dom do Espírito Santo, a pessoa tem o direito de contar com Sua companhia constante caso cumpra os mandamentos.
As ordenanças de salvação incluem também a ordenação ao Sacerdócio de Melquisedeque (para os homens), a investidura no templo e o selamento matrimonial (ver D&C 131:1–4). Todas as ordenanças salvadoras pertinentes ao sacerdócio são acompanhadas de convênios. Essas ordenanças de salvação podem ser realizadas vicariamente no templo em favor dos mortos. As ordenanças vicárias só se tornam eficazes quando as pessoas falecidas as aceitam no mundo espiritual e honram os respectivos convênios.
Outras ordenanças, como administrar aos enfermos e dar nome e bênção a crianças, também são importantes para nosso desenvolvimento espiritual.
Referências correlatas: Atos 2:36–38
Convênios
Um convênio é um acordo sagrado entre Deus e o homem. Deus estipula as condições do convênio e concordamos em fazer o que Ele nos pede. Deus nos promete, então, certas bênçãos por nossa obediência (ver D&C 82:10).
Todas as ordenanças de salvação proporcionadas pelo sacerdócio são acompanhadas de convênios. Fazemos convênio com o Senhor no batismo e renovamos esse convênio ao tomarmos o sacramento. Os irmãos que recebem o Sacerdócio de Melquisedeque fazem o juramento e o convênio do sacerdócio. Fazemos outros convênios no templo.
Referências correlatas: Êxodo 19:5–6; Salmos 24:3–4; 2 Néfi 31:19–20; D&C 25:13
8. Casamento e família
O casamento entre homem e mulher foi ordenado por Deus e a família é essencial para Seu plano de salvação e nossa felicidade. A felicidade na vida familiar é mais provável de ser alcançada quando fundamentada nos ensinamentos do Senhor Jesus Cristo.
Os poderes sagrados de procriação devem ser empregados somente entre marido e mulher, legalmente casados. Os pais devem multiplicar-se e encher a Terra, criar os filhos com amor e retidão e atender às suas necessidades físicas e espirituais.
O marido e a mulher têm a solene responsabilidade de amar-se mutuamente. O pai deve presidir a família com amor e retidão e prover o sustento material. A responsabilidade primordial da mãe é cuidar dos filhos. Nessas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar-se mutuamente, como parceiros iguais.
O plano divino de felicidade permite que os relacionamentos familiares sejam perpetuados além da morte. A Terra foi criada e o evangelho foi revelado para que as famílias pudessem ser formadas, seladas e exaltadas eternamente. (Adaptado de “A Família: Proclamação ao Mundo”, A Liahona, novembro de 2010, última contracapa; ver também LDS.org/topics/family-proclamation.)
Referências correlatas: Gênesis 2:24; Salmos 127:3; Malaquias 4:5–6; D&C 131:1–4
9. Os mandamentos
Os mandamentos são leis e exigências que Deus dá à humanidade. Manifestamos nosso amor por Ele ao guardarmos Seus mandamentos (ver João 14:15). A obediência aos mandamentos traz as bênçãos do Senhor (ver D&C 82:10).
Os dois mandamentos mais básicos são: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. (…) E (…) amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:36–39).
Os Dez Mandamentos são uma parte vital do evangelho e são princípios eternos necessários para a nossa exaltação (ver Êxodo 20:3–17). O Senhor os revelou a Moisés na Antiguidade e os reafirmou em revelações modernas.
Outros mandamentos incluem orar diariamente (ver 2 Néfi 32:8–9), ensinar o evangelho aos outros (ver Mateus 28:19–20), viver a lei da castidade (ver D&C 46:33), pagar um dízimo integral (ver Malaquias 3:8–10), jejuar (ver Isaías 58:6–7), perdoar ao próximo (ver D&C 64:9–11), ter um espírito de gratidão (ver D&C 78:19) e obedecer à Palavra de Sabedoria (ver D&C 89:18–21).
Referências correlatas: Gênesis 39:9; Isaías 58:13–14; 1 Néfi 3:7; Mosias 4:30; Alma 37:35; Alma 39:9; D&C 18:15–16; D&C 88:124
Para mais informações sobre esses assuntos, consulte LDS.org, Ensinamentos, Tópicos do evangelho; ou consulte Sempre Fiéis: Tópicos do Evangelho, 2004.