Brigham Young observa os santos partindo de Nauvoo.

Lição 25: Material para preparação da aula

Sucessão na presidência e a jornada rumo ao Oeste

Depois de anunciar a morte de Joseph e Hyrum Smith, um artigo de jornal concluiu: “Assim termina o mormonismo” (Weekly Herald, 13 de julho de 1844, p. 220). Com a morte do profeta Joseph Smith, muitas pessoas de fora da Igreja acreditaram que ela acabaria. Os membros da Igreja se perguntavam quem seria seu líder agora. Ao estudar esta lição, procure ver como o Senhor continuou a guiar Sua Igreja depois da morte do profeta.

Seção 1

Quem lidera a Igreja do Senhor quando o profeta morre?

2. Estude o material a seguir e depois faça a atividade de reflexão.

Um sentimento de profunda tristeza pairou sobre Nauvoo com a morte de Joseph e Hyrum Smith. Durante esse período confuso, várias pessoas alegaram ter o direito de liderar a Igreja. Uma dessas pessoas foi Sidney Rigdon.

No momento da morte de Joseph, Brigham Young e outros apóstolos estavam servindo missões no leste dos Estados Unidos. Foi somente em 16 de julho de 1844 que Brigham recebeu uma carta descrevendo os assassinatos de Joseph e Hyrum Smith.

Quando leu a carta, Brigham sentiu como se sua cabeça fosse se partir. Nunca havia sentido tamanho desespero.

Imediatamente, seus pensamentos se voltaram para o sacerdócio. Joseph tinha sido o portador de todas as chaves necessárias para investir os santos e os selar para a eternidade. Sem essas chaves, a obra do Senhor não poderia seguir em frente. Por um instante, Brigham temeu que Joseph as tivesse levado com ele para a sepultura.

Porém, o espírito de revelação brilhou em sua mente e Brigham se lembrou de que Joseph havia conferido as chaves do sacerdócio para os Doze Apóstolos. Batendo a mão com força no joelho, ele exclamou: “As chaves do reino estão bem aqui, com a Igreja”(Santos: A História da Igreja de Jesus Cristo nos Últimos Dias, Volume 1, O Estandarte da Verdade, 1815–1846, 2018, p. 557).

Em 7 de agosto de 1844, os Doze e outros líderes da Igreja se reuniram em conselho. Durante essa reunião, Sidney Rigdon, que estava insatisfeito com a liderança da Igreja, alegou que, como tinha sido anteriormente chamado como porta-voz de Joseph Smith (ver Doutrina e Convênios 100:9), era sua responsabilidade “cuidar para que a igreja fosse governada do devido modo” (em History, 1838–1856, Manuscript History of the Church, vol. F-1, p. 295, josephsmithpapers.org).

Depois de Sidney Rigdon ter concluído seus comentários, Brigham Young disse:

Joseph conferiu sobre [a] cabeça [dos Doze Apóstolos] todas as chaves e todos os poderes pertencentes ao apostolado, o qual ele mesmo possuía antes de ser levado de nosso meio. (Brigham Young, in History, 1838–1856, vol. F-1, p. 296, josephsmithpapers.org).

No dia seguinte, os santos de Nauvoo se reuniram para ouvir Sidney Rigdon reivindicar seu direito de liderança. Depois de seu discurso, Brigham Young falou brevemente, advogando que o Quórum dos Doze, que coletivamente tinha todas as chaves que foram restauradas ao profeta Joseph Smith, liderasse a Igreja agora.

Quando Emily [Hoyt] ouviu Brigham falar, voltou-se para olhar com mais atenção para ter certeza de que não era Joseph falando. Ele tinha no rosto a expressão de Joseph, o mesmo modo de argumentar e até mesmo o som de sua voz. (…)

Sete anos depois, Emily registrou a experiência de estar presente quando Brigham falou aos santos, testificando o quanto o semblante e a voz dele se pareciam com os de Joseph ao púlpito. Nos anos seguintes, dezenas de santos acrescentariam o testemunho ao dela, descrevendo como viram o manto profético de Joseph repousar sobre Brigham naquele dia. Santos, vol. 1, pp.563–564)

Wilford Woodruff escreveu: “Se não o tivesse visto [Brigham] com meus próprios olhos, ninguém poderia me convencer de que não era Joseph Smith” (em History of the Church, vol. 7, p. 236).

Com a declaração de Brigham Young sobre o fato de que as chaves e os poderes do apostolado tinham sido conferidos aos Doze e a confirmação do Espírito Santo, os membros da Igreja entenderam qual era a vontade do Senhor e apoiaram o Quórum dos Doze como os líderes da Igreja restaurada de Jesus Cristo.

Pondere em preparação para a aula

Pense em como o Pai Celestial revelou Sua vontade e Seu amor aos santos, mostrando a eles que Brigham Young e os Doze deveriam liderar a Igreja. Como você soube por si mesmo que aqueles que presidem a Igreja hoje são escolhidos por Deus?

Seção 2

Como o Senhor pode nos guiar quando o futuro parecer incerto?

Em janeiro de 1846, em meio à crescente perseguição contra os santos, os Doze Apóstolos finalizaram os planos de sair de Nauvoo rumo ao Oeste. Em 1842, Joseph Smith profetizou que “os santos [continuariam] a sofrer muitas aflições e [seriam] conduzidos para as Montanhas Rochosas, (…) [estabeleceriam] comunidades e [edificariam] cidades e (…) [se tornariam] um povo poderoso em meio às Montanhas Rochosas” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Joseph Smith, 2007, pp. 543–544).

Brigham Young lidera os santos em sua saída de Nauvoo.

Enquanto os santos estavam se preparando para sair de Nauvoo, eles também trabalharam no término da construção do templo. Quando estava quase pronto, milhares de santos foram ao templo dia e noite para receberem a investidura e as ordenanças de selamento. A irmã Sarah Rich comentou:

Se não fosse pela fé e pelo conhecimento que recebemos nesse templo, e pela influência e ajuda do Espírito do Senhor, nossa jornada teria sido como um salto na escuridão. (…) Mas tínhamos fé em nosso Pai Celestial e Nele depositamos nossa confiança, sabendo que éramos Seu povo escolhido. (Sarah Rich, em Filhas em Meu Reino: A História e o Trabalho da Sociedade de Socorro, 2011, p. 32)

O élder Robert D. Hales, do Quórum dos Doze Apóstolos, falou sobre os santos que estavam em Nauvoo naquela época:

Seus convênios com o Senhor no Templo de Nauvoo foram uma proteção para eles durante sua viagem para o Oeste assim como o são para cada um de nós hoje e ao longo de nossa vida. (Robert D. Hales, “As bênçãos do templo”, A Liahona, fevereiro de 2014, p. 54)

À medida que a perseguição se intensificava, os santos terminaram seus planos e o primeiro grande grupo de membros iniciou a viagem através do estado de Iowa em fevereiro de 1846. Eles enfrentaram o frio rigoroso do inverno, não tinham provisões adequadas e sofreram com a desorganização da viagem. Na primavera, choveu constantemente, a água dos riachos subiu de nível e havia muita lama; por isso os santos só conseguiram viajar 483 quilômetros em 131 dias. Como resultado dessa demora e dos recursos reduzidos de que dispunham, Brigham Young interrompeu a marcha e estabeleceu um lugar de parada chamado Winter Quarters. No outono, a população de Winter Quarters tinha passado de 7 mil pessoas.

Muitos estavam doentes devido à desnutrição e à exposição ao frio, e alguns passavam por uma crise de fé. Essas circunstâncias difíceis fizeram com que o inverno de 1846 se tornasse um dos momentos mais difíceis da vida de Brigham Young. Ele se sentia “como um pai com muitos filhos ao seu redor” e mais tarde ele relembrou que as responsabilidades recaíam sobre ele como um “peso de 25 toneladas” (“Este será nosso convênio” Revelações em Contexto, 2016, pp. 317–318; ver também Santos: A História de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, vol. 2, Nenhuma Mão Ímpia, 1846–1893, 2020, pp. 40–44, 46–51).

Com esse peso sobre os ombros, Brigham Young implorou ao Senhor por orientação e recebeu a revelação contendo “a Palavra e a Vontade do Senhor quanto ao Acampamento de Israel em suas viagens para o oeste” (Doutrina e Convênios 136:1). Ao estudar as partes dessa revelação a seguir, talvez seja interessante marcar as instruções e as promessas do Senhor aos santos.

Estude em preparação para a aula

Leia Doutrina e Convênios 136:2, 8, 10–11, 21–22.

O presidente Dallin H. Oaks, da Primeira Presidência, fez um comentário importante sobre o momento em que foi dada a revelação registrada em Doutrina e Convênios 136. Ele disse:

Em qualquer esforço para se receber revelação, é fundamental o compromisso de fazermos tudo o que pudermos com nosso próprio esforço e julgamento. Isso significa que precisamos servir e trabalhar.

Um modo importante de nos qualificarmos para a revelação é prosseguir com nosso serviço e trabalho. Em meu estudo das escrituras, percebi que a maioria das revelações vem aos filhos dos homens quando estão agindo, e não quando estão acomodados em casa, esperando que o Senhor lhes indique o primeiro passo a ser dado.

Por exemplo, é importante notar que a revelação conhecida como “a Palavra e a Vontade do Senhor quanto ao Acampamento de Israel” (D&C 136:1) não foi dada em Nauvoo quando o Quórum dos Doze planejava o êxodo de Nauvoo, (…) nem foi dada na margem oeste do rio Mississippi. (…) A revelação para guiar o deslocamento dos santos pelas planícies foi dada em 14 de janeiro de 1847, quando os santos já tinham percorrido cerca de um terço do caminho para os vales das montanhas. (Dallin H. Oaks, “Em Seu próprio tempo, a Seu próprio modo”, A Liahona, agosto de 2013, pp. 24–26)

Pense por um minuto como esse comentário do presidente Oaks pode se aplicar às suas próprias dúvidas e decisões que afetam seu futuro.

No começo de abril de 1847, Brigham Young saiu de Winter Quarters com a primeira companhia de santos. Eles viajaram 1.660 quilômetros em quatro meses e chegaram ao Vale do Lago Salgado em 24 de julho de 1847. Wilford Woodruff registrou que, quando Brigham Young viu o vale, “ficou absorto numa visão por vários minutos. (…) Quando a visão terminou, ele disse: ‘Basta. Este é o lugar certo. Sigam em frente’” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Wilford Woodruff, 2004, p. 148). Até outubro, cerca de 1.700 santos tinham se estabelecido em Utah. No entanto, cerca de 10 mil membros da Igreja ainda estavam morando às margens do rio Missouri nos estados de Iowa e Nebraska e viajariam nos próximos cinco anos (ver “Sustaining a New First Presidency in 1847”, ChurchofJesusChrist.org).

Por mais de três anos, os Doze Apóstolos lideraram a Igreja na ausência da Primeira Presidência. Em dezembro de 1847, os apóstolos se reuniram em Council Bluffs, Iowa, onde ainda moravam muitos membros da Igreja. Eles se reuniram numa pequena casa feita de troncos e lá conversaram sobre a reorganização da Primeira Presidência. “Uma grande manifestação do Espírito Santo foi derramada sobre os que estavam presentes”, e os Doze apoiaram por unanimidade Brigham Young, o apóstolo sênior, como presidente da Igreja (Autobiography of Bathsheba W. Smith, 12, Biblioteca de História da Igreja, Salt Lake City; ortografia padronizada; ver também Santos, vol. 2, pp. 87–89, 92–95).

Pondere em preparação para a aula

Pense em como o Senhor guiou os santos em sua jornada para o Vale do Lago Salgado. De que maneira você já sentiu o Senhor orientando sua vida? No que você poderia se concentrar para receber mais orientação do Senhor?

Que conselhos e promessas o Senhor deu aos membros da Igreja em preparação para a migração deles ao Oeste?

Leia Doutrina e Convênios 136 para saber mais sobre como o Senhor organizou e orientou os santos em sua migração para o Vale do Lago Salgado.

Como as ordenanças e os convênios do templo me fortalecem?

Assista ao vídeo “Investidos de Poder” (12:17), que descreve o desejo sincero dos santos de receber as bênçãos do templo antes de saírem de Nauvoo.