Jesus Cristo ensinou a Seus discípulos princípios que os ajudariam a dirigir a Igreja depois de Sua Ascensão. Ele também ensinou a parábola do servo incompassivo, em resposta à pergunta de Pedro sobre o perdão.
Jesus Cristo ensina a Seus discípulos os princípios que os ajudarão a liderar Sua Igreja
Relacione no quadro as seguintes ofensas: mentiram pra você; roubaram algo de você; você foi traído por um amigo. Peça aos alunos que, em silêncio, classifiquem cada ofensa numa escala de 1 a 10, sendo 1 o mais fácil de perdoar e 10 o mais difícil. Convide alguns alunos que desejem relatar como classificaram as ofensas.
Convide os alunos a refletir sobre as razões por que devemos perdoar às pessoas, mesmo quando é muito difícil fazê-lo.
Peça aos alunos que, ao estudarem Mateus 18, procurem verdades que os ajudem a entender por que devemos perdoar às pessoas.
Faça um resumo de Mateus 18:1–14 explicando à classe que Jesus instruiu Seus discípulos a ser humildes e tornar-se como criancinhas. Ele também lhes explicou que aquele que “escandalizar” as criancinhas, que as guiar para longe do caminho ou levá-las a tropeçar na fé, estarão sujeitos à justiça de Deus (ver os versículos 6–7
). O Salvador, então, aconselhou Seus discípulos a remover de sua vida as coisas que pudessem escandalizá-los, ou que pudessem fazê-los tropeçar (ver versículo 9). (Observação: Os ensinamentos do Salvador registrados em Mateus 18:1–14 serão estudados mais profundamente nas lições sobre Marcos 9 e Lucas 15.)
Explique-lhes que, depois de o Salvador ter aconselhado Seus discípulos a remover da própria vida as coisas que poderiam fazê-los tropeçar, Ele lhes disse o que uma pessoa deveria fazer se alguém os ofendesse ou pecasse contra eles. Ele também ensinou aos apóstolos os princípios da ação disciplinar da Igreja.
Peça a um aluno que leia Mateus 18:15 em voz alta, e oriente a classe a identificar o que Jesus disse a Seus discípulos que deviam fazer se alguém pecasse contra eles, ou os ofendesse.
O que podemos aprender com esse versículo sobre o que fazer se alguém nos ofender?
Faça um resumo de Mateus 18:16–17 explicando à classe que o Salvador disse a Seus apóstolos que se uma pessoa se recusasse a reconhecer sua transgressão e a confessar seu pecado, e se houvesse duas ou mais testemunhas contra ela, essa pessoa poderia ser afastada da Igreja. Você pode também explicar-lhes que atualmente aqueles que presidem os conselhos disciplinares na Igreja, onde tais decisões são tomadas, sempre buscam saber a vontade do Senhor quanto a se uma pessoa deve ser afastada da Igreja, ou excomungada.
Peça a um aluno que leia Mateus 18:18–20 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique que autoridade os apóstolos receberam.
Que a autoridade os apóstolos receberam? (Explique-lhes que o Salvador deu aos apóstolos as chaves do sacerdócio, o que lhes dava autoridade, sob a direção de Pedro, para realizar ordenanças de selamento e tomar decisões difíceis referentes à Igreja, inclusive se um pecador poderia permanecer como membro [ver Mateus 16:19].)
O que o Senhor prometeu a Seus apóstolos nos versículos 19–20? (Você pode sugerir que os alunos marquem a promessa no versículo 20.)
Peça a um aluno que leia em voz alta o relato a seguir, contado pelo Presidente Thomas S. Monson, de uma família cujo bebê de dois meses de idade tinha morrido.
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Presidente Thomas S. Monson
“[O] pai era marceneiro e construiu um belo caixão para o corpo de seu querido filho. O dia do funeral foi sombrio, expressando a tristeza que sentiam pela enorme perda. A família caminhou até a capela, com o pai carregando o pequeno caixão, e um pequeno grupo de amigos se reuniu. Mas a porta da capela estava trancada. O atarefado bispo tinha-se esquecido do funeral. Todas as tentativas de encontrá-lo foram em vão. Sem saber o que fazer, o pai colocou o caixão debaixo do braço e carregou-o de volta para casa, com a família a seu lado, caminhando sob uma chuva torrencial” (“Cunhas Ocultas,” A Liahona, julho de 2002, p. 20).
Se vocês fossem membros dessa família, como teriam se sentido ao ver que o bispo não apareceu para o funeral?
Por que seria difícil perdoar ao bispo?
Explique-lhes que, depois de o Salvador ter instruído os apóstolos, Pedro fez ao Senhor uma pergunta sobre o perdão. Peça a um aluno que leia em voz alta Mateus 18:21 e oriente a classe a identificar a pergunta que Pedro fez.
O que Pedro perguntou ao Salvador?
Explique à classe que alguns líderes religiosos no tempo de Pedro ensinavam que uma pessoa não precisava perdoar a outra pessoa mais de três vezes. Ao perguntar ao Senhor se devia perdoar a outra pessoa sete vezes, Pedro deve ter pensado que estava sendo muito generoso (ver Bruce R. McConkie, The Mortal Messiah [O Messias Mortal], 4 vols., 1979–1981, vol. III, p. 91). Peça aos alunos que leiam Mateus 18:22 em silêncio, e que tentem identificar a resposta do Salvador a Pedro.
Quantas vezes o Salvador disse que devemos perdoar a quem nos ofende ou peca contra nós? (Explique também que “setenta vezes sete” é uma maneira de dizer que não devemos limitar as vezes que perdoamos aos outros.)
Que verdade aprendemos com o Salvador sobre perdoar às pessoas? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas certifique-se de que identifiquem a seguinte verdade: O Senhor nos manda perdoar àqueles que nos ofendem ou pecam contra nós.)
O que significa perdoar às pessoas? (Explique-lhes que perdoar os outros é tratar com amor a pessoa que nos ofendeu ou nos feriu e não guardar ressentimento contra ela [ver Guia para Estudo das Escrituras, “Perdoar”, scriptures.LDS.org; D&C 64:9–11]. Perdoar não significa continuar permitindo que outros nos firam ou que o ofensor não deva ser responsabilizado por suas ações, legalmente ou por outro meio.)
Explique-lhes que, depois de responder à pergunta de Pedro, o Salvador ensinou a Seus discípulos uma parábola que nos ajuda a entender por que devemos perdoar a outras pessoas.
Separe os alunos em duplas e peça a cada dupla que leia junto Mateus 18:23–35 e identifique a razão por que devemos perdoar às pessoas. Após dar-lhes tempo suficiente, peça aos alunos que relatem o que encontraram.
Em vez de pedir aos alunos que leiam Mateus 18:23–35, você pode mostrar-lhes o vídeo “Perdoar a Cada Um a Sua Dívida: A Parábola do Servo Incompassivo” [6:06]. À medida que os alunos assistem ao vídeo, peça-lhes que procurem identificar por que devemos perdoar às pessoas. Após dar-lhes tempo suficiente, peça aos alunos que relatem o que encontraram. Esse vídeo está disponível no site LDS.org.
Para ajudar os alunos a aprofundar seu entendimento dessa parábola, anote as seguintes palavras no quadro:
o Rei
o Servo
o Conservo
Quanto o servo devia ao rei? (Escreva devia ao rei 10.000 talentos sob o Servo.)
Explique-lhes que, na época de Jesus, “10.000 talentos equivaliam a 100.000.000 denários [moeda romana]. Um denário equivalia à média de pagamento por um dia de trabalho” (Jay A. Parry e Donald W. Parry, Understanding the Parables of Jesus Christ [Entender as Parábolas de Jesus Cristo], 2006, p. 95). Peça aos alunos que calculem quantos anos seriam necessários para o servo quitar sua dívida, dividindo 100 milhões de denários por 365 dias (100.000.000/365 = 273.973). Escreva 273.973 anos no quadro, sob devia ao rei 10.000 talentos.
Quanto o conservo devia ao servo? (Escreva devia ao servo 100 denários sob o Conservo.
) Portanto, o conservo devia ao servo aproximadamente 100 dias de trabalho, ou praticamente um terço do salário de um ano. Escreva 100 dias no quadro, sob devia ao servo 100 denários.
Na opinião de vocês, por que o rei chamou o servo de malvado por não perdoar a dívida do seu conservo?
Pergunte aos alunos quem eles acham que cada uma das três pessoas na parábola poderia representar. Depois que eles responderem, escreva as seguintes representações no quadro: o Rei = Pai Celestial; o Servo = Nós; o Conservo = Aqueles que nos ofendem.
Que princípio, na opinião de vocês, o Salvador estava tentando ensinar a Seus discípulos sobre por que devemos perdoar às pessoas? (Os alunos devem identificar um princípio similar ao seguinte: Se quisermos que Deus nos perdoe, devemos estar dispostos a perdoar às outras pessoas. Escreva esse princípio no quadro.)
O que uma pessoa pode fazer se estiver lutando para perdoar a alguém?
Para ajudar os alunos a entender melhor o que podemos fazer para perdoar às outras pessoas com mais disposição, peça a um aluno que leia em voz alta esta declaração do Presidente James E. Faust, da Primeira Presidência: Se possível, copie o texto numa folha a ser distribuída a cada aluno.
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Presidente James E. Faust
“Precisamos reconhecer os nossos sentimentos de raiva. É preciso humildade para fazer isso, mas se nos ajoelharmos e pedirmos ao Pai Celestial que nos conceda a disposição de perdoar, Ele nos ajudará. O Senhor exige que ‘[perdoemos] a todos os homens’ [D&C 64:10] para o nosso próprio bem, porque ‘o ódio retarda o crescimento espiritual’ [Orson F. Whitney, Gospel Themes [Tópicos do Evangelho], 1914, p. 144]. Somente quando nos livramos do ódio e da amargura é que o Senhor pode consolar nosso coração. (…)
(…) Quando sofremos uma tragédia, não devemos reagir buscando vingança pessoal, mas, sim, deixar que a justiça siga seu curso e depois esquecer. Não é fácil esquecer e tirar de nosso coração os ressentimentos que nos afligem. O Salvador ofereceu a todos nós uma paz preciosa por meio de Sua Expiação, mas só podemos alcançá-la se estivermos dispostos a eliminar os sentimentos negativos de raiva, rancor ou vingança. Para todos nós que perdoamos ‘aqueles que transgrediram contra nós’ [Tradução de Joseph Smith, Mateus 6:13], mesmo aqueles que cometeram crimes graves, a Expiação proporciona alguma paz e consolo” (“O Poder de Cura do Perdão”, A Liahona, maio de 2007, p. 69).
O que o Presidente Faust nos diz para fazer, que vai ajudar-nos a perdoar às outras pessoas?
De acordo com o Presidente Faust, o que acontece quando perdoamos às pessoas?
Lembre aos alunos sobre a história contada pelo Presidente Monson no início da aula, e peça a um aluno que leia o fim da história.
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Presidente Thomas S. Monson
“Se a família tivesse um caráter mais fraco, eles poderiam ter culpado o bispo e guardado ressentimentos. Quando o bispo ficou sabendo da tragédia, foi visitar a família e se desculpou. Com a mágoa ainda evidente no rosto, mas com lágrimas nos olhos, o pai aceitou as desculpas, e os dois se abraçaram num espírito de compreensão” (“Cunhas Ocultas”, A Liahona julho de 2002, p. 19).
De que maneira o Senhor já os ajudou a perdoar a alguém que pecou contra vocês ou os ofendeu?
O que os ajudou a perdoar às outras pessoas? (Peça aos alunos que respondam a essa pergunta no caderno ou diário de estudo das escrituras.)
Convide os alunos a refletir sobre alguém a quem eles possam não ter perdoado. Convide-os a orar para ter o desejo de perdoar e pela capacidade de esquecer a dor e a raiva, a fim de que Jesus Cristo possa ajudá-los a sentir paz e consolo por meio de Sua Expiação.
Comentários e Informações Históricas
Ver Mateus 18:20. “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome”
O Presidente Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que essa promessa de estarmos reunidos em nome de Jesus Cristo se aplica a nós quando a reunião é presidida pela devida autoridade:
“O Senhor nos disse: ‘onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles.’ (Mateus 18:20; ver também D&C 6:32.)
É seguro aprender a doutrina em reuniões dirigidas pelas autoridades competentes” (“A Reverência Convida a Revelação”, A Liahona, janeiro de 1992, p. 23).
“A resposta ‘setenta vezes sete’ (uma quantidade hiperbólica [exagerada], significando indefinidamente) é para aqueles que pecam contra nós, mas se arrependem. E para os que pecam contra nós e se recusam a arrepender-se, ainda somos obrigados a perdoar as três primeiras vezes; mas a quarta vez os testemunhos contra o pecador devem ser trazidos diante do Senhor. Se o arrependimento sincero e a restituição acontecer, o perdão será requerido; mas se não houver arrependimento, o pecador será entregue aos julgamentos de Deus. Toda essa instrução adicional se encontra em Doutrina e Convênios 98:39–48, a lei do perdão” (D. Kelly Ogden e Andrew C. Skinner, Verse by Verse: The Four Gospels [Versículo por Versículo: Os Quatro Evangelhos, 2006, pp. 371–372).
Observe que a frase “não o perdoareis”, em Doutrina e Convênios 98:44, significa que, se o autor da ofensa não se arrepender, deverá ser considerado totalmente responsável por suas ações. Isso não significa que devemos reter o perdão ou continuar sentindo animosidade contra ele (ver Doutrina e Convênios e História da Igreja, Manual do Professor do Seminário [manual do Sistema Educacional da Igreja, 2013], p. 349).
Ver Mateus 18:22. Perdão e ação disciplinar da Igreja
O Élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou como Mateus 18:22 se relaciona a situações envolvendo a ação disciplinar da Igreja:
“Não há limite para o número de vezes que os irmãos devem perdoar uns aos outros as ofensas pessoais sob a condição de verdadeiro arrependimento. Isso, contudo, não quer dizer que a própria Igreja deva continuar a perdoar e reintegrar seus membros transgressores vezes sem fim. Há situações em que os pecadores devem ser expulsos do reino, não importando o quão arrependidos possam se sentir por seus atos maus” (Doctrinal New Testament Commentary [Comentário Doutrinário sobre o Novo Testamento], 3 vols., 1965–1973, vol. I, p. 423).
Mateus 18:23–30. O Senhor nos manda perdoar àqueles que nos ofendem ou pecam contra nós.
O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, ajudou-nos a entender como somos abençoados por perdoar os outros:
“O perdão cura feridas terríveis e trágicas, pois permite que o amor de Deus purifique seu coração e sua mente do veneno do ódio. Ele limpa a sua consciência do desejo de vingança. Dá lugar ao amor do Senhor que purifica, cura e restaura” (“Curar as Cicatrizes Trágicas do Abuso”, A Liahona, julho de 1992, p. 35).
O Presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência, disse o seguinte sobre o perdão:
“Lembre-se de que o céu está cheio de pessoas que têm em comum o seguinte: Elas foram perdoadas. E elas perdoam” (“Os Misericordiosos Obterão Misericórdia” A Liahona, maio de 2012, p. 77).