Seminário
Lição 32: Gênesis 31–32


Lição 32

Gênesis 31–32

Introdução

Depois de trabalhar para Labão por 20 anos, foi ordenado a Jacó que “[retornasse] à terra dos [seus] pais”, ou Canaã (Gênesis 31:3). Jacó e sua família partiram em segredo porque tinham medo do que Labão poderia fazer a eles. Quando Labão descobriu sua partida, perseguiu-os, mas por fim deixou-os ir em paz. Ao prosseguirem sua jornada, Jacó se preocupou que seu irmão gêmeo, Esaú, procurasse vingar-se dele. Jacó preparou presentes para seu irmão, orou para que o Senhor protegesse sua família e recebeu a confirmação divina de que ele e a família seriam preservados.

Sugestões Didáticas

Gênesis 31:1–55

O Senhor ordena a Jacó que retorne a Canaã

Escreva o seguinte no quadro, antes da aula:

Quando você se esforçar para cumprir um mandamento do Senhor, Ele vai:

a. Mudar o mandamento para que seja mais fácil e simples para você cumpri-lo.

b. Abençoar seu esforço, providenciando uma maneira para que você cumpra o mandamento, mesmo que ainda assim seja difícil.

c. Intervir e fazer todo o trabalho por você.

d. Exigir que você faça tudo sozinho sem ajuda alguma.

Peça que os alunos selecionem a declaração que melhor descreva como eles acreditam que o Senhor nos ajuda quando Ele pede que façamos coisas difíceis. Convide alguns alunos a explicar a declaração que escolheram e por que o fizeram.

Explique-lhes que existem várias maneiras pelas quais o Senhor pode abençoar-nos se nos esforçamos para obedecer a Seus mandamentos. Peça aos alunos que, ao estudarem Gênesis 31–32, procurem doutrinas e princípios que nos ensinem como o Senhor pode ajudar-nos quando Ele pede que façamos coisas difíceis.

Peça a um aluno que leia Gênesis 31:1–3 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o Senhor ordenou a Jacó. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

  • Por que o retorno à terra de seus pais foi difícil para Jacó? (Os alunos podem mencionar que Esaú morava na terra dos pais de Jacó e que, na última vez em que se viram, Esaú queria matar Jacó.)

  • Mesmo que o mandamento de voltar para casa não tenha sido fácil, o que o Senhor prometeu a Jacó, de acordo com o versículo 3?

  • O que podemos aprender com as palavras que o Senhor dirigiu a Jacó? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas devem identificar algo semelhante ao seguinte princípio: O Senhor estará conosco se fizermos o que Ele nos pede. Escreva esse princípio no quadro.)

  • Como o fato de acreditar nesse princípio nos ajuda a fazer o que o Senhor nos pede mesmo que seja difícil?

Resuma Gênesis 31:4–23 e explique que Jacó e sua família foram obedientes ao mandamento do Senhor. Iniciaram a jornada até a terra de Canaã enquanto Labão estava fora tosquiando as ovelhas. Ao partirem, Raquel pegou alguns dos “ídolos” do pai (versículo 19). [Você pode explicar-lhes que a palavra ídolos pode referir-se a ídolos domésticos e que alguns acreditam que eles representavam o dote de Raquel. Explique-lhes que não sabemos por que Raquel pegou os ídolos ou por que Labão os chamou de “meus deuses” (Gênesis 31:30).] Quando Labão voltou para casa, ficou sabendo da partida de Jacó e descobriu que seus ídolos haviam desaparecido. Perseguiu Jacó e sua família e, após sete dias, alcançou-os.

  • Por que vocês acham que Jacó e sua família decidiram partir sem contar a Labão?

Peça a alguns alunos que se revezem na leitura em voz alta de Gênesis 31:24–29. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique como o Senhor estava com Jacó.

  • De acordo com o versículo 27, o que Labão alegou que teria feito se Jacó não tivesse partido em segredo?

  • O que vocês acham que Labão poderia estar planejando fazer a Jacó antes que o Senhor falasse com ele no sonho?

  • De acordo com os versículos 24 e 29, como o Senhor cumpriu Sua promessa de que estaria com Jacó (ver versículo 3)?

Resuma Gênesis 31:30–40 e explique que Labão vasculhou o acampamento de Jacó procurando seus ídolos, mas não os encontrou porque Raquel os havia escondido embaixo de uma almofada que ela usava quando montava em um camelo. Depois que Labão terminou de procurar os ídolos, Jacó relembrou como Labão o havia tratado mal em inúmeras ocasiões nos 20 anos precedentes.

Peça a um aluno que leia Gênesis 31:41–42 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jacó disse a Labão.

  • Que evidências vocês veem nesses versículos de que o Senhor cumpriu Sua promessa de estar com Jacó?

Resuma Gênesis 31:43–55 e explique que Jacó e Labão fizeram um convênio de que não feririam um ao outro. Labão então retornou à sua própria terra.

Gênesis 32:1–21

Jacó se preocupa com a possibilidade de Esaú buscar vingança contra ele e sua família

Peça aos alunos que imaginem que tiveram um problema grave e pedem o conselho de um amigo de confiança. O amigo escuta com atenção o problema e depois diz: “Ore a respeito”.

  • O que vocês pensariam se tivessem recebido esse conselho?

Saliente que, embora sempre seja importante orar, podemos aprender uma importante lição com o que Jacó fez depois de ter orado sobre a possibilidade de Esaú buscar vingança contra ele.

Peça a vários alunos que se revezem para ler em voz alta Gênesis 32:1–5. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jacó fez em sua jornada de volta à sua terra natal. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

  • Por que vocês acham que Jacó enviou mensageiros a Esaú?

Peça a um aluno que leia Gênesis 32:6–8 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jacó ficou sabendo e como reagiu.

  • O que Jacó descobriu por meio desses mensageiros?

  • Como ele reagiu à notícia?

  • Por que Jacó “temeu muito e angustiou-se” (versículo 7) ao saber que Esaú estava chegando com 400 homens?

Peça a um aluno que leia Gênesis 32:9–12 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que mais Jacó fez depois de receber notícias a respeito de Esaú. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

  • O que mais lhes chamou a atenção na oração de Jacó?

  • Como a oração de Jacó ilustra sua fé no princípio anotado no quadro?

Peça a vários alunos que se revezem para ler em voz alta Gênesis 32:13–18. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jacó fez depois de orar pedindo a ajuda de Deus.

  • O que Jacó fez depois de ter orado pedindo ajuda? (Você pode ter de explicar-lhes que Jacó instruiu seus servos a dividir quase 600 de seus animais em vários grupos e a entregá-los, um grupo por vez, a Esaú como presente.)

  • Com base no exemplo de Jacó, o que devemos fazer, depois de orar pedindo ajuda, quando surgirem dificuldades? (Depois que os alunos responderem, escreva o seguinte princípio no quadro: Quando enfrentamos dificuldades, devemos orar sinceramente pedindo ajuda e depois fazer tudo o que pudermos para vencê-las.)

  • Como o fato de orarmos pedindo auxílio nos ajuda a saber o que podemos fazer para vencer nossas dificuldades?

  • Por que é importante que, depois de orar, também façamos tudo o que pudermos para vencer nossas dificuldades?

Peça aos alunos que pensem numa dificuldade que estão tendo atualmente. Incentive-os a orar pedindo ajuda e a fazer tudo o que puderem para vencer a dificuldade. Explique-lhes que o Senhor pode inspirá-los a saber o que fazer para ajudá-los a vencer a dificuldade. Você pode pedir-lhes que escrevam algumas coisas que podem fazer para vencer o desafio após orarem pedindo ajuda.

Gênesis 32:22–32

Jacó busca uma bênção do Senhor, e o Senhor muda o nome de Jacó para Israel

Escreva no quadro a palavra luta. Pergunte aos alunos como eles explicariam o significado da palavra luta. Você pode salientar que a palavra luta pode referir-se a mais do que um esporte físico. Peça aos alunos que procurem princípios importantes ao estudarem a experiência de Jacó que está registrada em Gênesis 32:22–32.

Resuma Gênesis 32:22–23 e explique que, na véspera do dia em que Jacó iria encontrar-se com Esaú, ele enviou sua família adiante dele para cruzar o Rio Jaboque. Jacó sabia que teria de encarar o irmão no dia seguinte. Ele provavelmente sentia-se preocupado com o que aconteceria e queria ficar sozinho.

Peça a um aluno que leia Gênesis 32:24–26 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que aconteceu a Jacó na noite anterior a seu encontro com Esaú. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

Você pode sugerir aos alunos que marquem a frase “Não te deixarei ir, se não me abençoares” no versículo 26. Explique-lhes que a bênção que Jacó buscava pode ter sido a confirmação do Senhor de que ele e sua família estariam seguros diante de Esaú. Embora não saibamos exatamente o que aconteceu aqui, sabemos que Jacó lutou a noite inteira por uma bênção que ele acabou recebendo. Isso representa o grande esforço feito por Jacó ao buscar essa bênção do Senhor.

  • Por que uma luta é um bom modo de descrever o que precisamos fazer ao buscarmos bênçãos do Senhor?

  • O que podemos aprender com o exemplo de Jacó sobre como obter bênçãos do Senhor? (Depois que os alunos responderem, escreva o seguinte princípio no quadro: Às vezes, pode ser que tenhamos de nos esforçar muito ao buscarmos a ajuda e as bênçãos do Senhor.)

  • Por que vocês acham que o Senhor exige que nos esforcemos muito antes de recebermos algumas bênçãos?

Peça a um aluno que leia Gênesis 32:27–30 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique as bênçãos que Jacó recebeu depois de se esforçar muito para buscar a ajuda do Senhor. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

  • Qual foi o novo nome que o Senhor deu a Jacó?

Explique-lhes que o nome Israel significa “aquele que prevalece com Deus” (Bible Dictionary na Bíblia SUD em inglês, “Israel”).

Explique-lhes que os descendentes de Jacó são conhecidos como a casa de Israel. Se formos fiéis aos convênios que fizermos com Deus, vamos nos qualificar para a plenitude das bênçãos que Deus prometeu a Abraão e a seus descendentes, e vamos recebê-las. Escreva o seguinte princípio no quadro: Vamos prevalecer com Deus ao fazermos e guardarmos convênios sagrados.

  • O que significa prevalecer com Deus? (Significa que, ao persistirmos em sincera oração, podemos receber a certeza de que o Pai Celestial vai conceder-nos as bênçãos que buscamos.)

Você pode prestar testemunho desse princípio.

Para encerrar, recapitule brevemente os princípios que os alunos descobriram hoje. Peça aos alunos que ponderem como colocariam em prática as verdades que aprenderam e convide-os a fazê-lo.

Comentários e Informações Históricas

Gênesis 31:14–16. “Pois vendeu-nos, e comeu de todo o nosso dinheiro”

“É importante observar que tanto Raquel como Lia concordaram que era justo o marido deixar a casa de Labão. Elas também ressaltaram que nada receberam da parte do pai, por ele ser um homem muito ambicioso. Um estudioso da Bíblia fez o seguinte comentário para esclarecer a amargura demonstrada pelas duas mulheres:

‘O dote era uma parte importante do casamento. Encontramos esse costume registrado pela primeira vez numa experiência vivida por Jacó, que trabalhou durante sete anos para Labão, a fim de ganhar um dote para Raquel (Gênesis 29:18). O pagamento relativo ao serviço por ele prestado pertencia à noiva, passando a ser seu dote; assim sendo, Raquel e Lia podiam dizer, com justa indignação, que haviam sido ‘vendidas’ por seu pai, já que este não lhes pagara o dote que lhes era devido (Gênesis 31:14,15). O dote era o capital da família; representava uma segurança para a esposa caso ocorresse um divórcio por culpa do marido. Se a esposa, entretanto, fosse a causa da separação, perdia o direito a ele. O dote não podia ser alienado dos filhos. Há algumas indicações de que o valor normal de um dote era o equivalente a três anos de salário. Essa importância era fornecida pelo pai do noivo, ou pelo nubente, por meio de serviços prestados, e sua finalidade era auxiliar a melhorar a vida econômica da nova família. Ao pai era concedido o privilégio de acrescentar uma contribuição ao dote e era costumeiro que ele o fizesse, porém o dote básico era dado pelo noivo, ou por sua família. Assim sendo, constituía-se numa bênção do pai sobre o casamento do filho, num teste do caráter do jovem, no caso de ter que trabalhar para fornecê-lo’ (Rousas John Rushdoony, The Institutes of Biblical Law, 1973, pp. 176–177)” (O Velho Testamento, Manual do Aluno: Gênesis a II Samuel, manual do Sistema Educacional da Igreja, 1984, pp. 86–87).

Gênesis 31:19. O que eram os ídolos de Labão?

“Existe muita controvérsia entre os estudiosos sobre em que consistiam os ídolos roubados por Raquel e o que representavam. A palavra hebraica que algumas vezes é usada para designar ídolos pequenos, ou falsos deuses, é terafim. Alguns tradutores dão a esse vocábulo o significado de ‘deuses domésticos’. (…) Certo erudito apresentou a teoria de que os ídolos em questão tinham estreito relacionamento com os direitos legais relativos à herança (ver D. Guthrie and J. A. Motyer, eds., The New Bible Commentary, p. 104). Se essa afirmação for correta, aquele que possuísse os terafim teria o direito de herdar os bens do pai. Essa circunstância esclarecia que Raquel levou as imagens, porque Labão lhe havia ‘roubado’ a herança (ver Gênesis 31:14–16). Isso também explicaria a razão por que Labão ficou transtornado com aquela perda, e o severo castigo que Jacó se propôs a aplicar ao ofensor (ver Gênesis 31:31)” (O Velho Testamento, Manual do Aluno: Gênesis a II Samuel, manual do Sistema Educacional da Igreja, 1984, p. 87).

Gênesis 32:9–11. A oração de Jacó pedindo ajuda

O Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou que devemos levar adiante nossas decisões com base nas respostas que o Senhor nos concede:

“Quando Ele responde sim, é para dar-nos confiança.

Quando responde não, é para evitar que erremos.

Quando não responde, é para que nos desenvolvamos por meio da fé Nele, da obediência a Seus mandamentos e da disposição para agir de acordo com a verdade. Espera-se que assumamos a responsabilidade por nossos atos e tomemos uma decisão condizente com Seus ensinamentos, sem primeiro receber uma confirmação. Não devemos ficar sentados esperando passivamente nem devemos queixar-nos porque o Senhor não Se manifestou. Devemos agir” (“Arbítrio e Respostas: Reconhecer a Revelação”, A Liahona, junho de 2014, p. 48).

Gênesis 32:24–32. A luta de Jacó com um anjo

“A maioria dos estudiosos acredita que Jacó lutou com um anjo, porém o Presidente Joseph Fielding Smith esclareceu por que não podemos crer em semelhante afirmação:

‘Quem lutou com Jacó no Monte Peniel? As escrituras dizem que foi um homem. Os intérpretes da Bíblia afirmam ter sido um anjo. É bem mais provável que tenha sido um mensageiro enviado a Jacó para abençoá-lo. Pensar-se que lutou com um anjo e segurou-o para que não escapasse está fora de questão. O termo anjo, quando usado nas escrituras, refere-se às vezes a mensageiros portadores de alguma instrução importante’ (Doutrinas de Salvação, comp. Bruce R. McConkie, 3 vols., 1954–1956, vol. I, pp. 18–19)” (O Velho Testamento, Manual do Aluno: Gênesis a II Samuel, manual do Sistema Educacional da Igreja, 1984, p. 87).

Embora grande parte do que aconteceu em Peniel [também grafada Penuel (ver versículo 31)] não esteja clara, as escrituras indicam que uma experiência sagrada ocorreu ali. Uma luta espiritual geralmente precede as revelações vigorosas. Por exemplo: quando Enos, Alma e Joseph Smith buscaram sinceramente receber bênçãos do Senhor, eles vivenciaram uma “luta” assim (ver Enos 1:1–5; Alma 8:10; Joseph Smith—História 1:13–17). A luta que Jacó teve pode ter sido uma experiência espiritual semelhante.