História da Igreja
Capítulo 31: Caminhos misteriosos


Capítulo 31

Caminhos misteriosos

dois homens ajoelhados em oração em um terreno vazio

Em 26 de outubro de 1999, Georges A. Bonnet estava esperando que o presidente Gordon B. Hinckley se levantasse. Uma reunião sobre verbas orçamentárias com a Primeira Presidência, o Bispado Presidente e várias autoridades gerais e administradores da Igreja havia acabado de terminar no edifício administrativo da Igreja em Salt Lake City. Georges não costumava participar da reunião — ele estava lá no lugar do diretor administrativo do Departamento de Propriedades —, mas ele sabia que a reunião só terminaria de fato quando o presidente Hinckley ficasse de pé e se dirigisse para a porta.

E, aparentemente, o profeta não ia a lugar nenhum. Em vez disso, ele olhou diretamente para Georges e perguntou: “O que vamos fazer em relação ao Templo de Gana?” Seu olhar demonstrava que ele estava ansioso por uma resposta.

Georges não sabia o que dizer. A pergunta o pegou completamente de surpresa. Há aproximadamente 10 anos, quando servia como diretor de assuntos temporais na África, ele ajudou a colocar um fim no congelamento de todas as atividades da Igreja pelo governo de Gana ao incentivar Isaac Addy, membro da Igreja em Acra, a se reconciliar com seu meio-irmão afastado, o presidente ganense Jerry Rawlings.

Georges havia conquistado o respeito dos líderes da Igreja por seu trabalho em Gana. Mas naquele momento ele tinha um novo trabalho na Igreja, que não estava relacionado à África. A única coisa que ele sabia sobre o Templo de Gana era que o presidente Hinckley o anunciara em fevereiro de 1998.

“Sinto muito”, disse Georges finalmente, “mas não estou envolvido nesse projeto”.

O presidente Hinckley permaneceu sentado, com a mesma expressão no olhar. Ele disse a Georges que não havia progresso no templo. No início, o governo de Gana parecia favorável ao projeto, e a Igreja havia comprado uma propriedade em uma das principais vias de Acra. No entanto, um pouco antes do início das obras planejado para abril de 1999, o governo se recusou a emitir uma licença de construção para a Igreja. Ninguém sabia o motivo.

Após a reunião, Georges voltou para o edifício do escritório da Igreja com o bispo presidente H. David Burton e seu segundo conselheiro, Keith B. McMullin. Eles estavam ansiosos para saber o que Georges achava que a Igreja precisava fazer a fim de obter a permissão para a construção do templo em Acra.

“Você se importaria em ir a Gana?”, perguntou um deles.

“De forma alguma”, disse Georges. “Fico feliz em ajudar.”

Algumas semanas depois, Georges chegou a Gana e constatou que a Igreja estava prosperando lá. Na época do congelamento, havia quase 9 mil membros da Igreja e nenhuma estaca em Gana. Agora, dez anos depois, o país tinha cinco estacas com mais de 17 mil membros. E esses membros estavam orando fervorosamente para que houvesse progresso na Casa do Senhor. Quando o presidente Hinckley visitou Gana em 1998, os santos se levantaram e aplaudiram quando ele anunciou o templo. Ninguém poderia imaginar que haveria atrasos.

Em Acra, Georges se reuniu com o arquiteto do templo, advogados da Igreja e funcionários do governo. Ele também se reuniu com o élder Glenn L. Pace, presidente da Área África Ocidental, que ficou grato pela ajuda de Georges. Georges percebeu que o élder Pace estava profundamente frustrado com a situação. Mas ele ainda tinha esperança. Pouco tempo antes, os santos da África Ocidental haviam realizado um jejum especial pelo templo, e o élder Pace acreditava que a mudança se aproximava.

Após uma semana de reuniões, Georges prolongou sua viagem por mais uma semana para avaliar o que havia descoberto. Segundo pessoas com quem ele conversou, os representantes da Igreja ofenderam involuntariamente a Assembleia Metropolitana de Acra, a organização governamental que aprovava projetos de construção na cidade. A AMA achava que os representantes haviam sido muito insistentes e arrogantes durante o processo de aprovação da licença. Também parecia haver certa resistência do presidente Rawlings, que não estava mais falando com seu irmão apesar da reconciliação entre os dois durante o congelamento.

Georges compartilhou tudo que descobriu com o élder Pace e, juntos, eles prepararam um relatório para o Bispado Presidente. Georges então voltou para Utah com o relatório em mãos, satisfeito por ter cumprido seu papel em Gana.


De volta a Fiji, Juliet Toro estava aproveitando o programa de ensino à distância da BYU. Suas aulas eram diferentes de tudo o que ela já havia feito. Quando era jovem, ela sempre tinha medo de fazer perguntas na escola, temendo que os professores zombassem dela por falar alguma coisa errada. Mas ela logo descobriu que os facilitadores da sala de aula encorajavam os alunos a fazerem perguntas e nunca deixavam que ela se sentisse uma tola. Ela também sentia o Espírito do Senhor na sala de aula, orientando seu aprendizado.

O primeiro período de Juliet foi extremamente desafiador. A disciplina mais difícil para ela era administração de empresas. Embora já estivesse familiarizada com alguns princípios básicos de negócios, Juliet muitas vezes ficava atordoada com os muitos termos e definições novos que aprendia nas aulas. No final do período, ela percebeu que tinha muita coisa para revisar antes do exame. Mas ela se saiu bem no teste e obteve a nota final mais alta da turma.

As aulas de religião e contabilidade representavam outros desafios. Como era membro da Igreja há pouco tempo, ela não estava familiarizada com Doutrina e Convênios, por isso recebeu ajuda de sua colega Sera Balenagasau, que era membro da Igreja há muito tempo e havia servido missão de tempo integral. Para a aula de contabilidade, ela recorreu a seu marido, Iliesa. Ele trabalhava em um banco até recentemente, por isso entendia bem do assunto e podia ajudá-la a resolver os problemas. No final do período, ela também obteve as melhores notas nessas disciplinas.

Como a casa de Juliet ficava do outro lado da rua da escola, acabou se tornando um local para os alunos se reunirem e estudarem. Seus colegas de turma muitas vezes ajudavam a preparar as refeições e a arrumar a casa. Juliet gostava da amizade deles e se alegrava com a disposição deles em servir a ela e à sua família. Observá-los era como ver o evangelho em ação.

O segundo período começou em 1º de setembro de 1999. Alguns alunos que não haviam se saído bem quiseram repetir os exames para melhorar suas notas, então foram criados cursos de revisão para eles. E, como Juliet havia se saído muito bem no primeiro período, ela foi contratada como facilitadora para os alunos de administração de empresas.

Durante os três meses seguintes, Juliet conciliou seus estudos com suas outras responsabilidades como facilitadora e mãe. Ela tratava os cinco jovens em seu curso de revisão de administração de empresas como se fossem seus filhos. Com o passar do tempo, ela percebeu que eles se sentiam mais à vontade com ela do que com os facilitadores da BYU. Eles falavam livremente em sala de aula e pareciam menos relutantes em fazer perguntas. No final do período, todos foram aprovados no exame.

Um dia, os diretores do programa ligaram para Juliet e lhe disseram que ela era a oradora da turma.

“O que é isso?”, perguntou ela.

Para sua surpresa, isso significava que ela tivera o melhor desempenho acadêmico de todos os seus colegas de classe naquele ano. Sua confiança aumentou. “Sim”, ela disse para si mesma. “Consigo fazer isso.”

Pouco tempo depois, o programa realizou uma cerimônia de formatura para os alunos e cerca de 400 familiares e amigos. Os formandos, usando becas e capelos azuis do Fiji LDS Technical College, receberam o reconhecimento por terem concluído o programa. Juliet e vários outros alunos também receberam certificados de introdução aos negócios da BYU–Havaí. Juliet fez o discurso de formatura.

Posteriormente, Iliesa expressou a gratidão dele e de Juliet em uma carta ao élder Henry B. Eyring, o comissário de educação da Igreja. “Minha esposa e eu sempre nos perguntamos se teríamos condições de continuar estudando”, escreveu ele. “É como se nossas orações mais íntimas tivessem sido atendidas. Os caminhos do Senhor são realmente misteriosos.”


Em 1º de janeiro de 2000, a Primeira Presidência e o Quórum dos Doze Apóstolos publicaram “O Cristo Vivo: O Testemunho dos Apóstolos”, uma declaração assinada por eles em homenagem ao Salvador dois milênios após Seu nascimento. “Encorajamos todos a utilizarem este testemunho por escrito para ajudar a edificar a fé dos filhos de nosso Pai Celestial”, aconselhou a Primeira Presidência.

A declaração prestou um testemunho coletivo da missão divina de Jesus ao longo do tempo e da eternidade. “Oferecemos nosso testemunho da realidade de Sua vida incomparável e o infinito poder de Seu grande sacrifício expiatório”, os apóstolos declararam. “Ninguém mais exerceu uma influência tão profunda sobre todos os que já viveram e ainda viverão sobre a face da Terra.”

Três meses depois, durante a Conferência Geral de Abril de 2000, a Igreja lançou “Testemunhas Especiais de Cristo”, um filme de uma hora que apresenta cada membro da Primeira Presidência e do Quórum dos Doze Apóstolos prestando testemunho pessoal do Salvador.

O filme começava com o presidente Hinckley caminhando pelos corredores ensolarados do Centro de Jerusalém da BYU. “A imponente e antiga cidade de Jerusalém”, disse ele, parando em uma varanda, “ela é sempre uma inspiração para mim. E isso acontece porque este lugar guarda marcas do Filho de Deus”.

Em seguida, ele contou a história de Jesus, desde Seu nascimento em Belém até Sua Ressurreição do sepulcro. “Ninguém pode compreender plenamente o esplendor de Sua vida ou a majestade de Sua morte, Suas dádivas a toda a humanidade”, testificou o profeta. “Declaramos assim como o fez o centurião, por ocasião da morte de Cristo: ‘Verdadeiramente este era o Filho de Deus’.”

Depois dessa introdução, o filme mostrou o testemunho de um apóstolo após o outro. Cada sequência foi realizada em um local diferente. Alguns apóstolos falaram na frente de templos, enquanto outros falaram em locais históricos como Palmyra, Kirtland e Nauvoo.

Em pé, embaixo de um potente telescópio em um observatório, o élder Neal A. Maxwell testificou a respeito da influência universal do Salvador. “Muito antes de nascer em Belém e ficar conhecido como Jesus de Nazaré, nosso Salvador era Jeová”, ele testificou. “Já naquele estágio, sob a direção do Pai, Cristo era o Senhor do universo, que criou mundos incontáveis — o nosso é apenas um deles.”

“Mesmo assim, na vastidão de Suas criações”, continuou o élder Maxwell, “o Senhor do universo, que percebe a queda de cada pardal, é nosso Salvador pessoal”.

O élder Henry B. Eyring, o mais novo membro do Quórum dos Doze Apóstolos, falou nos degraus do lado leste do Templo de Salt Lake. “Os templos dedicados são lugares sagrados que o Salvador ressurreto pode visitar”, ele declarou. “Todas as partes desses prédios, e tudo o que acontece dentro deles, refletem o amor do Salvador por nós e nosso amor por Ele.”

Caminhando reverentemente pelos alicerces do antigo Templo de Nauvoo, o presidente James E. Faust prestou testemunho do Salvador e de Seu sacrifício. “Sei que, por meio da indescritível agonia da Expiação, homens e mulheres, caso se arrependam, podem ser perdoados de seus pecados”, disse ele. “Por causa do milagre da Ressurreição, todos ressuscitarão dentre os mortos. Sinto Seu amor e fico maravilhado com o preço que Ele pagou por cada um de nós.”

O filme encerrou com o testemunho final do presidente Hinckley, em frente à estátua Christus, na Praça do Templo, com seus companheiros apóstolos.

“É Ele, Jesus Cristo, Quem está à frente desta Igreja que leva Seu nome sagrado”, declarou o profeta. “Unidos como Seus apóstolos, autorizados e comissionados por Ele para tal, prestamos nosso testemunho de que Ele vive e que voltará para reivindicar Seu reino e governar como Rei dos reis e Senhor dos senhores.”


Em 19 de maio de 2000, seis meses depois da formatura de Juliet Toro, militantes armados forçaram a entrada no parlamento de Fiji e tomaram como reféns o primeiro-ministro do país e dezenas de outros funcionários do governo. A crise rapidamente se transformou em um amplo golpe de Estado. A violência e a anarquia tomaram conta do país durante vários dias.

Juliet chorava enquanto assistia às reportagens sobre o golpe na televisão. No início, todos ficaram confinados em casa. Os estabelecimentos comerciais e as escolas fecharam, e as igrejas interromperam suas atividades. Alguns dias depois, quando as restrições diminuíram, os dois filhos mais velhos de Juliet foram ao cinema com suas primas e um amigo da Igreja. Mas logo depois que eles saíram, a violência voltou a irromper em Suva, transformando a cidade em um caos. Juliet ficou desesperada quando soube das notícias. Três horas se passaram. Quando seus filhos finalmente chegaram em casa, ela os abraçou com força.

O golpe ocorreu após o término da construção do Templo de Suva Fiji, e os santos estavam se preparando para a visitação pública e a dedicação em junho. Naquele momento, muitos membros da Igreja se perguntavam se esses eventos seriam adiados até o fim da crise.

Em 29 de maio, o presidente de Fiji renunciou e os militares assumiram o controle do governo. Dois dias depois, o presidente Hinckley entrou em contato com Roy Bauer, presidente da Missão Suva Fiji, para perguntar sobre as condições locais. O presidente Bauer informou a ele que o país estava relativamente estável sob o comando dos militares apesar da situação atual dos reféns. O aeroporto de Suva havia sido reaberto e era possível viajar novamente pela cidade.

O presidente Hinckley ficou satisfeito. “Até o mês que vem”, disse ele.

Os santos em Fiji realizaram uma pequena visitação pública ao templo no início de junho, atraindo mais de 16 mil visitantes.

Em um sábado, três ônibus chegaram ao local com pessoas de outras religiões. Quando uma mulher desceu do ônibus, teve uma sensação maravilhosa que se intensificou à medida que ela se aproximava do templo. No passado, ela havia falado contra a Igreja. Agora ela se lamentava por suas palavras e orava pedindo perdão antes de entrar no templo.

“Agora sei que esta é a verdadeira igreja do Senhor”, disse ela a um dos santos que conheceu durante a visita. “Por favor, enviem os missionários.”

Por causa do golpe, a Primeira Presidência decidiu realizar apenas uma sessão dedicatória em vez de quatro, limitando o número de pessoas que poderiam participar da cerimônia. Mesmo assim, em 18 de junho, o dia da dedicação, Juliet e outros santos de Fiji ficaram do lado de fora do templo, na rua principal.

O templo estava situado no alto de uma colina com vista para o oceano Pacífico. Quando o carro que levava o presidente Hinckley e sua esposa, Marjorie, passou lentamente, os santos acenaram com lenços brancos no ar e gritaram hosana. O profeta sorriu e acenou de volta para eles. Sua presença elevou o ânimo de todos. O dia estava ensolarado, e Juliet conseguia sentir o entusiasmo e a emoção no ar.

Em seu discurso de dedicação, o presidente Hinckley falou sobre a importância dos novos templos modificados. Ele já havia dedicado mais de 20 templos ao redor do mundo. “Esta é a Casa do Senhor”, ele declarou em um púlpito, na sala celestial. “Você pode receber as abluções, as unções e as investiduras e entrar nesta sala, lindamente mobiliada, tendo passado pelo véu, simbolizando nossa passagem da vida para uma nova vida.”

“Aqui há duas salas de selamento com belos altares onde você pode se olhar nos espelhos e sentir a sensação de eternidade”, continuou ele. “Não há nada igual a isso em toda a face da Terra.”

O templo logo foi aberto para o trabalho de ordenanças. E, depois de se preparar para entrar na Casa do Senhor, a família Toro foi selada para esta vida e para toda a eternidade.


No dia 10 de agosto de 2000, Georges Bonnet estava se sentindo muito sozinho. Nove meses depois de sua viagem a Gana, ele estava retornando ao país — desta vez para servir como diretor de assuntos temporais da Igreja na Área África Oeste. Sua esposa, Carolyn, e seus três filhos logo se juntariam a ele em Acra. Mas, por enquanto, ele estava sozinho.

A construção do Templo de Acra estava paralisada, e os líderes da Igreja esperavam que Georges, com sua reputação devido à liderança esclarecida e sensível na África, pudesse ajudar a levar o projeto adiante. Percebendo a importância de sua designação, Georges estava ansioso para vencer os desafios que o aguardavam. Ele sondou sua alma e pensou em Jesus Cristo e em Seu sacrifício expiatório.

“Embora eu acredite firmemente no poder da Expiação para trazer paz à alma”, escreveu ele em seu diário, “há, sem dúvida, outros poderes e bênçãos da Expiação que ainda não vivenciei”.

Assim que chegou a Acra, Georges logo percebeu que conseguir a licença de construção para o templo era apenas um dos muitos assuntos sérios que exigiam sua atenção na Área África Oeste.

No início, ele estava confiante de que conseguiria lidar com a responsabilidade, que incluía outros grandes projetos de construção e um templo em Aba, na Nigéria. “Já trabalhei aqui antes”, dizia a si mesmo. “Consigo fazer isso.” E, quando sua família chegou, ele se sentiu menos sozinho.

Porém, um mês depois, ele já não se sentia mais tão seguro. As muitas responsabilidades que tinha deixaram pouco tempo para cuidar da licença de construção do Templo de Acra. Enquanto os santos de Gana se preparavam fielmente para entrar na Casa do Senhor, ninguém, dentro ou fora da Igreja, conseguia saber como dar fim ao impasse. A única coisa que as pessoas sabiam era que Jerry Rawlings, o presidente de Gana, estava por trás do atraso.

Com uma sensação de impotência, Georges orou. “Há problemas demais, complicações demais”, disse ele. “Como o Senhor quer que eu faça isso? Farei tudo o que o Senhor disser. Serei Seu instrumento, mas não consigo fazer tudo sozinho.”

Pouco tempo depois, Georges começou a colaborar com o gabinete da primeira-dama de Gana para organizar projetos de ajuda humanitária. Ele esperava que isso ajudasse a família Rawlings a conhecer melhor a Igreja e sua missão. Ele também começou a jejuar todos os domingos.

Em meados de novembro de 2000, Georges estava otimista. Cada vez mais, ele acreditava que Isaac Addy, irmão do presidente, era vital para resolver o impasse, assim como havia acontecido durante o congelamento. Mas ele ainda relutava em pedir a Isaac que procurasse o presidente em nome da Igreja.

Embora os irmãos tivessem se reconciliado durante o congelamento, a reconciliação durou pouco. Para Isaac, o irmão mais velho, era difícil pedir outro favor. No entanto, a esposa de Isaac, June, incentivou-o a confiar em Jesus Cristo para ajudá-lo a restabelecer o relacionamento com o irmão. Assim, apesar da dificuldade, Isaac assegurou a Georges que estava disposto a conversar com Jerry sobre o templo.

No dia 3 de dezembro, Isaac ligou para a casa da família Bonnet com boas notícias. Um assessor do presidente havia entrado em contato com ele para fazer perguntas sobre o templo, e o presidente estava disposto a apoiar o projeto se a Igreja pudesse fazer algumas pequenas modificações no layout do local. Era um domingo de jejum, e Georges e Isaac não haviam comido durante todo o dia. No entanto, em vez de quebrar o jejum naquela noite, eles foram juntos ao local do templo para avaliar se as solicitações do presidente eram razoáveis.

Enquanto percorriam o terreno, perceberam que poderiam atender às solicitações. “Isaac, o templo será aqui”, disse Georges. “Vamos pedir a intervenção do Pai Celestial.”

Ajoelhados, fizeram uma oração, pedindo ao Senhor que abençoasse seus esforços. Eles sentiram o Espírito de maneira poderosa e imediatamente ligaram para o assessor do presidente para dizer que estavam dispostos a negociar. Tanto Georges quanto Isaac tiveram uma boa impressão da conversa.

Dois dias depois, Isaac se reuniu em particular com seu irmão no Castelo de Osu, a residência presidencial de Gana. Pouco antes da reunião, Georges ligou para Isaac para lembrá-lo de dizer ao irmão que o amava. Georges então foi para casa, orou e ficou andando de um lado para o outro, à espera de notícias de Isaac. Como não recebeu nenhum telefonema, Georges foi até o local do templo para esperar. O telefone finalmente tocou meia hora depois.

“Acabou”, disse Isaac, com a voz exultante. Ele e Jerry conversaram sobre o templo por apenas dez minutos. Passaram o resto do tempo conversando e relembrando as histórias da família. No final da conversa, eles estavam sorrindo, dando risadas e chorando juntos. Jerry disse que a Igreja poderia começar a trabalhar no templo imediatamente.

Isaac perguntou se eles precisavam consultar o comitê de planejamento da cidade primeiro.

“Não se preocupe com isso”, disse o presidente. “Vou cuidar disso.”

  1. Bonnet, diário, 7 de novembro de 1999; Hinckley, diário, 26 de outubro de 1999; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 12–13; Departamento de Orçamento, atas do Comitê de Orçamentos, 26 de outubro de 1999. Tópico: Gana

  2. Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 12–13; Bonnet, diário, 28 de abril de 1995; 11 de maio de 1995; 7 de novembro de 1999; James E. Faust para Georges Bonnet e Carolyn Bonnet, 7 de maio de 1991, em Bonnet, diário, maio de 1991; James E. Faust para Georges Bonnet e Carolyn Bonnet, 30 de outubro de 1991, em Bonnet, diário, novembro de 1991; Grant Gunnell e Alice Gunnell para Georges Bonnet, 2 de julho de 1992, em Bonnet, diário, julho de 1992; Emelia Ahadjie para Georges Bonnet e Carolyn Bonnet, 13 de junho de 1995, em Bonnet, diário, junho de 1995; Steve Fidel, “A Temple to Be Built in Ghana”, Church News, 21 de fevereiro de 1998, p. 3.

  3. Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 12–13; Bonnet, diário, 7 de novembro de 1999; Champagnie, Holladay e Holladay, entrevista de história oral, pp. 17–18; Steve Fidel, “A Temple to Be Built in Ghana”, Church News, 21 de fevereiro de 1998, p. 3; James Mason para presidência da Área África Oeste e outros, 4 de março de 1999; James Mason para Jeffrey R. Holland, por volta de abril de 1999, documentos de John K. Buah, Biblioteca de História da Igreja; Rod Pulley para Keith Stepan, 9 de junho de 1999, em Departamento de Templos, atas de locais de templo, 10 de junho de 1999.

  4. Bonnet, diário, 7 de novembro de 1999; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 12–13; Departamento de Orçamentos, atas do Comitê de Orçamentos, 26 de outubro de 1999.

  5. Bonnet, diário, 7 de novembro e 21 de dezembro de 1999; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 13–14; Bonnet, entrevista de história oral, 2023, p. 11; Deseret News 1991–1992 Church Almanac, p. 328; Deseret News 2001–2002 Church Almanac, p. 332; Steve Fidel, “A Templo to Be Built in Ghana”, Church News, 21 de fevereiro de 1998, p. 3; Kissi, Walking in the Sand, pp. 274–276, 289; Hinckley, entrevista de história oral, pp. 17–18.

  6. Bonnet, entrevista de história oral, 2017, p. 14; Bonnet, entrevista de história oral, 2023, pp. 11–15; Bonnet, observações, novembro de 1999; Pace, Diário oficial, 23 de outubro de 1999; 7–8 e 20–25 de novembro de 1999; Área África Oeste, Relatórios históricos anuais, 1999, pp. 46–47; Bonnet, diário, 21 de dezembro de 1999.

  7. Balenagasau e Toro, entrevista de história oral, pp. 6–8; Jacob e Hansen, “Fiji Distance Learning Program”, pp. 123–124.

  8. Jacob, “Fiji Distance Learning Program”, pp. 109–110, 262, 282–283; Balenagasau e Toro, entrevista de história oral, pp. 15–16.

  9. Balenagasau e Toro, entrevista de história oral, pp. 10–11; Toro, entrevista de história oral, p. 10; Balenagasau, entrevista de história oral, pp. 2, 16–17; Jacob, “Fiji Distance Learning Program”, pp. 130–131.

  10. Balenagasau e Toro, entrevista de história oral, pp. 6–7, 22; Toro, entrevista de história oral, pp. 6, 10.

  11. Jacob, “Fiji Distance Learning Program”, pp. 130–132, 158–159, 265; Toro, entrevista de história oral, pp. 10, 12; Balenagasau e Toro, entrevista de história oral, p. 17.

  12. Jacob, “Fiji Distance Learning Program”, pp. 208, 334.

  13. “O Cristo Vivo: O Testemunho dos Apóstolos”; Primeira Presidência para as autoridades gerais e outros, 10 de dezembro de 1999, Primeira Presidência, cartas circulares, Biblioteca de História da Igreja.

  14. Testemunhas Especiais de Cristo”, [00:00:19]–[00:02:56]; Gordon B. Hinckley, em “Testemunhas especiais de Cristo”, A Liahona, abril de 2001, p. 2; Marcos 15:39.

  15. Testemunhas especiais de Cristo”; Neal A. Maxwell, Henry B. Eyring, James E. Faust, Gordon B. Hinckley, em “Testemunhas especiais de Cristo”, A Liahona, abril de 2001, pp. 5, 12, 16, 20; Mateus 10:29. Tópico: Quórum dos Doze

  16. Fraenkel, “Clash of Dynasties and Rise of Demagogues”, pp. 295–308; “Fiji Rebels Release 10 of 50 Captive Officials”, New York Times, 21 de maio de 2000, p. 13.

  17. Toro, entrevista de história oral, pp. 15–16; Lesuma, entrevista de história oral, p. 6; Barbie Dutter e Benedict Brogan, “Fiji under Martial Law after President Resigns”, Daily Telegraph, Londres, 30 de maio de 2000, pp. 1–2.

  18. “‘Fortress of Faith’ Prompts Brotherhood and Tears”, Church News, 24 de junho de 2000, pp. 3–4; Balenagasau, entrevista de história oral, p. 14.

  19. Rohan Sullivan, “Martial Law Imposed in Fiji”, Philadelphia Inquirer, 30 de maio de 2000, A4; Nixon e Nixon, “Our Mission to Suva, Fiji”, pp. 38–39; Roy Gene Bauer, “Fiji Suva Mission History, July 1999 through 2001”, p. 6, Missão Fiji Suva, Relatórios históricos anuais, Biblioteca de História da Igreja; Bauer e Bauer, entrevista de história oral, [00:21:04]–[00:21:57]; Barbie Dutter, “Fiji Peace Force Restores Calm at Home”, Daily Telegraph Londres, 30 de maio de 2000, p. 15.

  20. Toro, entrevista de história oral, p. 15; “Four Temples Dedicated in One Overseas Tour” e “‘Fortress of Faith’ Prompts Brotherhood and Tears”, Church News, 24 de junho de 2000, pp. 3–4; Hinckley, diário, 18 de junho de 2000.

  21. Gordon B. Hinckley, em Templo de Suva Fiji, Serviços de dedicação, p. 11; Romney e Cowan, Colonia Juárez Temple, pp. 158–159; Deseret News 2003 Church Almanac, p. 474; Deseret News 2001–2002 Church Almanac, p. 332. Tópicos: Fiji; Dedicações e orações dedicatórias de templos

  22. “Cares of the World ‘Melt Away’ in Temple”, Church News, 24 de junho de 2000, p. 4; Toro, entrevista de história oral, p. 16.

  23. Bonnet, diário, 9 de abril de 2000; 25 de junho de 2000; 10 de agosto de 2000; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 15–17, 21; Bispado Presidente para autoridades gerais e outros, 22 de maio de 2000, Departamento Histórico, cartas circulares, Biblioteca de História da Igreja.

  24. Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 21–22; Bonnet, diário, 3 e 17 de setembro de 2000; F. Micael Watson para Bispado Presidente, memorando, 14 de março de 2000, Primeira Presidência, correspondência do Bispado Presidente, Biblioteca de História da Igreja; Earl C. Tingey para Conselho Executivo Missionário, memorando, 1º de setembro de 2000, Conselho Executivo Missionário, material de reunião, Biblioteca de História da Igreja.

  25. Bonnet, diário, 29 de setembro de 2000; 13 e 26 de novembro de 2000; Georges Bonnet, “Africa West Area—Stewardship Report, October 2000”, p. 2, em Bonnet, diário, outubro de 2000; Bonnet, entrevista de história oral, 2023, pp. 73–81; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, p. 23.

  26. Bonnet, diário, 9 de dezembro de 2000; Bonnet, entrevista de história oral, 2017, pp. 23–25; Bonnet, entrevista de história oral, 2023, pp. 29–35; Pace, Diário oficial, 5 de dezembro de 2000.