Seminário
Lição 116: Isaías 1–2


Lição 116

Isaías 1–2

Introdução

O Senhor mostrou a Isaías, em uma visão, a apostasia de Israel e ordenou que o povo se arrependesse e se purificasse. Isaías profetizou que a casa do Senhor seria estabelecida nos últimos dias e que os orgulhosos seriam humilhados na Segunda Vinda do Salvador.

Sugestões Didáticas

Isaías 1

Isaías escreve as palavras com que o Senhor descreve a apostasia da casa de Israel

Peça a um aluno que leia em voz alta as seguintes situações. Peça à classe que preste atenção nos indicadores da situação espiritual do rapaz e da moça citados.

  1. Certo rapaz vai à Igreja todos os domingos e assiste às aulas do Seminário regularmente. Com frequência, esse mesmo rapaz diz palavrões, assiste a programas e filmes impróprios e é cruel com os irmãos mais novos.

  2. Certa moça nunca falta ao Seminário, sempre vai à Igreja e, recentemente, recebeu o certificado do Progresso Pessoal; mas, em geral, ela faz o que é certo mais para agradar os pais e para ser notada pelos outros. Na escola, ela e as amigas zombam das pessoas que consideram diferentes.

  • Que elementos servem de indicadores de que esse rapaz e essa moça talvez não estejam bem espiritualmente, apesar de ambos frequentarem regularmente a Igreja e o Seminário?

  • Que problemas podem resultar das escolhas desse rapaz e dessa moça?

Diga que, assim como o rapaz e a moça das situações citadas, os israelitas da época de Isaías aparentemente praticavam os mandamentos, mas, no íntimo, estavam cheios de pecados e não se arrependiam. Peça aos alunos que, ao estudar Isaías 1, procurem princípios que possam ajudá-los a cumprir os mandamentos de coração e não apenas mecanicamente.

Sugere-se que, para ajudar os alunos a entender o contexto histórico dos escritos de Isaías, você peça-lhes que consultem o auxílio “Visão Geral dos Reinos de Israel e Judá” (ver a lição 102). Peça aos alunos que localizem “Isaías” no auxílio. Explique-lhes que Isaías ministrou em Jerusalém cerca de 40 anos. Ele morreu aproximadamente cem anos antes de Leí e sua família saírem de Jerusalém. Jesus Cristo ensinou: “Grandes são as palavras de Isaías. Porque ele certamente falou sobre todas as coisas relativas a meu povo, que é da casa de Israel; portanto é preciso que ele fale também aos gentios” (3 Néfi 23:1–2). Muitos dos ensinamentos de Isaías se referem diretamente aos nossos dias.

Peça a um aluno que leia Isaías 1:1–4 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique palavras e frases que descrevam a situação espiritual dos israelitas do tempo de Isaías.

  • Que palavras ou frases vocês encontraram que indicam a situação espiritual dos israelitas?

Saliente que, ao registrar as palavras do Senhor, Isaías muitas vezes empregava uma forma poética chamada de paralelismo. O paralelismo ocorre quando o escritor expressa determinada ideia e, depois, utiliza uma estrutura frasal semelhante para repetir ou contrastar essa mesma ideia usando outras palavras.

Peça aos alunos que releiam Isaías 1:2 e identifiquem um exemplo de paralelismo.

  • Que exemplo de paralelismo encontraram? (Talvez os alunos mencionem o trecho: “Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, tu, ó terra”.)

  • Que ideia Isaías expressou com essas palavras? (Chamou as pessoas de todo o mundo a ouvirem às palavras que o Senhor lhe revelara.)

Diga aos alunos que Isaías também empregava figuras de linguagem para ilustrar conceitos. Peça aos alunos que releiam Isaías 1:3 e identifiquem as figuras de linguagem empregadas por Isaías.

  • Que figuras de linguagem Isaías empregou? (Diga que “manjedoura” é o recipiente usado para alimentar os animais.)

  • A que Isaías comparou o boi e o jumento? (Comparou-os aos israelitas rebeldes, que não conheciam o Senhor e não reconheciam o alimento espiritual e físico que Ele lhes proporcionava.)

Explique aos alunos que, quando identificamos o uso do paralelismo poético e de figuras de linguagem nos escritos de Isaías, fica mais fácil compreendê-los.

Peça a um aluno que leia Isaías 1:5–9 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique como as pessoas eram afetadas pela própria iniquidade. (Sugere-se que você explique aos alunos que, no versículo 8, a expressão “filha de Sião” refere-se à Jerusalém e a seus habitantes.)

  • Em sua opinião, o que as palavras de Isaías revelam da situação espiritual do povo, quando o descrevem como estando coberto de “feridas, e inchaços, e chagas podres” (Isaías 1:6)?

  • A quais cidades iníquas Isaías comparou os israelitas?

Resuma Isaías 1:10–15, explicando que, naquela época, apesar de serem iníquos, os israelitas continuavam a oferecer sacrifícios no templo e observavam os rituais de ocasiões religiosas, como a Páscoa.

Para ilustrar a situação espiritual do povo, mostre um copo de vidro limpo, incolor e transparente contendo água. Enquanto os alunos observam, acrescente uma ou duas gotas de anilina vermelha à água.

  • Como as intenções do coração dos israelitas são comparáveis a esta água? (Suas intenções estavam contaminadas pelo pecado.)

  • Como o copo pode ser comparado ao comportamento visível dos israelitas? (O copo está limpo por fora.)

Peça à classe que leia rapidamente Isaías 1:11–15 e identifique palavras ou frases que descrevam o que o Senhor sentia diante das ofertas insinceras dos israelitas.

  • Que palavras ou expressões indicam o que o Senhor sentia diante das ofertas insinceras dos israelitas? (Algumas respostas possíveis são: “De que me serve”, “nem me agrado” e “escondo de vós os meus olhos”. Talvez seja preciso explicar-lhes que “ofertas vãs” são as ofertas religiosas que não são feitas de coração.)

  • Já que as pessoas estavam formalmente cumprindo os mandamentos, por que o Senhor rejeitou suas ofertas?

  • Para o Senhor, o que é mais importante do que a prática mecânica de atos de devoção? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas certifique-se de que identifiquem esta verdade: Nossos atos de devoção a Deus são mais significativos quando as intenções de nosso coração são puras.)

Peça a um aluno que leia Isaías 1:16–19 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que Senhor exorta que seja feito por aqueles que sofrem devido aos próprios pecados.

  • O que o Senhor ordenou que os israelitas fizessem?

  • Como o Salvador nos ajuda a purificar-nos? (Por meio do poder da Expiação.)

  • Quais princípios de arrependimento e perdão aprendemos com esses versículos? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas certifique-se de esclarecer que, se nos arrependermos sinceramente, podemos ser purificados de todos os nossos pecados por meio da Expiação de Jesus Cristo.)

Acrescente uma colher de sopa (uma tampinha ou 15 ml) de água sanitária à água do copo e mexa levemente. A água começará a clarear imediatamente. Até o final da aula, deve voltar a ficar tão cristalina quanto antes da adição da anilina. (Não deixe os alunos beberem dessa água, pois a água sanitária é altamente tóxica.)

  • Como a Expiação do Salvador é comparável à água sanitária? (Assim como a água sanitária, a Expiação do Salvador tem ação purificadora, mas temos que optar por deixar que a Expiação atue em nossa vida. Para isso, precisamos exercer fé em Cristo e arrepender-nos de nossos pecados.)

Peça a um aluno que leia novamente as duas situações do início da aula. Peça aos alunos que expliquem o que o rapaz e a moça poderiam fazer para arrependerem-se e purificarem-se por meio da Expiação do Salvador.

Preste seu testemunho de que a Expiação de Jesus Cristo pode ajudar-nos a purificar-nos. Peça aos alunos que façam uma pausa para ponderar o que precisam fazer para tornarem-se puros; incentive-os a seguir as inspirações que receberem.

Para resumir Isaías 1:20–24, explique à classe que o Senhor disse aos israelitas que, se não mudassem, continuariam a sofrer. Entretanto, lemos nos versículos 25–26 que Ele prometeu que, nos últimos dias, redimiria Seu povo.

Isaías 2

Isaías profetiza que a casa do Senhor seria estabelecida nos últimos dias

Dê um lápis e um papel em branco para cada aluno. Peça à turma que faça uma leitura silenciosa de Isaías 2:1–5 e desenhe as coisas descritas por Isaías. Após dar-lhes tempo suficiente, peça a cada aluno que explique o próprio desenho para outro aluno. Se desejar, convide um ou dois alunos para mostrar e explicar à classe o que desenharam.

  • De acordo com o versículo 2, quando acontecerão as coisas citadas nos versículos 1–5?

  • Em sua opinião, como essas profecias estão se cumprindo em nossos dias?

Explique à classe que Isaías profetizou muitos acontecimentos dos últimos dias e que, muitas vezes, essas profecias eram expressas em uma linguagem simbólica. Muitas profecias têm mais de um significado, e isso também acontece com certos escritos de Isaías. Ou seja, essas profecias podem aplicar-se a mais de uma situação e podem cumprir-se mais de uma vez. Isso é às vezes chamado de dualidade.

  • Em sua opinião, por que Isaías chamou o templo de “monte do Senhor”?

  • De acordo com o versículo 3, por que, nos últimos dias, as pessoas teriam o desejo de ir ao templo?

  • O que esses versículos nos ensinam sobre o que acontece quando vamos ao templo? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas certifique-se de que fique bem claro que, quando vamos ao templo, o Senhor nos ensina Seus caminhos.)

Peça a um aluno que leia em voz alta a seguinte declaração do Presidente Boyd K. Packer, do Quórum dos Doze Apóstolos. Peça à classe que preste atenção nas bênçãos que nos são prometidas se frequentarmos o templo.

Presidente Boyd K. Packer

“O templo é uma excelente escola. É uma casa de aprendizado. No templo, mantém-se uma atmosfera propícia para a instrução sobre assuntos profundamente espirituais. (…) Se vocês forem ao templo e recordarem que os ensinamentos são simbólicos e mantiverem o espírito correto, será impossível saírem dele sem que sua visão tenha sido ampliada, sem que se sintam enaltecidos e sem que tenham adquirido um conhecimento maior das coisas espirituais” (“O Templo Sagrado”, A Liahona, outubro de 2010, p. 33).

  • De que forma ir ao templo ou estudar sobre o templo já o ajudou a aprender os caminhos do Senhor?

Incentive os alunos a se empenharem em aprender as coisas do Senhor e os Seus caminhos, por meio da frequência ao templo ou da preparação, para lá entrar e participar de ordenanças sagradas.

Para resumir Isaías 2:6–22, diga que os israelitas da época de Isaías tinham obsessão por riquezas e eram idólatras. Isaías profetizou que, por ocasião da Segunda Vinda, os orgulhosos e poderosos seriam humilhados devido a suas transgressões.

Sugere-se que você encerre esta lição prestando seu testemunho dos princípios abordados em aula.

ícone de domínio das escrituras
Domínio das Escrituras — Isaías 1:18

Para ajudar os alunos a memorizar Isaías 1:18, escreva o texto da escritura no quadro. Peça aos alunos que leiam a escritura juntos, em voz alta. Peça a um aluno que apague algumas das palavras do quadro; depois, peça aos alunos que leiam a escritura juntos, em voz alta novamente. Repita o processo, chamando outros alunos para apagar palavras do quadro. Repita o processo até todas as palavras terem sido apagadas e os alunos conseguirem recitar a escritura de cor.

Comentários e Informações Históricas

Isaías 1–66. A importância de estudar os escritos de Isaías

O Élder Bruce R. McConkie, do Quórum dos Doze Apóstolos, ensinou o quanto é importante estudar os escritos de Isaías:

“Se nossa salvação eterna depender de nossa capacidade de entender os escritos de Isaías tão clara e plenamente como Néfi os entendia (e talvez dependa mesmo!), como nos sairemos naquele grande dia no qual, junto com Néfi, estaremos diante do agradável tribunal Daquele que disse: ‘Grandes são as palavras de Isaías’? (3 Néfi 23:1.) (…)

E por que Néfi ou Isaías haveriam de saber qualquer coisa que não nos seja revelada? Será que Deus, que não faz acepção de pessoas, não trata igualmente todos os filhos? Não terá Ele nos prometido que nos revelaria aquilo que revelou a eles? E não terá Ele declarado os termos e as condições de Sua lei que precisamos cumprir para que isso ocorra?” (“Ten Keys to Understanding Isaiah” [Dez Chaves para Entender Isaías], Ensign, outubro de 1973, p.78.)

Isaías 2:2. A multiplicidade de significados nos textos de Isaías: “o monte da casa do Senhor”

Dualismo e termos esotéricos. Como acontece frequentemente nos pronunciamentos proféticos, certos escritos de Isaías têm duplo sentido, isto é, podem ser aplicados em mais de um sentido ou cumprir-se mais de uma vez. Além disso, Isaías às vezes combina frases dualistas com termos dirigidos a determinado grupo, ou que só esse grupo é capaz de entender. Essa linguagem esotérica traz à mente conceitos religiosos que só quem tem a devida formação religiosa entende prontamente sem maiores explicações. Por exemplo, Isaías 2:2 diz que o ‘monte da casa do Senhor’ seria firmado ‘no cume dos montes’. Segundo o Presidente Harold B. Lee, a expressão ‘monte da casa do Senhor’ diz respeito tanto a ‘um lugar como a um povo justo’ (“The Way to Eternal Life” [O Caminho da Vida Eterna], Ensign, novembro de 1971, p. 15). O estabelecimento do ‘monte da casa do Senhor no cume dos montes’ cumpriu-se com a vinda dos pioneiros para estabelecer a Igreja e o templo nos cumes das montanhas de Utah (ver Lee, “The Way to Eternal Life” [O Caminho da Vida Eterna], p. 15) e ainda será cumprido [com a construção do Templo na Nova Jerusalém (ver D&C 57:1–3) e] com a volta de Judá para Jerusalém, onde a casa do Senhor será edificada (ver D&C 133:13). Aplica-se em geral aos lugares em que estão presentes o poder e a autoridade de Deus, e onde Ele Se comunica com Seu povo. A afirmação ‘e concorrerão a ele todas as nações’ (Isaías 2:2) pode referir-se tanto à chegada dos santos aos vales das montanhas de Utah como à coligação geral dos santos em Sião. O termo Sião (v. 3) também tem vários sentidos. Refere-se à Nova Jerusalém na América, à Jerusalém de Judá e também ao povo do Senhor ou a seus locais de coligação em todo mundo. Utilizando termos como esses, Isaías transmite profundas mensagens espirituais aos que entendem o significado especial de sua linguagem. (…)

Essa riqueza de linguagem e sentido parece ser o que Néfi tinha em mente, ao falar do modo de profetizar entre os judeus. Há frequentes referências à lei de Moisés, extenso uso de linguagem figurada, metáforas, frases e expressões com sentido dualista e esotérico. Ainda que o leitor moderno não entenda plenamente a cultura e a vida da antiga Israel, o entendimento das técnicas e dos recursos usados por Isaías para comunicar sua mensagem permite-lhe compreender bem melhor Isaías” (O Velho Testamento, Manual do Aluno: I Reis a Malaquias, manual do Sistema Educacional da Igreja, 1984, p. 133).

Isaías 2:2–3, 5. A multiplicidade de significados nos textos de Isaías: “de Sião sairá a lei”

Na dedicação do Centro de Conferências em Salt Lake City, em 8 de outubro de 2000, o Presidente Gordon B. Hinckley citou Isaías 2:2–3, 5 e declarou: “Creio que essa profecia se aplique ao histórico e maravilhoso Templo de Salt Lake. Mas acredito também que se relacione a este edifício magnífico. Pois é deste púlpito que a lei de Deus sairá, junto com a palavra e o testemunho do Senhor” (“Este Grande Ano Milenar”, A Liahona, janeiro de 2001, p. 80).