Seminário
Lição 64: Números 15–19


Lição 64

Números 15–19

Introdução

Depois de os filhos de Israel terem se recusado a entrar na terra prometida, o Senhor lembrou-os das ordenanças de sacrifício que os ajudariam a receber perdão se eles se arrependessem. Ele deu-lhes mais instruções sobre como ofertar sacrifícios e guardar os convênios, provendo meios de redenção se o povo pecasse em ignorância. Disse também que, se as pessoas pecassem por rebeldia, suas iniquidades cairiam sobre elas e seriam cortadas do povo do Senhor. Um grupo de israelitas rebelou-se contra o Senhor e foi destruído. Com um milagre, o Senhor mostrou ao povo quem Ele tinha escolhido para liderá-los.

Sugestões Didáticas

Números 15

O Senhor explica as consequências dos pecados por ignorância e da rebelião consciente

Leia as seguintes situações para a classe:

  1. Um rapaz que é membro novo da Igreja está dirigindo um carro. Ele se aborrece com o motorista de outro veículo e começa a falar palavrões. Embora não tome o nome do Senhor em vão, sente de imediato que o Espírito Se afastou dele.

  2. Pouco antes de uma jovem começar a preencher os papéis para o serviço missionário, decide passar tempo com amigos que não estão fazendo boas escolhas. Quando lhe oferecem uma bebida alcoólica, ela decide aceitar, acreditando que sempre poderá se arrepender depois, se quiser, por isso ainda está apta a servir missão.

  • Vocês acham que as consequências para essas duas pessoas devem ser as mesmas ou diferentes? Por quê?

Escreva os títulos Por Ignorância (não intencional) e Conscientemente no quadro. Explique-lhes que Números 15 faz distinção entre duas atitudes do transgressor — aquele que peca deliberada e conscientemente e aquele que peca por ignorância ou comete um erro não intencional e sente-se culpado por ter ofendido a Deus.

Resuma Números 15:1–26 e explique que o Senhor ensinou os israelitas a respeito do arrependimento e sobre os sacrifícios que tinham de fazer depois que decidiram não seguir ao Senhor e recusaram-se a entrar na terra prometida.

O Senhor continuou a ensinar os israelitas sobre os pecados cometidos por ignorância ou sem intenção e aqueles cometidos conscientemente. Peça a um aluno que leia Números 15:27–29 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o sacerdote fazia por alguém que pecava por ignorância.

  • Como as ações do sacerdote poderiam simbolizar o que o Salvador faz por nós quando pecamos sem intenção ou por ignorância?

  • O que podemos aprender sobre a Expiação de Jesus Cristo com base nas instruções do Senhor nesses versículos? [Eles podem sugerir vários princípios e várias doutrinas diferentes, mas não deixe de salientar o seguinte: Se nos arrependermos, podemos ser perdoados de nossos pecados, inclusive dos que cometemos por ignorância, por meio da Expiação de Jesus Cristo. Escreva essa doutrina no quadro debaixo do título “Por Ignorância (Não intencional)”.]

Peça aos alunos que pensem em como essa doutrina pode consolar alguém que pecou por ignorância. Convide alguns alunos a contarem para a classe o que pensaram.

Peça a um aluno que leia Números 15:30–31 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o Senhor disse que aconteceria àqueles que quebrassem deliberadamente Seus mandamentos. Para ajudar os alunos a entender esses versículos, explique-lhes que a palavra temerariamente implica quebrar os mandamentos por vontade própria e conscientemente.

  • Em sua opinião, o que significa “desprezar a palavra do Senhor”?

  • O que o Senhor disse que aconteceria àqueles que conscientemente quebrassem Seus mandamentos?

  • O que vocês acham que significa a frase “sua iniquidade será sobre ela” no versículo 31? (A pessoa será responsável por seus pecados.)

Sob o título “Conscientemente” no quadro, escreva: Se quebramos conscientemente os mandamentos de Deus…

Peça aos alunos que resumam os ensinamentos do Senhor nesses versículos e completem a frase no quadro. Esse princípio pode ser explicado da seguinte forma: Se quebrarmos conscientemente os mandamentos de Deus e não nos arrependermos, seremos responsáveis por nossos pecados perante o Senhor. Usando as palavras dos alunos, complete o princípio do quadro.

  • Em sua opinião, o que significa ser responsável perante Deus?

Peça a um aluno que leia em voz alta a seguinte declaração do livreto Para o Vigor da Juventude:

“Algumas pessoas quebram os mandamentos de Deus conscientemente e planejam arrepender-se mais tarde, antes de ir ao templo ou servir uma missão, por exemplo. Esses pecados deliberados zombam da Expiação do Salvador” (Para o Vigor da Juventude, livreto, 2011, pp. 28–29).

  • De acordo com essa declaração, por que pecar conscientemente é tão grave?

Testifique que, embora sejamos responsáveis por nossos pecados, se nos arrependermos, podemos ser limpos graças à Expiação de Jesus Cristo. Incentive os alunos a se arrependerem de seus pecados para poderem ser perdoados.

Resuma Números 15:37–41 e explique que o Senhor disse ao povo que fizesse franjas na bainha das roupas para lembrá-los de guardar os mandamentos e assim permanecer santos.

Números 16–17

O Senhor destrói os israelitas rebeldes e mostra ao povo quem Ele escolheu para liderá-los

Peça aos alunos que façam uma lista de programas de televisão, filmes, músicas e jogos bastante conhecidos e apreciados. Depois de dar-lhes algum tempo, peça-lhes que reflitam como Satanás poderia usar esses meios para influenciá-los.

  • Devido ao fato de a mídia poder nos elevar ou prejudicar espiritualmente, como podemos detectar as influências que enfraqueceriam nossa espiritualidade?

  • Como podemos evitar essas influências se as pessoas a nosso redor as aceitam?

Explique-lhes que Números 16 contém o relato de um grupo de israelitas que pecou conscientemente e rebelou-se contra Moisés e Aarão. Esse relato ensina princípios que podem nos ajudar a evitar as influências daqueles que tentam nos persuadir a rebelar-nos contra Deus. Também ensina princípios que podem nos ajudar a saber quem o Senhor chamou para liderar Seu povo. Peça aos alunos que procurem esses princípios ao estudarem Números 16.

Peça a um aluno que leia Números 16:1–3 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique quem se rebelou contra Moisés e Aarão.

  • O que a frase “príncipes da congregação, homens de posição” nos diz a respeito daqueles que se rebelaram contra Moisés?

  • Do que Moisés e Aarão foram acusados por esses líderes? (De se colocarem acima do restante dos israelitas.)

Peça a um aluno que leia Números 16:4–7 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique qual foi a resposta de Moisés a esse grupo rebelde.

  • O que Moisés disse a Coré e seus seguidores?

Explique-lhes que um incensário era um recipiente para queimar o incenso que os sacerdotes carregavam ao realizar certas cerimônias religiosas no tabernáculo. Moisés disse a Coré e seus seguidores, que eram levitas e não estavam autorizados a administrar o sacerdócio maior (o de Melquisedeque), que trouxessem os incensários para o tabernáculo no dia seguinte. Disse-lhes também que o Senhor lhes mostraria quem Ele tinha escolhido para ser Seu servo autorizado.

Divida a classe em pequenos grupos e dê a cada grupo um pedaço de papel. Peça à classe que dobre o papel em quatro e escreva em cada lado as seguintes referências: Números 16:8–11; Números 16:12–15; Números 16:16–19 e Números 16:20–27. Peça aos alunos que leiam em grupo cada uma das referências e identifiquem a continuação da história. Peça-lhes que escrevam em cada lado do papel um resumo do que aconteceu. Depois de dar-lhes tempo suficiente, debata com a classe as seguintes perguntas:

  • De acordo com o versículo 10, o que Coré e seus seguidores queriam? (Saliente que a Tradução de Joseph Smith esclarece que a palavra sacerdócio nesse versículo se refere ao “sacerdócio maior” ou Sacerdócio de Melquisedeque.)

  • O que a resposta de Datã e Abirão a Moisés nos versículos 12–14 revela sobre eles?

  • De acordo com o versículo 26, por que o Senhor disse ao povo que se desviasse da tenda dos ímpios e não tocasse em nada que fosse deles?

Chame atenção para a frase “desviai-vos, peço-vos, das tendas destes homens ímpios” no versículo 26.

  • Por que é importante que as pessoas hoje se afastem dos ímpios?

Peça a alguns alunos que se revezem na leitura em voz alta de Números 16:27–35. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que aconteceu com aqueles que se rebelaram contra Moisés.

  • O que aprendemos com esse relato sobre nos afastarmos das más influências? (Os alunos podem usar palavras diferentes, mas devem identificar o seguinte princípio: Se nos afastarmos das más influências, evitaremos os juízos do Senhor que caem sobre os iníquos.)

Para ajudar os alunos a entender melhor esse princípio, debata as seguintes perguntas:

  • Quais são algumas más influências de nossa época das quais precisamos nos afastar?

  • De que maneira afastar-nos das más influências ajuda-nos a não ser tentados a nos rebelar contra o Senhor?

Peça aos alunos que voltem à lista de programas, filmes e músicas que fizeram anteriormente. Diga-lhes que examinem a lista e reflitam se algum desses itens favorece más influências. Incentive os alunos a fazer um plano para se afastarem dessas influências negativas ou quaisquer outras que os conduzam ao mal.

Resuma Números 16:36–50 e explique que depois de esses homens ímpios terem sido destruídos, os israelitas murmuraram contra Moisés e Aarão. O Senhor enviou-lhes uma praga, e muitos foram destruídos.

Em Números 17:1–4, vemos que, a fim de mostrar ainda aos filhos de Israel quem tinha sido chamado para liderar Seu povo, o Senhor disse a Moisés que pegasse uma vara (um pedaço de pau comprido e fino) de cada uma das 12 tribos de Israel. Desenhe 12 linhas no quadro para representar as 12 varas. Explique-lhes que Moisés colocou todas as varas no tabernáculo à noite e as deixou lá até o dia seguinte.

Peça a um aluno que leia Números 17:5 em voz alta. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que o Senhor disse que aconteceria com a vara da pessoa que Deus tinha escolhido. Peça aos alunos que relatem o que encontrarem.

Peça a alguém que leia em voz alta Números 17:6–10. Peça à classe que acompanhe a leitura e identifique o que aconteceu com a vara de Aarão. Peça a um aluno que desenhe o que aconteceu com a vara em uma das linhas no quadro.

  • O que vocês acham que há de significativo ou simbólico no fato de a vara de Aarão ter florescido e dado frutos?

  • O que podemos aprender com esse milagre? (Os alunos podem sugerir várias doutrinas e princípios, mas não deixe de salientar o seguinte: O Senhor vai ajudar-nos a saber quem Ele chamou para liderar Seu povo.)

  • Que experiências pessoais vocês tiveram confirmando-lhes que os líderes do Senhor são escolhidos por Ele?

Incentive os alunos a buscarem uma confirmação do Senhor sobre os que Ele escolheu para liderar Sua Igreja.

Números 18–19

O Senhor define os deveres dos sacerdotes e dos levitas e dá orientações sobre sacrifícios

Resuma Números 14:18–19 e explique que o Senhor definiu novamente os deveres dos sacerdotes e dos levitas e deu-lhes mais orientações sobre sacrifícios para ajudá-los a se santificarem ou purificarem.

Encerre prestando testemunho dos princípios discutidos na lição e convide os alunos a seguirem as impressões do Espírito que sentiram hoje.

Comentários e Informações Históricas

Números 15:27. “Se alguma alma pecar por ignorância”

Alguns podem ficar pensando por que precisamos nos arrepender de pecados cometidos sem intenção. O Senhor disse que Ele “não [pode] encarar o pecado com o mínimo grau de tolerância” (D&C 1:31). Sabemos também que “nada que é impuro pode habitar com Deus” (1 Néfi 10:21). Embora pecar sem intenção não seja tão sério como quebrar os mandamentos de Deus conscientemente, os pecados cometidos por ignorância ainda nos tornam impuros perante o Senhor. Ele prometeu, em Sua misericórdia, que nos perdoará de todos os nossos pecados se nos arrependermos.

Números 15:32–36. Apanhar lenha no Dia do Senhor

“Apedrejar uma pessoa por ter violado o Dia do Senhor parece um castigo por demais severo. Em seu contexto histórico, porém, duas coisas são importantes. Moisés havia há pouco revelado a lei para rebelião deliberada contra Deus. Será que o transgressor conhecia a lei relativa ao Dia do Senhor? Moisés já havia ensinado que a violação desse dia seria punida com a morte (ver Êxodo 31:14–15; 35:2). Sem dúvida alguma, esse era um exemplo inequívoco de alguém que ‘desprezou a palavra do Senhor’ (Números 15:31).

Reflita por um momento acerca do que acabara de acontecer a Israel. Como nação, haviam desprezado a palavra do Senhor, primeiro negando-se a combater os cananeus como o Senhor ordenara e, segundo, combatendo-os depois de o Senhor proibi-lo. Por esse motivo, Israel não obteve a permissão de entrar na terra de sua herança. Agora um indivíduo desprezara a palavra do Senhor e se recusara a guardar o repouso relativo ao Dia do Senhor. Assim como Israel deveria sofrer a morte no deserto, em virtude de sua rebeldia, semelhante castigo deveria ser infligido ao indivíduo rebelde. Se assim não fosse, Deus seria incoerente” (O Velho Testamento, Manual do Aluno: Gênesis a II Samuel, manual do Sistema Educacional da Igreja, 1984, p. 206).

Números 16:7–10. O papel dos levitas

Quando Coré e seu grupo de seguidores se rebelaram contra Moisés, alegaram que deveriam ter a mesma autoridade que Moisés e receber o Sacerdócio de Melquisedeque (ver Números 16:10). Moisés lembrou-lhes que já tinham sido abençoados como levitas com a tarefa de carregar a arca do convênio e os emblemas sagrados do tabernáculo. Entretanto, os que se rebelaram não se contentaram com esse grande privilégio que o Senhor já tinha lhes dado.