Seminário
Lição 22: Gênesis 13–14


Lição 22

Gênesis 13–14

Introdução

Abrão e seu sobrinho Ló retornam com suas famílias do Egito para a terra de Canaã. Quando surgiram desentendimentos entre os pastores de Abrão e os de Ló, Abrão agiu como pacificador entre eles. Abrão e Ló se separaram, e a família de Ló foi capturada por um exército invasor quando moravam em Sodoma. Abrão resgatou Ló e sua família do cativeiro e, ao voltar para casa, recebeu uma bênção do grande sumo sacerdote Melquisedeque.

Observação: Antes da aula, coloque um fiozinho de linha que não chame a atenção em sua roupa. Você vai falar desse fio mais tarde na aula.

Sugestões Didáticas

Gênesis 13:1–18

Abrão oferece uma solução pacífica para a contenda entre seus pastores e os de Ló

Mostre um doce delicioso e pergunte quem o quer. Peça a dois alunos que expressaram interesse pelo doce que se dirijam à frente da classe. Divida o doce em partes desiguais e deixe que decidam quem ficará com que parte.

  • Como uma situação assim poderia causar conflitos em uma família?

Explique-lhes que na aula de hoje veremos como Abrão reagiu quando surgiram conflitos e discórdia em sua família. Peça aos alunos que procurem princípios tirados do exemplo de Abrão que possam ajudá-los a evitar ou a resolver conflitos em seu relacionamento com a família e com outras pessoas. Você pode lembrar os alunos de que Abrão é o profeta cujo nome foi mais tarde mudado para Abraão (ver Gênesis 17:5, 15).

Resuma Gênesis 13:1–4 e explique que Abrão e Ló saíram do Egito com todos os seus rebanhos e pertences e viajaram de volta para a terra de Canaã, onde se estabeleceram juntos.

Peça a um aluno que leia Gênesis 13:5–7 em voz alta e peça à classe que procure uma discórdia que surgiu quando Abrão e Ló chegaram a Canaã.

  • Qual foi a discórdia? (Os servos de Ló se desentenderam com os servos de Abrão por causa da terra e da água para seus rebanhos e suas manadas.)

  • Qual vocês acham que seria uma boa solução para essa situação?

Peça a um aluno que leia Gênesis 13:8–9 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Abrão sugeriu que fizessem para resolver o problema.

  • O que Abrão sugeriu?

  • O que as ações de Abrão nos ensinam sobre como ser um pacificador? (Os alunos podem identificar várias verdades, mas você pode salientar o seguinte: Para sermos pacificadores, talvez seja necessário colocarmos os interesses dos outros acima dos nossos.)

  • Quem vocês conhecem que, tal como Abrão, é bom em colocar os interesses dos outros acima dos seus?

Peça a um aluno que leia Gênesis 13:10–11 em voz alta. Peça à classe que identifique onde Ló decidiu morar. Peça-lhes que compartilhem o que encontrarem.

Saliente que Ló decidiu habitar na região mais fértil e mais bem irrigada conhecida como a planície do Jordão.

Explique-lhes que, depois que Ló escolheu onde iria habitar, ele e Abrão tomaram suas famílias e se separaram. Peça a um aluno que leia Gênesis 13:12–13 e peça aos alunos que procurem o que Ló fez quando chegou a seu novo local da habitação.

  • O que Ló fez ao chegar a seu novo local de habitação? (Ele “armou as suas tendas até Sodoma”. Você pode ter de explicar que um dos significados de até é “perto” ou “próximo”.)

Escreva os nomes Sodoma e Gomorra no quadro e pergunte o que os alunos sabem a respeito desses lugares. Explique-lhes que essas duas cidades se localizavam na planície do Jordão e se tornaram sinônimo do mal e de imoralidade por causa da iniquidade de seu povo.

Resuma Gênesis 13:14–17 e explique que, depois que Ló partiu com sua família, o Senhor prometeu a Abrão toda a terra que ele podia ver como herança para sua posteridade. Abrão então viajou com sua família para a terra de Canaã. Peça aos alunos que leiam Gênesis 13:18 em silêncio e prestem atenção no que Abrão fez quando chegou a seu novo local de habitação.

  • O que Abrão fez quando chegou a Hebrom (na terra de Canaã)? (Edificou um altar para adorar a Deus.)

  • O que podemos aprender com a decisão de Abrão de construir um altar quando chegou a Hebrom?

Gênesis 14:1–12

Ló é capturado enquanto mora em Sodoma

Peça aos alunos que pensem em todas as decisões que tomaram até agora na semana. Convide vários alunos a dizer quais foram essas decisões. Escreva as respostas deles no quadro.

  • Quais dessas decisões vocês diriam ser importantes? Quais delas vocês classificariam como de menor importância ou insignificantes?

Depois que os alunos responderem, lembre-os da escolha que Ló fez em Gênesis 13:12. (Ele armou as suas tendas até Sodoma.)

  • Quais vocês acham que poderiam ter sido algumas das possíveis consequências da decisão de Ló de morar perto de Sodoma?

Resuma Gênesis 14:1–10 e explique que quatro reis locais uniram suas forças, atacaram várias cidades (inclusive Sodoma e Gomorra) e levaram os habitantes cativos.

Peça a um aluno que leia Gênesis 14:11–12 em voz alta e peça aos alunos que procurem quem foi capturado quando Sodoma foi atacada e conquistada.

  • De acordo com Gênesis 14:12, onde Ló e sua família estavam morando? (Saliente que Ló e sua família deixaram de apenas armar as tendas perto de Sodoma, conforme registrado em Gênesis 13:12, passando a realmente morar em Sodoma.)

  • O que esse relato nos ensina a respeito de algumas decisões que tomamos? (Os alunos devem identificar uma verdade semelhante à seguinte: Escolhas aparentemente pequenas podem resultar em grandes consequências. No caso de Ló, sua decisão de armar sua tenda perto de Sodoma resultou em graves consequências.)

Peça aos alunos que pensem em algumas decisões aparentemente pequenas com que eles podem se deparar e que podem resultar em graves consequências.

Testifique a eles que, de modo bem semelhante à decisão de Ló sobre onde armar sua tenda, as decisões que tomamos diariamente podem ter enormes consequências.

Gênesis 14:13–24

Abrão resgata Ló e se encontra com Melquisedeque e com o rei de Sodoma ao regressar

Resuma Gênesis 14:13–16 e explique que, quando Abrão ficou sabendo que Ló havia sido capturado, ele reuniu e armou seus servos e perseguiu os exércitos. Ele os alcançou e, na batalha subsequente, Abrão e seus aliados libertaram os cativos.

Peça a um aluno que leia Gênesis 14:17–18 em voz alta e peça aos alunos que procurem quem saiu para se encontrar com Abrão. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

Peça a um aluno que leia Gênesis 14:18–21 em voz alta e peça à classe que procure o que cada um desses reis ofereceu a Abrão. [O versículo 17 na Tradução de Joseph Smith acrescenta que Melquisedeque “partiu o pão e o abençoou; e abençoou o vinho, sendo o sacerdote do Deus altíssimo” (Gênesis 14:18, nota de rodapé d na Bíblia SUD em inglês).]

Élder Bruce R. McConkie

O Élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, escreveu que esse acontecimento “pode muito bem ter (…) prefigurado [o sacramento da Ceia do Senhor], uns 2 mil anos antes de sua instituição formal entre os homens (…) quando Jesus e Suas testemunhas apostólicas comemoraram o banquete de Páscoa na semana [da Expiação e crucificação]” (The Promised Messiah: The First Coming of Christ, 1978, p. 384).

  • O que Melquisedeque ofereceu a Abrão? (Uma bênção.) Ele aceitou? O que Abrão deu a Melquisedeque? (Dízimos.)

  • O que o rei de Sodoma ofereceu a Abrão? (Todos os bens ou os espólios do povo de Sodoma que haviam sido levados por seus inimigos.)

Peça a um aluno que leia Gênesis 14:22–23 em voz alta e peça à classe que procure a resposta de Abrão ao rei de Sodoma.

  • Como vocês resumiriam a resposta de Abrão para o rei de Sodoma?

Pergunte à classe se alguém notou alguma coisa em sua roupa. Mostre o fio que colocou em sua roupa antes da aula e pergunte à classe se um fiozinho como aquele tem muita importância.

  • Por que vocês acham que Abrão não aceitaria nem um “fio” (ou pequena recompensa) do rei de Sodoma?

  • Como a aceitação de um fio de linha do rei iníquo seria como ceder a pequenas tentações?

Pergunte aos alunos que lição aprenderam com a interação de Abrão com o rei de Sodoma. (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas devem expressar o seguinte princípio: Resistir às influências do mal, por menores que sejam, é algo que nos ajuda a permanecermos fiéis a Deus e livres do pecado.)

Para ajudar os alunos a entender melhor esse princípio, peça-lhes que leiam as seguintes frases:

  • Seu amigo diz que vai copiar de um amigo, apenas uma vez, a lição de casa de matemática. Para resistir às más influências, você deve…

  • Um membro da família decide assistir a um programa de televisão ou filme impróprio. Para resistir às más influências, você deve…

Peça aos alunos que ponderem quais pecados ou tentações o adversário pode estar tentando convencê-los de que não são muito graves. Convide-os a estabelecer uma meta de como resistiriam a esses pecados e a essas tentações e se afastariam deles.

Gênesis 14:25–40 (Tradução de Joseph Smith)

Melquisedeque Abençoa Abrão

Pergunte aos alunos se eles sabem por que o Sacerdócio de Melquisedeque tem esse nome. Peça a um aluno que leia Doutrina e Convênios 107:2–3 em voz alta. Peça aos alunos que procurem por que o Sacerdócio de Melquisedeque recebeu o nome de Melquisedeque e como esse sacerdócio era chamado antes da época de Melquisedeque.

Peça à classe que consulte novamente Gênesis 14:18–20 e relacione tudo o que aprenderam sobre Melquisedeque nesses versículos. Escreva essas informações no quadro. Saliente que o relato bíblico não nos dá muitas informações sobre esse “grande sumo sacerdote” (D&C 107:2).

Explique-lhes que a Tradução de Joseph Smith nos dá bem mais informações sobre quem foi Melquisedeque e o que ele fez. Ajude os alunos a encontrar Gênesis 14:25–40 na Tradução de Joseph Smith (no Guia para Estudo das Escrituras) ou prepare cópias dessa passagem para cada aluno.

Divida a turma em dois grupos. Peça a um lado que leia Gênesis 14:25–31 na Tradução de Joseph Smith e o outro lado que leia Gênesis 14:32–40 na Tradução de Joseph Smith. Você pode sugerir que eles marquem o que seus versículos designados ensinam sobre Melquisedeque.

  • Com base no que aprenderam sobre Melquisedeque, por que acham que é adequado que o sacerdócio tenha recebido o nome dele?

Explique-lhes que, além de ensinar mais sobre o sumo sacerdote Melquisedeque, esses versículos também ensinam a respeito do sacerdócio que recebeu o nome dele. Peça a um aluno que leia em voz alta Gênesis 14:30–31 na Tradução de Joseph Smith e peça aos alunos que procurem ouvir o que o poder do sacerdócio pode fazer. (Você pode ter de explicar que a expressão “ordenado segundo essa ordem” se refere aos que foram ordenados ao Sacerdócio de Melquisedeque.)

  • O Sacerdócio de Melquisedeque dá aos homens dignos o poder de fazer o quê? (Ajude os alunos a entender a seguinte verdade: O Sacerdócio de Melquisedeque dá aos homens a autoridade de agir em nome de Deus.)

Se o tempo permitir, convide os alunos a compartilhar como foram abençoados por um digno portador do Sacerdócio de Melquisedeque.

Comentários e Informações Históricas

Gênesis 13:12. Ló “armou as suas tendas até Sodoma”

O Élder Quentin L. Cook, do Quórum dos Doze Apóstolos, disse o seguinte a respeito da decisão que Ló tomou de armar suas tendas na direção de Sodoma:

“Eliminar o mal de nossa vida tornou-se ainda mais essencial visto que nosso lar está equipado com toda a tecnologia para trazer o que o Senhor condenou para dentro de nossa própria sala de estar, se não estivermos vigilantes. Um dos desafios mais difíceis da nossa vida é estar no mundo sem ser do mundo (ver João 15:19; ver também L. Tom Perry, ‘In the World’ [No Mundo], Ensign, maio de 1988, pp. 13–15). A doutrina do evangelho esclarece que devemos viver neste mundo para alcançar nosso destino eterno. Precisamos ser tentados, testados e considerados dignos de um reino maior (ver 2 Néfi 2:11; D&C 101:78). Temos que fazer o que Abraão fez quando armou sua tenda e edificou ‘um altar ao Senhor’ (Gênesis 13:18) e não o que Ló fez ao ‘[armar a sua tenda] até Sodoma’ (Gênesis 13:12)” (“Estar no Mundo Sem Ser do Mundo”, A Liahona, fevereiro de 2006, p. 39).

Gênesis 14:1–12. As pequenas decisões podem ter grandes consequências

O Presidente Gordon B. Hinckley explicou que pequenas decisões podem ter grandes consequências:

“Ouvi um de meus irmãos dizer recentemente que visitou uma prisão. Notou ali a presença de um jovem, de boa aparência e ar inteligente.

Meu irmão perguntou ao carcereiro: ‘O que aquele jovem está fazendo aqui?’

A resposta foi que ele saiu certa noite com o carro da mãe, comprou cerveja e bebeu. Depois, fora de controle, subiu com o carro na calçada, atropelou e matou duas meninas.

Não sei por quanto tempo ficará na prisão, mas sei que ele nunca conseguirá superar completamente seus sentimentos com respeito ao ato que o colocou ali. Nossa vida depende de pequenas decisões como essas. Pequenos erros, que parecem pouco importantes a princípio, determinam o curso eterno que seguimos” (“A Busca da Excelência”, A Liahona, setembro de 1999, p. 2).

O Presidente Thomas S. Monson ensinou:

“Alguém disse há muitos anos que a história gira em torno de pequenas dobradiças e o mesmo se dá com a vida das pessoas. Nossa vida dependerá das decisões que tomamos — pois as decisões determinam o destino” (“As Decisões Determinam o Destino”, A Liahona, julho de 1980, p. 22).

Gênesis 14:13–24. Abrão não queria ter nada em comum com Sodoma

“Das propriedades que pertenciam ao rei de Sodoma, que ele havia tomado do inimigo, Abrão não quis guardar a mínima parte, porque não queria ter nada em comum com Sodoma. Por outro lado, ele aceitou do sacerdote e rei de Salém, Melquisedeque, não apenas pão e vinho para revigorar seus guerreiros exaustos, mas também uma bênção sacerdotal, dando-lhe em troca um décimo de todos os seus despojos [posses], como sinal que reconhecia aquele rei como sacerdote do Deus vivo e expressava sua submissão a seu nobre sacerdócio. Nessa submissão de Abrão a Melquisedeque, previa-se na prática o real sacerdócio que era mais elevado do que o sacerdócio confiado aos descendentes de Abrão, os filhos de Levi, e prefigurado na nobre forma de Melquisedeque, que abençoou como rei e sacerdote o patriarca a quem Deus havia chamado para ser uma bênção para todas as famílias da Terra” (C. F. Keil e F. Delitzsch, Biblical Commentary on the Old Testament, 10 vols., n.d.; repr., 1975, vol. I, p. 208).

Gênesis 14:18. O que eram o pão e o vinho que Melquisedeque abençoou?

O Élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, explicou o que é provável que tenha acontecido naquela ocasião:

“O sacramento da ceia do Senhor é uma ordenança de salvação da qual todos os fiéis devem participar se quiserem habitar e reinar com Ele. Ela pode muito bem ter sido prefigurada uns 2 mil anos antes de sua instituição formal entre os homens, quando ‘Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e partiu o pão e o abençoou, e abençoou o vinho, sendo ele o sacerdote do Deus altíssimo. E deu a Abrão’ (Tradução de Joseph Smith na Bíblia SUD em inglês, Gênesis 14:17–18). (…) [O sacramento] teve seu início com uma ordenança autorizada e como rito obrigatório quando Jesus e Suas testemunhas apostólicas comemoraram o banquete de Páscoa na semana da paixão de nosso Senhor” (The Promised Messiah: The First Coming of Christ, 1978, p. 384).

Gênesis 14:18–19 [Tradução de Joseph Smith, Gênesis 14:30–31 (no Guia para Estudo das Escrituras)]. As bênçãos e a autoridade do Sacerdócio de Melquisedeque pertencem tanto aos homens quanto às mulheres

O Élder Dallin H. Oaks, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que tanto os homens quanto as mulheres exercem a autoridade do sacerdócio quando desempenham seus deveres designados:

“As chaves do sacerdócio dirigem as mulheres e também os homens, e as ordenanças do sacerdócio e a autoridade do sacerdócio pertencem tanto às mulheres quanto aos homens. (…)

Não estamos acostumados a dizer que as mulheres têm a autoridade do sacerdócio em seu chamado na Igreja, mas que outra autoridade poderia ser? Quando uma mulher — jovem ou idosa — é designada a pregar o evangelho como missionária de tempo integral, ela recebe a autoridade do sacerdócio para realizar uma função do sacerdócio. O mesmo se aplica quando uma mulher é designada para atuar como líder ou professora em uma organização da Igreja, sob a direção de alguém que possui as chaves do sacerdócio. Qualquer pessoa que atue em um ofício ou chamado recebido de alguém que possui as chaves do sacerdócio exerce a autoridade do sacerdócio ao cumprir seus deveres designados.

Toda pessoa que exerce a autoridade do sacerdócio deve esquecer seus direitos e concentrar-se em suas responsabilidades” (“As Chaves e a Autoridade do Sacerdócio”, A Liahona, maio de 2014, p. 49).