Lição 107
Jó 1–16
Introdução
Jó, um homem justo, temente a Deus, passou por sérias provações e angústias. Perdeu todas as suas propriedades, seus filhos morreram e ainda passou por grande sofrimento físico. Em meio a esse sofrimento, Jó recebeu a visita de três amigos. Embora os amigos de Jó pretendessem consolá-lo, eles o acusaram de transgredir os mandamentos.
Sugestões Didáticas
Jó 1:1–2:10
Jó sofre a perda de seus bens e filhos e é afligido por úlceras
Peça aos alunos que meditem sobre as seguintes questões:
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Em geral, qual é sua reação quando algo ruim acontece com você?
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Como reagiria se algo ruim lhe acontecesse sem você fazer nada para merecê-lo?
Explique-lhes que o livro de Jó fala sobre um homem que passou por sérias adversidades e aflições. Algumas pessoas acham que Jó é um personagem fictício, mas tanto as escrituras modernas quanto as antigas esclarecem que Jó realmente existiu e que passou por um sofrimento verdadeiro (ver Ezequiel 14:14, 20; Tiago 5:11; D&C 121:10). Durante o estudo de Jó 1–16, incentive os alunos a procurar princípios que possam ajudá-los quando eles ou alguém que conheçam enfrentarem provações.
Peça a um aluno que leia Jó 1:1–3 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e procure palavras ou frases que descrevam Jó.
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Que palavras ou frases vocês encontraram que descrevem Jó? (Você pode explicar que a palavra íntegro, no versículo 1, não significa que Jó não tinha pecados. Em vez disso, significa que Jó era fiel em guardar os mandamentos de Deus. Aqueles que guardam os mandamentos e perseveram até o fim um dia se tornarão perfeitos pela Expiação de Jesus Cristo.)
Explique-lhes que Jó 1:6–12 contém uma versão poética de uma conversa entre o Senhor e Satanás, que se tornou o adversário da humanidade após sua rebelião no Conselho dos Céus (ver Moisés 4:1–4; Guia para Estudo das Escrituras, “Diabo”; scriptures.LDS.org). (Você pode dizer aos alunos que satanás é uma palavra hebraica que significa “adversário”; esses versículos em Jó 1 usam a forma hassatan, que significa “o adversário”, que descreve a função do diabo aqui.) Peça a três alunos que leiam Jó 1:6–12 em voz alta, designando um para que leia as palavras do narrador, outro as palavras do Senhor e o terceiro as palavras de Satanás. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Satanás alegou a respeito de Jó.
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De acordo com os versículos 9–10, o que Satanás alegou sobre Jó? (Satanás alegou que Jó temia e adorava a Deus somente porque o Senhor o havia abençoado e protegido.)
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De acordo com o versículo 11, o que Satanás disse que Jó faria se lhe fossem retiradas a proteção e as bênçãos? (Satanás disse que Jó amaldiçoaria a Deus.)
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De acordo com o versículo 12, o que o Senhor permitiu que Satanás fizesse? Que limites o Senhor colocou no poder de Satanás para testar Jó? (Satanás teve permissão para afligir Jó em tudo, mas não poderia causar-lhe nenhum dano físico.)
Saliente que, ao contrário do que está escrito em Jó 1:6–12 (e um relato parecido em Jó 2:1–6), o Senhor não fez realmente nenhum acordo com Satanás. As conversas entre o Senhor e Satanás no livro de Jó são apresentadas numa narrativa poética cuja tônica é o papel de Satanás como nosso adversário. Na realidade, o Senhor tem poder sobre Satanás e não tem necessidade de barganhar com ele.
Peça a alguém que leia Jó 1:13–19 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique tudo o que Jó possuía.
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Se vocês fossem Jó, que perguntas ou sentimentos teriam depois de sofrer todas essas perdas?
Peça a um aluno que leia Jó 1:20–22 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique como Jó reagiu diante dessas provações.
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Como Jó demonstrou fé em Deus ao passar por essas provações?
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Que princípio aprendemos com o exemplo de Jó ao enfrentar essas dificuldades? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas certifique-se de que eles identifiquem o seguinte princípio: Podemos escolher ter fé em Deus mesmo em meio às provações. Usando as palavras dos alunos, escreva esse princípio no quadro.)
Resuma Jó 2:1–2, explicando que esses versículos contêm outra versão poética de uma conversa entre o Senhor e Satanás. Peça a três alunos que leiam Jó 2:3-6 em voz alta, designando um para que leia as palavras do narrador, outro as palavras do Senhor e o terceiro as palavras de Satanás. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o Senhor e Satanás disseram a respeito de Jó.
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De acordo com o versículo 3, o que o Senhor disse sobre Jó?
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O que Satanás alegou sobre Jó? (Satanás disse que se Jó sofresse fisicamente, ele amaldiçoaria a Deus.)
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O que o Senhor permitiu que Satanás fizesse? (Causar-lhe sofrimento físico, mas não matá-lo.)
Peça a um aluno que leia em voz alta Jó 2:7–9. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que aconteceu com Jó depois disso.
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Como Jó sofreu desta vez? O que são úlceras malignas? (Úlceras malignas são furúnculos, um problema de pele muito doloroso.)
Você pode explicar que caco, nesse contexto, é um pedaço de cerâmica quebrada. Jó estava usando um caco de cerâmica para tentar raspar a pele ferida.
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O que a mulher de Jó disse que ele deveria fazer?
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De que maneira podemos ser tentados a amaldiçoar a Deus e nos afastarmos Dele durante nossas provações?
Peça a um aluno que leia Jó 2:10 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique como Jó reagiu às aflições.
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Como Jó continuou a demonstrar fé em Deus durante suas provações?
Chame a atenção para o princípio escrito no quadro. Para ajudar os alunos a entender e sentir a veracidade e a importância desse princípio, pergunte:
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O que podemos fazer para demonstrar fé em Deus durante nossas provações?
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Quem vocês admiram por escolher ter fé em Deus durante as provações? De que maneira essa pessoa demonstrou fé em Deus?
Jó 2:11–16:22
Jó e três amigos debatem sobre o motivo dos infortúnios de Jó
Peça aos alunos que pensem se já tiveram um amigo que os ajudou num momento de dificuldade.
Resuma Jó 2:11–13, explicando que os três amigos de Jó — Elifaz, Bildade e Zofar — foram visitar Jó com o intuito de consolá-lo em suas aflições. Jó expressa alguns sentimentos e ideias a seus amigos. Peça a alguns alunos que se revezem na leitura em voz alta de Jó 3:1–4, 25; 6:1–3. Peça e à classe que acompanhe a leitura e identifique quais foram as ideias e os sentimentos que Jó teve por causa de suas provações.
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O que Jó sentiu e pensou ao passar por tantas dificuldades?
Resuma Jó 4–16, explicando que os três amigos de Jó disseram que, na opinião deles, os sofrimentos de Jó eram devido a alguma coisa que ele havia feito de errado. Anote os seguintes nomes e estas referências de escritura no quadro:
Divida a classe em três grupos. Peça a cada grupo que estude as palavras de um dos amigos de Jó nas referências de escrituras anotadas no quadro. Peça-lhes que procurem frases que indiquem por que cada amigo acreditava que Jó merecia suas aflições. Peça a cada grupo que relate o que encontrou.
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Com base no que aprendemos sobre Jó, a razão de tamanhas aflições foram seus pecados? (Não.)
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Com a experiência de Jó, que princípio aprendemos sobre provações e dificuldades? (Os alunos podem dar várias respostas, mas assegure-se de que identifiquem o seguinte princípio: Provações e dificuldades ocorrem tanto na vida dos justos como dos iníquos.)
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Em sua opinião, por que é importante saber que provações e dificuldades ocorrem aos justos e iníquos?
Peça a um aluno que leia Jó 10:2, 15 em voz alta. Explique-lhes que esses versículos mostram que Jó disse que não sabia por que estava sofrendo aquelas aflições. Escreva a seguinte declaração incompleta no quadro: Embora não saibamos os motivos pelos quais somos provados, podemos…
Peça aos alunos que ponderem como completariam essa frase ao continuarem a estudar as palavras de Jó. Peça a alguém que leia Jó 13:13-16 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Jó disse que faria, independentemente de qualquer coisa que acontecesse com ele.
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O que Jó disse que faria? (Confiaria no Senhor.)
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Com base no exemplo de Jó, como vocês completariam a frase do quadro? (Usando as palavras dos alunos, complete o princípio de maneira que transmita a seguinte ideia: Embora não saibamos os motivos pelos quais somos provados, devemos continuar a confiar no Senhor.)
Para ajudar os alunos a entender esse princípio, peça a um aluno que leia em voz alta a declaração a seguir do Élder Richard G. Scott, do Quórum dos Doze Apóstolos. (Você pode entregar uma cópia da declaração a cada aluno.) Peça-lhes que acompanhem a leitura e identifiquem o que pode nos impedir de confiar no Senhor e o que podemos fazer para desenvolver essa confiança.
“Ao nos depararmos com a adversidade, somos levados a fazer muitas perguntas. Algumas servem a um bom propósito; outras não. Fazer perguntas como ‘Por que isto tinha de acontecer comigo?’, ou ‘Por que tenho que passar por isso agora?’, ‘O que foi que fiz para causar isso?’, não nos levará a lugar algum. Não adianta nada fazer perguntas que refletem oposição à vontade de Deus. Em vez disso, pergunte: ‘O que devo fazer?’ O que tenho que aprender com essa experiência? Em que devo mudar? A quem devo ajudar? Como podemos lembrar-nos das muitas bênçãos em época de provação? (…)
Esta vida é uma experiência de profunda confiança— confiança em Jesus Cristo, em Seus ensinamentos, em nossa capacidade de, guiados pelo Santo Espírito, obedecer [a esses] ensinamentos. (…) Confiar significa obedecer de boa vontade, mesmo sem conhecer o fim desde o começo (ver Provérbios 3:5–7). A fim de produzir frutos, a confiança no Senhor deve ser mais forte e duradoura que a confiança em nossos sentimentos pessoais e nossa experiência” (ver “Confie no Senhor” A Liahona, novembro de 1995, p. 17).
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De acordo com o Élder Scott, que tipo de perguntas devemos fazer quando estivermos passando por provações que vão nos ajudar a desenvolver mais confiança no Senhor?
Peça aos alunos que reflitam novamente sobre a declaração do Élder Scott e pensem no que vão fazer para mostrar mais confiança em Deus. Você pode pedir a alguns alunos que contem para a classe o que vão fazer para mostrar confiança no Senhor.
Encerre esta lição testificando a respeito do amor de Deus por todos nós. Incentive os alunos a agir de acordo com a inspiração que receberam do Espírito para depositar sua fé e confiança no Senhor.