Seminário
Lição 23: Gênesis 15–16


Lição 23

Gênesis 15–16

Introdução

À medida que foi envelhecendo, Abrão preocupou-se com a maneira pela qual o Senhor cumpriria as promessas que Ele fizera em relação à posteridade dele. Abrão conversou com o Senhor em uma visão, na qual o Senhor o consolou, assegurando-o de que todas as promessas seriam cumpridas. Sarai deu sua serva Agar a Abrão como esposa para levantar posteridade para ele. Depois de Agar conceber, surgiu um conflito entre ela e Sarai, durante o qual Agar recebeu orientação divina.

Sugestões Didáticas

Gênesis 15:1–8; Tradução de Joseph Smith, Gênesis 15:9–12 (no Guia para Estudo das Escrituras)

Abrão pergunta como o Senhor poderá cumprir Suas promessas

Pergunte aos alunos se já lhes foi prometido algo que eles tiveram de esperar muito tempo para que a promessa fosse cumprida.

  • Que pensamentos lhes passaram pela cabeça à medida que o tempo passava?

  • Por que a espera às vezes é difícil?

Lembre os alunos de que, previamente na vida de Abrão, o Senhor lhe havia prometido que sua posteridade seria tão numerosa quanto “o pó da terra” (Gênesis 13:16). Abrão tinha esperado muitos anos, mas ainda assim não tivera nenhum filho. Peça aos alunos que examinem Gênesis 15:1 e vejam quem falou com Abrão em uma visão.

  • Quem falou com Abrão? O que vocês teriam perguntado ao Senhor se estivessem no lugar de Abrão?

Peça a dois alunos que se dirijam à frente da sala de aula e leiam Gênesis 15:1–6 em voz alta. Designe um aluno a ler os versículos nos quais o Senhor está falando (Gênesis 15:1, 4–5) e designe o outro a ler os versículos em que Abrão está falando ou sendo descrito (Gênesis 15:2–3, 6). Peça aos alunos que leiam os versículos em ordem, alternando as partes. Peça à metade da classe que ouça qual era a preocupação de Abrão e à outra que ouça a resposta do Senhor.

  • Qual era a preocupação de Abrão? (A de que ele não tinha filhos e, portanto, não teria herdeiros. Para ajudar os alunos a entender esses versículos, você pode ter que explicar que Eliézer era o homem encarregado da casa de Abrão e que Abrão se perguntava se Eliézer se tornaria seu herdeiro.)

  • Qual foi a resposta do Senhor? (Abrão e Sarai teriam seu próprio filho e a posteridade deles seria incontável.)

  • Por que vocês acham que Abrão pôde acreditar no Senhor a despeito de suas circunstâncias?

Abrão também se preocupava com a terra que o Senhor havia prometido a ele e à sua posteridade. Explique-lhes que a Tradução de Joseph Smith acrescenta quatro versículos a esse relato que mostram como o Senhor respondeu a essa preocupação. Peça aos alunos que abram a Tradução de Joseph Smith de Gênesis 15:9–12 no Guia para Estudo das Escrituras.

Peça a um aluno que leia Tradução de Joseph Smith, Gênesis 15:9–12 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Abrão aprendeu. (Você pode ter que explicar que a expressão “Filho do Homem” é um título de Jesus Cristo.)

  • De acordo com essa passagem, o Senhor disse a Abrão que, mesmo que ele morresse, Deus poderia cumprir Sua promessa. De acordo com o versículo 11, por que isso seria possível?

Saliente que foi lembrado a Abrão que ele voltaria a viver depois que sua vida mortal estivesse terminada graças à Expiação e Ressurreição do Salvador. Também lhe foi lembrado que Deus é capaz de cumprir Suas promessas, seja na mortalidade seja na vida pós-mortal.

  • De acordo com a Tradução de Joseph Smith, Gênesis 15:12, qual foi a reação de Abrão quando entendeu essa explicação e viu “os dias do Filho do Homem”? (“Creu ele no Senhor” e “e alegrou-se; e sua alma encontrou descanso”, ou paz.)

Peça aos alunos que escrevam um princípio nas escrituras, com base no que aconteceu a Abrão. Segue-se uma maneira pela qual os alunos podem expressar esse princípio: Quando cremos que o Senhor cumprirá as promessas que nos fez, quer na mortalidade quer na eternidade, nossa alma encontra paz.

Peça aos alunos que pensem em quaisquer preocupações que tenham sobre seu futuro. Peça aos que desejarem falar que compartilhem com a classe alguns de seus pensamentos enquanto você os anota no quadro. (Os exemplos poderiam incluir o seguinte: Será que encontrarei a pessoa certa para casar? Será que terei filhos? Será que conseguirei servir missão? Que carreira profissional devo escolher?)

Peça aos alunos que ponderem como o princípio que eles identificaram pode ajudá-los a ter alegria e paz como Abrão teve.

Gênesis 15:9–21

Deus faz convênio com Abrão de que Suas palavras serão cumpridas

Explique aos alunos que há muitas maneiras pelas quais as pessoas garantem ou mostram que cumprirão uma promessa. Chame dois alunos para a frente da sala de aula e peça-lhes que demonstrem como poderiam mostrar que cumpririam uma promessa feita um ao outro (por exemplo: eles poderiam apertar a mão um do outro, assinar o nome num contrato ou acordo, ou algo semelhante).

Lembre os alunos de que Abrão perguntou ao Senhor como receberia uma terra de herança. Explique-lhes que Gênesis 15:9–18 contém o relato de como o Senhor garantiu de modo especial que cumpriria as promessas que fizera a Abrão. Deus ordenou que Abrão tomasse vários animais, cortasse a carcaça deles ao meio e separasse uns dos outros. “Um forno de fumaça, e uma tocha de fogo”, representando a presença do Senhor, então “passou por aquelas metades” (ver versículo 17). Nos tempos antigos, quando se fazia um convênio assim, a passagem da pessoa por entre as carcaças essencialmente dizia: “Que eu também seja cortado ao meio se não cumprir minha parte desse convênio”.

Peça a um aluno que leia em voz alta Gênesis 15:18. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o Senhor prometeu a Abrão.

  • O que o Senhor prometeu a Abrão?

  • Embora Abrão tivesse recebido a garantia do Senhor de que Ele cumpriria Suas promessas, o que Abrão ainda não sabia? (Ele não sabia como as promessas do Senhor seriam cumpridas.)

  • Que princípios podemos aprender com o que aconteceu com Abrão? (Os alunos podem identificar vários princípios, mas certifique-se de que esteja claro que podemos confiar que o Senhor cumprirá Suas promessas mesmo que não saibamos como Ele o fará. Escreva esse princípio no quadro.)

Para ajudar os alunos a entender esse princípio, peça a um aluno que leia a seguinte declaração do Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos:

Élder Richard G. Scott

“Esta vida é uma experiência de profunda confiança em Jesus Cristo. (…) Confiar significa obedecer de boa vontade mesmo sem conhecer os resultados (ver Provérbios 3:5–7). (…)

Exercer fé significa confiar que o Senhor sabe o que está fazendo conosco e que Ele o faz para nosso eterno bem mesmo que não compreendamos como Ele conseguirá fazê-lo” (“Confie no Senhor”, A Liahona, janeiro de 1996, p. 17).

  • De acordo com o Élder Scott, como podemos mostrar ao Senhor que confiamos Nele?

Peça aos alunos que pensem nas promessas que o Senhor lhes fez (por meio de bênçãos patriarcais e de outras bênçãos, de ordenanças e convênios, das palavras dos profetas vivos ou das escrituras).

Peça aos alunos que ponderem a importância de obedecer aos mandamentos de Deus enquanto esperamos que as promessas do Senhor sejam cumpridas em nossa vida.

Gênesis 16:1–16

Sarai dá Agar a Abrão como esposa, e Agar dá à luz um filho

Peça aos alunos que escrevam no diário de estudo das escrituras ou no caderno um desafio que eles tiveram ou que alguém da família deles teve na vida. Depois de um tempo suficiente, peça a alguns alunos que contem como conseguiram passar por aquele período desafiador da vida. Instrua os alunos para que não contem nada que seja demasiadamente pessoal ou particular.

Incentive os alunos a procurar, durante seu estudo de Gênesis 16, um princípio que possa ajudá-los quando enfrentarem desafios no futuro.

Resuma Gênesis 16:1–3 e explique que Sarai não podia ter filhos, por isso deu sua serva Agar a Abrão como esposa plural. Graças à revelação moderna, sabemos que esse foi um mandamento de Deus ao qual Abrão e Sarai obedeceram (ver D&C 132:34). Desse modo, Sarai poderia ter filhos por intermédio de sua serva Agar, cumprindo assim a promessa que o Senhor fizera a Abrão de que ele teria filhos.

Explique aos alunos que, em certas épocas da história do mundo, o Senhor ordenou a Seu povo que praticasse o casamento plural. O casamento plural foi praticado por Abrão e Sarai e pelo neto deles, Jacó, e também foi praticado por um tempo nos primeiros dias da Igreja restaurada, começando por Joseph Smith.

Explique-lhes que lemos em Gênesis 16:4–6 que Agar concebeu um filho, mas começou a sentir ciúmes e amargura em relação a Sarai. Sarai “afligiu” Agar, que fugiu para o deserto.

  • Como você se sentiria se estivesse na situação de Sarai? Como você se sentiria se estivesse na situação de Agar?

Explique-lhes que, enquanto Agar estava no deserto, um anjo lhe apareceu. Peça a um aluno que leia Gênesis 16:7–10 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o anjo disse a Agar.

  • Que instruções o anjo deu a Agar?

  • De acordo com Gênesis 16:10, que promessa foi feita a Agar?

Explique-lhes que nas escrituras os nomes dos povos e dos lugares geralmente têm significados simbólicos. Divida a classe e peça a uma metade que leia Gênesis 16:11–12 e à outra que leia Gênesis 16:13–14. Instrua cada metade a ler seus versículos designados e a procurar os nomes neles contidos. Peça-lhes que relatem o que encontrarem. Se os alunos tiverem acesso à edição SUD da versão do rei Jaime da Bíblia, peça que usem as notas de rodapé para encontrar o significado dos nomes que descobrirem. Você pode ter que explicar aos alunos que o nome Ismael significa “Deus ouve” e que o nome Beer-Laai-Rói significa “o poço Daquele que vive e me vê”. [Observação: Agar e seu filho Ismael são reverenciados na fé islâmica como antepassados de Maomé, o fundador do islamismo. Os muçulmanos (seguidores do islamismo) também honram Abraão como profeta.]

  • O que a experiência de Agar e o significado desses nomes nos ensinam a respeito do Senhor?

Depois que os alunos responderem, escreva o seguinte princípio no quadro: O Senhor nos vê e ouve em nossas provações e pode ajudar-nos a superá-las.

Para ajudar os alunos a entender esses princípios básicos, peça a um aluno que leia em voz alta a seguinte explicação do Presidente Dieter F. Uchtdorf, da Primeira Presidência:

Presidente Dieter F. Uchtdorf

“Você não está sozinha nessa jornada. Seu Pai Celestial conhece você. Mesmo que ninguém mais a ouça, Ele ouve. Quando você se regozija em retidão, Ele Se regozija com você. Quando você está envolvida por provações, Ele sofre com você” (“Sua Maravilhosa Jornada para Casa”, A Liahona, maio de 2013, p. 125).

  • Como o fato de saber que o Pai Celestial realmente nos vê e ouve os ajuda a lidar com os desafios que enfrentam?

Você pode convidar os alunos a prestar testemunho.

Você pode encerrar entregando aos alunos uma cópia da declaração do Presidente Uchtdorf e convidando-os a entregar a cópia a alguém que eles acham que poderia estar passando por momentos difíceis e precisando de encorajamento.

Comentários e Informações Históricas

Gênesis 15:9–21. Como manter a fé ao enfrentar dificuldades

Depois de contar a história de um pai que levou seu filho aflito ao Salvador para que fosse curado (ver Marcos 9:14–29), o Élder Jeffrey R. Holland, do Quórum dos Doze Apóstolos, incentivou-nos a manter nossa fé quando nos deparamos com dúvidas:

“Nos momentos de temor ou dúvida ou em tempos difíceis, preservem o que já conquistaram, mesmo que isso seja algo limitado. No desenvolvimento pelo qual todos temos que passar na mortalidade, todos nos deparamos com o equivalente espiritual da aflição daquele menino ou do desespero daquele pai. Quando chegarem esses momentos e surgirem esses problemas, cuja resolução não seja iminente, preservem o que já conquistaram e permaneçam firmes até adquirirem conhecimento adicional. (…) Jesus disse: ‘Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e há de passar; e nada vos será impossível’ (Mateus 17:20). O tamanho de sua fé ou o nível de seu conhecimento não é o problema — trata-se da integridade que vocês demonstram em relação à fé que vocês têm e a verdade que já conhecem” (“Eu Creio, Senhor”, A Liahona, maio de 2013, p. 93).

Gênesis 16:3. Como o casamento plural praticado no Velho Testamento se relaciona com o casamento plural praticado na última dispensação

“Enquanto trabalhava na tradução da Bíblia, no início da década de 1830, o Profeta Joseph Smith sentiu-se confuso com o fato de que Abraão, Davi e outros líderes do Velho Testamento tivessem tido mais de uma esposa. O Profeta orou pedindo entendimento e soube que, em certas épocas, com propósitos específicos, seguindo leis divinas, o casamento plural era aprovado e estabelecido por Deus. Joseph Smith soube também que, com aprovação divina, alguns santos dos últimos dias logo seriam escolhidos, por meio da autoridade do sacerdócio, para casar-se com mais de uma mulher. Vários santos dos últimos dias praticaram o casamento plural em Nauvoo, mas o anúncio público dessa doutrina só foi feito em agosto de 1852, numa conferência geral em Salt Lake City. Nessa ocasião, o Élder Orson Pratt, conforme orientação do Presidente Brigham Young, anunciou que a prática do casamento plural, ou seja, de um homem ter mais do que uma esposa, fazia parte da restauração de tudo feita pelo Senhor (ver Atos 3:19–21)” (Nosso Legado: Resumo da História de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1996, p. 97; ver também Jacó 2:27–30).

Para mais informações sobre a prática do casamento plural na Igreja, entre em Gospel Topics no site LDS.org e pesquise “plural marriage”.